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Resenha Economia Do Setor Publico No Brasil
Resenha Economia Do Setor Publico No Brasil
reforma tributria no Brasil. Uma quarta parte se ocupa dos gastos pblicos que, como
em quase todos os pases, no Brasil esto concentrados em sade, educao e seguridade
(pelas evidentes falhas de mercado em sua prestao). O sistema de sade pblica atende
efetivamente aos mais necessitados, o que no acontece nos dois outros casos. Os grandes
problemas esto no ensino superior e na previdncia pblica. O governo comeou a
atacar o segundo problema mas no d sinais de que pretende alterar o primeiro, que
subsidia os mais ricos.
A ltima parte trata de tpicos especiais, como o federalismo fiscal e as polticas
pblicas locais, as questes do dficit pblico e da (no)sustentabilidade da poltica fiscal
no Brasil, fechando com uma reflexo comparada entre globalizao e gasto social nas
democracias contemporneas, com a colaborao de dois acadmicos americanos. As
duas ltimas partes ocupam 100 pginas cada uma, depois das 170 pginas relativas ao
financiamento das polticas pblicas, o fil-mignon deste livro, quase to grande e
pesado quanto o so a tributao e a regulao no Brasil. Falhas de mercado e de governo
tm propores equivalentes 70 pginas, aproximadamente , o que pode ser um
indicador indireto da imparcialidade dos organizadores quanto busca das solues mais
eficientes para alocar recursos pblicos e distribuir renda.
Arvate e Biderman acreditam que os fundamentalistas de mercado que seguiram o
mantra da reduo do Estado o fizeram sem nenhuma base clara na teoria econmica,
recusando, parcialmente, o ramo de estudos conhecido como escolha pblica la
James Buchanan. Ainda assim eles construram um livro que combina princpios tericos
e ferramentas empricas para investigar, de maneira rigorosa, esse Leviat que recusa ser
dissecado numa mesa de operaes, j que, no Brasil, polticos, empresrios e a maior
parte da populao o cultuam como um deus necessrio, todo-poderoso e beneficiente.
Aparentemente, o Estado vai continuar grande, pesado e caro, com o que este livro deve
continuar indispensvel pelo futuro previsvel.
Paulo Roberto de Almeida
[Braslia, 26 agosto 2006;
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)]