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MICHA CATALOGRAFICA (repay pedo Ceo de Catsopeton-ots, “Gal Bran to Tine) Cont, Rare 1918- ‘Quetes’ fendamentais de hennenfin tend de Caer Lope de Maton So Pa EPO, Ha. Gaerne de Sto Paso, 18 Dosa 1. Ando (Pgta) 2. ia — Henne ape, Semis (ie cop-110 Inds para 0 eatlogs semi Anil linge Blain 149,64 lagen: Andie Fave 149,04 Sct’ Fla 19.98 EMERICH CORETH QUESTOES FUNDAMENTAIS DE HERMENEUTICA ‘Tradusio de ‘CARLOS LOPES DE MATOS E.P.U. — Fultora Pedagégica © Universitiria Ltda. EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO Sto Paulo 1973 ‘Tadagio bres do xg ake: Grdagen der Hore: ety do Bowsch Cort publeado por Veg Herder KO, ‘Frburg in Bregas/BRD © Vera Herder, 1983. © E.7.U. ~ Bair Podalca 6 Universe Lede ‘io Fado 1979 Tires na Reba Fedentve do Bra Patel the Feder Repble of Bra INDICE Intodugto Capitulo T ~ Histéia do Probleme 1, 0 prema tein 2.0 problems fioifico 1) © problema da compreenio D) 0 problems a lagagen, ©) 0 problema dh meducio Copia — Bats «Eran de Compe, © eeneto da compreesto CComproasio como apreenio wie (0 indo da compreento © oranda compensa © alo da omprecato Seto © objeto da compreesso Ertutns fgdimentis de compress. Capitulo II — Compreensio e Histéra 1. Compre exponen mites da. comprecesio intone © ecto... Tradiso « decemolincato do mctda Repaid « iterpetis ©. Canadas de wide de compensate Capitulo IV — Compreensio e Verdade 1. Verdade bitin, Rata © manifesto. Hoeaote 30 undo « rote do ser emmenuticn © refitcn © ml i coro + «pti Do emenaticn © talaga mu wo, 159 106 m 10 io INTRODUGAO. [A hermenéutica 6 um problema fundamental da atvalidade. ‘Assim como 0 termo deriva do uso lingistico da teologia, também ‘9 problema objetivo que ele designa se tornow mais inisvo 30- Ietudo nas questdes da juste compreensfo biblico-eolégia. En- teetanto, 35a questio ache intimamente conexa com o problema rmals vasto da "eomprensio" no dmbito hittérico e em geral n0 das eigacias do espirito, Toda compreensio e interpretapio, po ‘ém, tanto no sentido biblioteoligice, como no histrico ou no das céncias do espinito, remonta essencialmente @ presupostes, ‘cuja investgapdo o esclarecimento tarefa da filosofis. Desa ma. petra, formulamse questées de importineia bisica para a flvo- sofia em geral, oa sea, park sa possibldade e metodologia sim- plesmente. O problema da hermenéutia tome, sim, tm pro- blema fundamental ~ tevez. pudésemos dizer: o problema fun. damental — no pensamento filosico do presente. E o problema que tencionamos persratar nas piginar que se seguem, © termo “hermenéutica” provém do verbo grego npnavew (em com de seus desvados yen e evn) significa decla rar, anunea, interpretar ou eslarecere, pr Ultimo, tadusir. Apre- senta, pois, una multiplicidade de acepgdes, as quals, entretanto, coincidem em sigaficar que algums coisa & "toad compreens. vol ou “levada & compeconsio™ Into soontece em qualquer enuncla- do lngtistico, que pretenda despertar uma comproensto, toraando algo inteligive. o que sucede, prinipalmente, na interpretagso ‘8 esclarecimento de im enuncitdo talver obscuto, de dif! com ‘reensio, como, por exemplo, um texto istérico ou Iterisio,eujo 2 Quntier Fundamentals de Hermendtca sentida no aparece imediatamente, mas dove antes ser tornado ‘compreensivel. E, por altima, tal colsa ocoee na tradgio de um texto, visto que toda tradugio consiste ma transposigio de um complexo sigaiicativo para outro horizonte de compreensio lin- ilrica, Nio hi certea flolbgica, mas sb probabidade, de que 4 palvia derive do Hermes, 0 mensageiro dos deuses, a quem se atnbui a oxigem da linguagem eda escrit, O certo € que jf fem grego 0 termo sigulicava de preferénia, embora no ercli- ‘ivamente, a compreensio ¢ a exposigo de uma sentonga dos doses, do tina mensegem diving, coms, digamos, de um oréeulo 4 Deifos, 0 qual precisa do uma interpretagio para ser aproen- ido cometamente, on sj, “levado A compreensio™. Desta forma, ‘0 termo referino desde entfo a uma dimensio sacra: @ compreen: Slo e interpretagéo de uma palavra divina E por isso quo a plavra “hermentutics” fo primeiremente formada e empregada ‘no dominio teoliice, surgindo, porém, apenas na era moderna — como titulo de lvz, encontrase desde, 8 soul XVIT o XVIII — no sentido de uma “arte da compreen 80" on do wma "doatrina da boa interpetagio", a saber, no sen- tido Biblico de uma iterpretacio correta e objetiva da Erin (© problema, entrtanto, 6 muito mais antigo © mais ample. Nio 6 somente a Essritora Sagrada que sempre apresentou ro- blemas de interpretacio, Também nor textos profanos surgin a {questio de um modo correto de interpretar os textos. Obras lic terdrlas,testemunhos histérices, velhos textos Tegslatvos, ete, de- ‘vem ser compreendides cortetamente e interpretados num seatido {que seré talver, portanto, encarado ‘esto contest mais amplo. ‘A hermenéatica bibles, por um lado, tom muita afinidade com a ‘hermentutice hitércofilelégie, dado que cumpre, em peimeiro Tagan, tatar © compreender or textor ca Esertura (fazendo-se abstagio do seu conteido de Revelaglo divina) como testemu- hos itecirohistéricos, iguals a outos toatos esrtos do mesmo ffoero. Por outro ado, a hermendutica biblica tem certo paren tesco com a juridica, enqeanto em ambas se tata de textos que falam normativamente @ tutortariamente, tendo por st pretensio 1 valider obrignoriedade, © neste sentido sio apresentador 30 Intérprete, para serem compreendidos e expostor em todos of sus detalher com exse carter. Depars-o-nce esim um horizonte mais vaste, em que se insre o problema biblico, embora aflal ele ‘ocupe um posigo singular, quanto se trata de palavra de Deus, Inrugio 9 mas transmitida uma palevra humana © histérea, ito 6, om feceitor elaboradoe pelor homens, surgidos na histérla ¢ tans. Iitdor por ela, devendo, portato, ser favestigados coaforme sua ‘rigem histéries, seu modo de pensar histérico e sua maneira de falar. Ao mesmo tempo, porém, cumpre indagar qual sew sentido ‘mais profindo © mais proprio, a saber, a polavra da Revelagio diving, que neles nes fal ‘Como se v8 hoje mais que nunca, cumpre enquadrar o pro- ‘ema da hermendutica bfblien num amplo contexto das ciacias do expirto ¢ sobre 0 fando dos pressupostos tedrico-clentificos, rmetodologicas © também flosfioos postos em evidéncia desde ‘Schleiermacher, © depois partcularmeate por Dithey e Heidegger, ‘terminando recentemente por Cadamer, herdeiro © contimuador desea tradi, ‘Mas também por iso, no campo teoligic, 0 significado da ppalavra “hermenéuties” mudou profundameate nos ultimos de- ‘lnios. Exta chamevare primeiramente a “arto” da compreoasio, ‘como cigneia pritica, que formulava as regras de uma coreta jinterpretagio da Eseritura, © portanto relacionava-se imeditamen- te com a "prixs” do trabalho exogétio, servindo a cle. Para este, fexiginse, a fim de ser levado efeto corretameate, 0 conhect mento das respectivas linguas, do ambiente histrico cultral fem que # obra surglu, a consideragio da peculiaidade literiria © ttle, da situagio concreta e da intensto do autor, a interpre- tagio do texto om particular através do conterto, ete. Somente a mals nove hermenéutica, nflucnciada pelat eléncias do espito ¢ pala filets, mostoa gradativamente que subjazem a iso tudo bln mab pronds« ml fondue, Que sin ‘Como 6 possivel uma compreensio histérico, dude gos cals um tem sa Dorzonte de compres, hstroa © linguisteamente conereto, que 0 antecede © a0 qual so acha peso, ‘condicionando uma determinada “precompreensio™ do objeto? Exis tirkslgo como wm encontto ou fusio de varios horizontes hist rioos da compreensio? Sord quo Isso & possibilitads pela prépria Istria, a saber, por uma conesto histérico-ausal, onde pala ‘ra historicamente: pronunciada se efetua ¢ aterpreta no decorrer 4a histéia, penetrando em nosso proprio horizonte da compreensio fe tomando assim posivel a compreensio dor testemushos do un pasado histrco? E nfo hina base de tado isso wm entendimento mais original como condo da possbilidade de compreensio 4 Quetier Fundomentas de Hermentts hisérica, ito é, uma autocompreensio © compreensio do ser ori ginalmeste humana, mas que se interpreta historiemente? Néo Se coloca, pordm, af insstentemente a questio da verdade? Desapa- rece, de todo, nosso conhecimento num acontecer histrioo-camsal {que condicona © horizonte sempre mutével da comproensio Iis- torica? Ou seri que nos atinge, na propria hisérla, a exigéncia absoluta da verdade? O quo sigafien esa exigincia © oomo po- demos corresponder the? sas perguntat indicam j& a problematica filoséfica contida ‘na palavra hermenéutic, como a entendemos hoje. Nio so tata ‘apenas do problema da interprotagio telégica da Eseritura, nem 50 tata somente das questdes mais amplas da compreensdo ¢ in terpretagio histrias das eidacis do esplrito, mat sim do pro: blema fundamental de ordem flséfiea a respito da compreensio ‘em sua esséncia o em suas estrutuas, suas condigdese seu limites, Sto essas questées que tencionamos abordar em nosso liv. Primelrameate, porém, sume parte ainda preparatéia, quere- sos earacterizar o fundo hisérco da evelugdo do problems teo- Tigico © da problemitica floséfica, nea pressuposta, vendo-a em suas lighas bisieas essenciais (Cap. 1), Sobre este fundo enea- ramos as questbes objetives de uma hermenéutioa flosfic. Em primero passo, procuramos escarecer em geral & esiéacia © a fstruturas essenclais da compreeasio (Cap. Il), que numa fase posterior serio splicadas mais concretamente aoe fentenor da comprecasio histriea ¢ continuam interpretando-e através delas (Cap, I). Em tudo iso, levantase invitavelmente a questo da verdade, da qual nos ocuparemos na dina parte; ela nos leva, por sobre 0° dominio histéricohermentutico, i dimensio do conhec- mento e ds compreensio metalisicas « teoligicos (Cap. 1V) Os capitals dest trabalho remontam a prelegbes dadas no semestre de inverno de 1967 a 1968 na Faculdade de Filosofia do Colégio Berchmen, em Pullach, Monique (como aulas extraord- nirias) 0 repetidas no semoste do verdo de 1968 na Universidade ‘de Innsbruck. O texto foi consideravelmentereelaborado e comple tado, mas soa origem escolar ainda 6 bem sensval. Sua intengto ‘rimiria nfo 6 desenvlver uma hermentuticn expecial como meto- ‘ologa da teologia ou das eitncis do expsito, mas Introduzi noe problemas prévios de uma hermendutica fositica, © dentro des Ses limites, contribulr um pouco a seu esclarcimento, castroxo 1 HISTORIA DO PROBLEMA 1. 0 problema teoligico Visto que nio s6 a pelavra “hormendutica’ provém do Am- bio teolgice, mas também o problema objetivo da hermentatica ‘comegou com ae questéee da interpetagdo da Escrtur, tenemos Drimeiramente, em répidas pinceladas, desenvolver « histia dos problemas biblicos-teolégeos, base da tio eandente problemética tual 1, Muito mais antiga que 0 conceito de hermenéuties, e eon- sequentemente muito anterior ao hodierno problema da hermenéu- tick, peso a questio da correla tnterpretazdo da Esentura, em ‘i. aparece como tarefa em relagio aos escritos do Antigo "Tes tamento. Assim, sabemos pelos Evangelhos da exstéacia dos “es cribs", de sun importinca ¢ sua inflodncla. Temos clincia des . ‘iris ‘soolas © corentes da exegese biblica no antigo judasmo 7, Sa tn, . emecaneaes G, EBELING, “Hlamencalh", RG, uy, el abingen 105, pp 242360; "Dia te Hernan, Neva in der Tso, eee J, Rotnen'g JB. Cabby ema 3, Za 100, MARI "Da; ‘shecloghche Probl dey tlemeneaie Maing 1085. W Sinolz e'0, Lona (etea), Be Remetrtios tage do Ths Iipe, Frcbarg 1B. 60k, No HENRUCHS) Blogante der Hermon ‘ta Bvor Arcendigbreche sa Shiomache. ry © Quetir Fundamentas do Homentuta Em contraposigio, porém, surge 0 Novo Testamento, que tem desde 0 comogo a pretnsio de uma nova e indisutivelmente au ‘entice interpretagao da Escrtur. £, podese dizer, um novo peia- ciplo hermenéutico, embora nio fundado num novo conhecimenta Ihittérico: 0 acontecimento salvador em Jesus Cristo, em que 0 Antigo Testamento enoontra seu acabamento. E nesso acabamento fem Cristo que se deve compreender todo 0 Antigo Testamonto: omente nele é que #© patetela todo 0 “sentido da Escritura”.? Contudo, na histrin da teologia erst, nlo so tata apenas a compreentio do Antigo Testamento, mas também, no menos, do Novo, Ja na erogese pariatica — nor Padres da Tgreja desde ff sfeulos IK © III = surge na relidade plenamente 0 problema Ihermentutio, antes de tudo na oposigéo entre a escola de An- oqula, que se atioha ao seatido histireo literal da maragio bi- Dies, @ a escola alerandrina, quo procurava atingit um “sentido cexpritual” mais elevado, em ma exposgto simbdlicoaegécica. COrigenee jf rnin euidadosamente a investigagio histric-filelé- ica do testo a uma conscidncia diferencada do problema, distia- fuindo visio “sentidos" na Eseritura. A dualidade de tendéncias za exegeve bibliea continua entre os Padres latinos, com Jerduimo de um lado ¢ Ambrésio do outro, ao passo que Santo Agostinho procura alien etter dois modo de interpeetar. Em todo caso, pe-se qu jf 0 problema em toda a sua amplitude, evidenclando que a questo hermendutca da atuaidade néo é no fundo, nova, mas retoma tum antigo problema, ainda que de um outro modo © sob rovor pontos do vista. A comproensio patistia da Escritura re- erento, sob vérise formas, na teologia da Idade Média, embora, obretudo desde a alta escolistcn, of texto da Sagrada Escritura Sejum vistos preponderantemente em imediata conexio com a teo- login especulativa © sstemdtic, que so aplicam a eles, mas, por ‘seo mesmo, postergando-se a aspecto proprlamento hermenéutico- ‘exogition, Sob o prima da interpretagso objetiva da. Escritura, pode-se lamentélo ou resto; nfo se pode, entetanto,impugnar {que também af se encontra um determinado prinlpio hermends- tic, consoate 0 qual o texto exeritrstico contém enuncladas dog- iiticos que devetn ser entendidas no conjanto da doutina e da tradigto da Tere. To Ge a, 7, fterpaheg (Benner), en ts af Be catetn @ gue ete t ce pope etn be 34386 Muti do problems 1 2A pate do comego dex modems, o problema se agrvs [A Rejoma' apregoe a enghi de una vl 4 por palate da Encrtur, Conforme Lito, 2 Bilin io deve ser expose segundo ening tadisonal da Tgp, mas spas compreenida Pow sk trea la wl Hpi fnterre” ("nteprete des! ema"). 0 Incipio da “Srptra sla” representa novo pein herme- ate, contra 0 qual «Tp eatin declracxpressmcrte no onc de Tet ue ae ge mtr “Competotne © jalgemesto sceres do vereadeto seotido ¢ da copcagio da Sagas Esestrt"?~ onto pap bermentsc, th ergy sera Lert compreendidaa parr de tooo contexts GE Nida'e da doutrina do Ig C. Ebsing tem cet rao 40 ‘eure fodamestalent «dverlaca das confides smn op Tio cate princi bermendutcor tntage em cada cao do tna sbordager diferente dosotdo da Extra. Ale ds, bgp te dscrvolven mfr do potetannno wine tol “rtdons txje dorian da “inspira verbal” spar nda mais a Ese ds sew orignal conterto Htc, fechandose 4 una compreensso Histrca«exigindo que oe extendese cada palais inedatanent como plies de Devs ‘0 probes tora outea vex mais ago, sind que em sen- tudo oparo, poo pestinento do tee, que pene le tame até o dominio da telogla prtesante, Jem Jn Locke «eave of Tirespeadores ingles do ino do seulo XVII, tut caruncnte»tenddoca role o ritianinno 8 plano Gu una roligan de reso neural, ports er to ctor ds Revelgto sobrnatarlo de miné. De hard com 0, tn iim a Sagrada Esertura deve ser stone apenas o sentido de tina pus relia racooa, cxclandoe tudo @ qo utp exe ‘din Tornvae onto pico bermentutico o gut we trend © tecarceraconsinente Fol do todo nese seatilo quo Kant, ‘ra A rolgso dentro dor liner ds rsdo pars, exgs qvo teimda Excite 10 totdo ror emma, rae guando, vandose em conta texto (du Revelaio), ein, revelaio Pa .DENZINGER — SCHONMETZER, 1507, ef J. NEUNER — 1 O08, Der loc der Kihe tn den Urkanden de * dy Repensborg, 186, =® 88. 4" G. ERRLING, op. ot 5. J, TOLAND, "COLLINS, M. TINDAL cote ent regu muita yerzs frp, 08 até 0 sje a sealdade".* Nio s2 eve expor a moral pela Bibi, may ates « Biba pela mor ‘Hegel igulnate interpreta oe contedos erstor da f6 4 ha do seu Setema: como tomentor do sutodeenvolviment @ da toners do eptosbrolto no mando ena hist. Enguanto =ig ape tap mf ip a Teprescutago, 0 pensimento ia eapteor on plo atado Agu clo ah eidalase Garments ndenca do “omprecode os eotedos da Revelasio da Excrtre através doe fremuporos« do cnteto de wim deteminado tema foi, {hsp em principio, redoir tudo a0 plano racial da verdad trvideate © flowtleamente. demonstivel Ess costs, na reall deni 20 movem imitamente v0 campo de exogee bibles, fms em todo eto deram epiuaimentoimpulo, nove. xitok Gr Diba, provnieate do rulo dt equerdabegeina. "Aide en (1838) to David Foch Srna fot dec siva pam investing cron a Bibi. Aradeidade do Dovgho ~ Steus acha que quae tudo 0 que eth nas Estas Pertence 20 mito e devo ser cientifiamente superado — doses. Exdea em seu tempo una violets dacusto, maz end 2 Ia. trorlgto do "ndtade bistrcecrtes” no campo da exege Bibi ‘Aliso s rlaions com «rapt de toda pgs ite, Fst citwal istic veligse do seu IX pela goal 30 ficou couheconto sempre mlr «hist do aatigo Orie, sar Tingas sur ultras, sa Herat fort errs, sas rl fie, tous mits religions © formas de expreso. Asin se come. fam compocnder os Hvres da Ba ean seu smbleste, na hi {ira do sen surginento e-em toa pecllaridade, Tonos al uma Profunda jstficagdo e necersdade de uma invertigagto cnt: 4s Sagrada Eset, embora que de pé a quotio do ber 3 ‘om isos atings compreende tudo, o plo mens 0 seni Na reside, investiga Bisticniea do sel pasado wot tute vats tena 4 no pense vols cota 8 Traigi de intrpetagio clan da Biba e dar door {26 que dat diamnn as tab cinnat to scontcimert Scbrenttaral ta revelagio diva hstorcamente scontcds © Contide nas Esrtura, Io so vé no Ambit da teologla “uber do potestantsmo, qual, em nome de um esto cewtiicisnn — TGF RINT, Dl lon taal der Gren der ten Vert, os Hota do Poona 9 ou sc de uma sports lic “obi” quo so movi também no tereno da passa Nstiea interests sob Weal det Yesigusio cath das cnciasnoturis~ quer vestige do-um inode histrico o ert or los dx Sapida Escrturs excinds foo. quanto io Tose spreesvel ow apovado por ie mutes tetcn Renava anim aa nvesigagio bilior da esol his Ureverticao principio nites veres mis ou tnenos expo de novo, um principio hermentutico ~ de que impose na Sntrvengio de Deut aete mundo e na hit, Sn pot laure tentivts porate erica bitin foe at naratves da Esciua sobre um ato de revelago, sabre eventor milgrons, toy © vendo, portent, sr eliminsdo ov cxpoto-do cus made, Un dor tinor» 0 eso tempo com ree tun do nore o presetantes deste corest fo. Ada von Haack (11030), que ‘ro no campo da prog hiteicrenftn coisas important © permatetes, 3. Contes ino, contd, exits 0 protto do mocinento hemenétc, que surge da oosie erate predominy exase da escola history a eb, da Ida de que tee cout ‘ergo investgaio da Exertura io hv do que se foc algum trabalho vals, eclreendo-se muta coin plo contest hisérico, mas quo so sean o tuo menos fo eteate @ aue & prcsamento propa, ie, 0 “snd da Er, aul ie elem een Aino ss ‘ever, impoese a tarta de sm compreesSo mal Bul cnt abi o edad std da para do Nos fas do slo pssdo, dnt. da tologa protestant, lovantaramse esto tento vont ‘slaes do. pits conta 6 iniod hirer, como fio cas de Mar Rey (#1012), avo feo IBE2enunciava a tee: “O Jans histo do esertoree Sodemesesondenes 0” Crito vivo” rmpinonto dese nessa. diego fo «Epistle av romanos (1010) dean! Bath © importante sober fo 0 peico 8 segunda ego (1021), onde o aor aon cons con sew eens, expond fondue tects sun ppia pongo, mie desenolvida inde‘ Dod tea ecleslsiee {2 parte de 1982). "A Epistols aon rence de TAT EANLER, Der gman hutrtche Jans und der gach ‘che ihishe Cra, Moncon ise pst ME Ser 10 Quercy Fondamentas de Hermedtion ‘Bart extava expressamente sob o signo do problema hermentutico; ‘0 método histéico-ritico nlo &, em si, recusado, mas relativizado, tormando-se ‘uma simples preparagio da tarefa de compreensis propriamento dita”* essa ‘compreensio” ~ a idéin bisica de {odo movimento hermenéutico — que importa a Barth. Devemos der of escrito biblicos como mensagem reveladora e sal- vvadora de Deus. ‘Rudolf Bultmann retoma & mesma idéia. Também ele se preo- ‘cups com uma compreensio mais profunda da Eseritura maquilo {que é propriamente:pensado, Seus camiahor, porém, sto outs Sua exitea eo dirige bem cedo a Barth, porque este, a eu ver, ‘no se atém com battante rigor o text, mio o favestiga com uma fritica sficentemente histrien Moligica, mas torce-0. prec- Pitadamente no sentido de sua exposigio, forgando-o, assim dei- Zando de promover a verdadeira eompreensio da coist, que passa f ser consrulda. Pelo contririo, cumpre pesqustr critica e his- toricameate o tert, com o que Bultmana retoraa expressamente 440 método histrco-rtico, mus, jostamente por isso, e partindo ‘das, devemor procurar chegar 4 comprecnsto. do realmente pen- ‘sido.¢ dito, Como Bultmsen entende concretameate essa tarefa, vé-se laramente sobretudo por seu programa de “desnitizagio™ © de “interpretagio exstoncial”. CConsoante Bultmana, 0 mado de pensar do falar da Sagrada Exeritur, inclusive do. Novo Testament, caracteriza-se por uma “eoncepgio mtn”. “Mitea” sigafica para ele “um modo de re- presentagio no qual 0 que nfo 6 desto mundo, o divino, aparece Some sendo deste mundo, como humano, e © que & do além, tomo tendo dagui, onde, por exemplo, a transoondtncia de Deus pensada como distinela espacial; um modo de representar con- forme 0 qual o culo srk entendido como um comércio, obtendo-se forgas jaateriais por meio materas™; portanto, um modo de representa segundo o qual Deus e as forgas divinas aparece ime- Giatamente no mundo. & mancira das coisas e forgas intramun- danas, sgindo imediatamente n0 mundo e interferindo, sem mais, ‘na vida do homem no mundo. Em oposigéo total a iso, esti a ‘eoncepsio do mundo da eiéaca hodiema, que representa 0 mundo TW ETRRELING, “Hemenenth", AGL. IM, 9. 288. 8. R BULTMANN, Newey Teonent and, Mitiloge: Kens ond Myths T, 2 oly Hamburg Vaated, 168, p23 Mra do Probima 11 tado como um conjuto deteminado por forge peas © Kis Irterse Logos quseror onender apd "Eectr com te, o sentido erdalramente pens; tomes de tar Sus fncudes dom conepeio hgingea esta, ow chy Sic, ps transla cmon tel conepeto do mindo. Ete tira d queso ana dest “alo cst muna lint gto de tonciador mito, asm tun ikea alo so trate de una peas sat, sm det ted, heme sits Enquanto a pelaa “demiagish digas wim spect e- atv, finterretaio exten” gaia © sopato pstivo Jo Sean proce do lnterpetago, Se tos de tata ot cu. ‘adn de Eustory, pasta dum tbo mloligen de sepee tenagio pas a dena comprsnto des mens 40. Co, sia ac lis de Dultmann eg na compre 3 Stotligonitn do mc no men" mio lo ‘sintered comolgesmet, arn aaopdogo rene salon exsencaate’Campen, portant, er repr om cada caso: O que siguea io prs men? Qu © Siputindo aio por minha extinct bumnana concels? Dese todo," miteloga do Novo Teramoto so deve sor prguteda ‘rest dee cio ste de rest a ste comprcnso. dx eins expen nei ropeemtarbe ‘Guandor poo, Baltnasn pretend eaepr os consclados ilcr stn ompreeo de ix meinon do anda pr com 0 ‘heer priciest oho dh eal compreestaypreuple Serer nage ound do hme sop © ao ‘cuncdor Bic Sve sor intretaon Pars fs, Blea fous, unto 20 métolo © 40 cntelda, cnn eens ani cattle do elo so apes no Sere Tonpo de M. Hedeger (197), anton dese 5 prea intpreticto gle Heslegger dda eta humana, so Ertsio'no que ds rapeto tele de mer prs com po Igy de Det ct atmo dat m,n Jo Heidegger, que Buttman tna como base pra Inerpeagio a Esra on piso hermetic de son compeeent da 12 Ques Fandomentis de erence Biblia, Esti convicto de que a anlise exstencial de Heidegger, 00 “hermenéutica da existénla, fornece “os concetes cbjetivos jus tor para falar da existéncia humana’, a saber, quando Heidegger concebe « existéncin humana como “ser-no-mundo” composto de tempo e histri, etcapando 0 “ser de sera” como "poderser, Lc, ‘como um projeto sempre novo das possblidados de ser, situado na ‘decsto entre propriedade e impropriedade e finalmente como “ser pis a morte” ‘Se, contudo, os enuncados bibieos no dover sor entendidos| mm seu conteddo “objetivamente", mas apenas em sua significagio “exstenclal” verfea-se que, para Boltmans, passa a um segundo plano a questo das realidadeshistéreas, a que se referem a8 nar- rativas, Assim & que perde totalmente importincia © problema do "Jesus histrico", em face do "Cristo da f6", 0 qual, independen temente de toda realidad histérica ¢ demonstrévl,é ini cosa ‘que tem importincia exstencal para 0 erente,agindo como “even to de Cristo” na bistria e convocando para a declsto da f. ‘A posigio de Bultmann surcita uma série de difcels impor. tantes problemas, que até aqui apenas tocamor de leve, Pode a interprtagio da Eseritura presupor,sobretudo dessa mantra, wna ‘imagem do mundo ¢ do homem excogitade por certa ilosofia, tomando principio de compreentto, como so dé aqui com 0 primeiro pensamento de Heldogger? Mesmo preseindindo da ques- tio se Baltmaan reproduz hem a concepeto heldeggeriana 20 to- rmicla somente sob 0 ponto de vista antropolégic, sem encarar 0 problema fundamental de Heidegger, que & 0 de ser, péese a [ergunta seguinte: se proisamente a comprensio da exsténcia no Ser'e Tempo de Heldegeer & um principio hermenéutico objetivo « justo da interpretacio biblica, ou se com 150 nfo se aplicn ex. teriormente a Eseritura um placipio alhelo, que portanto nio propicia uma compreensio real, mat a deturpa 4. or feo também levantowse logo uma violets criti ‘4 Baltmann. Kael Barth, em primeiro lugar, protestou decidida rmeate, porque, a seu ver, Bultnann pBs antes 0 que vila depos, e vicewversa, Seu intereise seria em primeira linha a. comproensio Inumans, referindo consequentemente os enunciados biblics epe- ‘nat 4 nutocomprocasio do homem. A palavea de Deus teria somente To R BULTMANN, Glabe and Venton, Ger Auf, Tibi se, 1858p 8 iti do Mebona 18 significagio para ele, enquanto serve 4 esse fim. Barth, pelo con- ‘mario, acentun que em peimelo lugar vem a palavra de Deus, a livre autorevelagio de Deus em Jesus Cristo, a qual nio pode ter sido esperada ou caleulada pelos homens ¢ cujo sentido com ‘maior +4280 ao pode ser fizado num doterminado e limitado ho- rizonte de autocompreensio humana, Para Barth, o que teria em primeira luger importincia no sera a compreensio humana, mas fs palavra de Devs, 00, com maior agudez: nio se trata primeira: smente do homem, mas de Devs, cuja palrs, por mais que seu mistério wllrapasse a plena compreensio por parte do homem, ex- ge a sbertura ea prontidio de ouvlla ¢ acoltila pele erence. Em Bolkmana, portato, core, no dizer de Barth, “uma inversio, cheia de consequéncia, da ordem da slvagio neotstamentii”. Sobre 0 fundo desta questi eatre Barth ¢ Bultmana, oom a contribuigdo de D. Bouhoelfer, Fr. Cogarten, eM. Heidegger, fontinuaram a obra da hermenéutie, no campo da teologin pro- testanta, principalmente Gerhard Ebeling © Ernst Fuchs, A teologia passa a ser determinada essencialmeote como hermenéu- tics. Neste contexto, desnvolve-se 10 horizonte do problema atual a filosofia da Linguagem uma teologa da palavra ¢ da lingua, porque revelagio e {6 slo um “acontecimento da palavra” (Ebe- Ting) ou um “evento de Lnguagem” (Fuchs). Fienm com {sso em parte superadar ou corrgidas as posgdes radicals de Bultmann, preseatando-se usa vex com rendveda seiedade, embora exten, 4 questio do “Jesus histérico". Em todo acontecer histérico da palavra de Jesus, possando pela rfleio teoligiea até a atual pre- aso da {6 extende-so wm “arco hermenéatico", em que a palavra {le revelagio se interpreta histcen o linguisticamente, em que se ulvapassa, de um lad, o abismo entre a pretéita palavra de Deus fe nossa atual compreensio, o, do outro lado, 0 abismo entre a teologia histérica e a sitemitica, Ta BARTH, Rud} Dulin, Ein Vou, the 24 ere, Zieh, 1958p. "2G EDELING, Dor Weven der ehstichn Cluben, Tubingen, 1820; EM, Wort und Clube, Tabisgen, 1000 16, E FUCHS, Homonautt Bad Cannsat, 1954; IDEM, Zam here exten Problem i dar Thos, Dis exes Interpeaon, Tibi fe 05 1A Ques Fada de Hermandtce 4. Na discs hermenéutin da atalidade, Helarich Ot adota wma porigio propria e, a seu modo, digna de stenpio ~ momo em ralag a sus presupostosflescos Ele 6, por um lado, de tipulo de Bullman, mas, por oxo, como reloads, aprxina-se 4 teologa de Kal Bard do quam fol sucesor na citdra do tevlgiasitendtin em Basia Assim quer ser mediador ate Barth ¢ Boltnann,apolndo, pda, as stiles acuagées de Barth enquantonio pat, como Bullman, do Heidegger aatror, «que emprtendia om Ser ¢ Tempo ua inerpetaio extneia Sutligiea da entécia humana, mus sin do Heidegger poster. {que no so preocpa primaramente com o home, fas de um forma sempre mur exist com 0 ser, © fo compreende 0 sr ‘como um projet humano-temporal dose, assim o homem como 2 “projeo” do ser, como a “lareea do se", como “o lgae da verdade do se, e, compreende-o como 6 aconteclnento do fer. Heidegger concebe hstria no primaramente comp i. rina, mat como hitra © destino do fr, voltendose antes de todo A Tingungem, que para ele 6's "vor do ser, na qual 0 sor Hotoricamente se manifesta simultancamente so oct, mas 203, sponta o que hitoriamente se deve peasar aquilo a qu deve omesponder nowo peummeato ¢ nasa Lnguagen. Of 80 nso tum ponto de partis mals prbno mas proprio, mals aZequado empenho da telogla em compreender 0 que 30 passa no aca Jecimento da Tevelaio, Tal casa € ore enguato 0 pesamento do Heidegger posterior, principelmente suas afrmasies sobre. « [asia eva Tingoagem, 96 6 compreensivel por sua origem to | epic Sun Sorts, tobrtudo nor escritor posterores & sem divida uma teologia, embors redialmente tctlarinnds. Por is, certos parallos sto tanto fndcutveis quanto espantosos. Flea de pé, portm, a questo de saber 20 0 pensamento. de Heidegger tferece tum ponto do. parila sdoquado,princpaimente pore Sql que o fifo chama ser 80 & Devs, nem pode em S00 fentid ser expoto coma sendo Des vt OTT, Coke und Helge, dr Thc cl utes, Taoney oh, DEM, Donn ond ‘Som’ Der Wer. Marin Heiderers and der Wer der Thess, Yalan, 1060, IDEM. Die Pact ‘uch om hiorchen Joss andthe Onset tae Geli, ith, 1880, IDEN Dormalt ged Veridian, Zar 1081, IDEM, “Wer i ste ‘matic Tmt” ET, Cuerna Solemestae po. YO4B: ees em Ber 'ptoe Hotlener unt dhe Theol el." ], M. bia JB KNITS els Zah, TO, pp. ISH iairte do Probl 18 5, Pt rm wh en eae sec ae at ee pal on TEA iat Efe pts ate ‘SE ci epee seen ie Saar ae eee tibialis ser cay in mie bruh ira pmo anes meee hone Gites Geos Sepracl he Gtiaeh iens Pao ice miele aa: Le ed eeremene ro See eet eee nee iciernwin Gite eeaeeariee Siete device miata SEATS Dye ten nar a Sama et Pa SiS ea iri ts Meakin ae fees seem eS eae Si, fl tne el Pale Sc a ae St oa FRc ate tn tn iniwinon aire ec north iihcaran unis bartaienenan a SES ES stn samp tn « rn oni Seniesa crt Shs Orit Name ie Soa fea yr hein Sey pea at an Stisatane" os Eats ate pi oe, iar chert tira, $6 muito mais tarde, quando jé estava em pleno andamento * Sibrmonosiin hovel set FoeSEB MARLE, Ae co de te mane, dai nde ane cover, Pat 100. Tab IDEM, Dar tealoguche Pele ‘Memencut sire, 1885, pp NDAs. 19. Deets ds Sat Oi Lament, de 9 de jlo de 107, Dee Sein. HOTS, emis de HO Pacer domi pei de® do ede 107, Dene Sino, 381500, 10 Queer Fundamentals de Hemendis a pesquisa mais recente ¢ do problema hermenéutico, 6 que se ‘deu maior Uberdade para ot estudlsos catéicos. Pinel nessa ‘iregio fol a grande encilca biblica de Pio XII, de 1943 (Divino ‘Afflante Spirtu),2 que. permitia fundameatalmente os mdtodos ‘letifieas de investigagio e laterpretagio da Eseitura, © mesmo ‘epiito de abortura para a problemitia moderna impregna tam- ‘bein a Constituigio do I Coaello Vaticano sobre a revelagio dix vina (Dei Verbum), 0 qual exige que se vela e que se compreenda 2 Escritura em fatima unifo com a tadigho, porque a tnica re- Yelagio de Deus nor 6 tranemiida na Eseritura e na tradigio; ontudo, 8 rlagio mals présima entre ambas ficou em suspeaso, ‘deizada & posterior discussto doutriniria. Acentuase igulmeate © feiter himana e divino da Escritura, Enquanto ela & palavra Ihumana, pronunciada transmitida através da histria, deve ser investigada histireo-rticamente com of meios da cidncia mo- ‘dema, quanto & origem istériea de cada um dos lsros © quanto ‘A mancira de pensar ¢ de falar al vigente. Apesar diss, els cons tial um todo, em que se manifesta a mensagem salvadora de Deus, rmensagem transmitda na fé da Tgreja © que continua a operar foe interpreta na vida e-na dostrina da Igeja, devendo, por iso, fer entendida a pattir desso contexto totale vivamente hisérico ‘Com isso se abriu, em principio, 0 calabo para a pesquise € interpretagio clentifles ds Sagrada’ Esertura, Mas os problemas dat decorrentes no estio solucionados, e sim apenas propostos pela primeira vez como tarefa no horizonte da questio hermenéu- tea, Nio nos ocuparcmos agui com o toma, mas apontaemos, nos fundamentos do problema filostico da hermendutcs, as principats aquesttes que s6 poem hoje em din no campo da tcologla bblica. ‘De toda investigagio histciea © eritcoteritia resultou que ve ser restudad 4 histérla das origens de eada um dos eseitos Liblicos. Sabemos, por exemplo, hi muito tempo, que o Peatateuco, tal como o temo, nio provém do proprio Moiss, mas data de uma Epoca muito posterior, embora se apbie em antigas tradgoes, mele tconservadas, O mesmo 20 digs de muitos outros lives, para caja plena compreensio & de grande importincia hermenéutlca 0 co hecimento da data e elcunstincias do origem. ‘Sebemos igualmente qve hi formas Iteriias e maneias de cexpressio. (gentra literaria) bem diversas, havendo no somente TRIBE Bo dest. de 1045, Dene Schum. S825 0 sg. Hira do Prblena 17 4 forma asertiva de wma naragto hstien, que dese desrever, fexteminhar © cominicr aconteciments, mas também narratives tease legendas, ave com tm neo histrco, mas tendo tssencialnento corto conte doutrindrio sab um revestinento © Ditura logis, exrimindo portato uma doutina religosa {st moral sb forma conreta de una naratva. A diferenga dessas formas, sua pocularidade ese valor do afimagio deve set de- terminals ‘Nisa tdo se pi o problema do acontcerhistrio, ow sj 4 questo de saber so @ sé que pooto se devem nazar nos textos ‘cantcimentor hstricos ov wm’ eninciado tolgico de aleance religioro; logo, a questo do “seatido™ propiamente ato do ensn- ‘ado, Por im lado, tenor de cootar‘com o fat de que sulla coisa, mesmo v0 Novo Testaneato ¢ até nos Evangelos, no hi do sr entendidahistoricamente, x0 pé da lta, esi sob forma dh parativas coer, bnseades nur neo histrin, as que So Sspreceatam querigmaticemente, destcando peson ¢ a dostina Ae Jorus © querondo anunclar a sua mensagem, ou sje, faendo ‘uma armas teoldgin. De oto ado, a mensagem rst assent to essenciamente sobre o acontecimento histrico ¢ saliico da Enceragio, da Revelagioe da Redengso no omem conretamente istrco que fi Jems Cristo, caja vida obras, mrt, resurelgso testemunham, que fsamente 0 suceso hitrico erence a0 "sen {ido" que deve ser compreendi, do modo que no se podem separatlnteiramente 0 sentido proprio ¢ 0 scontecimento hist Feo, porque preciamente no Se scanga o verdadero seni, quando se quot separ do fto histo, Com isto, prem, pes £ tae, dill em parila, de ponder e imiar em que sentido ‘ada teto hi do ser entenida. ‘Mas no funda eth o problema bisio da relago entre a pes quia istiiomertn © a aceiago crete do text pela wadio dit vida e da outa da Tp As dss ents Jovem star juts, tstando tina selaconada com a outra dependendo dela. is por * ‘te, como a disco mal recente torou nota, 6 exge a Cshboasn ere cpt 6 dog & gee dct resaler @ atonl problemstcn da compreensio da Bilin ating o pleno sentido Ge Escrkun, . 1K RAMNER, Eseane wad Dopmath na ahea con © memo tiulo dtd por H. VORCAIILER, Mate Toe, 18 Quins Fndametie de Hermandticn Por mais que aqui se encontre um problema especial, visto aque ov sero bebe noe tanemiem i acntedmety de Re. ‘Scan a questo ranuta so problema mais gral da comprecs- Sto hstci Tab os von da Sead Esetura so tore Heke, foam reign dtd Yaron Goce Dros, que sob mos soposton et sata @ & ersho 8 Fonte, poten on devenon, prs etender sev seni, pret rupor cea (ou sp, neers) imagen do mundo © do omen, ‘elnconando com ea poss compreesio? Ou srt quo 5 pole ~ tse deve ~ mmterabetat procompeenio hiorcamente con Alcona (que necnaraent tenn coos) pn. aprender ‘ compreender aqua que we 10s depera ox pals, met quo to Ie comepanta, parcen tater algo iuspro © stpress deste, sbmardoolncomprsnive, af cn Gxrldor Bo ‘ont de smprenlo adotdo st ago, mas ante, por tao bra © ample pars _novas posblidadey di compreensio? Em todo eso ='o ino 6 que os fnterosa ~ 20 undo das ust Dicoteligeas, ride uma quatidade Se problemas Fceticn, nem a6 con tlgbo A compre Bitea em fer. co A das cca do ep, toe tac pies a pea ota, ee fando histon do problems que pretetdemos sow «sep 2. 0 problema filosfico 4) 0 probleme da compreensio 1, Em um contesto flostico surge, pela primeira vex, @ problema do conceito e da questio da hermeadutica, em Pri ‘drich Schleiermacher. Elo tomou 0 termo da linguagem tecnol- fice, mas o problema biblcoshermendutico da corela compreen- io e interprctagio da Sagrada Eseritora é posto por ele no ho- izoote mals amplo de uma interpretaglo histérica ¢ Werirla — fqve se dick mals tarde ser das ciéacias do espirito — que ele ‘Procura esclarecer losficamente. 15s0 sobretudo em suas prele ‘goes sobre Hormentutia," mas o probloma hermentatico esti Provente em todas as suas outras obras. A hermendutien & para Scheleiermacher “arte da compreensio” ou, mais exatamente, TS scHLEMENNAACHER, Hemenautt, Obs 1. Mts do Prbloma 19 uma aite que, como tal, no visa o saber térico, mas sim o uso pita, sto é a priis ou a téeniea da boa interpretagio do un texto falado ow esevto, Tralee al da “compreensio", quo se tr- row desde entio o coneito histo © a finlidade fundamental de toda a questio hermenéutcs,** Schleiermacher quer comproender ‘cada pensamento ou expressio a parti do conjunto de wm “con: texto Vit", do qual provém, Ai faz distingSo entre « compreensio “ivinatiia’, 6, possivel plenamente entre espritos aparentades significando uma adiviahagio espontines, orunda de uma ext- pata viva, de uma vivénela naquele que se quer compreender, ¢ 4 compreensio “comparativa’, que se apéia em uma mltipcidade de conhecimenton objetvos, gramaticals © hictrios, deduzindo o tentido a partir da comparagio ou do cantesto dos’ enunciadoe. Enquanto ‘a compreensio divnat6ia signifies uma adivishacdo Imediatn ou apreensio Imediata do sentido, a compreensio com. perativa consste numa elaboragio da compreensio por meio de Imilkplos dados particulares. Que os doit métodos precisem atuar fem conjunte, mostase jé por uma expéeic de cfrculo hermenéu- tio, no qual © momento divinatvio siguiica a projegso espontinea dle uma precompreonsio, gragas A qual se gula a elaborapdo com ‘parative, Realmente, ambos or momentos formam de tal modo una lnidade que Schleiermacher pode definir a hermendutca como 2 “econtrugio histriea c divintérin, objtiva c subjetiva, de tum dado dscurso™ Ao mesmo tempo, Schleiermacher acentua que para tanto é necestirlo um “aprofundar-so” no autor, uma “vivén- ‘Ga em su situagio ¢ fatengio, em seu mundo de idéias © repre- sentagbes. Kise penssmento foi desde eatio multas vezes repetido, ‘mas sia validade fo} recentemente posta em dvida, ou pelo menos relativizada por Gadamer. 2. © problema da compreensto pie-se com nova forga, a5- sim que a reflexio se aplica & partcularidade e aos métodos essen clalmento préprios das cldncias histércas, distinguindo-se expres- Samente das cléncias natuais. & o que se dea, depois do trabalho * prelminar de Ranke, principslmente pelo Grundrise der Hisvorik (1868), de K. J. Dreysen, 0 qual caracteiza a difeenga entre 05 BEEK 0. APL, “Dus Veen” ene Pblapeschice i Bo ego eo ce fe Beeleh, Pafo, lS Obes 9, yp, 90 35: Obras Wr 20 Quuter Fundamentas de Hermondutes rmétodos das eiclas natura © os histéricos pelos dois conceitos: “eslarecimento” “cowpreensio™. Esclarecer'sigaiica a redugio ‘causal de cada fendmeno a lois gorais e necessrias; comprernder, pelo conticio, corrsponde a apresnder o individual em sua pe- ‘iliaridade e em sua sigifeagio. Também aqui emerge de novo ‘9 idéia que & de importineia fundamental para toda comproensio ‘¢ que perdura na. problemética da hermendatica atual: “One Aividuo se compreende pelo todo, e o todo pelo individ". Isto jf mostra uma estutura essencialmento czcalar da compreensio, ‘Withelm Dithey retoma o problema oo leva adiante com relagio ao conjuto de problemdtica das ldncias do espirit, prin- ciptimente na Elletung in die Geisteswissenschaften (1853) 27 ¢ tals tardo na Auftwo der geschichtichen Welt (1910). Dilthey ‘apéla-se expressamente om Schleiermacher; & dele a biografia de Schleiermacher, até hoje no ullrapassada” o na qual estuda Ton- ‘Bamente a hormendutica no pensamento desse autor. Dithey foi © primeiro x formula a dualidade de “cifacls da natureza © ‘iéncias do esprit, que se ditinguem por wm rétodo analiion ‘eiclarccedor ¢ tum procedimento do compreensio deserve, “Es: ‘larecemos por meio de procestoeintelectuis, mas compreende- mos pela cooperacio de todas as forgas sentimental na apreensio, pelo mergulhar das forgas sentimentate no objeto. ® Como funda. ‘eato da compreensio das cléncias do espeto, Dithey estabelece ‘uma “psicologla compreensiva, que se opSe explictamente & psi cologia das citncias natumis,casualmente esclarecedora. “A nata- tern, née a esclaeoemos, mas & vida da alma, née a compreende- ‘mos’! Exigeso, entrotanto, para isso, que o individual sja, apreendido no conjusto do todo, compreendido por Dilthey como tunidade da vids, donde brota cada tuma das manifestages vias. "Na compreensio, partimos da conexio do todo, que nos & dado vivo, pare, por meio dele, tomar apreensvel para nés 0 indivi- ual"? Enquanto essa posigio repereutia amplamente no do- Tr E DROYSEN, Gand der Muto, Lapis, 190. 9 BW, DILIILEY. Commas Schon T® tale Lipper, 198. 2B. Op te vat, Tait, th. ‘BW. Biktiey. ion Sehtemechn, Bein, 1986 Sn W. DILTHEY, Eneune indo eS SL. W. DILTHEY, Ideen uber ene buschrelbende und creras Pyholgte, Bete, 1854. pM SE Tae typ 8 iévia do Plone 21 Iminio da psicologia, 0 prépeo Dilthey — sob a impressio da ert tiea do psicologizmo feta por Rickert © Hussel ~ abandoncu de- ‘pols a fundamentagio psicoligion das ciéacis do espiito: sua feoria da comprensdo passe a ter uma orientagio objetiva, A com preensio refetese a formas objeivas histrleas, cujas estruturas legalldades devem ser aprendidas. Sio “objetivagtes da vidi", ‘que elo desigua tambéen, com a expressto do Hegel, como “es. isto objetivo"."" Essay objetivagies da vida slo o objeto das ncias do esptito: tratase de compreendé-as, Na medida, po- im, em que brotam da vida e abjetivam o evento vital, a “vivencia” ‘onstitai © acess A compreensio, Na vivéncia se abre a unidado dda vida, pola qual se bi de compreender cada uma das manifesta: |g6er vitals. Logo, a compreeusdo se funda na vivdndla: “A com- io pressupte uma vivenca”, Fol justamente a ess concoppopsioligia, com a qual Dilthey ficou ainda por demaie etretamente pres, que se opbs decidids- mente Heinrich Rickert, ahidindo 4 compreensia de. conteklos Ideas de sentido © de valor, a qual, a bem dizer, nada tem a ver ‘com uma vivdacia no setido de “eoovivdncia empitis", mas & de ‘rdom essencialmento divers, Rickert rejeta também denomi: ago “cidaclas do exprto” « fala, em oporgso & cidncia nat do histéria © culturas histrics. > Por conteguinte, fk enti toma problemdticn 0 caneeito de “citaclas do spirit. Rickert caracteriza os tipos de edacla pelo fato de ser a natueza explicada por lis, ao passo que a histéria ¢ at culturas hitricas 580 com- Dreendldas por seu valores. ‘Nilo 6 nossa intengio acompanbar aqui mais detidamente 0 con- cxto de compreensio como fot empregido por Droysen, Dilthey, Ticket ontros, © como isso repereite na discursio poterior, tanto psicoldgica como da teoria da cllneia. Em todo caso, eu pre ister aqui a verdado do que a “compreensio” se apse a "e. larecimonto", caracterizando a diferenge do conhecimento hist fico owt de ifnela do espirto em relagio aoe métados de cifnclas - rafurais,e,além, disso, a verdado de que a compreensio de um 33. W, DILTHEY, “Der Aufban der geahiclichen Welt fn den Gest. Ye Cont te pe be, yp SE ACRICMENT, Die Gro der netureinenchafichen Beef sung, Frens t Brelen, 1505; IDEM Kalamesochat and Nata shat Petar Brea 22 Qutiey Pundemintals de Hermentutie ‘conteido individual aparceo condicionada por uma totlidade si ‘multaneamento apreendida ou pressuposta, o que mais tarde — sobretudo desde Hussel ¢ Heldegger — se exprime pelo conelto “horizonte". Ao mesmo tempo, vés0 aqui claramente 0 fundo epis temolégio-filostion que vai influie na problemitica bibliceteold- fica, Enquanto 0 "métoda bistérico-riteo’, no sentido do sbeulo XIX, se encontra, 6 verdade, no dmbito da ‘pesquisa histéric, mas ‘sob'a imagem ideal do “esclarecimento” das ciéncias naturals, 0 movimento bibleohermentutico quer, alm disso, fazer valet a ‘exigincia da “compreensio", que se mostrou como 0 método essen- ‘iameate préprio das cidnlas histérieas © do. exprito, «com ‘maior rexio #0 requer na interpretagao da Eseitars 3. Um paso adi, inporanta em resto 20 problena hereto pas prepreg or Dithey a tac em pate pls Keemmclg de Tat, ents malo imam prstindancae opera, dng Matin Hedge cm Ser ¢ Tempo (IIE), and fr reat a “compre” eristnca 2 ‘eral, trudowe eno “essa tt & Sn ements ‘Senin do tod cont ctl J era mato, No ‘Sets mais pen de comps (login do exo Namen (do tay massager vn Nao 6 Umble quatio de cooper Say prin das Sas do epi de fora ean de ‘Satta tec, tas ets Go uma compen gil que ‘Sten uaidade expla” sompremda~ coe nor ‘pos do concent do vhs Glace 6d como po yo ter de eich, oo moda em qo etc ( eal) EXparcnda com 2 comprento do ser. Guano Heilegg unde Pala suet do “oto do se, empeeene sls existen atelectasis buoane «qual quer deco ‘Spo feneslogcients cet Sig x cereals lls funda ec, vbr go com tan “her ‘nbies dein ov mje dou into compres frz do quedo mea 6 de soo 4 compete sn.” He td o pepo Midge gue» tle “erate? smog A MEIDECOUR, nwa Zt, a, 20 108s Te ‘ke 2 zmpeenio™ apelin $3, “Dat Das Vee’ Aor pp EU e Fe Veseben wad ong pp MS dia 2 trl ep Mutide do Probina 2 = Tho toroou familie pelo estudo da Teolgia, surgindoshe devde ai o problema da relagéo entre a palavra da Sagrada Eseritura © (© pensamento teoldgicoerpeculativ, ©, de envolta com ist0, 8 questo da relagho entre a linguagem eo ser. "Sem essa proce- éncia teolégea, nunea eu teria ehegado ao camino do pensa- mento, A procedéncia (Herkunjt), porém, flea sendo sempre por ve (Zukunft)”™%. Aerescenta que’ encontra mais tarde a. polars “hermenéutica” em Dilthey, que conhecia o conceito pela mesma forte, a saber, a Teologa,sobretudo através de Schleiermacher, Mas Heidegger emprega o temo nam sentide mals amplo e mais ore ‘gina, “na amplitude que provém da esstnela primitive". A her ‘medutica uo Ser ¢ Tempo nio quer daer a arte da inerpretagio, tem a préprla interpretagho, mas antes a tenativa de determinat 4 esséncia da interpretagdo antes de tudo pela hermenéutien como tal, isto 6, pela esténcia hermendutica da existénci, a qual, ‘compreendendo-se origialmente, interpreta a si mesma no mun. lo ¢ na histiria. Hermendutcn torns-so assim interpretagio da primitive compreensto do homem em si e do ser Em sua andlise da compreensio, Heidegger fala do “cireulo hhermendutico",” que, quanto a realidade, jé era conhecido por Schleiermacher, Droysen © Dilthey, mas #5 por Heidegger fo ex ‘presiamente formulado, entrando devde entio em toda dscussio {a atualidade sobre o problema hermentutico, Toda presenta wma “estrtura circular, visto que x dentro de wma totaidade jf dada de sentido uma “coisa” se manifesta como uma “clea, © uma vex que toda interpetagio — como elaboragio da compreensio — se move no campo da compreensio préva, prer supondoa portanto como condigtes de sus possibldade. “Toda fnterpretaglo, para produzicompreensio, deve jé ter compreend- do o que se Vai interpreta”. Dal resulta a0 mesmo tempo @ ‘eseencial“estrutura de horizonte” da compreensio e interpretagso. ‘A exstincia como “ser no mundo" projta o “mundo” qual ho- rizonte de sua autocompreensso. Toda compreensio do wna cost, ‘do um acontecimento ot de um estado de cosas em sew “sentido” fexige como condigfo de sua possibilidade o todo de um contexto Ae sentido — de uma totalidade de conexses, como diz 0 f6ofo — Tensegs se Sprache, 24 ed, Phllingen, p96 Ope oe 46, Soe tad Za pp. 150.5 B1 Op itn. 38. 24 Quente Fundomentas de Hermentes do mando satplanjado o pecomprendi. No Heidegger do prinoo pods em Ser Tempo eta os eos sgl {eso mundo & ctendido como projet do mundo do sera que tetera ea “poser secs sus pods do scr coo tale de sti da rdpria atorealiago ©, portant, ome Novzonte da prea ualocomprensio, Mais ta Heidegger com preeodoo indo mas expresianets put Jost, quo 2 ma Seta a0 snsg tengo so ola striae, O mundo so torn asin “der do sera qual lomem so detach pt don edo stad” O.munda, por commute, ence ton fandunento no sr, como hana ba compres, 2s ah Tid onal bitriamest. Nav dimas aan, to oruonte ico do compres srk tne exptamesto fandado a li foagem, por qos Ton comproento m comma ma Ingagem © la te cont ¢ orton sco da compres oa lnguagem quo o sr cheg fa © que a compecsto orga Jo sats ep histories. Porto, Fleder ds os tempos lo fala mas de bermenttcn, mal vo refering tab 1 tape «ic Seu ptinmento se concen, ates, 0 sc tecneato da Inguigen,o gal proraeclareet «part Sos 2 fuamente por sue motivo Goe © penseto a Heldagyt so tamu do novo bermentutlaeste nporants, Fado de mado deci naproblendtis.hermendton dope tite, meno a0 dominio teal. ot mérto do Hane Coorg Cadamer baver rio ati sicagtes do Schleernacer,Ditey « Heldgge, tendo cabo. ‘oro numa tera Maen da compromsa Tanbln eevala 1 ala n0 “cal herent no sti de Heeger, e ie tro sigulindo posto do “peconsta™ Ene to sags 3m seta pojratvo «parte do Tami, com tentative do Clthre un soci sm presporan, ou mj, som prenete Gadamereforgnuse por relat pala, gue aio sign outa clea tela una “pecomprecnta” Nitrcanente tans ta anda eticameste refi, 4. ual, ndepenentmeste du medida ‘em que tenga pleno sentido de eas permite Ghia de pd Si md Zot, wtp. 08. 43, Platons Lalre con der Wahrheit mit einem Brif tiber den Hema. ent Rica em Unerees ai Sprache, so : ESR Wie a aN Gatling ar rh uch Hers Tugan el oi Hina do Prolona 25, ‘um primeiro acesso da compreensio; preparand uma compreensio| ‘nuit ampla e mais profunda, pelo que seré presuposta por esta (O tor procura solicionar o problema que decorre da diferenga de modos de encarar era cada uma das precompreenstes, 0 que & ‘ondicionado pelo horizonte,historicamento determinado, da com- preonsio, admtindo um encontro e uma fusto dos horlzoates. Nio Se tata, pols, tanto, como se exgia quase sempre desde Scheierma- cher, do "se coloety” uma pessoa no ponto de vista de outra (do fsutor de wma obra do pasado, por eremplo) para se poder com: ppreendé-o corretamente, mas antes, “nés" 6 que devemos e que remos entendé-o, a saber, de nosso ponto de vista histérco, Mas ‘podemos alargar, mediante a compreeasio de outze, noso préprio Horizonte limitado, realizando-se eatio uma fusio dos horizons. Isto, pordm, 6 condicionado em sua posubiidade pela prpria bie téri. A conerio “histricamento casa” proporciona a posalidade Ga exmpreenso, eoqunto pare pronncada no pasado se Se expbe na historia, ¢ assim penetra em nosso prdprio © Saretrzno borate de comprecnsto Junto a Gadsmer temot — igualmente representativo para a Drermendatica flosética da stuslidade — Emilio Bett, exjt obra volumota detenvolve uma “teorla geral da Interpretagio" © Betti procede da hermendatica da histria do dito, mat estendese a todo problema metodoldgico das eiacias do espirito © remonts a seus pressupostos Floslicos, Nisso permancoe estencialmente Ii ado % tradigéo hermentutica do Schleiermacher até Dilthey, 20 paso que Gadamer se prende muito mais deididamente & fen rmenologia, acetando sobretodo os prinlpios Heldeggeranos, con- tinuando-os tormando-s fecundos para © problema da compreen- so hisses, Desde ponto de vista, ajusta contas, de um modo bem ceitco, com a antiga doutrina da compreensio, que vai do roman- tismo até_o histovicismo: sentido em que Cadamer eprofunda © leva mais lenge quo Betti a posgio flostica do problema. De on- tuo lado, eontudo, Gadamer permanese numa hermenéatica sim- plesmente fenomenoligiea, que procura epontar o que na com Dreenslo Nistéria “acontece realmente’, sem elaborar uma herme- ‘ution que desse repzase indcagtes sobre © que “deve acoatocor™ ta dnterpretagio, A douteina do iaterpretagio de Bet, pelo con- B, 7, BEM, Tria en da npc Ml 188, ‘Alon da. lan deo Soy ef 0 to meoer Dio Heimene at Agence Meade der Coders, Tabagen, 102. 28 Quetieg Pundammtals de Hermendtice trdvio, & inteiramente normativa, isto 6 uma teoria metodoligica aque se estende a todos os dominios da compreensio das “elénias 4b espinto”, ou sea, da hermenéutica histrica, folégia, jor ic, toligia, ete. «, portant, como metodologia partcularizada, tobrepuja largamente 0 escarccimento flsificn das bases, feito por Gadamer, <7 Importando-nos agul prinipalmente as questbes 4a basofiloséfica da hermentutis, a posigio de Gadamer & mais Iimportante para més, ‘Como toda compreensio se consuma na lnguagem, como 0 horizonte da compresnsio se expie mela e como 0 acontecimento “istoricamente causal, indleado por Gedamer, 6 um acontecimento dda Kingvagem, apresentase — ao lado de todos os problemas ob fetivos que nos siojuntamente propostos com Vistas & questio her- ‘menduticn ~ antes de todo o problema da linguagem, que nesse ‘conteato adgueo wna importincia_primacial b) © problema da linguagem ‘Umma fiosotia da linguagem, desligads, de wm lado, da Wien & da gramitica, ¢, do outro lado, da lingtistica, procurando com. preender 0 acontevimento da linguagem em sua unidade e orig talidade, comeca propritmente com Hamann e Herder, ¢ amadi- zece com Wifieln von Humboldt. Provém, portanto, do mesmo Ambito expritual do que brotou a questio hermenéutica de Sch- Teiermachor, © impregnado da flosofia de Kant © do ideatismo es- poculative, mas ao mesmo tempo da cosmovisio viva © onginica fo romans. 1, Este inicio da filosofia da linguagem significa algo de novo em rlagio a todas as rflexse (que houve desde antigamente sob ‘xpgio mitiea e migiea da Knguagem, para a qual 2 palavia e a ‘coisa formavam tama vnidade, dando portanto 0 saber do. nome poder sobre a propria cosa, fazse jé na Grécia primitva a distn- Fi. Sa « dina «ce rps entre Cada © Bet f, CADA- MER ope bp A > a Unguagen em eral, sored K. 0. ow dor Spach ta der “ht anions von Dane Troblon dev Somcke (8. Costes. Aenis, do Fbefe) Helene! 1986'S [ANOSKA” Die rachshon Grndlagen der Pirie, Cat 1008 Wisi do Potina 27 so ero gs «eos, om tenet © pale, reaidde {coun Ingltn, Ein Horde, cotreant, evn dealiade 4 mantida name nidade do tno, eoquant © ys ainda nie ‘efi moma “Gesignsio™porteror« eteror Go eb, mes en tendown eyo como aqullo que orgariamente dervenda 0 sr 0 sent ® Desde o Cro de Figo sobretedo nen estos ligcor de Arttlo,tomowse.predoninante 2 compo da lnguagem como snes sistema coovencinal de snals para de Sigur tetas 6 peosndon vido compress sce dae A’palararelerose 40 conc, ¢ «linguagem a esstaca dhs coat Quam mais Pocus ating plo pantamente ae stola stern ¢ intel, miss deve etender'e peda ln fuagem cima perenne este mado page © tans © peasaeo pro (was do og lenge o predomi whe © Yoox da inguagem (eve). Essa conceprio da lingagem, na qosl aparece em prineto iano 2 fngéo designadora ds abet mas nto se diva mas 2 told ‘viva do acontcinat’ ingle em sa. prinira fuogio risdora sevlora do sea, enetn na tatiana avo toda loti oental. Ha fie valendo pura fsolin Sita da ngugen, do memo modo gue pares citistin medieval, tanto para'o talimo como para o aon. mn Alnpta dor waivers, ou até para Caherme de Ocha, cabana cite rte,» prtir doo coer da Hngungem « sacepie realtn de Plato. A viio da lngaagem como’ porn devigasto Do sed ripeada nom pelo rainaio, com Sat model in fvisico do tom “mathess over” (matenaten uiveral) em Descartes Leni, nem pela etn lng do erp em odie @ Boreley. ‘Alf Gis,» moderna tor, lngiticn os Saais swe A imdangn do pensnento do er para csc, ecm fonms, pelere como shal rubies pom erect “@. CEH. BOEDER, Gnnd end Gogmuor der frbrechichen Pi Loup Dea Hang, 18, nant po. TS nhs J LOHMANN, “Zar Bogegming von pechichen und fheeiaichen Logan” Lace IV take By 2084 ‘0. G. 0, APEL, "Der pubsphinhe Wobibluibowrif eer ahlch inter Spc (7 Sprache. Schaonl sor Wer (Hlazenpe 4 Wanpeter!, Disnide, 18bb,"W. WIELAND, Die avuticke Pag, ogee, in. 28 Quen Pundanmtats de Hermendce 2. Uma concepséo orginica ¢ originalmento total da lingua ‘gem surge apenas uo séeulo XVIE e camogo do séeulo XIX, pro- ‘parsda de certo modo por Glambattsta Vieo (11764, mas desen- ‘olvida sobretudo por Johann Georg Hamann (+ 1788), Johann Gottcied Herder (¥ 1808) e Wilhelm von Humboldt (1885). ara Hamann, enja concopeio da linguagem apéia-o na doutina ‘erists do Loges,juntando-s a um sentido recém-desperto dais térla,Unguagem aio & outa colsa senio razio © nio wma deno- rminagio posterior de alguma cols jé pensada ou conhecida, pelo contrrio, a linguagem & " mie da razio e da revelagio, eu alfa f émegn” “razao & linguagem, Rayos”. Na linguagem veliza-se 1 pereepsio ¢ compreensio primitivas; ela 6 o instrumento ¢ ao mesmo tempo o eritéio da razio ... Nela reside a rardo pura e onluntamente sua ertlea"#. J& nessas palavras se premoncia a ‘tea a Kant, que toraa mais explcta na Metacrtin & Critica da FRacio Pura, de Herder , com a objogio de que 0 retrocess tans cendental de Kant até as condigbes peévias da possibilidade de conhocimento objetivo alo chegow até a lnguagem, no mostrou ‘© acontacimento,Lngustico como condigéo de eonbecimento de ‘objeto, nem exclareoew a origem ¢ a essincia da linguagem, En- ‘quanto até enfio se tisha quase sempre colocada a linguagem na fordem técnica apenas, como expressto © enunclado do cooked! mento, Herder funda & linguagem no sentiment, na vivéncia fme- lata que exia uma expresso. Entytanto, assim se tem somento © conteide, endo 2 forma, que & obra da refleo, da eonciénes, mas de tal modo que ambos os elementos se compenetram igual. rente na origem e fazem brotar a linguagem. Da maneira mais clara se v8, porém, uma nova concepeto a linguagem em Wilhelm con Humboldt, que lta antes de tudo ‘por uma compreensio da wnidede viva da linguagem , Para ele, TL, Fsbo CASSIRER, Phdoophis der ymbolichon Foren, 14 pats ie Sprache, Baia 1085 pp. B00 can i Hat Jc Paco at ob. por dene, 2, 1885 (Caster 83) 5, Be Hains «nt, Sen (Rh, pp 81 = (Can De Haman » Scie, Scien (Rath), VIE, p28 (Caner 68). Ne See ENDER, Venn we fab, Vert sd Spt eaDeR, Eta, Venn sd Spt, oie ii er Rk es ren Vern AFR DE ee Phophcle Schon eigen Hee tere 1980, GEE. CARER op ot, rm O08 Musi do Problone 29 tes de ue uid, or pono wept «bj fos deft eada um fla ing as 20 tes tempo {isda or ela nana cmanidade ngusicac, dss forma, to “epito objetivo” de una configure hints © culture da Trmasidade A linguogem sn dis, = unidade om opoiglo {esto objeto, medida em que nib estamos date de uma Sjeidado montente« dade ~ ars hoje ented po- Sthamente —mas sna lageagen Gscobrinos © mundo eae iow acu ssid, vito que as lings no sho Proptameate mes dr aprcotar a vedade cones ns ants istruents part scare sn doce Aan € inane fungem ques ofeece a talidade de wna comaviso € sent Fise toulldade fr enucda vetninete gue conte «eb {eidude Els tambo por que a linguoge deve ser cosiderada ¢ ‘rena em sa fods A absteaga ase de alas e vegas, foltay, como so far na diego ciety, mune esac fone talidede, Quando Tienbott afna entnde. a Ungagen ios dea fret an nen tempo oulapas. Kant vra om odo o concent ua “ste do mniipo’’ moltiplicade do contesdo da into stsivel ‘evuda' unidade por ast eapontnen do sje © pnseda como fun A sintse guiada'¢ porsbltads por prinelpos eprrisas Us untdhde o contr putoe de entender, sargidos da wai- ido transcendental dopo “ow pots So, prem, em Kast 0 erect se cer camo Wat doi 0 Sxprinindose portant lngistieaments ma props, Hom ‘rnc um evento ligt, so gol metering formal 5s junta tng sigienora de eontedo dem coco feed om que ee pensnesto, tansporto par determina categoria Se potent, ow cy aso em determinado contest ling {lar refi ao todd lingoagem © por lesa compen. ‘Tanta equ enconramor do nov, as agora com flag #0 eontecmesto lnglstion © problema da compres do pate {ur no to do tm context de setdo designe, heme Stkamento inportnt, Tambln aguh matin e forma, recep {tine eespntaneidade ~ como ates a opsgdes de indivi oye, deja” © bjtv” ~ nko sho Fragmentor slo, Sica scone Set” (80): Oban 1 si (Caster 10) 1 ote 90 Quates Fandamntis de Hermendtce do que se compuseste o procesio da linguagem, mas momentos necessariamente.conexos desso mesmo proceso gendtic, sb se- parlveis em nossa anise”, Essa nova concepgio da linguagem, tanto original como to- talizante, que aparece em Hamann, Herder e Humbold, mal teve ‘em seu tempo reconbecido seu signiicedo Hloséfico: nfo se impos totalmente, Jé muitas vezes so aludiu a0 que hi de trigico em ‘que, de wn lado, a grande flosofia da época, o idealismo trans. cendental, que vat de Kant a Hegel, nfo tenha captado ess ind: ceagées, fazendo da Lnguagem um problema explicto e no. de- seavolvendo uma flosfia de linguagem™, ao passo que, do outro, Jado, o novo impulso a uma compreensto mais profunda da lingua em, por mais legitimo e justificedo que seja no fundo, alo teaha nem de longe aleangado 0 nivel filosifico do idealism expecula- tivo, nfo passando de proposiges iniciais de um desenvolvimento sistemético, e, por iso, nio chegando se impor. A flosofia da Ainguagem ficou & margem do pensamento filosiic, 8.” Por intermédio da hermentutien de Scbleiermacher & que se tem pela primeira vez em Dilthey uma concopgio teanscen- dental ~ hermenéutica da linguagem, visando a “compreensio” — reduzida, em todo caso, 20 dmbito das cifcias do esplrito — pelo todo de ‘um acontecimento histirico e lingstice, moatrando con. seqientemento a este como condigio da possbilidade da com= preensio histérica. Iso penetra, como jd se indico, no pensament Ae Heidegger, o qual retoma e leva adiante o problems, enquanto, ji n0 Ser-e Tempo fundamenta @ linguagem na compreeasto exit fencial-ontoligica ¢ histérico-hermenuten da exsténcla. A lingua em pertence a constituigio existencial do ter-at (Dasein) como fcompreensivo “Serno-munds”. Se, porém, o Heidegger posterior © ccupa sempre mais intensamente oom” a linguagem, sobre: tudo na obre Unterwege sur Sprache (1950), sue al, de corto ‘modo, um aprofundamento e, conjantaments um etritamento de sua concepsio da linguagem. Aprofundamento enquanto,procura BEE cassie, Sb aa ram adil dyer om Hoel J, DERBO- LAV, "Hegel und die Sprache Ein Brag mt Sloremoneng ter Seach Phibiphis mShtemlenen der dovithen Lesions Sock, Selle bi Wal. (Hommage, 2 L- Wasgaber) Disrgt 1996 pp.'6h 88M TAUENER, “Die Sache Is dor, Heels Sched Dain Nf, To Be Tf. SIMON, Dao Poon de Spc bot Hegel, St ita do Poblna ah entender a inguagom pelo se, ito 6, quer comprendé la, subtain- o-a 20 dominio da subjetvidade, a partir do acoatecmento his térlco do ser que se manifesta e te ocala, © que nos fala-na lin- guagem — 4 “voz do ser”, Assim, poe-se-nor dante dor olhor © sspecto do fendmeno lingitcn segundo o qual a linguagem nos 6 dada com uma certa aitonomia © legalidade prépria, dotada em suas mudengashistércas de ourta vida prépria, da qual 0 indviduo, 4que onve e fala a linguagem, partiipa a seu modo. A linguagem fem si mesma, portato, signifiea certo destino que nos & histor. amente inposto, ao indicar-ncs um determinado espago de auto: compreensio hisérca. Se isto, porém, deve ser compreendido a parti do ser © mais ainde na exelusvidade do. puro pensamento do ser, como & 0 caso do Heidegger posterior, acontece que ~ absraindo-se de muito falatério mito sobre o ser, a lnguagem passa a ser tomada como “linguagem do ser", que tava um “mo- élogo” consigo mesmo e cuje vor devemos ouvir ¢ Tevar em consideragSo, para corresponder a ela, Com isse,entretant, etel- tase a concepcio da linguagem, enquante, isolando-se assim miticamente se hipostasindo a Hnguagem, bscurece se de. novo sua essnein propria. Tso é uma indicagio de que a flosoia da linguagern few sempre sendo uma questio que se apresenta por tris do problema hhermengutica. A parti dos principios que refultam da histiria do problema, » questio significa compreender a linguagem como wn acontzcimento vivo e origiariamente tnico, no qual o mundo se bre para nés, bem como se constitul a eonereta plenitude & to- talidade de um horizonte de nossa autocompreensio e compreenso 0 mundo, 4. Se a histéria do problema prope como tarefa tal concep lo da linguagem, é admirivel que de vm lado totalmente diverso a pattir do temas de todo diferentes se chegue 4 mesina diregio, 1 saber, no dominio da “osofa analitea”, Tambémn nela sempre mais 56 coloea © problema (diriamos: henmenéutico) da compre- BI HEIDEOCER, umes ay Sch, 2 Mlle, 160 2a nee en an ea agen dee agin” iE lange a ek fr SMELL pees de omc 1G, agp ane 6. APEC De Eng ‘clon Foul iad dar Pen” dar” Cascri bch let 22 Quetiey Fundamentals de Hermentatcs ‘ensio do indivdvo no todo, Enquanto F. H. Bradley (t 1924), [patindo de Hegel, «6 via sentido no individuo dentro da estrutura fe zelagdes do todo, seus disipules G. E. Moore principalmente B. Roswell rejitam deciddamente que a essdncia das coisas de- penda de relapses com outras coisas: todas as relagdos sio apenas Extrires, Refoma-se dessa forma a teora atomista dos siaals, nso 6 8 do emplrsmo inglés, mas também a do racionalism, de modo {que frases clementarescorrespondem a simples conteidos ou reall ddader do experigncas, e estas eatfo So ligam umas com as outras ‘de mancira, poramente gic, Grasse & ligion matemitic, procuraso ating @ meta de uma linguagem cientfea ideal, Esse foi o des do empirismo ligico do Cielo do Viena (M. Sehlick, R. Carnap, ete), iaflueniado pelo jovem Wittgenstein. A determinacio do sentido de propos (es sinter serk ent flta primordialmente pelo eritsio da Yerifiesbiidade: 0 sentido de una proposigio seri determinado ppelo modo de sua verifcagio, quo decorrerd. da experincia. Pos teriores combinagbes de proposgGes com sentido 6 serio posivels [por relagGer Tigins, dar quais nio resultark neahuma ampliagio fo sentido. Por iso, fats como as da metafsice, nfo sio falss, ‘mas sem sentido, simples “poesia de conceitos”®, 0 desenvolvimento posterior, contudo, demoastrou os limites «6, consoguintemente, a insustotabilidade de wma ilimitada aceita- ‘io, tanto do enti da verifieabilidade como de wa linguagern Ciontifica tmiversal, Enquanto a discussto so estendia primeia- mente & maneira do fundamento de verfieagio (constaagio ou DproporigGes protncolares), modificow-se a exigéncla do verficab Iida, possando a ser uma exigincia de fasifcabildade, ¢ 0 pré- plo exitéio nlo fol mais concebido como eritrio para qualquer ‘propos sintéica signiiativa, mas antes como citrio para Separagio entze proposigdes com seatido empirico e outras pro- ‘posgfes. A tentativa de prestar contas sobre a estrutura Logica © sentido dor enunciados da cléacia natural tomou claro o elemento Tesi titans SUE, “Meni and athe soph Rei, * Senate af rie Ft Wn Sans” AJ. AYER, ‘The’ Rent to Phosbhy, Landon, Der gic Maton der Wek Taetmelitee dor Paes, Haat 6“ di’ MT. CHARLESWORTH, Pimphy and Lie ‘tn Pb 001! XS TOPPER Lop der Force 3 oy Te Mie do Probie 88 tesco contide nesses ensnciados, conduzindo finakmente & idéia de que mesmo simples enunciados de experiéacia sio condicio Inados por um elemento tefrieo no eliminével da linguagem de abservagdo®. Também se viu aio sb a relagio do sentido de ex ‘com a Iinguagem em que ocorrem, mas também a rel Vidade do varios sistemas lingustlos, aos quais encontrar expi- ‘cagio expresses que dela necestam. Fazeneso valer, assim, pontos do vist. pragmiticos para a ditingio do determiaadas linguas. ‘Tudo iso morta que or enunciadoe lingusticos de realidades em. prices sempre se encontrim j& n0 campo mais amplo do acon- fecimento. Hagustico total, no\ qual o sentido orginariamente 20 abre ¢ se compreends. Essa problemdtca levou a uma mudanga da concepsio da linguagem, em que se preisou de novo remon.ar da lingua artificial do cada ciéncia A totalidade viva da linguagem natura. 15, Caracterstion dessa mudanga foi Ludwig Wittgenstein (4 1951), que desde 0 comego inspiron decisivameate todo 0 mo- Vimeato da “Wlosofia avait”, sem propriamente se considersr pertencente «ela. Seu Tractats logico-philosophicus (1921) 4 de- fende, do modo mais extremo, uma teria atomistic dos siais, seg «ul «Inguagen int forma ge das eas fs fk aqul vamos encontrar em germe uma concepyio mais aampla da linguagem, que sork expressamente descavolvida nas Logischen Untersuchungen (Inoestigogdee Légicas, obra péstuma, aparceida em 1958) %, © que afirma ser isuficiente a fungio da “esignagio", porque as palavras nao designim em primero Iigae “Algo teévio'e univocamente, para nto ser usadas nessa seepsio, mas, a0 contro, sdo primeto empregadas na vida cotidiana, cons- titwindo esse emprogo sun sigaificagio. Do uso lngtisteo primério, ‘com a multplicidade de seus “pgor de inguagem", deriva todo uso Seoundirio, como o jogo eietifico de linguagem da subordinacto tnfvoea do sinal e desiguado, e com iso também toda construsio dle wma Tinguagem cleats arti Foi antes do tudo a formid4vel ifluéncia do Witgensteln, pacipalmente no ambito idiomdtico iglés, © a ampla diseussio Gi__Ch P, FEYERABEND, "Doe Problem der Exitear Quechee Entttca Prt dor Wasenchaednone, Wa ID8 pp. S87 1 L. WITTCENSTEIN, Shen, 1° vol, Fukfe, 196 pp. 118 1. Op. ety pp. EBS, tate Pandametals de Hemendca sobre a thima fase de Witgetel, que fo com que hoje, mesmo > teren da filolaanaliicn, apenas priest se mantenba Thule tows neoputivata (por cxemplo, a+ eR Camap © Raia). a oe a amps uma cor iat operate 4s lagen Segundo so, cmpetern Inguagers modes fang, tes rien, detennuado te npr ty se vr agi oy de i to somente a linguagen das ocas nati Sine villa pra 0 septic, tar nen ngage da rte “Mingulge da cs, ada relipto et que dove er aalnds Sn fara, perguntando-se em cada exo 0 setdo de 20 ‘lado, tas que 96 tem sew seta. © wun posbiade no {edo vivo mulipeide da ngage natu Pela amplagto do pobln Unghie, aul fsa an- Aiea aponinase tb ons spect no somente da fonomene Inga tine period de Hester om su poblenm do "mundo wh tar tom, aperr de profunda dfereoa do puto de fort sostonse do san herent exten, ax gual Urgger pra coneber ngage na tote do compre Gui Seruemunds", Nu reidade, aqul também se ttn de ompeenderoferdmeno lingistcnfadvdoal por sua fang 20 tc da via humans cone otro de splay, no ial sto do ual fad, hy pla ttlidae de tm “mands” to Ima como horzonte do compeensa,o qu, pom, jutament {e'tbre mo todo da Toguagest viva ©) 0 prolone da meduslo A signfcagto fundamental que o probs harmenttcn da atualade pow alo 16 cm rag X eomprensio tegen da Ectra oh comprenio geal propia dus acl hats deol, mast, len dso, prbleniten fondant 4 propa oa, toad pstnnnts cae quando 0 ro coraratecomprecder plo casero ito deta Hf contemporine Ent se mora como « esto fundamertal da flsts mae reste experiment afta smplao © npr Tr ta, in ee oes gf Mae ie eee ‘Logik der Gegonwort, Freiburg, 1968, Huta do Protons 95 fundamen, «cone sl, por una consists imanete, sui 0 al probleme, da erenduen. Desde 0 comgo da tla modems, cole 4 quetio do umm autofondamentagio tea e mctéica do. cabecinenty fein A questo det slo ecamente sour, dino ¢ pegressto do onhecimeso, fn sendo ‘0 prblaia bis desde Descartes até or dar stn’ Etta odo 0 quato A mana como 1 questo fol respond, mas também quanto 9 concep he costeno ‘om que Tt pos, mtame potunta ere, Sinda que hap neat ym ceenvliments foncentc da pro Bematicn bjeive 1. 0 primeiro problema, a saber, © grosoligleo, comiste em que cada um dos coateidos que nos sho imediatamente dadot apresente a verdade © a certeza do conhecimento, © conjunto ognitivo seré, por consegunte, favestigado, para se stber em qual de seus ‘contesdas reside’ conbecimento mais original ¢ Jmediato da verdade — em caso ideal: 0 que nfo se pode mais regar ou pir em divida, Essa pongto ¢ sbsolutamente funda: ‘mental tanto para o racionalismo como para 0 empirismo, Nessa forma, deriva do Descartes, 0 qual encontrava como pensamento primero, imediatamente verdadeiro,e seguro a autocerteza do "Ego cogitans". Dai inferia como citéio comum da verdade cetteza a “idéin clara ¢ distnta, sendo levado por esse crtéio 2 acetago das “idéiasinats”, quo se tornaram win patrimdnio de torio 0 racionalismo até a Wlsolia escolar de Christa Wolf ‘J aqui, entretanto, surge um problema fundamental, saber, faquilo que deve ser dado imediata e notoriamente © que deve, pot consoguints, eonstituir o solo incondicioalmente seguro da ‘onstrugio filoséfica do mundo cognitive, alo ¢ cle préprio dada ‘expressa 0 objetivamente, mas aparece ma. profundeza da. cons ‘edncia como Sua candigio, Iso vale jé do "Ego cogitont, que ‘nunca é dado imediatamente em si mesmo como “objeto”, mas somente 6 dado atematicamente na realizagdo do. coahecimento ‘objetivo, devendo, portanto, sor mostado primeira redutivamente. Iso vale, sobretado, das “idéias inatas", que no sio dadas ime- iatamente, mas postuladas especulativarnente A imediata pose Jada do ponto de partida nio pode minterse, mostrando-se, sate, ‘como mediate, a saber, obtida pela reflexao mediadora. 98 Quer Fundamentals de Hermendutee A eso problema parece escapar 0 emplimno, julgando en: contrar of conteidor mais imodiatos do conhecimento nos dados soasvels simples. Mas 0 problema volta por outo lado, & verdade que 0 ponto de partida passa a ser aqui imedistrmente um co- hecimento expressamente objetivo, Essa imediatez, contudo, mos: tuasse de novo medits, a saber, exgindo sujeio cognoscant (© problema ji so anuncia na dlerenga de Locke entre “sensago™ fo “refleo", onde aparece atividade propria do sujelto, Mais finds vé-se'o problema na dferenga entre qualidades sensoriais primirias © secundérias, ofde os contetidor seasivels tio imedita: mente dados apresentamse. como duvidoses, exgindo uma ias- ‘peso critica. O problema apresente-se mais radial em Berkely, [para quem os conteddos do percopgio sensivel se dissolvem em smoros oantesdos de consclénela do espirit, ou soja, tansforman- dose 0 empiriemo em idealismo subjetivo, Também em Hume so ‘verifica como 0 sensorialmente dado, se cousiderado em sua ime- iatez abstrate, perde todo o valor de sero todo nex0 com o zeal: o musdo do coshecimento desfz-se numa vaga plenitude do porcepyses sensivels, Taso evidencia que 0 “mundo” que expe- rimentamos © compresndemos no se delta construirgragas 2 sim- ples “imediatez” dos dador snsivels. Ao mesmo tempo mosta-se faquela prdpria imediatez como mediata por meio do avjito cog. poseente, a tal ponto que se transforma em simples fenémeno pera o sujeito, A pura e imediata objetividade do coohecimento 2 dilu quando se quer manta (© mesmo problema emerge de novo em toda forma de pen- samento empision on positivist A postulada imediater do dado poritiva nfo existe: ela & sempro mediata. Toda “constatagio” de ‘uma realidade em proposgies protocolares, todo enumeiado a ser verifieado ou declarado fako jf presrupSe sempre o sujeito cog: notcente, que dd ao enunciado, a partir do sou “mundo, um de- terminado sentido, 2. Daf provém o problema transcendental, que, desde Kant, ‘onsiste essencalmente n0 esforgo de recuperar @ mediagio. Sua tsncepgio bisiea & do que no hi manen tima pura imediatez do ‘conhetimento objetivo, mas de que este supée sempre o sujeito 0 conhecimento. Esse sujelto precisa apropriar-se do objeto por reallzaglo prdpria © por sua prépela agio, medindeo para se tomar ‘um objeto conhecido, ov, na famosa formula de Hegel, Mute do Probie $1 {faaendo com que 0 sujeito “aio tonha a mediagio fora de si, mas que elo mesmo a seja"©. Quer dizer que o sujeito, enquanto dé prior as condiges do conhecimento, deve seratingdo por uma rellewio tanscendental. S6 entio so podem pesqusar a possibl- dade, pecularidado ¢ limites do conheeimento, Sarge, contido, ‘ peigunta: como so ford isso, Da histéria do desenvolvimento do problema resulta como sesposta uma clara alterativa que, por jutro lado, significa: imediaten ou medio ‘A resposta de Kant & mediagio, Por um lado, 0 objeto sb & dado pela mediasio do sujeto, ou sa, pelas condigées apriristas do conhecimento. Por outro lado, também 0 sujeto nunca & dado lmediatamente em si mesmo: s6 pode ser aleangado a partic do objeto, por uma anilise transcendental ¢ redugio do ebjeo, no sendo nunca visto em si mesmo, mas sempre apenas em sia Fangio ormaliento condicionante ¢ determinante de cada objet, O objo- to, portant, $6 6 dado por “mediagio” do sueito, mas este, por sua vez, someato podo ser conhecido por “mediagio” do objeto. 0 objeto ¢ determiaado pelo sujelto; © sujet, porém, +6 pode ser determinado pelo objeto; ele mesmo. permanece ma obicur- dade. Com isso, porém, nfo se atinge inteiamente a mediagio do objeto, antes So di um evento de modiagio aéveo e clzcular, sem base firme © que, portant, faz do objeto um simples fendmeno, FFiohte rompe o circalo Fantiano gragae & tose contrria que firma a imediatez de uma inuigio intelectual do eu que se pe © s0 realiza a si mesmo, Desse ponto ¢ que dove ser possvel Aedugio diaética de todo o mundo tasto teéreo como prition ‘da experéncia, Schelling, sobrepujando Fite, eleva a intuigio intelectual a uma visio imediata do principio absolut, eterno © Infinito; logo, a uma espéci de visio mista, quo ele coleca como posto de pattida. dat que, de novo — © s6 entio justiioads- ‘mente — pode realzarse uma mediacio dedutiva a prior’ da rea- Tidade total, tanto subjetiva como objetva. Iso significa, & ver- ade, « ousada tentativa de uma mediagio absolute, ou se, uma smediagio acima da imediatez do principio absolut: mas, no s¢ pode dizer que ela foi bem sucedida, A solugio, como ji o mor TSE HEGEL, Phbnomenlogie der Gees, bret, I, ps 2. (5. GE pao que se segue: E, CORETH, “Ienttit und irc con WT CoagenSHabmer, Frag im Beep, 198K 98 Queer Fundam de Mermenda wou a penetrante exitca de Hegel, fica sendo duvidosa tanto a respeito. da imodiatez do ponto de partida, como quanto A me- iagio por dedugso apriosta. “Hlegel — tumbée “medlando” — supeime a oposiio entre a Imediagio em Kant © a imediater em Fichto ¢ Schelling gragas A “mediagio da imediatea". Por wm lado, rejeita a intulgio ime- dista do principio absolto, dsejando, antes, uma mediasio pela totalidade da expergncia. Por outro lado, & uma mediagso que ‘nfo paira em si mesma tem principio e sem fim, mas pressupoe fem cada um do seus passos uma imedister, retorando a ea, levando a simples imediatez do comego & imodinter média, mals cheia © mals rca, diferenciada e conceitada em seus moments. uma idéia fundamental de Hegel, expressa ji no comego de sua Légiea ¢ retomada mais tardo vias vezes, “que nfo hi nada, ‘0 cfu, na matureza, no espsito ou onde quer que sj, que nio contenba tanto a imediater como a mediagio, de modo que essis ‘duas determinagées se apresentam como inseparadas e insepard. eis, © aquela oposigio como uma nulidade” *#, Nio bi, portato, ‘munca e em lugar nenhum uma imediatez que jé nio encerre emt sia modiagio, e nio existe mediagio que nio te fundamente na limediatez, retomando a ela ¢ senda, portant, “mediagio de “ime- dliatez", Em todo gyau da consciéncia dé-te uma imedliater, do ‘onhecimento ow concepgio, mas uma imedlatez que se revela rmediata e que, por conseguite, para se compreender a si mesma deve mediarse dialeticamento’ © continuar a determinarse na “imediater, medias". Imediatez que modiata, mas a mediasio 6 suprimida muma nova imediate Sé por esse eaminho, «mio por uma pura ~ Hegel diia “ingéaus" — imediter de una in- tuigho, 6 que se pode ating o ponto de vista absoluto que Hegel leanga no “saber absoluto” e com o qual primeiramente se toma ppossiel o sistema da ciéneia abeolta, Aqut esté certamente — até em selagdo 2 problemétin ata 1m ponto de partida muito importante. Nele podemos abstrair a construgio especulativa, em que a Fenomonologie do Espirito procura encerrar num encadeamento logicamente necesirio todas as experitacias da consciénla, Podemos também prescindir do G3. HEGEL, Wisenchef dr Lop, Obras, I, pp 00 es hm 91s Yoroungen ther he Bessy wom Dosis Gots, ObLE Xi f 350 (28. ‘ton Hambug, 1868, p. 38) Hiisa do Pobiona 9 “saber absoluts" no sentido de Hegel, como um saber que, com- preendendoas,atingla todas at condigoos mediadoras de si mes Ino, superando assim toda condicionalidade aleangando a incon: dicionalidade de wm “ponto de vista absolto". O que nos importa 4 concepsto fundamental de Hegel: 0 objeto nio pode ser visto bem compreendido ‘na imediater abstata, mas apenas na tota- Tidade de-um movimento mediate, que abrange igualmente sujlto ‘© objeto, determinando um pelo outro na mediagio. Por outro lado “ustamente por iso — tamblm o svjito aio pode ser em tudo ‘que teu conheeimento condicions © determina apreendido “abstre tamente, Le, isolado em si na imediatez da pura Visio interior, ras também nfo pode ser aleangado pelo retrocesso transcendental do um objeto “abstato” s suas condigies precedentes, A. menos que totaidade das “experdncias do espirito” (como dislamos hoje: motto “mundo” todo, ie, 0 mundo experimental do homem, ‘que nio & apenas tzansoendentalmente condicionado, ma também Ristorcaments marado ¢ linglisticamente interpretado, ow sej, sempre jé mediato de muitas formas) se tome expresiamente’ 0 Iorizonte no qual © bomem se relizae se experiments, © no qual tomente, 6 dada e so interpreta a avtocompreensio do homem foncreto, Nesta totalidade reina insoprimivelmente a mescla de Imediatez © mediagio, que Hegel com razio viu desde 0 comego fe que se tomou para nés de novo wm problema. Mas, com zelagio ‘4 nso problema — yoltaremos aa ponto — devemos observar que 4 hegelisna “mediagio da imediter" nio signifi somente qu toda imediatez & sempre mediata gragas a0 todo day experiénlat do expirits, mas também lnversamente, que toda mediagio pres ‘upée uma imedister, inchuindoa e tomandoa expliita, Iso quer dizer que toda imediater 6 medias, mas também toda mediagio G imediata, $6 vendo-se os dots aspects em sua unidade e cone lagio, entenderse-4 0 propésto de Hegel, © 86 entho se tomar feeunda a concepsio de Hegel para a solugio do problema objetivo. 8. Nilo 6 26 pela colncidéncia do titulo comum que a Fe- nomonologia de Hegel esti na mesma diregéo da problemitica feno- ‘menoligica a partir de Huser. Por ceto, Hegel nio conheco un étodo fenomenolégico no seatido modero, e Hussel jamais se deiaou lafluenciar muito por Hegel. Esses dois fatos nao sofrem ‘vida, Mas em Hogel ji emergo — precsamente em sua Fenome- 10 Queen Fendomenii da Hermenttica nologie —0 probe que enomenologia recente reapaece com fratenc a o Silo “mundo” ou "mundo a via” (Heel) t “rernomunds” (Heegger), tomandose 0 problems bien da Guetuo hermentuen da sundae, A prépin ewalgio do pentamento do Huse seflto um pc, beet qu do sana innate psi, evo i lrcs do pedblona que scales em it tor funda O ‘ni do pense fenomenlio, sobre nas Logacen Unorichangen anemelie so modo do cident epbtenol feo os cjinealic, qu pare do dao ined er com. {Scher ida, Matos doe primeon Suefplor de Hoss fi ‘rim file a ene modo de encaar, a o lama par at ‘sis, sem scompaabar at refleies netodliges do Hamer Doster, pingplinete sem a vrda traoeetal que pam $e at foakon. Be fat, pp Huse ~ em parslr nas {se = ier rnen Phacnonerlogie ~ vise implode fe Iteos sles consSersdr ox apo dn pete consclns, ‘qe cot obit © rao sentido, Ainelater do feta Fovlaan con meds grsts para sijelidae. Iso pr: toa u quedo tantra quo leva Hse 9 “elino Tmceadesa?, Por tin, portm, morse sempre mai ela tent tbretudo nos eo daradetos Evfchring wad Uriel Die Rnts der eropcuchen Wisencofen qua © 088 on clini, aio pode ser apremndido ¢ interpreta puramente emt 1 merno, er na eds fenomenolgen, tat ticamete to todo emer do pv bovine do compreesio de “net mand td “uo ve uw necesita de tna nterpetag to snes THs recoeoe que toda prepa on experts nd dul et codternind por sue meng on eu onde "Segui atengio de detrmiabiidade ambiente, modifies tambien pga pereopie Toda vvéaia. iil at ne lager (ci ou shcrat) das noves vinta". Nes se: Ao, noo filao abode 0 cont de “boron” com qual Sinton» cenito dno que to conbectnento laid te ilies &pecbldo ou satecpsiostematcameate asin & pro 7D. EMUSSERL, Idom ax ener reiten Phinomonloie, Haseran, 1, Dea Hag, 1850 St abet sea TH Op. et, pp. 202 uta do Probleme 41 de toda experitncia uma “estrutura de horizonte"”, na medida fem que & scompanhada sempro do um “saber privio” de novos conteidor on detemminagies, quo ainda nfo chegaram a ser dados tematcamente. “Este conhecimeato prévio 6 indetermimado ou Imperfetumente determinado quanto & seu cootesdo, mas nunca totalmente vazio"”, ou ainda: o desconbecimento “é sempre a0 ‘mesmo tempo um modo de. conbeciments””. Toda experiéncia tem, como Husserl continua a distinguir, nfo somente um “hor- 2oate interno", enquanto 0 dado “prenuncis” outras coisas nele (on por clo experimetadas, mas também um “horlzonte extero’, fenguanto o dado aponts, além de i, um cirlo de “co-objtot"”, fem cujp conteato ele 6 experimentado e compreendido, spontando final a totalidade de objetos, ie, totalidade do “mundo” como @ “hocizonto aberto do espago © tempo". Jé esso resultado & de sgande aleance nfo apenas para a estutura da experéocia em feral, mat partcularmente pra 0 que acontece sempre a “com. roc” ¢ se morta — para usar de novo as palavras de Hegel Momo “inedistez medial”, Dai zo infere desde logo que tanto ‘io exist uma subjtividade pura, concebida modernamente como sem mundo © sem histria, como nfo hi uma cbjtividade pura, (see, pensuda sem suet cuja apreensio seria o ideal e a reta da ciéncin modems, Antes, oF dois aspects estio inluldos ‘pum evento agembarcador, no qual, porén, o conhecimento ¢ ‘compreensio se consuman, ainda que condicionados pelo mundo fe pea bist (0 aspecto mais empiricofenemenolégico do horkznte no sea ido de rlagbes antocipadas do referéoca, dentro de uma tota- Tidade de siguiicago, & assumido © desenvelvido por Heidegger partir de Hise’ — em Ser ¢ Tempo, quando procurs, 20 foatesto do “ser-no-munde™”, esclarecer 0 fendmeno da “total dade da condigio" * através da qual se compreondo “o que esté [ws fame nd Ute, 2, Hate 184, $8 andr er Ba Hob oi ks Oh a kas oe SEER Se Hamel EY De ft tt an RSLS a Ste tee do TMEIDECGER ew nd 2,10 el, Tling 0.88 trp M0 Ba ra Op 42 Queen Pundenentele de Hermenbtica Se Ea aa de horzente em. sentido’ erstenclal ~ aprnisticn: 0 horiznte Soria es ona cone robs rtm rotors Sc Bhi creatine ee oe rep ratio crere es pee tare eee ee, sete ae eee ees Serie eae ee kineare cee ee So ei Pro, cen ay eo a aan en oh Tete te conte open ered ee eo ear keen ee oa ae Ado mundo, por consguinte, no hi de ser compreendido como a Ft ee cata mere ieee pee ane oe eee ae es eee ee to Ha rea eee wee ee tod cae one Sei ee Unpvaatine cient S feert fe pee el Bm Ce ee eee com nea ee teeta fama etter ees cer ams te ita do Moblona 43 do er lagu © “mands” tem, pois un agen no mundo uc revels cut, le, mum aco cles cn que Sr Mitorcamente be nor dei’ ou so soba, te manifesta vse esconda. Ese scontecineto do se port & eatndido pao Heidegger posterior serps como tn acontesinesto gu toe, ito que 6 lnguagem qu se dd a “lim. do ser tela se maniesta-a “compreenio do so nla fala n “vor do Ser, Ena allman, por mas iar gue ja, sem, fod tia aoimpetnt fendmeno de que ou mde, a saber too somo horn de compec, pelo ual se tora posted 4 compreento de cada uma dat cosh, € sempre um dteinado “nando lings’, ou soja, tm mando abuto pela lnguagem, lngtimenteInepetads, Hogiticanete edt, e"hs0 smi lingua sempre dtrminda,Hstrcumonteseecbid port Aigo, Inga em que crescanen, cm que vivenese pene, ¢ a alt ron Yoda os compre "No € secs eamiaror sit detianente a repercsto do cmeato huseriano hndepges a ffi de stud do, como, por explo, a Tenomeraagia da percepyta de M Sterns Ponty ou rept do problema a compreensio Netra em ILO. Gadwer, « que vetoraenes aia, Mat deetsvo &'0 ponto Se ards’ quo home jl sempre se eh cnt prevent em tou mundo como ale deh vind, no gual experimen ea cota, prtlar ¢ 4 com. rode em seu sean, no qual tabi te expeinenta fomprende tsi mesmo. Com io, achamo-noy no meio des que toes isis do una hermenéatin, a oy indir ¢ tarela le. "ov de, «part do fund hie do problema, atacr «pepe robemitie ate, pan “ompender”“cmpreesio" fo at daca © sun powilade, sas etturs sea endian M. HEIDEGGER, Vnerwopy zu Spacte, 2% ol Plngen 1900, eam inimente 0. FOGELLEN, Ber Darky, Mra Ht Fling, 103. aaa 1 bre mo, MH. SPIEGELBERG, “The phenmenclgal Nowe sweat Phonomenabgice 5, gus, 100. at der adenine (td 185, M.MERLEAU-PONTY, Phinomenclote dint atin Tot NS ep Poti Zeb pepo et” #8 GADAMER, Welrhot and Matode, 2% of. Tog, ESSENCIA E ESTRUTURA DA COMPREENSKO 1. © concetto da compreensdo 1, 0 problema da hermentutic & o problema da compreen- so, Mas © que sigalica“compreensio"? Para um primeiro eiclare- mento, ainda proviséio, remontemos & hte da pulaera edo eonecto " “Compreensto “vem de “compreender", que quer dizer “omar Junto’, abranger com”, entendido evidentemente aqui no sentido teéricd @ nlo material. Asim & que ee diz: compreendo 0 que izes, compreendo este lingua ou este livro, compreendo este cileaio ou estas iia, compreendo neste enunciado o que se quer dizer © aqulo do que se trata. Toda compreensio é apreensio de ‘um sent (© verbo “compreender” © substantivo “comproensio® soe remse & elisioa dualidade de ratio o intellects, mas a distingio tomou-se obscura em alemio, porque enquanto “eompreensio” (Verstond) coreespondia mais & ratio, verbo “compreender” (eerschen) sigafica antes uma intuigio (a Vermunft) ou ej, vaso eit. ao ee te ee, seit tal Mee Ie Ente Sierras 46 QutierFundamontas de Hemant, 0 intelectus, & neste iltimo sentido que se toma a palavea alemi (Le, como Verstchen e nto Verstand) nas eiéncas histries © do ‘spit, bem como na hermendution em. ger 2. Nas lingyas latinas a evolugio fol mais normal, pois 08 ois conceitos, aio e infect, atravessam a hisérin do. penss- mento (até mesmo germdnico) ¢ revelam um fendmeno funds rental da experizncia humana, Esse dualiemo fi se encontra ink lalmente em Plaide ¢ Aristételes, que ness sentido estabelecem 8 distingio entre Baeza e yaug!, tadusida em latin medieval por ratio © intelectus. Em Tomas de Aquino, ratio pasta a signi- ficar a expacidade do penssmeato conceptualmente discusivo, ou seja, do pensamento racial no sentido mais estito de medagio fe conclustes, enquanto que inellctus & a capacidade mais ele- ‘vada de percepgio espitual imediata, a capacidade de intuir 0 fmediatamente dado, o ser, as leis do sete oF conteidas da esséo- ia, Mas o5 dos elementos, em iia andlise, alo se ope, antes pertencem 20 mesmo todo e relacionam-se mutuamente, ji. que 4 imedister do intelecto, pela mediaglo da razio, deve chegat cexpressvidade conceptualmeate articuada diferenciada. Avsimn, conforme $. Tomi, a ratio se refere & multiplicdade, e daf pro: ‘cura chegar sinteticamente A unidade do coabecimento, fntellec "us, ao contriro, apreende imedistamente a unidade ¢ totalidate, ‘na qual mutiplicidade esté contida e a partic da qual deve set ddesdobrada anaiticamente?. A mesma dualidade & retemada por Moolau de Cus, sguiicando ratio « rarzo que ditingue, forma ‘concetos,delimita © separa as coita, e, ogo, esta ordenala ao Yimitado, mensurével e numerdvel, a passo que itellectua & 2 REFNO. M00 4 thin V8 50: Sa 5 RLS TE A, a S:TOWAS BE AQUINO, "Aon, ee iat me ‘modus uid, H since ‘proprio da’ razio difundirse a respeito, Si Si dine ge DRG eo ala Pecipai dea reaticllt haat Yoeng| hoa So Se ee ee ae Tiga seat Rok utes et ae Sei, Mahan JON LEN evento Ronee hal a ot eg Bch Foe cig eye ntncia ¢ Karat ds Compremato «7 caldade de percopsio epintua inet odenada nio mais sor Seton, av a wade, rio mito fino, mas 20 fn © que io nels coco por mdiap concepts; mas apraoncepn- {ent dou meso beat” No racials, ide Descartes, o conhecimento raconl ¢ restige tsps rato no seatdn do pessmenta coneeptoa I. {Beomatendtcy, sopimindo se, portant, a diferenge ene rsio © {ote redonidor ambos i reso, © oramente raciaal& post to medo abot pero asin sea funiamento om percep 30 Serpico O 4s distin exprimee desde CGritan Woll no raclralinno escolar semi mediante 0 em ‘prog ds plava Verma (que seria ftlecta) quae sempre epsio de ro, nao mais poroto, como vio itl, mat oun pensrento rdourconepta. Josemente, port ‘penis Descartes surge do novo, em Pascal, & dierngs, ‘om a gal ele quer eourar « vencer 8 esto racine. Conta expt de gaomitre hi mais ato. 0 sop de fincas O nivel da pur “axi" (bon) & sobrepejad por agilo que Pascal enone “ntcigincia” (inteligence) ou corso" (cot), como tem ronelebe sntngs "Le coeur 4 so aoe que In raton ne ennat point (°0 corm tm suas ares que a ani desc cs") 6 “nti” corgi” sipiicam aq or opi 30 Prosunent reconabnstemitce, nko apeot um featinest i Sonal as uma faculdade mais leads e mais finn doses intriva de emptia compreensta, da. qual prtispam tambem ‘em divi frgar emoctonis do setimento'do tor, masque ha wnidade de todas at frga ~ forma x salt fase Ge" conhecinenio capital. Somente tela se abre a ponds Go sentido de resided cm sun profondiede eigen ‘Ximena dingo stun sinds-ne lvoe moder, aq xindo em Kent © Hoge, por esemplo, wn novo sical. tors @ enteninento {Versand, que tra propriate a8) Cra rarao (Vermanfe que devia ter 0 ile) rej is vezer Gefinion dfrentemente, qoase sempre sso tomar 0 sentido ds que Vertend(entendmento) & fade infer Go conbe cinento objetivo pensment step endo, por cones, TEMG DE CUSA, seetado om De comet, 16) 1, 8m PASCAL, Pontes, m1 IDEM, Op. yn. 277 18 Questns Fundamentate de Hermentutcn Aestinado As coisas finitas, conceptualmente apreensiveis @ limi tives, enquanto que a Vernunfe (ra2i0 sigufiea uma faculdade superior, que eapta uma unidade ndo-objetva e superconceptual ‘Asim, em Kant a razio torase o higar das idlas transcenden- tis, isto 6 «faculdade de pensar, fora do dominio da experiéni totalidades ‘ltimas, metafisieamente apreensveis — 0 mundo, a alma, Deas — embora nfo como coisas rels. Em Hegel, por sua ‘yen, erguese sobre 0 “abstrato Vers, que limita e separa por oposigées os conteidos individaas fnitos, a *Vernunft espe- flava’, que aleanga a unidade dialtica de todas as oposgdes, hha qual 0 prlprio abeouto se manifesta e se abre pela primera vera intelra verdade das coisas 3. Fate retrspecto histirico & importante para o problema 4a compreensio, Indioa wna experiéneia fundamental do coahe- féimento humano, taduzida pela dualidade de razio e intelecto. Dela resulta que a compreensio no sentido préprio nfo pertence ‘ mediagio do. pensumento racional, mas 2 imediatez da visio intelectual Entretanto, os dos elementos permanecem mutuamente dlependentese relacionados, aa medida em que a mediagio pressu- ie imediate sendo, loge, “mediagdo da imediate, mas esta exige ‘A mediagio para ser “imodinter mediata", Quando eatendemos nesse ‘entido & duaidade de razio e inelecto ~ apolandonos em Hegel "como sendo “medlagio" ¢ “imodiatez” abre-se-nos também a scepsio do par de concetor “compreender” “interpreta”, muito ‘wsado na hermenéutica mais reente, mas muitas vezes mal enten- did. *Compreender” significa aqui a imediatez da visio da inte- Tigéncia que apreende um sentido. “Interpret”, 20 contri, quer direc @ mediagio. pelo conhecimento racional, que presupéo Imediatez'da comprocnsio prévia, mediando-, porém, racional- mente por decomposiio, fandamentagio e explicagio, eclevando-a assim 4 imediater mediata de uma compeeensio aprofundada e texpressamente desenvolvida, Esta se tornon mais diferenciadamente consclnte de seus elementos, mas de novo ~ através da mediagio posibilita uma nova mediatez de apreensio esprtual do sentido. Desde que se formula a oposigio eatre cigacas da naturezs fe eitneiar da hitéria (ou, na lingnagem de Dithey, eigncias do sprite), a dstingto motédiea dos tipos de ciécia & sempre mar cua peas palavas “explica” e “compreener” — outro per de con- citar que pode contribuir para 0 eslarecimento do que sigaifica toca © Exratra ds Comprecnsio 49 “comprcensio". As eitacas da natureza explieam, as dos esplrto compreender. O-acouteciento da matureza deve ser explicao, ras a istiea, os eventos histricos, os valores e as cultura hiio de ser compreendidos. Explicarsigufica, ness sentido, a regres ‘io causal de um fendmeno particular a leis geras. Se tal fend ‘meno for dedutivel do concurso causal das Ieis naturais, ow 5 fe 0 nexo de causas@ efeitos for conbecido, temse a “explicagi’ “Compreender", 20 contri, significa uma apreensio mis alta de sentido, que ultrapassa qualquer explicagio causal, Um evento conoreto da histria ow uma obra de arte — como a Peth de Miguel Angelo, 0 Fauefo de Cootho ou uma sinfoia de Beetho ven — nunca podem ser “espliadas” adequadamente, ou sia, por uma retragta causal a causas a que a obra devesse a sua or gem. Ainda que fostem conhecidas todas as causs, cu concuso tivesse produzido esse efeito, nem por iso teria de manel alguma apreendido seu conteido de sentido e de valor. Contudo, semelhante obra pode ser “compreendida’,abrindose em seu contoido de sentido, em seu valor attion © em soa forga esp ritual do exprestia, Pouco importa que essa compreensio seja faacterizda com Dilthey como “eoavivéacia empitiea” , por fsso, © reduza a uma “vivéncis”, ou se reduza, com Rickert, a contesidos de sentido e de valor, além de qualquer momento de vivénca, sempre ser alguma casa que, ultrpassando toda expl casio cnusal dat cléncias da natura, apreende wm “sentido”. ‘Aqui, porém, se pergunta se a toda explicagio ~ como cone Aigio de sta porsfbiidade — no deve jh preceder ma compreen- S30 do sentido, Taumbém o pesquisador das eigneias da matureza ‘precisa primelzameate “eompreender” 0 fendmeno individual, i. ¢, Iprend@lo em sua propriedade, seu conteddo e sua estruturs, a0 menos provisoramente, antes de poder “expliclo” causalmente Deve compreender a explicagio mesma, 04 sa, ver © nexo legal centre @ causa eo feito, At6 tims f6rmula matemética oa um tlleulo qualquer que pretndem “explicar”algume coisa, precisam fer “compreendidor’, sem o que nio diiam nada, Exite, pos, time comprecnsio mals original e mais abrangedora, que precede 1 oposigio metodalégiea de “expliar” ¢ “eompreender”. Hoideg- igor tem razio quando estabeloce a compreensio mais originara- mento que aquela dualdade e faz dela um “existencal” na cons tituigdo ontoligien do serai, Alm disso, xo nos pares de oposicio até agora citador ~ inteleto © razio, compreensio e interpretasio, Queer Fundamentats de ermontte ‘compreender « explicar — sempre te mostra uma relagio de éme- ‘datez © mediogde, & porque tal coisa constitu uma estratura Fu- amental de nosso cOnhecimeato. Toda mediagio do peasamento ‘conceptualmente racional presupéo uma imediatez do apreensio ‘copitiva de contoido, ¢ $6 pode realizar do novo em cada pesso do. movimento mediador por melo de wma gutta imediatez de ‘isto nos conteddos de sentido. porém, ume Imediatez que por ‘a propria estncia se deve mediat> precisa interpretrso linghis ticamente fundamentarse logioamente, Entretato, 0. acoatec ‘mento intelectual 6 a imediatez da visio; nela esti o lugar da ‘comprecnsio. 4, Aqui se pde do novo a pergunta: que pensamos ao dizer “compreender"? Quando afirmamos quo compreendo 0 que ous0 cou Trio, quo compreendo esto enunclado, esta instituigi, ete, fesse termo signifioa a apreensio do que chamames “sentio", po- ‘endo trtarie de um contesdo de sentido, de wa relagio de sentido, de une estrutura signifiativa ow de tum acontecimento ‘de sentido, Comproender significa aprconsdo de sentido. Com is hea pps og nen pox eat? pergonta sobre o “satido do sentido” constitu prindpalmente na Eilocofia anata um problema fundamental, se bem que quase sempre numa concepgéo esrita, que no faz jus ao fendmeno total Visto que o seutide de um ensnciado se encontra sempre num do. terminado contexto de sentido, podo-se definie por un correspon- dente eritério de sentido aquilo que, no respective context, deve ser tido como “sigufcatve™. O referido conterto de sentido tanto pode ser determinado materialnente polo Ambito do objeto, como ftmbém formalmente pela consideragio metédiea do coahoc! mento. Assim, em relagio #0 conbecimento das cléncas naturals, pode tomtarse eritéio de sentido e exigincia da verifcabiidade ‘empirica (on de falsieablidade). Logo, porém, que este prin ‘ipio (como sconteces no neopositvisine) far elovado a exterio eral de sentido da linguagem, coloca-se ineludivelmente o pro- Dloma de que a definigho do cxitério de sentido exige, por ceo, ser um enunciado “sgniicativo", porque, caso contro, nio seia compreensvel. Contudo, por at'a defini nio & empiriamente verficivel (on falificdvel). O exitéro do sentido nio é aplcivel 4 si mesmo. Tso mostra que 0 “sentido” assim definido se funda ‘obre uma sigifcagso mais orgindria da linguagem e uma com- rine ¢ Eats ds Compronaio 51 preensio mais geral do sentido. da comproensio.lingistica. A Tixagio de um Lmativo enitrio de sentido é possvel ejustiicada fem relagio a um ambito determinadamente Timitado de objetos, tas pressupde uma mais ampla e original significagto de "sentido" Deixindose de ver isso, movemo-nos numa equivocagio. dsfar ‘sada sobre aquilo que sigalfice “sentido". O sentido. determinado 6 limitado pela defiaggo somente & possivel gragas ao fundo de todo 0 contextosigafieativo da lingagem ¢ comproensia humaaas, ole et aie de mls macs, Nene ie qualquer modo limitatvo, de sentide pode corresponder & to: thidkd'de sto qu tie abenges ‘A esse probleina eseapa, na verdade, uma compreensio lin sisi funeional-operativa, quando esta determina 9 sentido da Tinguagem por sua fuogio ocasional num contexto de acio, Ainda ‘que essn mesma definigho de enitri de sentido preencha uma fun ‘io, pode também vale com “significtiva’; loge, aguo enitio do sentido & aplicével a si mesmo. Contudo, sa Fangio da linguagem = pragmaticamente — for limitada a contextor de ago purameate pits, voltz-so a uma restrigio do “sentide”, que no faz jus {plenitude de sentido da compreensio, E verdade que a lingua igem ~ entendida corrtamente — consttul um negociar, ou ej, ma ago priti, grages & qual entramos em relagio com outros homens, entendendo-nos cam eles sobre © mundo comum do ne- ‘gociar, Mas com iso 0 sentido da linguagem nfo se reduz a fun- ‘des meramente priticar de agio. A peculiaidade do negociar Ihumano, e com maior razdo a da linguagem humana, & ser sempre Aeterminado também toorieamente, tarzando-se como que “Want parente” por mefo de uma compreansio, que manifesta a coisa fem seu sentido, mas também 0 negoeiar, ao qual guia exclarecenda ce dando seatido, Em muito divers referéneiae terest prk- tics, que se coadiconam mivtuamente ese referem umas as fovtras, mas que desse modo so indicam a ampla totalidade de sentido da exisincia humana no mundo, belham conteddor de Sentido que compreendemos e levamos a lnguagem. Se quisermos fazer justiga a totaidads © pluralidade do fe- rnbmeno, sem limitélo atbitrariamente, 56 podemor determinar 0 que denominames “sntide” como o conteédo de ws compreen- ‘io possvel: como 0 iateligivel ou compreeasive. Assim, porém, © sentido de “sentido” parece aprouimar-te (e talver até identifi fearse com ele) do que no helenismo elissco se chamava ven zo 52 Quetes Fundamentals de Hermenduce na eocolisticn medieval intl, Esss plazas, ques slo: fem ao yng intellects, ndnn de now ntelghci com Iaculade de peceber um sentido, Conuda,ciinese su una tompeenso "on incomnprensio — itlecuaita, do oo fe feted pos o rerpectve emtido aio se puerta someate a tne into tic (Osu), mas também so tat pits com ‘colts € toa sida ue 6 tanto “pres” como tiicy et ‘qu av relager de setdo'e de alr stoma compreenvls Besse form, ail. qu sigiic “setdo™permanese, tebe Independent do fo deters te algo cls en Ov ots ine aue cls pia 6 ~ srk compreenida ou siete pode bio oreo slado Ue sentido com outa co, Um istent, por Exompl, x8 pode ser compreenido or sus rela pin com © fim Um sins ou un sinboloromentesanfota set sentido por toma relagto a ina cota, Em todo cao, port, copreeaie € tprecnsto de went, « made 6 0 que te peeve f comprecr Ho como conte © chetlo da decoreente — que podemos determinar_« compreenio pel seta eo set aeons pla compreensto SMe € neshum “cheuo vison’, pegs & ergo pea cos Satemos o comprecndemot muta foam goo nko pavency de: fiir em sentido pop, ser, dedsndon determinadment ‘lo ota ealdade ou redone Matas Yes achamo-no na stag de paderdetermiar metiossment por sua cet Iago, sobre quando so tata de concsonfundaentay pro- ‘nicer do ons esprdnca tment pelo que, em sew sigue Sede, no nko Godt do oui cts redtires la eo tmowra que a pra Gefinigo 6 um modo secunfisto de cone ‘linet, qv por sin exnia presse una apenso de sentido tnals orignal. O que sigan, por exempl, saber, querer, cons ‘Sinia¢ Uiberdade on 0 tom 0 st © 0 stil, pode sor ‘posto © limitado por alas de modo eaters quant to wo oa paar mar samen podem proprnmente ser din dos A fim Ge comunias tun etto'0 que compreendemoy, on <o pont pra ineiater do sm pron experinia Mio, a partir do 0 seatido em coos poe srr. Asn os tear “compreesio”e ~ntil” to tanbem exps Tin fiticas de dois adoro mesmo fentmeno pimtv, ue no 6 Sas deutvel nem redotvel, mas que deve ser apreni com mals precio ¢ adarado cm ava eatutir Badnia ¢ Haute ds Comprocio —58 2, Compreensio como epreensto do sentido Se compreensio siguifica “apreensio de sentido’, plese de novo a pergunta sobre o que coneretameate se pensa com is fe, de quo mancirao em que lanbitos so abrom 0s coatetidos do sentido, Devemos parti do so ctidiano da Linguagem dos seat dos comune do termo “eompreenio", afim de chegarmos « vn PrecisGo e diferenciagio do eanceito, Com efeite, elacionamo-n0s ‘compreensvelmente™ a cols bam diversas. Compreendemos um ‘homer com quem falamos. Compreendemos uma palava falada fou eserta, Compreendemos em seu sentido sinais estabelecids pelos homens. Compreendemos coisas pritias © organizes. Compreendemos obras de arte em seu conteddo de sentido © de valor. Mas compreendemor também cols da natureza em se sentido e fendmenos naturais como umn acontecimeato siguficative. Comprcendomos afinal, abrangendo fundamentando tudo iss, 4 ds mesmos no mundo, no qual ~ compreendendo ~ viveros, ‘gimos e falamos. Que significa em todas exsas manifestagies « ‘compreensio? 1. A forma primdria de compreenséo & a compreensio hus mana, antes de tudo no diflogo: compreendo o que dizes com- ppreendemo-nos. Apreendo o que & peasad> na palavrs, o sentido ‘que me 6 falado, Mostram-e, entetanto, jé aqul, embora este. mente entrlagadas, duas dimensbes da compreensio: wna relagio pestoal © ontra objetiva, No didlogo entendome "com alguém" robre alguma cols". De um lade, & tum acontecimento de ho- ‘mem part homem. A comproensio Hngustica tem por essécia uma ‘trutura dialogal. O que € preciso, portato, & penetrar no outro, ‘fim de apreender 0 que ele penson. Compeeeaderet tanto mais ‘orreta e plenamente sia afimagio quanto’ melhor o “conbes’, {quanto mas esteja famiirizado com sua personalidade, seu modo de pensar de falar. Tudo © que hi no fundo fez parte da com- preensio, Ao mesma tempo, porém, falamos “sobre alguna ‘compreeademo-nes “num assuto". Todo falar tem seu “sobre ‘que toda compreensio tem seu “em que". Sé 0 “potso eompreen- der, = compreenda” 0 que “ele dz”, “tobre 0 que fal". Logo, #9- mente poderei comproeader o outro’em tm olbar comum sabre a oka do que so tata uo dlilogo. Ao falar aqui de “cols” nfo ‘Pensumos apenas num objeto material, a que so aludiria na ax Periincia exterior, mas em qualquer conteido do falar sgalficatvo Sh Quetee Fundamentals de Hormenftica ‘© da compreensio. A compreensto, por conseguinte, nfo 6 um ‘oatecimento bipolar, mat mostra essencalmente uma esrutura triangular, na medida’ em quo falar e compreender se relerem 3 ois, Meamo que eu conhefa o outro com suas maneras de pen- sar ¢ do falar, #5 0 comproenderet se oliarJuotamente com ele 0 objeto, deizando que cle'mo mestre e abra, ajustando contas com sua Vio e interpretagio da coisa ~ olhada por mim mesmo. Atra- ‘és da colsa, chogo 2 compreensio do enunciado, mas, ao mesmo tempo, é através da comprecnsio do enunclado que so chega 4 compreensio da coisa. Dal so seque uma mitua eondigio e me- ‘dagto. A comproenso lingustien $6 € posivel no meio envelvente do mundo da experiéacin‘e da compreensto, no gual a coisa so ‘mostra a mim, Contudo, a coisa mesma nio é “dada” imedistamente sem mediagio linghstica. & precisimente pelo enunclado Lingus ‘io0 que ela se mostra, retorma accessvel & compreeasio @ aberta ‘em seu sentido, O olbar para a cosa nfo significa, portant, que se pula a mediagio Kngustca, mas 6 a fala que indies, transcendendo 4-si mesma, a cola, Compreensio lingustica, por conseguinte, fexige o olhar para a coisa, esta, porém, em si mesma seri aberta pela lnguagem. A comproensio da coisa e a compreensio da li ‘guage condilonamse e determinamse smutuamente; uma coisa prevents so como mediada pela ontrs. [No condicionamento mitwo, fo. compreendemos apenas 0 cenunciado Tingistico © a coisa peasada, mas também, por inter rmédio das duas, “o outro” com quem falames. Distingzmos aqui ‘uma compreensio ligiea ea comproensto pessoal. No primetro fase, tratase unicamente do coateido ligico do enuncado; no futeo caso, de uma compreensio mais profunda on mais plens do Thomem que se revela no entnelado, Aqei pode atuarse ma inten so da compreenso totalmente divers. Se, por exemplo, & pergunta “Que hore sio?”recebo a resposta: “Sig quase dea’, compreendo 0 sentido imediato do enunciado sem procisar recorer a outros pres postos ou contests, dos quais brotasse essa resposta, Mas a frase pole, slém da simple indicagio de tempo, implicarsentidos bem di ferentes, Pode signficar que quem a profere tem pressa uw excite ‘elo, porque 0 tempo urge; pode sigificar que deve experar ainda Aas horas, até a chegada de um béspede aguardado com ansiedade: pode também significa que seria sua intencao advertinae que me Apresasse e aprovetaso 0 tempo, eto. Dessa maneia, em todo oman lado podo manifestarse wm fando ulterior, que permanccertaire- istncls€ Beaune ds Compreesio. 55 levante enquanto cuido apenas do seu conteddo Wiglo, mas que se ple tomar determinante do sentido quando 0 que me Smporta @ comproender o outzo humanamente & part de seu mundo fem sua situacio. Entre ess formas da compreensio — também Se pode dlstinguir a compreensio intelectual © a exstencial — mio Subsistem, a0. que parece, difeengas essencais, mas unicamente iferensas gradaais de profundidede e plenitude de sentido em aque se apreendo wn enunciado, ¢ do fando co-pensado ow pressi- [posto que se abre no mesmo enunciado, Entretanto ele mostra uma rmultiplicdade de aspoctos © dimenstes, onde se move ® com- preensio; esta pode apreender tim contedo de sentido — um enunciado Iingistico, por exemplo — em planos muito diversos © ‘em virias relagses ou dizegSes de setido 2. Da compreeasio propramente humana ditingueso uma comprensto objtiva, qu se musta com 0 tempo, embara de m= tei diferent, como deriva da comproessio humsna. 180 vc gor em todo 0 dominio do sinaisetabeesidos pelo homen. Yerdade quo a Hinguagem em soa exsncia nfo ork adoquadamente oncebida quando compreedida spents como um stoma de sina, a saber, na fangio do dsigaar posterormente © que antes, fot checido’¢ comprecndiga. Deizase de ver, nese caso, 4 | fang orgindrn da lingoagem, qu ¢ do abric ¢ mediar 0 sentido. Ayer desis restrplo, abe em todo caso liguagem tml ‘una fuugio de sina, A palera fads ow eri epoata para além de af meima ¢ “agai” um etado do cols ou comtetdo de ‘eotido, Com maior rzio, compet A esetura 0 cariter do sna, ‘ois que reprodur palawar ou seategas por meio de sais es. {itor No sina bam “sentido” estabelecldo pelos homens, dir findose A compreensio de outon homens. O'tnesno se dirk de Sinai sem platras ov som liguagem, como, digamos,snls de teint, simbolr matemiticos, emblemas, amas e bandas. Com cles, o “quer der” alguma cols. Com se tata de tm “sentido” Instido extabcleco pelos homens numa detorinada ite ‘0, somente comprecndo o sal apreendendo sou “entida™. or io que comprensto do sal costa uma forma modifica © mnteriada dx comproensio humans, Tal casa se eatende ‘epecilmente da compreenso do uma cbra do arte: #6 a com- preendo se apreenda o que com ea se quer dizer, 0 que ea pre- 50 Ques Fundamental de Hermenduticn tende exprimis, ou sje; se compreendo 0 sentido espiitual & 0 valor estético de sua composiio. "Mas aqot se apresenta um fendmeno notivel que se nos patenteia em toda formagio do sentido estabelecio pelo homem, Seja um soa, seja uma obra de arte. De um lado, ssa formagio dle sentido & obra de homem; nela, pelo comércio humano, se “objetvaram’” ids © intengdes humanas. Essa objetivagio tem, pois, a fungio de mediar a compreensso humana. Por outro lad Porm, a formagio de sentido tem “em si mesma” um sentido, que Sdquire certa sutonomia independéncia daquele que ctia 0 sentido, Na compreensio nio se tata apenas de reproduzir 0 que fi pensado ou querido na agiosignifcadora, mas também de com- preender a coisa em si mesma. Podemos compreender um sina, fim texto everito ou uma obra histrica de arte melhor e mais plenamente do que 0 excogitou o autor. Iso nio significa agor fio somente — como foi 0 caso quando ere questio do sentido Togico de um enuneiado — que 0 fundo concreto pode ser ire- Tevante, enquanto no entra no sentido imediato, 0 que pode muito ‘bem dase: Tnversamente, pordm, pode ao mesmo tempo tambem abrirse 0 sentido sobre um fundo mais amplo, mun novo coa- texto historieamente desenvolvido; pode manifestar novos aspectos ‘© perspetivas, quo permancciam fechadas para 0 autor. Aqu também se most de novo — e isso ¢ importante hermeneutic mente ~ que a compreensto & um acontecimento de moitas eama- ds, podendo apreender uma formagio de sentido em virios graus ‘Jesu signifcatividade, on seja, em “sentido” diverso — no arbitririo, mas legitimamente interpreta. 3. A compreensio, contudo, nfo se restringe a uma atitude tesriea: hd também uma compreensdo pritiea, Nio dizemos ape- ‘as “comproendo slguma cois, mas também “entendo de alg tna cols” Isso quer dizer que ¢ cols me 6 familiar, que ex sei lidar com ela e usita bem, que, portanto, no trato com ela, se brim a im conteatos de sentido e de finaidade. Asim é a ‘compreensio de uma coisa de uso pritice, de um instmmento, ‘do tim dispostivo téenio ete. Entretanto, 0 intercimbio humano rionca & paramente priico, 0% seja, aunea 6, com exclusio de ‘qualquer elemento teérico, tum aeontecimento cego ow mectnico Pelo contriio, “compreendemos", ainda que no préprio trato pric fico, o instramento, sua finalidade e seu manuscia, B, portanto, dais ¢ Bxtrture do Compreenso St tum ato_de conbesiment, embora nio ordenado uma verdaie {cic mas a0 tao pic Nesse sido 6 um conhecnento twice, como a uma vedadeia comprecnsto, na qual se Sine to relagio ou estrtura de sentido. Mesmo nese exo, Dvn, trate da compreensio de wi setido humanamente este [lctdo, a0 modo de por exempla, « comproensto do un sis De nov, compreensi nfo conte, al, somente na reprodgao dlaguil que 0 produtor peasou ov qu mas — com una eatva Independencia Giso — ta compreenio da coisa em sl mesmo: pedo donhecer sua peta su foalidade © « maneia de Seu manseo pura paler sar coretamente dla, Entetant, mes tno sa complcenso, que se ge a um sentido que o home tstabelee, una forma da compreesio humana, por intermétio {ks obras em que © pensimento © a vontade do homem se objet ‘am, Aesmo nest esple do compreesto,crescemos dentro de tim smunda Isimano comm. Partfpemes dos conhecimentos dos futon, empegamos concrpsies ¢ empreendimeatos dos outos, ‘Stamnes ~ muito mais no modemo mundo lene — sempre mais intinameate ligados uns aor outros © depenentes uns dos cuts. Esse comunidad, conto, prespe u compreensto do individu, plo quate The bre um mundo de conteddos © contests sia Ficatwor na comenidade humana do lnguagem © de aio. ‘Nese ttalidade realizase,contudo, tambon ume compreen- sio pritica de ordem superior. Compreendemos que nes deveros comport asin nfo de outro modo; que to 04 aqull fl or- leno ow prfbido. Comprendemos, também na realizagio da experince peti, valores © deveres moras, imponigdes moras, ‘noma da todo correla em relagSo aos outros homens Na ‘medida em que também ai se ere um sentido ov uma etrtira Sieificativa, tata igunimente de uma compreensio, mas pr tie, vito que, por wm lado, se reaizn na vide peti, e, por tivo, se ordena i ealzgio pte, jstamente por iso que Creseroe com maior de rao ~ no contest de sentido snundo.propemente umaso. “t) Tolee esas formas de compreenfo humana, que sio sermpte medina, vio dat nagele domino da comprecsio que & Irmeneicamenteprimorlia, saber, na compreene irea. Aqul se tata de “compreende” homens do pasado, suas ages © ‘bras, seus destnos e deoufes om set contest hi Ponto, Hamas adsitor& tstemunhorobjetivor a 3 Quentin Fundonantats de Hermendais fio tanto as coisas produzidas fmeditamente polo home como ov instrumentos, 0s exificios e as obras de axte, para euja com pteensio se apica em principio, o mesmo que se dir dat obras fmediatas do homem: é pois, uma compreensio humana, embora rmediada pelas coisas. Antes do mais nada, bi ters eseritos do passado, & interpretar comprocasivamente para investigar a his: téria. Embora aqui também se levinte uma multiddo de problemas de hermendutica histrca, cimpre antes relleti-e que a comprees- io histrica apresenta eavencialmente as mesmas estuturas de Yoda compreentio humana 20 diilogo “imedist”. Com feito, também eis imodiatez 6 mediana; munca poss coloearme dentro do outro, mas estou circunserto a suas palavras, seus gestos, seu ‘comportaments, pelot quais se far entender. verdade que a fompreensio histrica em ceras ooasides hi de transpor amplas istncias temporal, espstuals o calturis, mas figuras de um rogue putndo podem staraee bunsianente mai epi fo ter mais compreensiveis em seu pensameoto ¢ atitude dp que ws prove com que no depramosImedatament. Apsar da distinca histrica, nso hi aqui nenhuma diferenga essencial tng estrutura da compreensio. ‘A tniea diferenga essencial consisty na compreensio da lin- ‘goagem falada no dilogo ¢ da compreeasio da palavra escrita ‘num dado texto. No primetro caso, verb-me ap enoontzo um homem vivo, que me fala, caper de compreender mishas perguntas e res ponder a clas, dlueidando © esclarecendo também seu pensa- mento, compreensio mitua que s© deseavolve no dillogo. No segundo caso, pelo contdrio, estamos diante de um texto formi- Indo © fs0, nio havendo possbilidade de compreensio num dié- Togo. Quanto maior a rio para que se comproenda o texto pelo contest, tanto mais se precisa perguntar sobre o fundo espritual © cultural, sobre 0 modo de pensar e de falar do autor, se & que Se deseja compreender corretamente suas paavras, Desse mancia, porém, também semelhante compreensto, ainda que analogament, possul um cariter dialogal. Devo datsar que me falem e lastruam; hecessto dirgir a0 testo pergunta, que pemito me sejam res: ppondidas por ele; tenho que me abrir para 0 sentido tencionado, fthando para a coi, mantendo minha compreensfo sempre cm smipento a fim do deixila ser compltada, aprofundada o justi ‘cada pelo tera, Se, ome mostraremoe ainds, & condigio do to do ‘compreender uma "peécompreensic", que di um primeiro sceso ndncte © Esrutra ds Compronaio 59 a0 sentido da coisa, essa comprecnsio prévia, entretanto, &esten- almente aberta; deve, por conseguiste, ser sempre mantida em aberto, porque ein caso Coutriie, se for fra e fechada em si, de- formaré a compreensio da coisa, De. importinein fundamental, contudo, é que, no conbecimento da histri, se tata de. uma “compreansto", superior a uma simples “explicagio” causal. Uma cobra ot um evento histrioos nines podem ter wma explcagio ca sal adequada: devem, antes, see compreendidos em seu sentido ‘por seu conteto de sentido. 5. Levantase entio ~ sobee 0 fundo da dualidade metodo Tiga. do “explicar” © “compreander” ~ a pergunta se aio existe ‘também ume compreensdo da naturesa, Em todas ar formas de ‘compreensio vistas até agora, tratou-se, mediata ou imodiatameate, ‘de compreensio humana, isto 6, de um sentido estabelcido pelos homens. Ao contririo dito, encontramos o fentmeno de que “compreendemes’ também contetdos e relies de sentido, ate ores agio humana criadora do setide, percetivels a néx nas ‘coisas o sucssos da natureza.Também aqui falar de uma “com [preenso". Ji nas cols mortas da natuezs, coino na estrutura de tum eristal, mas prinipalmente em todo ser vivo, numa flor, mam ‘escaravelbo ow rama corga da floresta, apreendemos uma iepe- tive “configuragio de sentido” da natureza. Comproendemos ae estrutura,cheia de sentido, do Stomo; compreendemoe a cont- oe a fungéo de cada érgio; comproendemor um evento signifi fativo nos processos da vida, no ereseimento © reprodugio dor seres vivos; compreendemos ¢ camportamento dos animal, chefo ‘de sentido e inflivel em sou lastints, ete. Nao vem ao aso aqut 8 questio ontoldgica do saber se se trata de uténticastelelo- las © como explieétas. O importante ¢ verfiear que tambien na afureza hi alguma coisa a “compreender™ Esse_ estado de coisas se tomn obscure, se a oposigio entre “explicar” © “oompreender” For posta em termos absolute, isto pertcalarmento, so a explicagdo clentifea nfo for estabelecida fovmo um modo de consideragio metndicamente limita, mas como a tinlca maneira de conhecimento adequada ao imbito de tal objeto. Desde 0 comego da época modems, a cldneia natural, sup objeto & 0 fato natural empiicamente observével,limiton-se preensivel quanitativamente, exchindo toda determi- 00 Queue Funland Hermendcs mente causal dos proceso © deixon de lado significado final do evento. Semelhante limtagio metédiea da consideragio das ‘iénciae partiulares & porsivel, Mas & precio que elas tenham conseléncla quo com iso nio aleangam tudo, nem saquer, plena smeate, seu objeto expecifio, o qual se The abre apenas sob 0 specto metodicaments Timitado, Afora iso, manifstase uma sig: nficagéo miltipla da nature, inapreensivel por um modo de expliagio causil — quantiativa, mais accessiel nio $6. uma compreensio.pré-cienifica da natureza, mas tambéin filsofica mente a uma considerasio fenomenologico-morfogica, Pelo fato {do s0 ter fixado num sentido estreto 0 conceto de “expiongio", ‘chegoute & formagio do sentido oposto, “compreensio’, mas mim fentido igualmente restrte, ou seja, apenas no significado sical gica © hisérco de compreensio e finalmente como conceito me: tBdico daquilo que desde Dilthey se chama “eidscia do expo” por oposigio a eldacia da natureza, Foi por iso que se delxou fe ver que 0 Fenémeno da comproensio & mais amplo e mais or ‘inal que 0 conceto cient, A propria natireza precisa ser com: preendida, Também a pesquisa cientfics da natureza pressup ‘uma compecensio do significado da natwreza, a qual cumpre entho cexplict, Nio hi explieagio’ sem compreensio, como igualmente ‘mio hi compreensio. sem explcasso. 6. A compreensio & um acontecimenty tio fundamental, ‘como universal. Todo coshecimento, inclusive 0 clentlic, base se noma compreensio, E 0 evento bisico da visio espinal, © 4 ‘ls se abre wma miplicidade de conteidos © relagies de sentido rt ttalidade sigificativa de nosso mundo. ‘Todo conhecimento particular separa um dominio ou aspecto parcial, com o intuto de, 4 seu modo (a saber, segundo 0 método exigido pelo objeto), levélo a um desenvolvimento explicte. Também toda comprocnsio de uma palavea falada ou eserit, a compreensio de testemunhos fe fator hstéricos — realiz-se no todo de noso mundo de com Droensio, Essa totalidade permanece pressuposta como o horizonte total ein que vivemos,flamnos ¢ compreendomes Tio nos apresenta a tarefa de trnsformar explctamente 0 mundo" em “horizons” da comprensio. Sob 0 conocto “rnd” pereebemos mais sun determinagio intems, ao passo que o con- eto “horizonte”exprime su fungi formal. Por conseguint, cum- daca € Este ds Gomprecsio 61 ‘pre-nos primelramente interpretar 0 fendmeno total do saundo em Seus momentos constitutivor do conteédo, para em seguida per- genta de que modo 0 mundo se toma horizonte da comprecnsio, ‘Se come & eompreensio do singular & condicionada em svt pos sibidade por uma totaidade pré-compreendida, © vice-versa, como 4 totaidade continua determinandose nos conteidos individuals { compreent, 8. © mundo da compreensio 1. Toda tentativa de interpetar tematicamente o fendmena total do “imundo” encontra logo uma dificaldade lingiisia conceptual Que significa, afinal “mmdo"? © conceit netural de mundo da. linguagem cotidiana & muito indeterminado ¢ am- Digio. f verdade quo hoje mais que munca se fala de mundo: “mundo” se torou uma palavra da moda. Exigem-so abertura para © mundo, afirmagio do mundo, respoaabiidade perante 0 mundo (Mas assim que so pergunta © que sigufica propriamente “mundo rmostre-se wma multiplicidade de camadas'dfilmente apreens. vel. O mundo pode sigaificar nossa tena com tudo 0 que existe fe vive nela, Falamos também, em sentido mals amplo, do espace ‘do mundo ou toalidade do mundo — também do "mundo das c= ticles” — no sentido de toda reaidade espleiotemporal. Além dist, teologicamente © mundo pode significar a criagio como totalidade dos seres finites, erados por Deus (e abrangendo, portanto, 0 “mundo dor anjes"), em oposiglo somente a Deus, 0 "Criador do mundo’, se nio se quer também falar, ainda que de ‘um modo anélogo, de wm “mundo de Deus”. Mas falemoe também, to sentido rertrito, do. mundo subterrineo (mundo das minas), ‘mondo das plantas © animals, sigufieando com {sso cada vez tum determinido dmmbito das ootsas da natureza, Em todos esses ‘empeogos do termo, contudo, sempre se tem em vista uma total dade de seres que, Sob determinado aspecto, forma uma unidade. ‘De preferénca, entretnto, usamos a palavra “mundo” com relagio so homem e "sou mundo", ou se, seu expago vital, se ‘campo viewl, em horzonte de formagio ¢ de comprecnsio. Dize- ‘ios, por exemplo, que tuna pestoa ‘de um “pequeno ‘mundo ou vive num “mundo acenbado™. Um outro & um “homem ‘do mundo", com conhecimento e experizncia do mundo, seado 2 Ques Funded do Normandie “versado em coisas do mundo’, i ©, nfo x6 “conhece o mands" mas “couhecese 20. mundo, io em expertaclas humans, tendendo ab relgies humanas sabeodo moverse ene ox hor tens e tatar com des, Desc modo, enim, o mundo signifier, Simplesmente © mundo humano, a sociodade © a vida pbc, 40 ‘mesmo tempo que as munear ele atuantes de pensar ede agi, bem como todo o espago vital himano do porto de vita soci, pollen, cultural ¢ tlenico”. Se, porém, dewe fundo extemamentediveriicado qusermor ‘hogar a um esclarecimento floiico do coneeto do mundo, po: demos, 20 menos provisoament, dstingur urn conto cone Yogico do mundo 6 out anropeligc. Mundo em sentido oo moliglo quer dizer a totlidade das costs experinentivls ov sei, materials da “nature”. Net scopy, «realidade 6 pena: 4h como sabsistente ems © jc dada abs & regio a0 omen ‘no &explictamente empresa. © 0 mundo “em sm "part min Sigifiando reaidade ebjetia. Esse conto. de mundo, enti. fatto, enbora rlavamente fistfiado, 6 ima absraio, en. quanto 58 podemos falar do mundo neste sentido por encottar 1nos, experimentanmes ¢ compreendermos esa realidado j da Condo, experinetano-n fstumente em sua relaio 20 homer, em sue importinia pra o home: como seu epago vita, como © reino de sua autorealiagio. Nio deparamor com 0 undo como algo de eto “em selasto™ ao homem, mas achmo-n0 {nds mexnos “bo mundo” Mio hk para o homem mtorelagio fem realzaio do, mundo, autwerpertncia sem experi. do rund, nem autocomproensio sem comprocnsso do mundo, Fiz parte da nature do homem ser‘no mundo eter tm mundo. Dal sgafcar 0 mundo em sentido ontropoligico “0 mindo do homey ie, arealidade como nla ns encontamo, come ‘os apresent, com 6 experinntada compreenia por 6s on 6 importante para'a exsténdia humans ial todo de sex espago vital © horznte de compreesfo. Por consegulte, 0 mundo no sentido antopogico do conccito no & um objeto de iavestigagio da educa natural, +6 podendo ser acesivel a una consideragio Floste, fenometoligeohermentutca, Por ss, podese flat to A hina do const Koor mandar mand, c. W. KRANZ “Scho for Beprifegschht iy 12 Boon, 108357 Balnie « Earns de Comprensio 63 sete om emt fevifin ex bro car eo eee send kt ia al a ce ee as sat a Go iow car omnts a am is gs ohn ma eres Satan cea oan Se eee eae Se res ee eee eee sa et aed er aa oe coe ice ce oe ceo Sab sce ates a ener eee 2 Gryar naar sain Wtane wae a LE Jot ii eal e's oun oe se cae cat pen 2 Pec sare rae aia pigeon ester ean da ieee sre atest eas Srl oe Se itt Pig re fa irs Pgs “tinla Sard ec pee agp erie len rae pot rece to ieee mnoane pean cet can tags exes oe eae a eee Sin Secrecprones S oepeend cable Sef Panacea yon geal ee eee eee Se eee ee aaa Ss Ty agen danas mpl, ye 6 op me cS oi sins San = ee ee oe alas clan a te Sartore Datta mine ewes ils o prblems, gual do crest antopaleco do, mado of. 0. MARQUARD, “Ler Gachishte des Pilosopbischen Bonrtis “Anvhwopalgie™ ‘itd nds des U8 Jabbar Cllegiom Phisphicum (homer 9 er pelo. 60° anna}, Ban tte 1005, pp. 900950 com Bndanay dan blogic © Qantion Fundamentas de Hermenttion ‘gio humana, mar também nenhuma snvestigagio © nenhum pro- fresco da eidncia. ‘Com ssa ji se concede que nosso mundo so caracteriza igual mente como um mundo hisérco, Esse elemento ji bk muito per tence A consclénca filoséfica do nosso tempo. A imepetibildade © Timitagio expiciotemporals de cada um véem-se entreagadas num ‘acontecimento envolvente; este esth muitas vezes condiclonado © ‘Geterminadlo por tudo o que do passado age no presente © que tra dados nos quait 0 individuo Se acha posto, em parte ineviti vel ¢ invencivelmente, mas em todo caso do tal modo que deter Iminam profindamente, do exterior e do interior, sua existéncia. concreta, Expericias © delsSes histxieas atuam posteriomente © fuma situagio hitrica & dada de antemdo 20 tndividuo sob o ppato de vista socal, politico, cultural e esprtual. Abrem-se ass A sua prépela exsténcia possibilidades coneretas, mas também se tragam limites. Representagdes © modos de ver ou mods de pensar f jaiaos de valor histrios, uma interpreta historicamente con- Gicionada do mando ¢ da existlncia humana no mundo penetram Inevitevelmente no. pensimento de cada um ¢ formam 0 hot zonte de sua comprecnsio do mundo. (© nosso mundo jé & sempre também um mundo lingtiticn mento mediaa, lingiisticamente interpretado. A lingua em que falamos, pensamos ¢ comproendemos 6 uma lingua formada na ccominilade ¢ historcamente herdada, aa qual slo ‘transmiidas ‘certas formas de pensar e mineiras de representar ou intult, © fat qual se aninhou um rico mundo espirital e cultural. Com 0 sprendizado de determinada lingua, mio somente erescemos em temtato pesto © comunicaglo social dentro do. ambiente inter- Thumano, mae também dentro do mundo todo, espiitual e cultural, que pela histra ae transmite © se abre nessa lingua. Desa ma. teins, 0 mundo conereto da compreensio do homem jf é sempre tum mundo lingisticamenteinterpretado, otde a realidade objtiva mediada por uma signficagio verbal ‘Ao mundo do homem pertenee,entretanto, mais um elemento ‘que amiéde & omitido ow Suprimido, mas que merece ser levado fem consideragio: a commocieio valoratva, mormente quando fun- ‘dada na crenga rligios. Sem trtar aq mah a fundo do concelto fe do problema da “coneepeso do mundo", nolamor apenas que a ‘entendemos como a totsidade da iddia compreensiva e apreca ‘va do mundo e da exstinca humana nele. Assim sendo, concep- race ¢ Barut ds Compronaio 61 ‘glo do mundo 6 essencialmente mais que uma imagem do mundo, ‘que significa apenas a sinteso dos coubecimentas que a cllacia ppositiva tem do. mundo. Na verdade, concepgéo do mundo ov cos: Imovisio nio & © mosmo que religido © £6 rligios, mas toda f6, ‘enquanto ert em certo coateido que carrespoade a una sigufica ‘io final da exsténla humana no mundo, contém esseucalmente tum momento de concepeio do mundo. Ao citarmos esse momento ‘em relagdo ao fendmeno do mundo, poderse-ia abjetar que ele ndo mais pertence 4 pusa constituigho do fendmeno, mas 6 jé sua in- terpretagio. Isto #8 & verdade ta medida em que nao se esté mai no dominio empiico-abjetvo da experiéncia do mando, Se se trata, porém, de tomar expresio todo fendmeno human do “mundo” no sentido de nosso harizoate conereto de compreeno, tanto mais esse elemento pertence a fio quanto, em uma con. ‘epgio teligosa do mundo, « compreensio do sentido e do valor ‘do mundo © da exitincia humana nele, pasta ser fundamental mente diversa do uma relagio ao mundo io determinada religi- samente. Visto que 0 religiso em geri, mas sobrotudo a $6 crit, ‘tem por eiséncia uma pretensfo sabre o bomem todo, querend® dar wm sentido absoluto& totalidade dos homens em sou mundo, abrese justamente ai um novo horizente de compreensi. Este abrango 2 totalidade de meu mundo, proporeionando com iso & tudo, 2 qualquer experiéneia individesl © @ qualquer acontee- mento paticalar, um findo de sentido completamente novo, Por tanto, desde o ser-no-mundo em seu coajuato, como sobretudo fe- nbmenos de espécio da conscléacla ou de ser-paraa-morte, de que fala Heidegger, significam ji como fendmenos da exsténeis huma- te simplesmente outra cols para os erentes © pra of nlo-centes, conforme se entenda 0 mundo fechado em si mesmo ou aberto © ‘uansperente a um ultimo fandamento de sentido, sendo “expec ‘mentado” também nessa compreensio, Os eltados elemeatot formam, miiturando-s0 © amilgiman dose, a estratura complera de nosso mundo. Log, se realgamos « enfileramos elementos isolades, alo quer dizer que se trate de ‘aa adigio de momentos parcias, como se fossem varias “camadas” superpostas. Antes, sio clamentos to enlagador © fundidos ex nosso mundo conereto que tm elemento & compenetiedo deter rminado pelo out, formandote assim o todo de nosio mundo, tas de novo de tal forma que cada wm deste elementos so refere ao todo desse mundo e 0 determina, Apesar disso, nio se pode 68 Qustns Fundamentts de lermenduicn enearar a complera extutura total sealo vendo desmembrada hot elementos iolados de que se compSe organicamente © todo. 8. Desse iaventirio de fendmenos feito em linhas gels, ainda devernos,contudo, slientar alguns resultados fundamentals, importantes para uma equilbrada visio do fendmeno total. O ‘umdo nesse sentido no & somente projtado a prior, mas tam- bbém, por isso mesa, reeeida a posterior Tal clsa parece quase tevidente, mas em Heldegger 0 cariter mundanal de projeto puro ‘ou “sobteprojegto que se projta” & posto uniateralmente no pie telco plano em relagio ao “sendo”, Pertence certamente a esr ‘ia do homem ¢ prior ter wm mundo e estar aberto para o mundo. “Mas faz parte do fendmeno fundamental da compreensio do mundo encoatrarnos numa relidado j& dada, que experimentamos e pela ‘qual somor determinados. Assim a determinagto concreta de con- teido de meu mundo é condicionada primariamente pela experién- 4 patie da qual se segue todo novo projeto de sentido e valor, de fins © planos — 0 projeto da totalidade de sentido de meu “poder”, A totalidade deste mundo, agora tanto uo sem tido de experiénca prévia como no sentido de projet antecipador, forma o a priot relativamente @ qualquer oxpeiéncia posterior. © hovizante desse fundo © contesto de sentido constitu a con- dligio de compteendermos em seu sentido tudo 0 que encostramos. ‘© mondo, porém, no & x6 acelto passiament, mas a0 mesmo tempo sempre aproprido e elevado aticamente. Ele nio & nem tima projegio de sentido puramente ativo, nem tampouco o indi- duo € 38.0 objeto passivo de um mundo historicamente trans tnitido, Ambos of clementor formam um todo ¢ se compenetram. Por mais que estejamos determinados pela experiéncia e pela bistéria, o conhecimento ja aproprlagio ativa e mediagio ua cexecugio da experiénia, da opinizo propria e da tomada judiea- tiva de posigio. Principsimente o querer o agirrepresetam uma attude ativa, uma resposta lime aor valores © possbliades, uma Formagio © dominio autinomos de nossa extéocla no mundo ‘Tudo isso, porém, penetra determiaativamente na totlidade de nosso mundo. Dat ve segue, ademats, que este mundo nunca 6 uma grandeza cestaticamente Fixada, mas eth sempre dinamicamente em movimen- to-e continna formacio. O homem nunca se acha defintivamente peso a certo ambiente Hinitado'e a dterminada concepgto do adaca © Eat ds Comprensio mando, Ele essencialmente aberto para um mondo aberto, ie, 0 prdprio mando esté aberto para uma realidade que & mais ampla {que 0 clrulo de nosto saber e compreensio. Por is, perguatando @ investigando, ultpastamos or Timites de nosso imundo atu FFazemos experiéncias nas quals novo horzonte contiouamente se larga e se aprofonda, Aprendemos a conhecer outtos homens, ox- fros powes ou lingoas, outrae épocas histireas ou situnfes, com- preendendo todos cles em seu proprio modo de pensr. ‘Dessa Forma, realise, como Gadamer mostou, uma “fusio” dos rleoates, 0 que produz wm alargamento ¢ eariquecimento do pré prio Horizonte do. munde Bntretanto, poderia parecer ~ e & uma objegio que logo se presenta — que hi af apente uma iterpretagho subjeiva do mun- ‘lo para mim”, mas mio ma sbertura objtiva da vealidade “em s De fato, 0 mindo real somente so abre na medida em que 20 modo como for experimentado © compreendida por mim, entrando, portanto, em “mea mundo". A compreeasio do. mundo, porém, fchs-se esSencalmente ordenada ao mundo real, a0 mindo em SS. Faz parte da essdnola do homem que s6 adquire importincia para mim” 0 que apreendo com vido “em si. A oposgio, pois dle um mando tubjtivo “para min” e win mundo objetiva “em si ‘contradiz um trago fundamental da compreensio humana do mundo fe do ser. O fandamento ¢ norma dessa compreensio 6 a realidade, tas aio como para objetividade, ¢ sin como totalidade abrange- ‘dora, na qual primeiramente se toroa possivel uma relagéo entre sueto © objeto © “mundo” no sentida de mundo humano-histérico de expe riéncia e compreensio & sempre e necessariamente limitado, mas ‘a0 mesmo tempo nonca definitivameste firado © fechado em si, Porque sempre esté aberto a mais amplas dimensbes da realidade, FE limitado enguanto munca abareamos e concebamos tudo, Le, @ realidade total, mas sempre experimentamos apenas teeehos ink tados da relidade, que — por sua limitagio — spontam para 0 (que 0 transcende, Mas tambim a realidade experimentada © oom Dreendila por nfs nunca seri “interamente” concebida, isto & fio seri amas aleancada exaustivamente em seu pleno contd Jo WG, CADAMER, Wolvhet wud Matha, 24 oi, Tablas, 50 ‘ere pp 287-20, 10 Quetiee Fundamentals de Herenduice de sere de seta, em todas a8 rns Ins lags, mas sempre ‘Teenie apes em aspects Hintadon on gure" de ve = formu Hoag epotasprn una tahlade ator de sr odo ii lpo moss quo sempre nao mondo Se cmpecsio io contini denadethorzte tot de no conbcrinesto © ‘mprecslo, ng eth aber pera um hors mai apo pers obo ia reldade, © horuite tal como codified pos “lade de um amano 60s “amb perten conta, esncia da expr do 0 do gue epnostanes ao asndo comteoe coms vido "as ‘glo gus sibs qu “basin” ako € apenas vd par ln neta epenss pra cera inndh capac. Go mands tem se rere tampove sonete acto endo orice de Coupee, mas 6 sinplemette © ineeicoalnets vida Tole condo sonpecsiva do ue “open a codices Aide dont lniado bortarte do mando © eonamsse 20 os Sout incodieal oer O cmbecnents © compreio Jo Kemem slo same, enborarelaclnadny tab com cro o- anne’ do! mundo, conttuldos epedante pla sbrtira do {mri ima tn vr que o mondo se he part 2 © Imundo como mundo s! 6 pelo nn ‘Deven etait, fan dar mel seven 4a concen ico 0 undo ute fn fn como “| Soot a compact, Le, inept, A vi do ecorn, 3 “Srua de Heute do no nna de expres decom een, 4. O horizonte da compreensto 1. Que scontece quando demos alguma cols? Apreendemos um conteido individual em seu “sentide’, soja uma ‘coisa ou um acontecimento indviduais, seu ma palavra ou un ‘enunciado. Esse seat, porém, decorre do todo de uma estutura ‘ou do um contesto de seatide. Nao existe jamais uma apreensio ‘totalmente Solada do certo conteido de sentido; ete 6 antes, con- ‘icionado por una totalidade de. sentido pré-compreendido ou conaprendido, Revel aqui o fendmeno hermentutice fundamen- tal da relagio entre o indioiduo ¢ 0 todo. ‘Para esclarecer isa, tomemos tm exemplo simples no doméoio Aa compreensio objtiva dis cols, Vejo dante de mim um objeto rtaca © Esra de Comprocnto 7h Othando, “comprendo-o espoatancamente como um liv, talvez uum livo de certs expéeie, um livo filostico, por exemplo, exo autor conhego e cujo cntesdo me 6 familar. Apreendoo com um ‘olhae como “este ivza™. E um ato espentineo de compreensio ou intuigio, a0 qual compete ceta imediater enquanto a compreensio ‘io & mediada por tun pensamento logieameate discursivo. Nio importa que postesiormente eu posse. perguatar “em que” co- hei o liza; talvex foi por seu temsnbo ou pela cor de sus capa aque conclui tratarse deste lize. Nao “conclu, porém, eois al gums, mas simplesmente vi ¢ comprecndi, ou sej, apreendi ime Siatamente, antes de qualquer medigho racional. A reflexio sobre fs motives jf & uma mediaggo do entendimento, que posteriornes- te anlisa © eslarece, © nko mais a itwigio originarameate ime- lata da razto, Apesar dessa imediatez, semelhante compreensio ‘spontinea somente ¢ possfvel sobre @ fando e sob a condigio de tom amplo e pleno campo preliminar de expericias e intulges. Devo saber Jf antes 0 que é um io, ter dado muitas vezes ex livros, ter ido ¢ estudado livros; precio também conhecer este livro em soa pecilaridade, seu conteido ¢ seu valor. E apenas sobre esta bate de experiénclas coneretas que “compreendo” esta coisa em espontines imedatez como este Iivro bem determinado ‘© mesmo se diz de qualquer outro utensio com que lidamos © que compreendemos em seu sentido. Quando vefo este relégio, ‘sta Mimpads, esta miquina de eicrever, compreeado espoxtanes Inente o que & e para que serve, Mas 36 o posso compreader sobre fo fando de wm amplo campo prévio de experncias e intulgbes pritcas, que, por atsim dizer, se entelagaram se amalgamazam ‘1s uma totaldade de fentido, da qual se deduz o sentido da coisa particular. Isp vale, sobretudo, 20 domiaio das obras humanas © “lores histérico, exjo seatida se nos abre num contexto de sen ‘ilo, tanto mais se manifestando & nossa comproensto quaato mals reo’ pleno for nosso conhecimento do fundo e do contexto em {que se acha o particular ea pati do qual deve ser compreentido Isso, portin, se aplioa — © antes de tudo — a compreensfo Tingistea, Eis a razlo do insucesso a que esta condenada toda tentativa de explicar a linguagem — o principal meio de compreen- tomiticamente", isto & construr a totalidade viva do ‘contecimento lingistico mediante slguficados Iésios individuals ff prefixados ("étomos” Iingstons e Wigs). Compreendemos toda (plavra que ouvimos, através do uso da lingua, que nos 12 Quetee Pandata de Hlermendatice forpce 0 sentido da palasa, Quando «empregamos, resbe seu ‘gnlcad pela sentena em que se eacote: Esa, yor nia em {frommncadao contest ras amplo de im conjntolngustin ‘ke enti, pelo al Te advém peteirment on nti ign ‘Selo, Todo conto quo frmarhos ou inmos po eu suc So ‘nivoumente fo gage atin determi conte de Sentido, cmceptuninento terpretado, Tod enincado que fame thor est mum context it, enginnse de na stag deter endo a intense determina © provndo de sm dt Innado fondo de experiencia ¢ compreensto. Tudo sa pots to emuacialo Ine Gt sentido, 0 qu dove ser compreenida 4 tir da ‘ totldade do sentido, ns qual se aca o sigue, pode ser ‘meatarente um conto pte de ain, ee ios com fs cos eno entendeon acre dla, ovum contest terco do Signfcnio, em que compreendemos osetia do sigur @ pa tide sung relages do sentido, Contdo, nes. dingo ente onda ou conprecsio “teres “pti”, campre trem mente ‘Que tunea se tata de Guns eferassdequadanete dit. NEO fie um favs meramete pete que nao sj glad tb por intiges © conhecinents tere ndo him pro conhecne- to tevin oe tp se refi Avila ago pits ~ no std Imai amplo do tern. Sto momento #8 relatvamente ding. Sin que por esénca se condoram mtuamente 30 refer Xin cafe, Tém sa unde ¢ por io tambo su sentido © Sim fngio no todo do autoveliageo hana. Dal so seg. qe foo borzate sigafsto, ted @ nitado talverestemente limita, onde eto cote singular do. qual rcehe seu sentido, aja mom costeto tei, set Frito sponta para ale do sh mosteando a arangedora totale Topica de noes extncla no mundo Smet dent do $2 tttidade de serio fem © ented singular sa pena deter 0 do seta O tna hora niglctivo como fal 5 {pune 6 plone sentido dentro do horznte total de osm Imindo conereto do eparitca 8 de compreenco, hstoicment Condiconda e lngstcamesteinterpradn, onde vemos, fa Inns compreendenos, Nee rina Snovogaveimente 2 relago fot o sng 0 fo, como unt I fanamental ds compreen- ‘So inedata © medatTnedate, enganto mio €raconaimente Tedd pelo pensimento fgicmente concept, realzandose, lncla¢ Extn ds Comprennio 13 poréin, pela uminagio imediata de uma apeeensio de sentido, ‘Mediata, por outto lado, enquantoo sentido somente se abre sobro ‘0 fando e contexto do ta ttalidade de sentido, e esta, portant, ‘0 evidencia como condigio da possildade de compreensio, In: versamente, entretanto, esta totalldade nio seré concebida de modo Smediato em si mesma; antes, compéese do. conbecimento e com: preensio de sma multiplicidade de conteédos singulares, forman- ‘ose continuamente, ampliando-se e ensiquecendo-se com 0 pro ‘ges da ulterin experiéncia, Como iso ela eonstiul o pressupost> ‘de uma compreensio mats plena dos contedossingulaes que ¥a- ‘mos encontrando. Por consoguiate, assim como a compreensio do Sogular esti condicionada pela abertura do todo abrangedor, tam- ‘bém este s6 6 mediado pela comprecasio do contoidos singulares, ‘que se fundem na totalidade de nosso mundo de comproensio e 0 ddeterminam continvamente. Aqui se mostra uma relagio de mituo ‘condicimamente e mediagio: um elemento & condicionado pelo ‘onto. se dissolve no outro, determisando-o Essa concopcio no equivale a uma refutagho da cléssca dou ‘wina aisttélico-scolistica da abstragio, mas antes a completa fe- omenologicamente, Nela a comproensio, como apreensio de co tes inteligivels de sentido, mio serk ainda compreendida qual ‘contecimento concreto e muito condicionado, pols que o fenémeno dda totalidade de sentido ainda nfo & expressamente visto como ‘ondigio da comproensio. O conteddo singular, que aparece mais ‘on menos como dado sensivel, nio 6, porém,islado por si, como ‘um ponto, em seu conteddo inteligive, no sendo, muito menos, mecinica e antomaticamente apreendide, logo que a visto expt. ritual se dirge nessa diregSo, compenctra 0 fendmeno e contemphs 2 essaciainteligivel. Antes, mostra-se como condigio da abstagio "um acontecimento bem eoncretoo de varias camadas, jd que todas ts experigncias anteriores de igval espécle penetram num conteto de sentido que forma o horizonte da compreenti. 2. Na filosofia moderna, contudo, reaparece historcamente sempre de novo, ainda que sob aspectos muito diverts, esse co- hecimeato. Metafisicamente, ele é a base jl em Espinosa e Leibuiz a distingio do idéias adequadas ¢ adequadas. Se o singular for somente apreendido pela experizncia, ou sea, por si e empirce- mente sslado, $6 seré eoncebido inadequadamente © nko em saa ‘rséncia, adequadamente. Isto 38 pode acontecer se o singolar for Th Gunes Fundamentals de Hermendtee aporaido ¢ compreendido & parts de ttidade do canes dEcz Em spina, iso qos last que o sgiar & concbido St crag nce do attolndobrament da sbioela divin Cavs mdoy finn om se qe cupecndones pla ess Side do popes Dou, sengatdna sum on sua etc as frond ¢ mis potas sete seterat (ob 9 peo J cemidade), Ande quo Labs contrac a eanceo partes tto-ltermmia de Eopino, amblm slo eg prem la ‘Sogn dus ees fatorpartelres gon sm compres {pik do eaterto tol do mundo e Jo santecinesto do mundo TENT pur do mando placado ordeado po Dess na “at: Inia peste” 6 porats, 20 meBor mundo ps nuns Lehn, post, tao mito bom gue esa cmecpeto funda das ens no 6d pong 8 prece& Dey ta Protiento btn em Hegel sou dxonavineatostemitien. entedo sgl 2 sed cocbido em toda aan verdado na tridad dla de tn o momentos opr, os prt Sr sow do lp, dlesenente mide totaal b- Ssh Tats doa mere ato 0 todo sso, em ep Stecnvatinent tem teu Inge ¢ su sia, Por tbe Sha verdad nto pode ter letugada plo “etendineat aca {hr omatiea o Angular ied wp do cto as usa ie pea “acto Speclates, que cones eo pestis co tune nat vid oman Gly dtd Stone: Quando Hegel pct sleagar pdb penamento to tadade bolt, metiaado on conten putas pat do ttoustoe sim on compecedendo plemmente soa eno, Sou ouoda peteno do nme “oboe colt deve cnc foetemaloga,peroe uta es nts conhecmeto Truman. Mar cot ie ws rocit wim prblena que conten 2 truer rbseetuente © que none tie dear apr or esse fundo metafisico, mas por ele codeterminads, ‘a mesma conceppio ierompe sob a perspectiva do conhecimento Iistérco ¢ das clicias do espfrito, em geral, logo que « “compre: ‘ensio, como prinepio metédigo, x tora expressamente wm Pro: blema’ A coneepss0, que jé se encontra ma Hermendutica de Schlolermacher e rtora na Historik de Droysen, de que o singular ‘comprendido num todo maior, continua a atuar em se concebe a totlidade Eudnis¢ Bsrtuns do Comprenso 15 ee ua cov va ep tesco cout de compen’ Eat fae fa les apie, pst dacmrecmta pcg Wc pals por fvomenliges em get Je bun ode perolo de uke ca pura fabri be Sprig num “plo (Ui) 0 “empe® (Fl) te cmon Nanente pred, ‘Dein ‘erm Some Huet prove ‘pS Se on “oun deb Ido tal mo qe tlo brite prc de ere Jo ‘ers fore, sem do a htt duno dV, {paw tom problee con wo lms ae. Mes Teatgg vetom © poblona Aha manele nga Seer Ini etnc, on en commer aso nan" mat Srmadam mundo cone «toate do rojas site at powder do ty prt do qa Some, prelate rn empresa cn send parse nto Ten Apts ta tr do tly Je fer reacts compre do Pelt eae egal oma“ fo md ipl 6 conicenain horeansteehaglttcents meg tad, mas fon em ov ttaldadeo hove deed compe tho pai mo indo o mean problems qu 1» ect do neve wb 0 pont do vin ‘te fot Ss gang. ora ade ope rept tettas de fom logge nomics on fs Carla lngun oe «pcre fe do as Chivttutedatemnado code was plas Eas fe thes pcan de comes tals tts oe do tin Sv combina om Boro Se fe Lae ak 6 ‘Weg pint Epcae tale woot el Putin, A am Wenn opi sta, cen eee EGEr"catanmte apc Wigeaten Se Spee pot tur so ingle edn ee sal tel owe 2 tagape ‘5S go ep agus tom am tila meeance: Ti, E MUSSER, Esbnng eed Ue, 28 ed, Hanbury, 1954, she: wpe _ "8, E HUSSERL, prtinlamente em Die Kes der euopichen Wie seuchjton (Hsia VN) Ben Haag 14 18. M. HEIDECGER, Son und Ze, 10% ed, Tubingen, a wal “Toinge, 1963, sob 10 Quetr Fundamenis de Hemontuta te fn antes do ato oa Mogan, assent 0 cons no act ‘Snevto vivo ds Hogen tna Pose asi o poems das. fect funpd Egunges edo son sap, ue dar Be Coots, do ft, a guage recspera su her a tal ‘Sado conreta Ga vida hana dat tla iterumans. Mas 4 questi da fungio edo signicado da nguagem nio poe se ‘eoponihia apenas propio «put Jum dad Snes ‘solo, po BA conepyr omens tts um sentido conto de sentido un, da palais, vem ngaagem. © ‘Seco enrtaao, 6a & cote linado de apo. gaicn- ¢fo, peo also detain satin deta pees oe Sntad, sponte, aca dos, para ttalidade viva da Dogo em comprocsio humanas, ey porta tatahdado “ound” ‘imo sbero A nona compress, mando sempre é Bngitin- snente mediado e interpreta 3. Disto tudo resulta que wm conteido singular, soja uma plaza, umn coisa On um acontecimento, & apreeadido na tata Tidade ‘do um horizante de sgnificagio.previamente aberto, ©. mesmo objeto, entetanto, pode ser apreendido © compreendido ‘em sentdos bem diverss, desde que Visto cada vez no horizonte de um outro contexto. de sigificagio. A totalldade de cada um ‘esses mundos de compreensio nio é wma grandeza homogénes, ‘mus heterogénee, & determinada por uma maltipiidade de pontor de vista e-relagies de sentido, bem como por vivéncias passadas ‘que perfazem o fundo de experitncias, ou por intresses, alos ¢ ‘desejot quo projtemos para o futuro, Iso mostra, como’ Heideg- ager bem via, um elemento essenclalmente temporal da compreeh- So. A partir de nosso passado conereto, projtamos para 0 Futuro nosias prépras possbildades. Dat se segue um modo sempre de- terminado de "ver". Na vida eotiiana de cada um, unem-se, mis- turam-e intorerizam-so muitos pontos de vista, origiades em ‘experiéncas bem diversas fundados também em bem diversos projets de sentido e de fralidades. Tim contrapesigso, pertene 4 essincla da eiéncia que destague um aspecta determinadamente Timitado, isole um dado ponto de vista como seu objeto formal, procurando desenvolvélo de um modo puramente teérco. Iso, ‘entrtanto, 6 pode acontecer pressupondo-e 0 todo, ou ej, con ‘icionado pela totalidade da compreeasio de si mesmo ¢ Jo mundo. ‘A essa totalidade conereta do horizonte de compreeasio, préprio ustnce © Earned Compronsio TT ‘exclusvamente do cada um, chamames — prineipalmeate desde Hosserl Heidegger — seu “mundo”, Esa totalidade, porém, € — 0 que torna mate agudo 0 pro: blema — uma grandeza essencalmenteatemdticy, que nio se tora conteddo de saber ¢ compreender explicit. © “munda” como totalidade do sentido da nossa comprecnsio aio ¢ explcitamente sabido ou conscionte; constitu, antes, © horizente atamético da ‘comprosnsio. & verdade que o todo desse mundo 6 codeterminado or contetdos empiricamente objetivos. No ¢ menos, porém, de terminado por elementos que aginde, por exempl, sobre nds atra- ‘és da istéria, nunca se tomam temiticos ¢, entretanto, maream ‘© horizonte total, enquanto fazem parte da\evidéocia de nosso ‘mundo como irefletidas formas de pensimento, maneiras naturals de representaga, avaliagGes espontineas ete. Mas quer sea coas- ‘itu hoeionte total por umn contetdo objetivo, tematicamente apreendido, quer por outros elementos, nana reflexamente tem: ‘iets, elo proprio — como horinote — é uma grandera essen. ‘mento atemétics, que permancee no fando do eada ralzagio par- ticular da compreensio, Podemos,.na verdade, alcangar pela re. Flexdo um ow outro elemento dos que marcam nosso presastente horizonte de compreensio, contrlando-o ow corrigindo-, assim. desta forma que, comigindo-a, podemos ter consiéncia da uni. laterlidade © incorregéo. do “preconcitos” oriundos da histria. Na modida em que tas projuzos determinaram noso mundo de ‘ompreensio, todo este mundo se transforma gragas a semelhante corregio, Enfretanto, nio podemos jamais ating reflexamente esse todo em todos os seus elementos, Nunca podemos tomarnos ex: pressamento conscientes de todas as origens © condiges da peé- Daa existéncla humana com sua compreensio covcrota do si mes- nae do. mundo. A inevitivel historledade de nossa exstncia Thomana, bem como de nosso conecimento e compreensio,provern jistamente de nao nos podermos aleanga reflexamente e, portant, ide ndo conseguirmos controlar e corrgir a totilidade'de nosso préprio mundo de compreensio. Com iss, elds, nio so suprime, ‘nom relativismo histrco, a valider de toda conoepgéo, porque 1 pediagio histérica indo suprime a imediater. da compreonst, ‘em’sun relagio objetiva, mas'a possbilita, Manifestarse ai, entre: tanto, a limitagéo histricae o eariter de aspecto de todos 0s con- teidos senstivos que se abrem no horizoate de um mundo de ‘compreensio historcamente condilonado. 78 Quanes Fundamentte de Hermondutce Passando 20 problema hermentutico, deve considerarse, por ‘outro lado, que com maigra do razio jamais poderemos refszer, reconsruindo-s, a plenitude conereta do mundo de compreensio de ‘um outro homem om outa época histria, realizandow de novo fadequadamente. 0 que Gadimer chama uma “fusic” dos hor zontes, nunea & porsivel mas sb, uu melhor das hhipéteses, aprorimadamente. Caso contiro, se” a “fusio™ forse necessira para a compreensio do eaunciado individual do out, cstaria excuida toda possbilidade de eompreensio, porque cada tum tem seu mundo proprio do experiacia e de comprensio, no fdéntico ao mundo do outro © jamais adequadamente refacivel © reconstruivel na plenitude dos conteidos coneretes que marcaram sso mundo, Isio também nfo é necessirio, porque nem todos o+ ccntetidos do “fundo" entram de wm modo igualmente signficativo ‘no enunciado, ou soja, sf0 importantes para a mun compreensio, Para compreender cortetamente, trata-se 26 de recorer Aqueles momentos do fendo relevantes para a compreensio do enunciado, porque & sob este aspecto determinado que eatraram significative. ‘mente na proposigio. Quanto mals, pordm, s© quiser compreender uma totalidade conereta, como a de um outro homem on uma obra Iertia do passado, contendo ou peessupondo um mundo compe- tamente diverso de humanas relagées, manciras de proceder, for- tas do pensar e sentimeatos, tanto mais a compreetsio deve, na medida do possivel, tentaresclarecer o fundo, a fim de conseguir ‘0 corrto horizonte’ da compreens Para esse acontecmento,entretant, & também importante que ‘lo s6 se compreenda o individual a partir do todo, mas igual- ‘mente 0 todo apart dos contedds individuais. O “mando vital dde cada um abrango — em unidade heterogénes — perspectivas muito diversas, intengdes tedrcas, itoreses pric, valoriagies afetivas, tomadas de. posigio © modor de age, que, porém, em ‘quiato formam 0 fundo atemitico, x4 podem se” investigados con- clusivamente em seu conterto através de enunciador ou eventos pprticulares. Iso significa um elzeulo hermenéution no qual um lemento ao mesmo tempo pessilita e pressapbe o outro. Quanto ‘mals elementos paticlares S80 dados quanto melhor forem com- preendidos, tanto mals claramente ro pode destacar a ttalidate ‘do seu fundo de sentido. Mas quanto melhor e mals concretamente ‘se patenteia A vista 0 hovizonte tots, tanto mas pena © profunda- :mente se podem abrir of contodidos particulares em seu set doce © Estate de Compromsts 19 pi, Interpreter enunciado prilaes som a consiergio de sun {igen do fondo om a, interpret lo “ingeaarnent” a pre tide seus presuporton imelato, leva a talented, Nas ‘wre aprestadament, sem parti com caida dow dador part Coles, enguer finden, format de pense on concep do smundo nio express, Iiva a consti arbitr, come & em ade parte url ne atvadad. Or dis apecton dove juntos Tn cndlcoasn‘etuamesos velo de inguat no tle, © t ‘iso do todos pri do singlar. Amos fram, numa continua Into, o pros cicla,om mer, © proceso en pi ds compreen, 4. Sobre o fundo dessas concepeées, requerse ainda wma teflexio sobre 0 conceito de horizote; cumpre que determinemos de modo mais diferenciado sua essncla, com vistas & sua poculae ridade formal “Horizonte” sigafica, como se mostrou, tuna to- talidtdo atematicamento co-apreendida on pré-compreendida, que ‘entra, condicionando e determinando, no conhecimento ~ percep: ‘Go ou compreensio — de um conteido singular, que se thre de ‘manera dstinta dentso dessa ttalidade. Esta pode ser um conterto préximo e imediato, isto 6, estrltanente limitado, de agio e de sig nifeado, 0 qual, por sua vez se encontra num contesto mais anplo 0 indica, enquanto é por ele condicionado ¢ determinado, Exit, pois, una multipliidade de horionter porcini de espécie divers fe de graus diferentes dentro de um horizonte total, no qual a vida © a compreensio humans, n0 seu todo, se reaizam, Um horiante neste duplo sentido pode ser tanto construido empleazmente, ox Seja, constiuido por conteides de experitnca, oondigies histé- eas, et, crescendo juntas até formar uma unidade, como também projetedo a prior, sea que 0 projto se fundameate na esséncia 4a autorealizagio humana, seja que surj da pocullaridade pessoal, 4a livre docisio, da fnalidade estabelacia on da fiagio de sentido 4a parte de cada ui. Por mais que no “mundo” eonersto todos eet lementos estejam ligudos entreruzades, podemos contudo ais: gir horizoates empiticas © aprlrsticns. Mais importante, po- 6m, 6 que a cada horizmte concreto corresponde uma “visio” ‘bem determinads, um modo de ver on de compreender, formal yt Fi ate sera fF. CORETH, Metaphy,2 oT 1904, yp. 09 woh as 80° Queer Fame de Hermendtce nent determin, 20 qual ofetce © se manifesta sob 0 or- ‘opondente pono de vista formal. Se desghanns ~ de aco Com a tradigan ~ como endo “objet forma” 0 modo de ver © ‘ono “bjelo ntti” ow coteddorconhesvese comprecasivel, poveremes dizer que 0 conesto de horzone expe a instaglo Resend do objeto formal do mater. Esse conto expime 6 objeto formal, enjsnto se relacona com um determinado mbto dh cbjeton materia, que se abrem sob o corespondente poats ‘le via forma formslado ao conti: o objeto material (como Sem dos conte pacts) quo 6 determina pelo objet Formal e sob close abe Aqui fs mosten + Limagia cena ‘aos do bjt formal e mfr at tmbém de sj © obo de compreenie, dado que tio & mals um puro auto que se cha a frente de oma pure bjetiviade, mat 6 todo seu mundo do eaperitnca e de comproenso que pent na mania do ver do sueto, forma 0 seu horzonte © Me abre ov fecha contest posiblidades de compreensto (© “mands monte como horzate ttl, que bare todos ‘os aspects rites pcs Mas nao conti, por ron co fix, linn Borizonte de nox conhecinento © compreesio, Shrangendo tudo, Porue o mundo, como fi se mostou, 6 um mundo sempre limtago, mata memo tempo exencalaeate bere, No representa uma grandes fh, fecada em s| mesma, Imes om grander aburta a uterores dimeder dn reads, aera part o “ser” em seu todo. S60 ser, quo — ono dim horizmle ~ transcend e abrange at6 0 mundo, slo ponies bo- Teontes do mundo divertor e cade ver lnitades, Peguntamos pare elim do nowo mundo de erpetinca e compreento, que $emor até agiray na continagio do. conbecmento esse mundo se forma sempre mais © aponta asim awa olldade mal com Sin horizate de nos astovealizagia, Desde qe, poem, H ‘Sento de nowo sempre Tinitado mundo de compreenio néa 90s ‘eterines esencainente a ser, perguntando pio ser © conbe- endo, mosraae ete como © horzonte quo apenas ule. put ot lines do mundo e abrange a miipicdade dos mundos, tras tambon posta costutvarenta a auovealizag ma ‘m do mnd como tal. Um mnndo enquato mundo do experitaca compreensio humanas somite & possvel sob a contigo. da cxperitnine comprcnit dose, ou ae, somente & posite 10 bovzote do se, since ¢ Bsratns ds Comprorsto 81 Dai resulta que o mundo, embora apenas em certo sentido, & 0 horizonte total, j& que abarea 0 todo da nossa compreensio {do mundo, Mas & um honizonte total relatico, a saber, relacionalo fom uma posiglo histériea determinada ¢ limitada; 6 um hori ‘zonte total empisica ¢ historicameste condicionado, 0 que, por fas, remete As condigbes de sua possibildade. Mas como se mos- rari ainda maie explistamente ~ 6 condicionado em sua poss- Tilidade por um horizonte total absolute, posto « priori com a ‘esitacia do homem, uma vee que este 56 50 pode realizar no seu ‘mundo em continua relagio com 0 ser, ito é, sob a condigio de ‘que o ser — em todo perguntar,conhecer © compreender, em todo csforgarse, querer e agir — The veahe ao encontro; logo, sob a tendigio de que o homem se mova essencialmente no horizonte berto do ser. Assim, porém, como a expevitacia do mundo 56 & possivel sob a condigio da abertura do ser, nversamonte 6 6 porsivel uma interpretagio temétion do ser sobre o fundo € sob 4 presuposigio de certa compreensio do mundo conereta, hist rea e lingitis; dal se segue uma relaggo de mituo condiciona- mento ¢ mitua mediagio entre 0 mundo e o ser, entre a conpre- ‘ensio do mundo © do se 5. 0 chreulo da compreensso Na tual dlacsto do problama da hemmendte, tata na csfera loca como a Wolge, lase aniide do chimado “Selo emenétn” io lembrasobretodo Heidegger, 880 segue que a précompreensio nio & a presuposigio logica de tam peasamento demonstrative, mas sim condiglo da possblidade 4a compreensio que abre o sentido. Aqui nfo hi nenhum cicula légleo, mas apenas um elsculo — hermendutico — de estrutura completamente divers. Além disso, estritamente falando, mio & tum elrulo no sentido de uma cicunferdncia que se fecha em si ‘mesma, mat antes — para permanecer na imagem — win aconte- iment em espiral, nz qual um elemento continua daleticamente ‘30 determinar e formar no outro. O todo do mundo da compre- fensio 6 ensiquecido ¢ aprofundado por toda compreensto nova. ‘monte adquirda, o justamente por iso possiblita uma compre. ‘nsio mais plena e mais profunda do cooteido singular de sentido. ‘lea, entetanto, de pé o problema de que cada um se move ‘em sou priprio mundo de compreensi, conereto ¢ historieamente ‘eondicionado, Da totalidade de sentido de seu "mundo", previa: mente aberta, provém o modo de seu “oha:” ‘4 manelra como — em seu horizonte determiaado — Basins € Eeeturs de Compresny 91 ee ee a ee ee pep clocere dah reteeat ee eee ee eee es ee SS See See eee paper ees Pence eenee Seaton eee fee eee he ese ees See Sooo eee SS Soe reae ore Dee" Sr Sere eee ese 6. Sujit objeto da compreensio 1. Noma grosseiza caraterizagio histviea pode dizerse que 1 fllsofia da Antiglidade e da Tdade Média foi determinada prin- Cipalmente por um pensamento objetivo, a0 paseo que a flosofia rmodema se volta predominantemento para o subjtiva, Dizemos “predominantemente™ a fim do sigaificar que essa caracteringio smplifiea e goneraliza muito 4 realidade histéiee, 0 que amiéde fe passa por alto, Uma férmula to simples jamais pode aplicarse ‘completamente todo os fendmonos singulares da histria © menor falnda aos grandes pensadores do passado, que se recurem a ser fenquadrades num esquema tio simples. Com essa restrigfo, con- tudo, poderemos falar de um trig fundamental predominante de cada tm deses modos hisércor de pensst, ‘A velha filosoia, isto 6 a antiga © @ medieval, fol pregonde- rantemente um pensamento objetee, no sentido de que a real- ‘dade objetiva — a natureza, © cosmos ov © universe — fot con- 02 Queer Fundamental ds Homers sidrada, ovestgna em a etutara ent, vereandse ala tims ard adda do tr comer dats et are ‘Began depo ds focus tsi vegeta ext, a0 Sh Stda prt, atte de uma ordem do sete em op met "0 haem como “misecomer’ ep dice & formado pelo Str slplto, Deny como cradr ¢ avo de tia ean ed ‘Goat ba ung da Mado Mia para poca m0. derma so torn potematcn eat pessmesto eta oe, inal o bomen s volta parts cana nate wh pewomento tipo ey antee de odo cotbemeto sje, qos Sec imi na vobjdede pia fandamento e'+ soma de todo pastel comiecnento"Orpentnentoexeta una sla pa 0 jet porgve to costecincte dec eb prep o foto do conecineto, 0 qu pr sua plea elias por nimi xorg, dove spoprse do Sto, eer com the se tre ‘bo toed 0, sbi, Dede Desates {tas daca (mente setleio sre v pro sje 0, como se dia del Kant, sobre ar condgbr «pr do conbec: Sano ebeve) a “edit do cjeto polo mete’. Feodamesta "torn cehesinentg tee foment 3 mjd que {fo ttend como sbjtiiade pura stoma, ©, flames “fo Idan ~ te po como huts, qureno compronderse Forte's por deta spa tliat smnte for tle Eretette bjt do tricia Tretia, por caso dea epi entre pnsamesto obje tive © pertmato sbjaivo ete um eget Guo se eienia ‘Gesioninl Esto 9 sya‘ o tte tal pot sprsr ‘Tito opatos por ext? Cone ete poe errr cn enue ‘rmcorar? No deve ls, por consis 0 cocaine, ligarse nom ida Mar sea posvel soi pater de ‘Seentordveatse optay, nto foe bse nana nid rows, que coniona dge tl watch 2. Esse problema emerge pela primelra vez no idealism lemio, isto é jstamente no momento em que o sujeito, mais do ‘quo em qualquer instante antes, se pbe absolutamente a si mesmo, ‘entendendose como sujeto ou espitto absolute, Precisamente ‘enti se pe — fi em Fiche e Schelling — o problema de como pode ‘0 mundo de objetvidedo surgir dessa absolta subjtividade © ‘oporsethe como outro. £ a questio de um absoluto pooto de sfnla€ Eau da Comprcnsio 98 unidade, ainda anterior & dualidade de sueto e objeto, mas que a fundamenta'e que possbiita « relagéo entre eles. Em Fiche & © Eu absouto, camo absoluto “syjito-objto"%; em Schelling a absolutaentidade como indferenge original de subjetividade & bjetividade ”. Enquanto, porém, ainda se conserva aqul, a rigor, 1 oposigio entre sujelto © objeto, embora superada por wa uni. ado precodente, Hegel suprimo-a simplesmente. A expeiéocia 4a conseiéneia demonstra que 0 Sujit se transforma continu mento no objeto e vice-versa, determinando-o num acantecimento de mediagio reefproce. Nao hé, pos, um puro e absolute syjeto sulonomamente diante de um snundo de objetos, mas ambes, su- jeito © objet, transforam-se um no outro: cada tim 6 detenninado pela mediagio do outro. Ambos se revelam assim como momento ‘do um processo abrangedor, © qval faz brotar seu coatririo © 40) ‘mesmo tempo o suprime, que se realiza, mesmo, ua posigio © supressio do contrévi, patenteandoso a si mesmo nesie evento lsltico como o Absoluto, base deste process, revelado em seus ‘momentos finltos, Logo que este acontecimento & aleangado — no “saber absolto” — pelo pensamento © compreendido em sua Tegs- lidade, esté superada para Hegel “oposigio da conscaci * ce adquirdo 0 “nico verdadeiro ponto de vista’ ® absolute, a par- tur do qual se coneehe o saber como saber do absoluto mesmo, ¢ consegue, na realizagio pensante do movimento dialéten, apte- ‘ender a verdade absolute constriro sistema da efncla absolut, ‘A ousada supressio hegelians do conbecimento fnito e hits rico do homem, substituide por um “saber absolut, malogrou, na realidado; sua pretensio ia Tonge demals ¢ foi ultapastada pelo ulterior progresio do pensamento. Fica valendo, porém, sua fa, que se evdeneia do novo importante na peoblemétca atu, de que no processo histérico da mediagio o sujeito se transforma ‘no objeto ¢ continua a determinilo, mas 0 objeto & conhecido e ‘compreendido de una nova forma pelo suet que se val modifi ‘eando, 20 passo que, por seu turmo,o objeto também entra no si jeito, determinando-, 130 no quer dizer #6, como diiamos hoje, ‘que 2 oompreensio de si mesma e a do mundo formam uma wn (TEy 6 meesrameatoewtdade do rhs o bit: msc aeto” criciing, 19S) ee “HE SHELLING, samt IV, po. 123 we 4 HPGRL, Di pp 35 e 1. 38 Op ate pak 2. ete 94 Queries Fundamental de Hemenutics dade, enquanto so seferem uma & outra, mas também que ambas, ‘como aspector de umn acontecimento abrangedor, deterinam uma ft outra, O homem, portano, no 6 — na compreensio medema “ima razio pura ¢ auténoma, que se possulse primeiramento sem mundo e Sem hitrla, depois te opusesse a um mundo de ‘objetos. , antes, condicionado por seu mundo e sva hiss, sendo samente “eujeito” do conhoeimento como homem covereto de seu ‘mundo e de sus hitria. B por sua visio conereta, condiionada pela expericia e pola histéria, que cle se experimenta e com- Proende a si mesmo no mundo. 8. O problema, j6 proposto desde Hoge, 6 retomado o Je- vado adiante por Heidegger a teu modo, Em vez do. proceso tbsoluto, racionalmente compreensivel e disponivel na let dia ties, ocore em Heidegger a incomprecasbiidade e indisponibil- dade do um evento do ser, em que este mesmo tanto se manifesta como oculta historeamente. A‘ Heldegger procura também supe- zr 8 oposigio entre sujeito © objeto, a fim de podé-a compreen- der e fundameatar primeiramente a partir dai — da “abertura do se". “0 homem nunea & em peimelro lugar, homem aquém do ‘mundo como um “sujeto", quer ce entenda como "en", quer como “hig”, Nunca & também primeiramente © pense sujelto relaco- nado sempre simultancamente com objets, de modo a consist sua esstacia na relagio sujeto-objeto. Antes, 0 bomem & previa sttento na abertura do. ser, abertur ‘0 “entre”, dentro do qual pode “existe” entre sujeita © objeto", Trata-se também aqui de comprender 0 sujeto ¢ objeto por seu fundamento transcendente- fabrangente, on” sj, para Heidegger: pela “abertura do ser’ na qual o bomem “exsiste”o se torna “morada da verdade do sez"*, © qual faz de sox mundo “clarelen do ser". O ser, porém, como Hredogger 0 pensa, & por sium ser que a0 mesmo tempo histor ccamente so manifesta so oculta, ras que nos indica, entretanto, ‘nossa histéria como “destino do ser" “Para o homem, porém, flea ‘8 perguata se ele encontra 0 conveniente de sun essénela, comes: 0, M_MEIDECOER, Pitore Lage von der Wah, Rem, 1047, ple ape DEM, Von Wow de nay A ny Fae, 196 e “it. IDEM, War ut Metophy, 1 od 1055, p14 {2 IDEM, Phone Lele tom dor Walshe, 100 aca ¢ Bsrtre de Compress 05 pondendo a este destino”, Por mals que agui — ¢ em outs Frases de Heidegger — subssta 0 pergo de so suprimir a histria come campo da decisio ¢ responsabilidade humanas, a favor de luna “histria do ser, © por mais ebscuro que poss fcar 0 sentido Ieideggerano de “set” — que so tora afinel quaso uma grandera rmitca — formulae, coutudo, © problema que é fundamental para © ponsamento de Heidegger: que a esséacia do homem nio pode sot determinada pela oposigio sujlto-objto, mas que esta pres ‘updo uma aberfura prévia, na qual a exsténcia como “ser-n0- mundo” — no mundo’ histérico e linghtlco — se experimenta © te compreende a si mesm 4. Sabre esse fundo histrico, que resumidamento expusemos a partir de Hegel ¢ Heidogger, lovantase a questo objetiv: em {que sentido 20 pode falar de wma superapdo da rolagdo sujto- ‘objeto, que propésito se exprime ai e que sigufieago Ihe advém Primero que tdo, porém, ponhamos uma limitagio negative, para cevitar qualquer mal-entendido: supressio ou superagso dessa ‘opmsgio aio deve ser entendida como se a dualidade de sujeito objeto prides jamais ser eliminada completamente ¢ declarada tem valor. Se com io poosamot simplesmento na oposicéo entre ea" 0 “out”, nfo se podo ruprimir de todo essa dualidade, ‘ja que ela se vefira apenas 20 conhecimento, como oposigio entre ‘0 cognoscente © 0 conhecida, © que sabe e 0 que 6 sabido, sja {que se tome num senda mais amplo, como rlagio entre o agente "que conhece, quer, ama e opera —e 0 objeto, enquanto finai- dade o conteido dessa agio. A dualdade & vm fondmeno funda- mental da exsténcia humana no mundo; & posta com a prépria. testncia do homem. Ainda mais, 6 estencialmente dada nism mando fem que hi uma multiplicdade de sendos mum conterto causal fo onde, portinto, cada um é atlvamente “sete” do préprlo age, (que se dirige ao outro, © passivamente “objeto” do agir slheio, 0 qual estd submetido, Esta estrutura comum vale também ¢ principalmente do agir conscientemente do homem. Encoatzome 0 meio de uma rea dade que me transconde e abrange, com a qual entro em mitiplas rlagies, De um lado, experimentorme como este ser individual D, Op ets p75 N, do tad Agu Hida fax um tcl o as pale? dal achides tiidde, MemCRESL coerce © “So- totes 9 Quetier Fundametts de Hermentatica « finito, distito de todo outro © limitado em rolagio a cle; do ‘outro Indo, nio me posso realizar a mim mesmo e deseavolver-me, fem uma contiaua exeursio pera fora de mim e rumo ao outro, que me encontra na totalidade do meu mundo, Nesse sentido, nio fe pode tuatar de suprimir a dualidade de sujelto e objet, ito & do “eu” © do “outio", que pertence A nossa essinia. A tnica [questio é como ela deve sor entondida. Enquanto no pensimento thoderno ela ze perficou num esquema de sueto e objeto posto tbsolutamente, esa dualidade deve ser Vista na totalidade con- freta de nosso mundo de experiéacin © compreensio, no qual & Primerimente possivel coneebivel em sua esséacia, Nio tem Cabimento a eriginca ow preensio moderna, sempre repetda ‘numa simpliicagio ingénua © que se tomoa um higar ccmum, ‘da supresio da dusidade sujlto-objto. Pelo contrivio, 6 pre: iso porguntar, com muito mais cuidado, como sojato o objeto fe apresentam 10 todo do nosso mundo humano, 5. A primeira questio referese ao sujeto. A vinda dos rmodernos para o seta jurificava-toe era filosficamente exigida plo fato de ser a realizaglo especificamente humana do mundo Condicionada @ prior pelo sujelt, que se medela «si mesmo seu smundo. Essa concepelo, porém, & isolada unilateralmente pelo racionalismo ¢ pelo idelismo; estabeloce-se abrolutamente uma bstrago, quando um “puro ed” oa um “puro sujet, concebido fem mundo © sem histéria, aparece como “razio automa", que fe opbe a wma realidade objetiva, © que dela tem do apoderarse tcorieamente no conkecimento cientfico ¢ praticamente na forma- ‘io © dominio téenicos do mundo, O sito que conhecendo con- Getamente, tendendo agindo realiza seu mundo 6 sempre jf ‘oneretameata homem individual, o mesmo que ¢ condicionado fe determinado por sea mundo da expeiénca, da sociedade, bem ‘como da tradighd histrca e lingtistiea, loge, nesso sentido, “obje- 4" de seu indo, © #6 sujet do raundo coquanto objeto dele. Contudo, sempre é apenas objeto do mundo como um sujelto que, ‘conhocendo, livemente decidindo © antonomamente modelando Seu mundo, se realza a st mesmo nele. Por isso, fea de pé a ques- to sobre agulo pelo que o homem é determinado em sua pura cesténia, @ priors, tomando-e eapez para sos para relagio espe- ‘ifica com o mundo, ito & a pergunta sobre © puro a priori na esséncla do homem, pelo qual Se toraa possvel a realizagio con- odncla¢ Barats di Compronsio ST cota do seu mundo, Mas essa deteminagto apsiorsta nia bi de fer (solada ¢ compreendide abstratamente, porque & sempre sb dada, na realdade, em cada homem conereto, que vive em se mundo e é determinado par ele. A relizagio humana do mundo, portanto, & também sempre eondicionsda e determinada polo a priori conereto do munde, um a priori empiric, que abre para 0 hhomem um horizonte determinado de conhecimento ¢ comprecn- ‘So, a partir do qual ele exceata todo novo conhecimento © concep- ‘8, fevendo toda nova avalagio e tomando toda nova resolugzo. Se, pordm, a execucdo concreta do conhecimento da comprecnsio, 4a spreciagdo e do atuar se mostra como condicionada por um 1 priori metafisco, ou scjp, remetendo is condigiey metafsicas sua possibidade, ests, por sua ver, s6 podem ser feltas te- sitios ¢ levadas & linguagem dentro do horizonte empircamente codicionado, e histérico e lingistcamente mediato. A compre- ensio do mundo 6 condicionada pela abertura metafisiea do se, ‘dentro da qual realizamos 9 mundo como mundo humano. Contudo, (qualquer interpretagio temitica do ser esth relaconada com a ‘compreensio concreta do mundo, ito 6, condiionada pelo mundo histérico ¢ ingulstico. Dal resulta — como mostraremos ainda mai ‘explcitimente — tanto tum problems hermenéutico de toda mets. isles, como tum problems metaisco de toda hermenéatica. E uma relagio mitua de condicionamento, que 6 dada, entretanto, com ' esséncia do homem, o qual io € puro sujelto, multo menos axio autdaoma ou absolts, mas ser humano conereto em seu mundo © saa histria, 6. Seguesse tarnbéen que 0 objeto, ox — em termos mais ge- sais — 0 contido do conhecimento. e dn compreensio, deve ser ppensido de outro modo e mais difeenciadamente determina, © pensamento filosifico da Antiguidade ¢ da Tdade Média, que carkcteriaamor como predominantemente objetivo, era determina: do pela coisa, pelo objeto. Procurou apreender realidade nas ‘ategorae materials e objetivas. E ainda que as tonha ultapassado pela analogs, continuaram, contude, a ter sido tiradas da matin. No peasamento modemo, que parte do sueto, essa orentagi, pordm, coisal ¢ objetiva nfo fol supressa, como era de esperar, Inas de novo s© acentuou. Diante do sujelto puro ¢ autdaomo ‘chess agora legitimamente 9 mundo como ¢ “out”, como © ‘preensivel e dispontvel objtivamente, entrogue ao poder do so- 98 Ques Fundamette de Hermandtice jeito, concebido © dominado por clo. A isso se acrescenta que a filosofia moderna esti sob inspragio da cia natural e, por isso, entende a objetividede como « do um objeto exterior emp rlenmente dado e cienticamente apreensvel. A gnosiologia clis- sca da era modema — ja no racionalismo, seja no emplrismo, esde Kint té 0 neopostvieme — nio é em sl outa coisa senio tuna teotia do conhecimento e metodologia da citacia natural Para cl, 0 objeto & 0 que a cidncia natural experimeata o faves: tiga, © que, portant, deve ser apreeadido quanto possivl “obje- tivamente", on ja, Sem inlutocia do sujet. TEssa concepgio requer uma corregio. Se todo coshecimento «6 tatelecgéo se realize ium sempre determinado horlzonte hist oo © lingstico de compreensio, rsultam necesariamente Knits Go uma para objetivdade, ou sep, pensada sem iaterferéncia do ‘ujlto, Isso se aplica nfo x6 A comprecnsio das ciénclas do espi- ito, como, por éaemplo, do um sucesso histrico ow de um tes- temunho litririo, enquanto 0 determinade modo de encarar, a posigdo da. questi, a interpretasio do sujito que compreende, ‘entram necesariamente na compreensio da prépria cols. O objeto, tal como se apresenta, & necesarlamento codeterminado pelo su feto. Isso vale também, analogieamente, para o conhecimento da ‘Géncia natural, que esbarra com ot Unites de uma pura objet ‘vidade, Também ele & um processo histérico do. qual resultam todos. de ver © questionamentos historicamente condiconados e possiblitedas, arbuidos a0 objeto. O feaémeno & visto, questio- ado © comprendido sob novos aspectos e novos contests. Tudo fiso penetra conjuntamente 0 conhecimeato do objeto. Ainda a mais extn das cidacas, a fica, sent limites da objetvidade, uma nocessiria imprecisio da observagio, que provém jutameate da manera come, na observagio, 0 sujeito vé Seu objet. Nio existe, ‘como se vé, tina pura objetvidade do nosso conhecimento,sim- plesmente liberta do sujet, visto que © sujlto concreto penetra ‘codeterminantemente em sua visio do objeto "7. Além dis, hi dominios da realidade que nfo sto de coisas «6 cbjetos. Se a filosofia modema, guosiologicumente, quase 36 se rientava por uma visio objetiva, dentro dos quadros da ciéacia natural, ficaramIhe fechadoe amplor stores do ser. Todo 0 do- ‘inio, io central para a existéncia humana, do ser ¢ da zelagto feciais no podia ser visto e considerado; muitas vezes — por nlnls ¢ Eats da Comprensio 99 xemplo na teorla Lantana do conhecimento — nio tinha nem fequer cabimento, Esio domiaio, abstaiado de tentativas mais antiga, que permaneceram isladas, fo apenas mas éltimas dé ‘adas quo enttou mais explictamente no campo visual da flocofia ‘Ai a0 mostra como af citegorias objetvas fracassam, porque © pessoal nfo & de natureza abjeiva e no pode ser abjetivado, A Telasio pets de homem para homem — no diilogo, no respelto @ consideragto, na confianga © no amor ~ mio & mais, em sentido Priprio, uma relagio de sujto e objeto, mas uma relagio de fujelto para sujeito, de ou ¢ tu. Dai resltam estrtaras © cate ‘gorias completamente diferentes das quo se encontram mum ‘quem rigito de sueito e objeto, dado que nlo so anteptc » mim ‘uma coisa objetivamente apreesivele disponive, mas uma essén- ‘da pessoal da mesma qualidade e mesmo valor que en, qu sabre ‘on fecha livremente ¢ que #6 posso “compreender” na aceltagio hela de {6 confianga de sua livre auto-abertura ‘Mas ado & romente no dominio pessoal, por mais central e Fundamentalmento que pertenga ao mundo humano de experiacia fe compreensio, mas também na totalidade de nosso "mundo", que ‘estio contidos' elementos essenciais sem a natureza de coisas © ‘objeto, ado podendo ser repesentados objtivamente. O qus, por fexemplo, acontece na Unguagem e na hstva, 0 que precisa sempre fer compreendido em seu "sentido", 0 quo toma o mundo todo ‘em quo vivemor rico, colorido e cheio de sentido, nto é apenas © objetivo, num sentido objetivsta das ciécias da matureza, mas conteidor nioobjetvor de sentido de valor, que nos oeorrem f que aprecndemos compreensivamente, Por citime, © que sign fica “ser” oa realidade, j£ na linguagem cotidiana, mas princpal- ‘mente numa interpretagio metafisiea do ser, no é, no fundo, 20 ‘menos primariamente, eet objtivo no entido de objetvidade. Seria o pior mal-entendido tomar o ser como objetividade e a meta fisea como “cineia objetva” nessa acepglo. Iso jé tine susctado ‘critica de Kant e do idealsmo alemso contra uma “metaiien dog- rmitica”, ito contra um peasamento objetivo e acrtco, que mio tert consciente de sua mediagloe,sobretudo, que nfo atinge sua me- ‘iagzo, De igual manera fo so que despertou a ertien de Heidog- ger sobre a metafisien, que clo — muito wailteralmente — compreen- ddo +6 como metafsica cbjtivamenterepresetativa, a qual se man- {im exclurivamente no sendo e a qual elo pretende superar gragas a 100 Quester Fundamental de Hermenttce seu pensamento do ser © da histéria. O que, porém, « metafsin propriamente ou quer ser, sb se comega a compreender com a Sdbia de que o “set” nio siguiioa objetvidade, nto podendo, por fsto, nunca ser pensado ow representado como objet, mus que & © fundamento eesecialmente inobjetvo ow suprabjetve, que teanscende e abrange 0 sujelto © 2 objeto, manifestando-se no Acontecimento do ser de um mundo de sendos, Mas, imediatamente fem nosso contexte, alae antes de tudo mio s6 de nio fizar © edurie © contedido do conbsclmento © da comprecnsio, fazendo {de um objeto coil por oposigio a wm puro sult, mas tambérn tuperar o rigido exquema moderno de sujeto € objeto, DDessasveflesdes resulta que, de um lado, munca pode ser su- pressa totalmente ¢ aplainada sem distingio a dualidade de sujito © objeto no tentido.geral de uma oposigio entre eu” ¢ meu “outro”, e do outro lado, esa dualidade deve ser compreendida mai cconereta ¢ diferenciadsmente, se se quisr fazer fus 20 fendmeno total do homem em seu mand, Aq se patents um estrelto entre: Iagamento de sujeto e objeto. De fato, 0 sujet sb € este sjeito conereto enguanto codetermiado pelo mundo de seus objetos; porém, 6 6 este objeto conereto na medida em que se abre pelo modo de vei, questionamento « aprocnsio de eentido por parte do sujeito, Di-se aqui tm acontecimento cirelar de mediagio recfproca, Ambos,sujito e objeto sio ascumidos nim sconteci- ‘mento abrangedor e teanscendente, no. qual 0 ser se abre em as- pectos penpecivas histricamente distnts ‘Ao mesmo tempo, contudo, o homem singular nfo submerge simplesmente em um acontecimento que se realize acima dele e ‘0 tome um objeto pasivo, Anter se mostra nesee acontecimento tum lo menot essencial entrlagamento, de condicioalidado Incondicionalidade, Aperar de sempre condicinado por seu mundo fe roa histria, 0 homem se encontra neste aeontecimento. como sujlto consciente ¢ lize, que transcende o scontecer eaquanto ppergunta pela verdade e em todo conhecer © compreender tende 2 verdade como uma coisa incondicionalmente vids, © procura Sgualmente 0 bem como incondiconalmente obrigstirio, quando Aspe de si mesmo numa livre docisioo se realza ast mesino em seu mundo. Fm toda condiconaidade da sua exténcia no mundo, reallzase Inequlvocxmente em continua relagzo com 0 incondi. onal, que 0 chama e o conclama para a conviegio propria e livre Endvcie ¢ Earatere da Comprenao 101 Aecisto, Servindo-nos outra vez das pulavas de Hegel, podemos designar esta regio como unidade Inseparivel de “imediater © rediagio". Toda imediater de nossa propria concepgio se mostra como mediada pelo mundo, pela histéra ¢ pela linguagem: & uma “imediater mediada". A mediagio, porém, no suprime a imediater, ‘mas sim fundamentase nela e volta pora cla: & a “mediagio da ‘mediate’ 7. Estrturas fundamentais da. compreensto ‘Queremos tentarresumir os resultados obtidos até agora, res saltando as estrturss bisicas mais essenciais da compreensio & reduzindo-as & unidade estratual que thes serve de base 1, Toda compreensio mostra uma estrutuea de horizon, ‘onteido singular & apreendido ma totalidade de um eontexto de sentido, quo ¢ pré-comprecndido © coaproondide, mas do maneira ‘440 tomar condigio da abertura de setido do conteido singelar Bnretanto, esta totalidade de sentido — como fando atemitico da compreensio ~ nio pode ser apreendida imeditamente em si mesma, mas $6 pode ser mediada por contetidos singulares. Dai ‘resulta uma relagdo de reciproco condicionamento entre 0 individu 0 todo. A compreensio do singular é condicionada pela compre fensio do todo, mas a compreeasio do todo seri mediada pela ‘compreensio do conto singular. Um elemento condiciona 0 outro f continun a se determinar a st mesmo no outro. Donde te iafere {que ta interpretagdo compreeniva deve esclarecer o fundo que ‘44 sentido, do qual, por exetmplo provém um enuncado particular, ‘mas nunea pode perfeitamentealeangar on reconstruir a totalidade {do rexpectivo mundo de compreensio, Entretanto, of momentos de ‘oatetdo do fundo, que determinam © sentido, embora texham fntrado atematicamente no enuaciado, © que, por is, sio impor- ntes para a compreensio dele, precisam tornr-se temétcos. Tra- tando-se, poem, da compreensio de uma totalldade concret, como, por exemplo, da multiplice plenitude de sentido doma antign obra terri, mais importantes se tornam os elementos do fundo con eto para uma zeta compreensio, e devem ser traidos & Iu, sto 6,0 Horizonte total de comprocnsi, histérco e linguistic deve, ‘quanto pessvel, ser compreensivelmente aleangado. Iso, contudo, 6 pode ocorrer a partir de nosso proprio ponto de vista histérco, 102 Ques Fundamante de Momentos ‘Trazemos sempre ¢ necessariamente nosso priprio mundo de ex periinla e de compreensio como condigéo do nossa compreensio. 2, Dal resulta uma estruturs circular da compreensio, De ato, a compreensio reliz-se sobre 0 fundo de uma pré-compre- fensio, que procede de nosso préprio mundo de experincia e de ‘compreensio e ¢ forma por ea, mas que traga um vin de acesso 4d compreensio aos conteidos de sentido que se abrem. Entetant, por sua esstnca a pré-compreensio nio 6 fechada em si; © mundo a compreensio munca é uma grandeza defintvamente fia. AO contrino, continua formando-se sempre, gragas & apreensio de ovr contoidos: alargese © aprofunda-se com 0 progresso da ‘compreensio. Seguese que uma. pré-compreensio é na verdade, presuposta como um primero acesso, mss falharé em soa esséacia for finda e encorsda, o oF conteidos de sentido a compres: ‘der se relacionarem somente com ela. Compreensio a6 & pasivel ta abertu para a coisa. A pri-compreensto deve abrivse A evisa mesma, desdobrandose para a compreensio dela. Enquanto cada conteido novamente apreendie tora a penetar na totalidade do mundo de compreensio, forma outra vez um novo memento de conteida na précompreensio de complexos ulterior do sentido ‘com que depéraremos. Assim, a compreensio se move numa dia- Iéticn entre 8 pré-compreensio a compreensio da coisa, em wm sconteeimento que progride cirelarments, ov melhor, em forma de espiral, na medida em que um elemento prestpée 0 outro © ‘a0 mesmo tempo faz com que cle vi adiante; um medela © outo, ‘mas continua 2 determinar-se por cle 8. Vso, des forma, a estrutura de didloge, que a com- Dpreensto presenta, Sua forma primitva aparece no dillogo de hhomem para homem; entytanto, a mesma estrutura vale analo- sicamente do todas as outa formas da compreeasio. Devemos Abrienos ao outro, para entender 0 sentido de suas palevras. Com ‘sso, tomamos, por tim lado, este sentido dentro do proprio mundo de ‘compreensio, «partir do. qual 0 compreendemos; por outro Tudo, abrimas © ampliamos esse mundo pela pereepgio. compre: ensiva do novos conteios ¢ rlagSes de sentido. No didloge, man- temor nossa compreensio aberta, para easiquectla e comtigila. Isso, porém, #6 & possvel olbindo-te paras coisa que so hi de compreender. A compreenséo de um entnciado no didlogo so- Butnte € Ents da Comprento 108, mente se fari, se olbarmer juntos para a cosa. A linguagem ad Gqoire seu sentido na colee, mat esta nfo & dada sem madiagio tea. Mostrada pelo enunciado Tingistco, nelo é que’ se abre o sentido da coiss. 6 quando me deixo mostrar pelo outro ‘cosa © abrida @ mim como eatende; quando ajusto contas com ‘sua visio e interpretagio da coisa, elhandoa eu mesmo; quando, Dortanto, conversemos sobre a mesma colsa, © nossos pontos de Vista da mesma cois, talvez divergentes, se encontram, se com- pletam, se aprofundam ¢ se commigem, oso compreender seu fnunciado —e, aie disso, a “ele” mesmo, A visio da coisa pro- Porciona a comperensio do enunciado, o qual, por sus vex, pos ilita uma compeeensio mais plena da coisa. De novo, um ele- ‘mento condiciona ¢ medeia 0 out. Comprocnsio lingtistien e Compresusio da coisa mostram uma relagio mtua, na qual um tlemento tanto condiclona como pressupée o outro, determinando-a fe derenvolvendoce a si mesmo nele. His, de novo, um sconte tmento de mediagio cirular oa que progride em forma de expr. 4. Como na relagdo entre 0 ndividuo e a ttaidade, etre a coisa € a linguagem, entre a pré-compreensio © a comprecasio da ‘ois, mostrase também na relagao entre 0 sujlto¢ o objeto ua ‘estruture do mediagdo, propria da comprenséo como acontecmento vivo, Nio é um rijeito poro ¢ avtinome, e muito menos um su jeto absolute, que ertadiante do uma objtvidade pra, concebida feenta de jet, O sujeito concreto fk é em si mesmo condicionado fe marcado por seu mundo e por sus histria; nese sentido, é & “objeto” de seu mundo, antes de poder tormarse “sujet” dele , porém, “objeto” de seu mundo enquanto 6 "sujal", isto 6, ex. {quanto pelo conhecimento © compreensio tem um mundo, Yea- Tizando.o por sua live deciséo © por sua atividade, Enretanto, fem sua visio ¢ manelra de comproender cada objeto jé ponctra a totaldade de sen niindo de experiéncia © comprensio. A partir ‘dele, propomes perguntas 20 objeto, que se nos abre sob dete- tminados aspectos © perspectives, Nosso “mundo” nio é apenas wm ‘mundo deferminedo empircamente ¢ condicionado transcenden talments, mas também, ao mesmo tempo, um mundo marcado his- toricamente e interpretado lingsticamente, ogo fk multas vezes “mediado". Conti © horionte no qual 0 homem coneretamente se experimenta e se compreende. Nesea totalidade vigora de tm modo insyprimivel 9 eruzameato de imedlater e mediagio. Nto sé

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