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Somos todos Pncio Pilates

A poeira assentou.
J so raras as notcias de capa que retratam a apelidada crise de refugidos
que tanto abalou a europa.
Mas a verdade que o problema ainda persiste.
E o horror vivenciado por estas pessoas esquecido dando lugar a um
escrutnio obtuso das suas posses (as poucas que conseguiram salvar) (3),
da educao e trabalho anteriores afinal at para se ser refugiado (e
aceite como tal) h um conjunto de critrios a preencher.
Entretanto no mais falamos deles. Enquanto esto longe no so nosso
problema. Enquanto esto longe aproveita-se para erguer muros em prol de
uma segurana discriminadora e ignorante (2). Dizendo que impossvel a
sua integrao sem chances concedidas.
E do outro lado desses muros, essas pessoas sem nome vm os seus
direitos bsicos violados constantemente. Atente-se ao caso das 30 crianas
violadas num campo de refugiados na Turquia. (1)
Pensar que no outro lado da viagem destas famlias, que fogem do horror
que ver as suas casas, a sua vida, desmoronar em nome da guerra, que
fogem procura de algo melhor, encontram s mos dos seus salvadores,
os mesmos que selam a sua passagem, outros horrores para o rol que teima
em crescer.
Estas notcias no nos abalam. Porqu? Porque no so capa. Porque esto
longe. Mas o facto de estarem longe no nos desculpabiliza. Os muros
erguidos do uma sensao de proteo para quem os ergue, mas
exponenciam atentados. O que vai uma pessoa sem nome fazer? Num
mundo onde lhes dizem que eles no tm lugar, como fazer valer o seu
direito vida?
No fim, lavamos as mos.
Tapamos os olhos.
Porque o que os olhos no veem, o corao no sente: a culpa de no
termos agido em boa hora.
http://ionline.sapo.pt/510368 (1)
https://www.publico.pt/politica/noticia/ban-kimoon-pede-mais-compaixao-esolidariedade-aos-lideres-europeus-1731837 (2)
http://www.independent.co.uk/news/world/europe/why-do-refugees-havesmartphones-syrian-woman-explains-perfectly-refugee-crisis-a7025356.html
(3)

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