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Jean-JACQUES ROUSSEAU ENSAIO SOBRE A ORIGEM DAS Lincuas Do ConTRATO SociAL | ‘Vovume I ‘Tradugie de Lourdes Santos Machado Pundador ‘vicroR cIvITA (aozi900) © Copyright ents eBlese,Eakore Nows Citra Ltd, 2005, ‘Dizon eco sabre ax tas dete solu ‘Hora Nove Cult Lad Dist exis gare Jeon Joegues Rows ~ Vu « Obs "otars Nowa Outarl Lida, Coordenngde néitoral ‘mee Fen Raitorse el Siete Cunha "Fernand Cardone Bainoras do arto A Sony 8, Dob ‘Moen Siaona ultornpo eleven ‘Dany Haltors Lie. 188 s6-15-00605:2 Vipa E OBRA wi CConsultorin de Marilena de Soura Chat © Nota rasp do ano de1749, um tiomem caminka pela estrada Paris e Vincennes, Sio teze quilomtios de terra batida, as ér- destonadas eistanciae-se muito umas das outras. Quase ca para suavizar 0 calor excessivo do verso, e © 0 percurso a pé, pols nfo tem dinheio para tivamente mogo, com seus trinta e sele anoe ‘9 passo pata chegar mais cedo, Carrega (© Drsnanrax ps Iwacinncto Chamava-se Jean-Jacques Rousseau e nascera em Genebra, a 28 de jumbo de 1712, Bho de fae Rousse, coos antepassados protestantes provinkam da regito de Parise de Sabla ¢ 9 refugarars na cidade de ‘Calvino, dutante as gueressreigiosas ra Frangy doséeukoXVI.O primeizo -desses antepassndce chamava-e Didier eabliverao direito de ckdaianin ‘em Genebra no ano de 1555. Quase todos eram relojoetns akangaram ‘lative Fortuna, mas nuncs cheyaram a pertencer @ arstocrca; enqua- dravanse dentro des imites da bunguesia midi. Isaac Rotssen nao fugia 3 regea, mas era ums poco mois pobre do que or demais parentes em vistude de ter que partihar» herenca ‘com ealorze imiges. Casog-se com Suzanne Bernard, fia do pastor da lomalidade, e logo depois do nuscimenta do primeira filo, past para Constantinople «Sint de tomar-se eelojosiro num haném. Deixou | esposa sovinba em Genebra e Suzanne, mulher de grande beleza © fcantos espirituais, passou a ser assediada por outros homens, Ee, contd, uma mulher extremamente fel © amave. aac desde 2 me- ‘nice. No suportando o separagao etemendo as constantesinvestidas Gos admiradotes, implerou ao maride para que votaste sem demora Tsaae nio se fez esperar « abandonou 0 harém: dez meses depois, ‘asia ftco © doentioo filho Jenn Jaoques e Suzanne falecia do parto, ‘Durante muito tempo, pai filho:viveram do culty a Suzanne «08 dois “devoraram” uma grande colegio de romances que ela det xara. Liam sem porar apés a'ceia e assim passavam a noite. Os ro- rmances esgotaramse logo, deixando tragos marcantes no carster do ‘menino:imaginasdo exacerbada ¢ visko profundamente dramatica das relagies humanas- Quando Jean-Jacques tna we anos de ida e os livres da me se eagotaram, os dais passaram a ler a biblioteca: do pel de Suzanne, onde encentrarain outro tipo de obras: Histiria a Taree do période Le Suet; Dicouren Sobre a Histiria Universal, de ‘Bastuet; Homes ltrs, de Phutarco; Metzmorfses, de Ovidio; x Mu das, de Fontenelle; algumas pecas de Mole. ‘Orrumo desta edsicagas fo interrompido foc um neicente cujas consaquéncias tiveram inflvénela decsiva na vide do menino. O pai ‘era um homem instével edespreocupedioe a8 vezes deixavorsetornat [por reagies violentas. Nima desis ocasies desentendeuee corn wn ‘Certo capita Gather © este, para vingarse, acusou-o de desembi= ‘har a espoda denteo da cidade, Procurado: parser preso, Isaac, n> wvocando # le, exigis que-e.acusador tambérn fosse piso, ats que # peeincqune noose vise a julgamente. Nao conseguind ¢ afirmando que asin somprometidas 0 hone ¢ a lberdade dos cidadtos, presi -—exparrianse poo resto da vida, no pertepand ms vcd fh, i eoneJacques firou sob a tutela do tio Bernard, que cenviow para “Hassey afi de estudar com o ministro Lamborcer. Ein Bossey, vive deestarem contato com a Nahitezaeigou-seafetivamente “a0 primo Abrahar, alem de fazer amizade com a filha do minisiro © Aestada ern Bossey estenciesse até 1724, quando Jeat-Jecques ‘coinpletava doze anos de idade- De volta 2 Genebra, passa dois ou ‘nanos na casa de um tio, prendentio desenho em companhia do primo. Sonha com ser ministo wvangico, achando bels «.tavefa de ms oe cicursox econémitos deteados pela mae no perma. q dos estudos nesse sentido, © 0 sentimento de infericr:- ee acess encom neice “do seu carter. Enamorase da Srta, de Vulson, que tem 0 dobro da mone também pila Sita. Goton, que brincava de 0 labelin considera-o preguigaso eidita, ‘Quer: tentativa profissional nto maraio-se msiros, cissimwladore lado, rou dinheiro. Desanimado com asituagso na efcin, ivnos de una senhora chamada nuantra consolo nes paseios pelo ito nos domingos © fora dos (© terceiro-atraso acontece © com iso eve oma vida de Jearracaues. fe 1S-de marco de 1728, dermiu na espianada externa Jurando patie parsempre quando raiasse 0 pelos mais: belos sonihos. Livre © senhor de si lor fazer tudo © que guicee, Entive com 3 maior seguranga do mun onde julgave'poder encontrar festne; te: somtos, avendutas, amigos'€ aman. ‘Mas nada acorreu come esperava € Jean-Jacques longo sentit:as angsstas da fome. Procurow ents 0 cura, de Confignon, Senor de ontverre, aoe se dedicava A tarefa de: reconduizit ao aeio da. geeja ‘Romana 6s jovens calvinstas de Genebse. Jeare}eeques rents logo ‘a comverss nesse sentida, Pos ero ma tumelta fil de resolver pro ‘Blemas de subsiténcia, eo cura, pretenaendo arrancar masa dina Db herena, sugeriu-the drigi-se a Annecy: "LA encontrarels uma rnhora muito caitabva™. ‘© Prorctoo a Sea. DE WARES ‘A Sm. de Warene io era uma velhs devota como imaginara. “Tnkia 28 anos de idade, um belo costo, ellos azuis plenos de doguta, ‘cor de pele maravilhose © um pescogo encantadss. Jean-Jecghes tor- ‘now se imediatsmente proséite catlicn, pois, para ele, unis religito pregada pot missionéria (io encantadora no poderia deixar de com: Bust 20 paraiso. A Sra. de Warers quis consers-to junto a si, mas por pradéncia adieu melhor enviélo 9 Turim, onde havia um aslo estinadoe catecdmenos Chamava-se Asilodo Psprito Santo ecausot! 1 plor impressio 0 joven: Fean-lacques. Suportin, contudo, os aspec- tes negativos ¢ representos © papel de calectimeno porque nio via como safarse. Fordeciarado converse, izeramahe tra coleta que tendew vinte francos: estava bere para novas aventras. ‘Os vinte frances acabaram logo e Jeai-Jacaes visese obeigedo ‘ procurar trabalho, Ofezeseu seus conhecimentos'eomo gravador & Sra, Basle, com a qual cow pouce tempo; e depois trabalhiou como ‘Secivtinio ds condessa de Vercals, da qual toubou ums ft cor-de- rex, ponde a culpa fare. Com olen dl conde, {aes meses depois, pasuna a ser empreyado do conde de Gouvon. Ena- ‘morburse da joven nom de eande, ¢ ested etim: com © Flv do dona da casa, que era padre e 0 fez ler obras de Virgo. ‘Avid de aventaras, deixon a casa do conde de Gouvony 20 encontrar um welho conheeido de Genera, chamad acl com 0 ‘Qual pesarsbulon alam tempo até resolver wollar para 9 compantia. ds Sex. de Wares como melhor forma deta 8 steistnin. De ‘novo em Annecy, ajuda a protetora em trabalhos de medivina e ‘quimia sei sae: Pllonder Saint Evremond, 3 He Fada de Voltaire, Baye, La Bruytree La Rochefoucaubd Estuda rnisica eee "ee eee sempcovesnoussexs | vse por decifrar as cantatas de Clérambautt a que a Sra-de ‘esclve enviéo param seminiro, onde deveria methorat ) os delat. Mais mpetané, ead, rar os est | ide tsie na asa do St Le Matte, no incerna de 1729/30, que | tam Fear sabenda osaliciente para apresentar-se coe pe- ‘fess de misica. Com as, carseguia ganar o sastento nos meses | suns, quando, re usinca da Sr, de Waren, perambulon por La | Ganmce Neuchatel echegn a vista Paris cede permaneseu poo dias SN De welt asda ra. de Warens,ogorainstalsda em Chamber, | ak viveu virion anes, erclo mult © comegendo a eserever. Em 1740, stomou se preceptor de dois hihos do Se de Mabiy e malogros total- ‘mente, mas nlo debou de sprovetar a experineia, esereverdo tin “Piste de Esp de Mi. de Sante Maree acumalande canbeelmentos _pars'sfatura grande obra pecagsgia que seria 0 Enc bois soos depois, chega a Paris dspasto a conguista a dade, “leva consigo um nove sistem de notagio mascal, ima Sper, ama meine ma coleo de poumas. Procura a fama eo sucesso, mas sdos nin sib nada aimadores 0 sistema de notago musical Tecbido pela Academia de Ciéncias epor Ramevt (168% Hi), «0 ballado AF Musas Galas, que consegue fazer epresentax de Fai, ara pouussima aencho, Nao fosseisso sufcont, Fa humilhagio de nao ser corespendido no avr pela Sr. Dupin Huma que faz para uma pers composta por Rameate Veta 1778) aprcentaco em Verslhes sem que seu nore sj citado. imelhor sorte, entetanto, na amizade com 0 fdsofo Condillac (780) « com Denix Diderot (1713-178), que Ihe encemend. 3 inca para 8 Enoch 1745, ligase a Théréwe Leensseur, com a qual tera cinco enirepues a oranatee, porque achava que nao podeia send pobre doente. O remorso pure ser Seu com paca resto da vide para lvrar-s dele prencupou-se sempre justificatvas ‘A Tastromand No Emsarace Diderot publica sva Cerkn Sabre os Cogos, na qual ex- poses atuas. Par esse motive fl preso durante ‘onde Jean-Jacques vsitnoamigo.quase todos dense aries que eweviu ocominho nse tiado inquieto, a0 responder negativamente 8. questio swbre se 0 progresso das citclas e das artes tinha contribuido para apnmorar os costumes. "No. ano-seguinte recebeu-o'pricneiro prémin esse concurso e ‘com ele yeio tamibéey a fama, hi tanto esperada, sobretudo @ pos “iilidade de ser oarvide por ctculs mais amplos, Deis anos depois, ‘um interanezio operistico de sun.mutorie, © Aden da Aldia 6 levado ‘cena em Fontainebley e Ihe ¢ oferecida uma pensao real; queer sgulhosamente recuse. Publica a Carta Sibre a Misia Preycest, na qual defende o exile italiano; visita Genebea, onde retorna a f¢protestante ‘que abjurara e escreve dois discursos Sobre a Origen da Desigualade © Sobre a Econamio Pultice, 0 sitimo por enconenda.de Diderot para 2 Facielopéia. Em 1756, passa a morar no Ermitage; uma enorme case em Mart- rroreney, posta’ sua disposicio pela Sra d’Bpinay. Alipde-se 9.6% ‘ceever.9 romance ‘A. Nows Helo, obra bem tipiea de sua ‘romantica, £ a histia de um home. que corhece 0 [amor mais pelaimaginagio do gue na realidade. Os uidadosexteriores de que cerea.o trabalho no so menos sinificativos: wsave 0 mais belo papel dourado, pw de ultramarino.e de prata para secar a tsta fe fita a2 para costurar os cadets. Ao mesmo tempo, apaixona-se pela Sr. Houdedot brign com o amigo Diderot por aché-lo impit- do: emt intsigas com a referida senhora e apnesents’ os primeires Sinais claros da mania de persegoigso, que se toma cada vez mais eNesse perodo de evolugto, « hamem vive » dade de our, a entre a brutalidade das etapas anterions ¢2coerupeee das seciedades civikzadas. Eta comega no momento ex que surge & “Propriedade povads. Teva catia ts sociedates civilizadas'e a idetizagto do bomem primi, manifestadas a todo paso nas obras de Roussea, foram ‘stas por mis tam desgjo de retoro Sema Alen clo winicos gpeRes, expecial- ‘Diogenes "413-327 a), que adimirava os animais vtoni am bn mitoloi. Voltaire, ene oo foc essa aproximacao, certaments com ions, ao dizer do autor Contre Sac que “ngucen jamais ps ants engenho er querer convertorem saimais”e que ler Rousseau faz aster. “deseo de em quatro ates”. Tal interpretagio ¢ sem duivida incorets ‘entendida apenas como expressto do sarcasmo voitaiiann sempre pretends lp fo exallar a animalidade do "porém sua mais profunda humanidade ex rlagio 0 ho- do. A dighidace da natureza humana em face do anirea epressada pelo autor do Linc: “Que ser aqui em- hams, sabe observa o outros medi, calcula prever on, sets efeitos, uniF. por asim dizer, 0 sentiments ‘mum ao ds sua exntntia individ? Mostremme sobre a tera gue ssa fazer uso do fog admiar © "Posso observer conhecer 0 sree ns lags, ess sentir Gorden, 3 beleza, » vrtude, posso contemplar 0 Universo e até a mo que govema: por amar © bem © fze4o; me com os anima. Que cosa mor pater eleger do qe omen, par Rousscay, no se regenera pela destuigso da so- 20m 0 Fetormo & Vida wo melo das flores. Embers privado, social, de muitas vanlagens da Natuctza, ele adquite oxtras: je de decervoiver-se mas rapidamente, amplingio dos herizar- enobrecimeanto dos setimentes « eevagio total da alma sepudiar 08 mais altos valores amano. os centralizamse, pars ee, ni perda de.conscincia & joo hiomem pele culto das refinamentos, das mentiras ‘osrmeanours convencionais, da. ostentagio ds inteigéncia e da euitura, nas quais se busca mais a admiragto do préximo do que a satisfagto da propria ‘conaciéncia, Rowsieau em wma palavra, nao pretende queimar bibl tecas ou destrar univensdadies e academias;recontace a futo tt) dns ciencins e das artes, mas 20 quer ver os artistas ¢intelectuais ‘suboieticos aos eaprichos frfyolos‘das modas passageiras Pelo co: tniris, glories ox exforgs laboriosos da conguisa intelectual verde dea, que se realiza naa contr.os obsticulos enaativiade ciadora do expiito livre de presses. [A Iremoninane Disvewbana rato SextaMENro ‘© retomo’ pureas ds eanscincia Natural #0 dever fundamental de todo homern, segundo Rousseau. Com isso, ole retoma, de ceria forma, 0 “conhece-te 98 mesmo” soctitic. Eth Socrates, 10 entanto, ‘vandlise da conscléncia for significads completamente diverso, i Serindo-se em outro quakleo de eeferénca. Diante cos filgsofos ante ‘ores que se preccupavam em dascobrir a constituigso fundamental ‘do mundo da matrie, Sderotes revindicou com centro do pensar filesffico © priprio homer e es valores que orientam sua conduta, Mas a diferenca maior entre Sécratos © Rousyeat: no’ reside nisso, ‘mas'no fato de que 6 “conhece-te a ti mesnio" socrético ¢ tarefa io- felectual a eango da razko;e Rousseau, a0 conttario, veo inteleto tama faculdade que conduz © omem para fora de sfmesmo Rousseat Aponte o'sentiment, eset “ona faculdade infinitamente mais subh- fn", come 0 verdadero camino para a penettagio'na-exséncie'da Ietioridade. (© sentiments come instrumento de penetragio na essincia da Intetcridade € outro dos elamenios estruturais do pensamento de FRoumesu. Niicloo central de todo pensar filosieo constitu a chave ‘com que se pode compreendes toda a Nafureza ealeangar misticamente fo proprio infinite, Deixar do lado as convenGes da taza civilizada FE tnergie no find da Netureza através do-sentimento significa ele- varse-da supertice da tera até a totaidade dos, "sere, ao sistema tiniversal das cieas 0 ser incompreensivel que tudo engl”. Per- ideo eapinito ness rmensido«indiviluo no pensa, no racine, ‘io filaofa, mas sente com voluptuosidade, abandona-se‘ao-arteba- tamento, perde-se com a imaginacio no espace e langi-ve ao innit. ‘Essa imensio mista no infinite.da Natureza equivale a penetrar a3 ‘propria intsroridade,alcancar a consciéncia da liberdade e angst ‘entimentointime da vida, oom 0 qual «-hemem teria conscitncis. de com os semethantes¢ com a unsverslidage dos wes amistco com Natures segundo Rousseau, nio. ru externo 9 propria individue esum existénca durante de tempo em que ccome a elago, 0 homem bastese 2 icerome fone Fm = ‘de que sentiment mistico da Noturezn ni poste se “seporado do sentinenta de interirdade pascal constitu aquilo gue ‘secostuma chamar o xpi “mnie” de Rousoeav. Verdo's Ne- Jefnumana,rdevanio ao mavime a carga formula a consepeao de que ela 56 pode n poo sentimenoe no pela azio, Raussen dese "Pape original enina da hilosafia do sculo XVIHL Os conton- isa tanto gant ce tebe fizeram da Nate onto conta de sus torias, Continvand 0 mavimento do ncn de Bacor (1561-162) da metodologie experimental ea de Galles (1564-1682), da Fisica de Newion (ORZ3727 ode Jo Locke (1632.17, os encklopedistas do séulo yam a Natureza como fone de conhecimenios ¢ faars de uigamerte de idiose insituigbes, an de ame de radio exolstin. A Natureza, no ean, @concabida fscencalmente como matira e movimento mecinico, inti penlerior a0 majo humano, Holbach (17231789) « eit ‘Bor exerplo, jtivam o suelo cognoscente e sedhizem Natureza a intertoridade a exterordade, Para Rousseau, ‘ Natareza palpita deni ce cca ser amano, como penta de vid, Tomou porto core os “sas” amas amado ass. “Vi ts penss gu losfavans i ak do que ey mas su Snsofia prt, potas dae, eat dovam © uve como tern estudace qualquer guia ito por cutosidade Etodavam a atuzeza humana pat ie dela, ndo para conieoremse a i mess” a A. Pracocta 90 keaiuo desioe, assim, duplamente 0 centroide gravidade da esbfca, Em primeito lugar, nio é razio mas o sentimonto instrumento-de conbecimento-er segundo Iga no & ‘objeto 2 ser visado mas.o mundo humeno. Ambos rc intimamente e implicats 2 passagem da ati- ‘ovplano da valorizacso moral. Dessa forma, © aco «do pensamento de Jean-Tacques Rousseau passa 2 Lonrnenootss ‘resid no camisos peices que le procurou apontae pars. homem ‘ana feikidadey tanto no que se relere ao individvo quanto 90 ‘ques relacions & socidade- No primeio caso, formal uma peda foait, que ae enconra no Emi no segue, teriz bre © ro- thera police exctsewo Cora Sok além de ois bras cones: “G Fits @ um ensio pedapsgico sob forms de emance'e nele Roussaiu procura Wager as linhts eras que deveriam ser seguidas come objetivo defaner da cana um adult bor. Mais exatunente, teat dos princpion para citar que a eranca se tome ma, que o| preseuposto sien do ator «crn na bondade natural do home, Ouito pressuposte deseu pensamentaconsisteematribuitRvizasse 'responsbiidade pela orger dma Conseientements, os objets ‘ts etucago, pos Rousseau, dois aspects: o desenvol ‘vimento das potenialdades nataris da cranga ¢ seu abitamento dos males soni ’Aeucag deve ser pragpesiva, de tal forma que coda esto «do proceso peaggico sos ape As receasidades intvidils do “desenvolvimento. A primeira etapa deve ser inteiramente dedicada ‘0 aperfeigoamento dos dings dos sentidos, pois as necesidades in ‘ais deviance s80 prinlpalmenta tscas Incapar de absteagbes © ‘slucanlo deve se erento no sentido do conhecimento do mundo Srrwée do comtato com on prépeins ois; os tvrs 36 podem fazer tral, com excegio do Reins Cris que relats as expecéncas de {uy homem live, er conta com 2 Natareza. Liberta da aa das opinies manne, tanga por mesma «sem menus exforgoeopet idanticase com as nesses de Sun vida imedata © tora-se ato-sfiient. Viverdo fora do temp, nada predeendo’ des coisas arificais e io encontando nentuma Gsproporcio entre deseo e capacidade, vontade ¢ poder, sua exis tencia vese live de todn ansiedade com relac3o 20 futuro e alo € _stormentada plas preocspacdesqucfhzem homes alto cteizado ‘ise fos de'st meso Ernecestio,conudo, prepara para o futuro. las porque la texn una enorve potencalidade, no aproveltads imediatamenie. A tarefa do elgcador consist em rte Pura eintaty ess energia até 0 ‘romento price. Nese sent ¢particularmente importante evtar 4 eacitag.precoce da imaginagto, pore esta pe tornacse ne fone de infeidade Rea, Otros enidados deve ser tomados com coma objetivo toes cles podem ser alcangadas enanando-se & Tighe da uti das coies, ou see: deserwolvendonse as faculdaces da conga apenas raquo que passa depois ser SS a eae acoues nous L Até aqui, proosan educative preconizad por Roussean & nega fivo, limitando-se Aquilo que mao deve ser feito. A educagto postive | deve inciarse quando a criange alquire conscéncia de suas welagbes ‘com os semehamtes. Paes-se assim, do terreno da-pedagoia proprae _ mente dita 20 dominios da teoria da Sociedade e da ongamizagio pola © Sermo BEve 4 LasimDADE FB todas as obs de Rousseau, of frocessos eucativos tanto _quanto as relagses soca, sto sempre encarados do ponte de vista ‘eenralizado na nogio de liberdade; entondida por ele como diveito © deer 29 mesmo tempo: todos nascem Romens- livres"; liberdade hes pertence e renuinciae a ea € renunciar & pripria qualidade de omen. Ae reiormslar tal principio e dar the © papel Fundamenta] | ue moral ena politica, Rousseau elewst-se muito acime dos contem= ores cdo eames, Ningve, coma oe aioe opto. libertad como direlto inallenével e exigencia essencial da propria. le ci a linha de persamento a pelo humanismo renasoemstae sobretudo pela reforma pro- : sto lima, espevalmente, expresave as necessidades © a8 5 eoletividades que revinulcavam 0 valor ca evimidade yconsciricia religiona de cada un, em face de principio p da autorklade. Dosa corrente de ids desenvolveuse Gepos lo direito natura! do séeulo XVI prneipalmente com (6324677) « John Locke, que prenuncavain Rousseau. © elo autor do Conirato Socal ¢ arunciado ‘Locke admite'a perda. da liberdade quando afiema que “© "por ser livre por natureza) ni pode ser privado dessa xbmetido o poder de outa sem e pripri consent” ato; come imperativo, endo como comprenaci. NAO ma negaci de impedimentos, mas afirmagaa de um dever is Na consiéncia da inerdade apices Vespstualidade da alma humana; por isso € a exgéncis carmennons ica fundamental, ¢ senanciara ea ¢ wenanciar & propria qualidade "Ao fazer tal afirmacto, Rousseau distancia sede todo individua- liso, pois este supGe uaa antese entre cada tne a colelividade « etabelece © valor do individno individuo e ndo enquanto fhomenr Rovtssent, o-conindse,reivindica a consciéncia da dignidade ddo homem em geral e tkumina valor unkversal dn: perwnalidade frumana, cuja consciéncia moral néo se traduz no sentimento partics- Tavis do amor-proprio, mas na univetsalidade do amor de si. No pensamento de Rousseau 0 amor desi, constitaindo a interioridade por exceéncia ea forga expanaies da alma que identifica o ixdiviewo Eom seussemelhantes, a ponte que ligao ez indiyidval ag ca comma, a vontade particular 3 vantade geral. Assim € que todos 08 cidadace “pderao chegar a idontifiarse, por fim, com 0 Ted maior, sentise membros da patria, amé-ia com eave sentimento deticade que toto, thometn separado 36 tem para mesmo" “A realizagdo concreta doen comuim e da vontade ger implica necesariamente um canta social, ot sea, tum livre assocaga0 de Sere humans inteligentes, que deberadumente resoivem formar um Cento tipe de sociedad, a-qual passam a prestarobeditnesa,Ocontrato Sxl era, assim, a tnica base legitima para sine cormunidade que ‘deseja viver de acon com os pressupostos da liberdade humana. necessrio, contudo, resolver 0 problema de encontrar uma forma de associngao que contin a respeitar rata mesma lberdade {que Ibe 4d orgem. Muito emboen © orem sj natunsimente bom, (de C constantemente ameagado por Fargas que no x69 alienam Si mesmo como podem tansformé-lo em tir ov esravo, Rousseau ‘proeurauma fora de ssociacio na cual “cada wm unindo sea todos fbedece, porém, apenas. a si mestnove permanece lie” como ante ‘deestabelecer ocontrato. Cada am por si mesmo, danderse ara todos, ino se d5.e ninguém. As ‘de desigualdade e inustica entre os cndadaoe sho eitedas mediante a “tla alienaglo de cada ‘awociado, com tedes06 seus ditetos, em benefica da comunidad” Ni sendo tora esa alienacio,oindividuo ican expasto& daminagSo pelos outros. im caso conréra, 0 cidnlio nio‘abedece interesses Ee apenas um setor do corjunto social mas 2-vontade wera que € “Tama fogs eal, superior 4 aio de qualquer vontade particular”. Essa cbeiéncia jamais suscita apreensto, pois a vontade eral, segundo Rousse, ésemore drigida para o bem comam. "Ralienas total a0 Fado envolve igualdade ats nouteo sen tido, na medida em gue + vontade' gral nto ¢ antoridade externa ee scence novssenD espe desi mesmo, mas sorporiicagi. aoprianaturess mor. Acetando 9 autondade do ‘io sé panes a pertener a um corpo meal ie iberfade Obed a a lei que presreve ‘de bondade, aquels virtuée’ genina do homer, ado mas parte de um grande todo. Liberto dos ser individual, encontra plenitude aeitam 0 mesmo ial rousseauniana do disto pllico & portant, es cri, na medida om que faz Gepender fod aim P.a.que © pave nso pode renunciar dn da dignidade Inumana. Sigmonae gue acinar ntsinas vexttilidade politica do Estado por ele pueco- Suma espae de regi pro- ln pes idados gu, depois de a sab pena de morte. iso avin algo do _osrowsaoonts cextremamente chocante; as 6 preciso ndo'esquecer qae Rousseau % politico do terme, Fle na aaredite fe possbiiade de qualquer tiga soparacio-ente'o individua €0 Fotado — como quertam stereos liberals — acha inconcebtveo ‘desenvolvimento da plema vibe moral sem-ativa pastcipagio-do in- ‘ividuo no corpo into da saciedode; por outro lade, eabelece que sMoidadee permanéna do Esto deponde da integridade morale {da lesade ndvinivel de cada cidade. profissao def cviw for ‘lado. por Rousseau ness elguns poucos dogmas simples que tos se racional ¢ moral deveria acctarcrenga. nim ser supremo, vida futur, felicidad dos justos, punisfe dos ctlpados. A ests dow Ins poalivae deueso arescentar apenas um negative: acento de toss formas de intoertnci, ‘ Hxanca De ROvssrau Jean-Jacques Rousseau no terésido wm dsafo:no sentido mals extsito do feo, Seu forte ndo era o encadeamerito kien das féeias ‘nem a fundamentagao rigorosamenteracional des prineipios que for- tmulou, nem a penetra analtiea dos problemas. Sew pensamento procede antes pela expresado de intuigbes cesultantes da past er- ranente com que vives todos es problemas da existénca mais comunn, ‘Comes tambern os da cultura ro nivel superior das ides. Mas sovbe ‘como poucoverpressaressasintuigbes edefendélesapaixonadamente: ‘As iddiasconseaponeites e885 intucBes io so concelts abstratos republicano, colocandose de ldo oo ideais do Bieri de Voltaire = Montesquieu (1689-1755). As teoras politcas do idealism alec {lo seculo XIX — que glorfisamam o Faldo como Deus na histria — tambem dewem a Rousseau, quando passam de sua doutrina de que (0 Batad €legalmente potent para xalacio absolutist do mes: aserncours neuen _ de Rous te afiriaco daramente que a maioda et iid por restr or einai st oo Sexabec a gorse quads ene delawe Ge wt expres eral. “Por outro lado, a valorizagto roussrauniana do mundo des sent Jem detimonto da "9720 intelectual e da natureza mais profunds ‘7m sentrapenicso ao arial da vida cviizada, neon noe, como uma das formas icicas de sentir e pensar 0 mundo. Rousseau nasce om Gonebr no dia 28 te ao. doo Robinson Crasoé de Daniel Defoe, que express fundamentals do pensamento de Rousseau, estar wa cased mist Lambercer em Bosscy ica 9 Tratatode Harmonia Bach compar 0 Cro, se precept, mas conse ons reslados como peigoge. publica © formance Pasa e Sal. chege'a Pars; em busoa de sucesso. D’Alembertredige Dindica ligase a Thérise Levasseur, com qual pasard tote & inc fils, edige 0 Discurso Sobee as Cidecias ¢ as Antes. ‘operistco de Rousseau, O. Adivinko da Aldeia, cs primaire sitomas. 0 Social ¢ Emilio slp condenses pens autores, 1 perseguido efuiondo-se om Neuchitl. 1764 — Rolie um Projlo de Constitigho pars a Céraepa eas Cone foes. 165 — E obrigndo a:deisar Neuehiel.ewfucia-se ma tnglaterra, junta @ ‘Dai Humes desconfa do amigo sentese cada tex mais ai de ne Ee Nt te ‘de Misia 17 — fae Contacts St 9 Ger Tih, Pr faster de agus, gus res, ours imagine, co ‘te Ddloges — Rousenu, Juiz de jeatJanqus. 1776.— Bxeree & Devaneics de um Catninhante Soto: 1778-— Face en 2 det € eter ms dx Choos, em Erne rom, Danse w Revo Frances, es reo moras srs ecoenner siti Ta Religion del. Rousseau, 3 volumes, Paris, 1916. RU La Pome Release de J. Rowers ses Reset Paris, 1927 Put de Jf. Rowson, Alcan, Paris, 129 cE Etat Pree des Trews sr J. 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