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LIDERAR E SERVIR PARADOXO OU REALIDADE

Cleyson Dellcorso
cleyson@gmail.com
Em uma época em que o termo liderar ainda é confuso para um grande número
de pessoas, encontramos um novo líder surgindo nas organizações: o líder servo.
Não se trata de uma nova modalidade de liderança, pois este procedimento
é encontrado ao longo da história desde há muitos anos, mas ultimamente, verdade
iros líderes vêm se conscientizando da necessidade de liderar e servir, que para
muitos é a única forma perene da liderança.
O termo líder-servo une dois opostos cujo entendimento depende da sensibi
lidade das pessoas. O líder servo é a união dos dois extremos: lidera e serve a
equipe sob seu comando.
Indivíduos que praticam cada um destes conceitos isoladamente apresentam
comportamentos diametralmente opostos, porém aqueles que os praticam em conjunto
têm uma liderança verdadeiramente eficaz. O servo está sempre disposto a ser út
il, segue ordens, mas mantém em seu coração a disposição de proporcionar o bem e
star ao próximo. O líder é aquele que vê mais longe, enxerga sobre os ombros dos
outros e traz sobre si a responsabilidade de levar um grupo a um objetivo pré-d
eterminado. O grupo segue o líder porque ele conhece o caminho e o mostra à sua
equipe, que confia no seu comando.
O líder servo é um agente de mudanças, pois consegue transformar um sonho
em realidade, com ações baseadas na sua visão, que é ampla e dirigida ao bem co
mum. Ele consegue servir sem perder a liderança, estreitando relacionamentos e t
razendo cada vez mais seguidores para o seu convívio. Os liderados têm satisfaçã
o e prazer em colaborar para que objetivos sejam atingidos, solidificando sobrem
aneira o relacionamento entre os membros da equipe, reduzindo drasticamente o es
pírito competitivo, onde todos sabem o que querem e onde pretendem chegar, e for
mando um conjunto harmonioso costumam atingir todas as metas determinadas.
Organizações têm gasto milhões de reais em treinamentos e seminários visa
ndo incutir em seus colaboradores a necessidade e disposição de sentirem-se co-p
roprietários e “vestir a camisa da empresa”, no que os líderes têm alcançado alg
um sucesso com suas equipes, mas dificilmente conseguido transferir este sentime
nto do grupo em relação a empresa.
Observamos que Pastores têm uma habilidade muito grande em fazer com que
seus fiéis sintam-se co-proprietários das Igrejas e para que exerçam trabalhos v
oluntários em benefício do grupo. O tipo de liderança exercido por estes pastore
s deve ser analisado, repensado e adaptado para implantação nas empresas, pois c
ada vez mais necessitamos de equipes realmente motivadas a colaborar para que as
metas sejam atingidas. Isto somente será conseguido quando estiver incutido no
espírito de todos que o ato de servir deve estar presente em todos os relacionam
entos.
As equipes lideradas por um líder servo são eficazes e muito produtivas,
onde todo o grupo compartilha conhecimentos e pratica o mentoring mútuo com níti
dos benefícios ao grupo e à organização.
Esta necessidade nos alerta para que os lideres passem por um processo qu
e os transformem em servos sem perderem a sua liderança, o que implica em aprend
er muitas coisas e desaprender outras.
Antes de tudo é primordial que haja um deslocamento da necessidade de rea
lizar, bastante presente no líder, para o desejo de ser. O ser aflora o servir q
ue conduz ao nascimento de um líder servo. Neste processo precisa ficar bastante
transparente que o compromisso dos membros de uma equipe passa a ser com os pri
ncípios e não com os chefes, sepultando o antiquado “culto à personalidade”.
O resultado das atitudes de um líder-servo é uma nova visão de homem, um
conceito de poder e valores organizacionais diferentes dos praticados atualmente
, pois integra o trabalho, a família e humaniza a organização, tornando-a um mei
o de crescimento pessoal e de auto-realização.
Uma pergunta bastante instigante sobre liderança pode ser encontrada no l
ivro O Vôo do Búfalo, de BELASCO & STAYER: Manadas de búfalos costumam seguir ce
gamente seus líderes, enquanto os pássaros voam em "v", ou seja, na impossibilid
ade de liderança daqueles que vão à frente, os demais assumem a direção do vôo,
cada qual em sua vez, sem prejudicar a trajetória. O desafio que o livro coloca
é: como colocar os búfalos em "v"?
O meu conselho é que os “líderes” búfalos esqueçam algumas coisas e apren
dam outras, entre elas que consigam fazer suas equipes tornarem-se comprometidas
com o bem comum, com o líder servindo a todos e todos servindo o líder.
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