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Tudo aquilo saiu to espontaneamente ao Rubio, que ele s teve tempo de

refletir, depois que o tlburi comeou a andar. Parece que chegou a levantar a
cortina do postigo; a velha ia entrando; viu-lhe ainda o resto do brao. Rubio
sentiu toda a vantagem de no estar invlido. Reclinou-se, desabafou o peito com
um grande suspiro e olhou para a praia; logo depois inclinou-se. Na vinda, mal
pudera v-la.
Vossa Senhoria est gostando, disse-lhe o cocheiro contente com o bom
fregus que tinha.
Acho bonito.
Nunca veio aqui?
Creio que vim, h muitos anos, quando estive no Rio de Janeiro pela primeira
vez. Que eu sou de Minas... Pare, moo.
O cocheiro fez parar o cavalo: Rubio desceu, e disse-lhe que fosse andando
devagar.
Em verdade, era curioso. Aquelas grandes braadas de mato, brotando do lodo, e
postas ali ao p da cara do Rubio, davam-lhe vontade de ir ter com elas. To
perto da rua! Rubio nem sentia o sol. Esquecera o doente e a me do doente.
Assim sim,
dizia ele consigo,
fosse o mar todo uma coisa daquele feitio,
alastrado de terras e verduras, e valia a pena navegar. Para l daquilo ficava a
Praia dos Lzaros e a de So Cristvo. Uma pernada apenas.
Praia Formosa, murmurou ele; bem posto nome.
Entretanto, a praia ia mudando de aspecto. Dobrava para o Saco do Alferes,
vinham as casas edificadas do lado do mar. De quando em quando, no eram
casas, mas canoas, encalhadas no lodo, ou em terra, fundo para o ar. Ao p de
uma dessas canoas, viu meninos brincando, em camisa e descalos, em volta de
um homem que estava de barriga para baixo. Todos eles riam; um ria mais que os
outros porque no acabava de fixar o p do homem no cho. Era um pequerrucho
de trs anos; agarrava-se-lhe perna e ia-a estendendo at nivel-la com o cho,
mas o homem fazia um gesto e levava pelo ar o p e o menino.
Rubio deteve-se alguns minutos diante daquilo. O sujeito, vendo-se objeto

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