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U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A

F A C U L D A D E D E A R Q U I T E C T U R A E A R T E S

M E S T R A D O E M A R Q U I T E C T U R A
P R O J E C T O I

A N D R É R O L D Ã O S A L V AD O R T R I B O L E T
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EXERCÍCIO DE EXAME:

T A P U ME P A R A A E S C U L T U R A D O A R E E I R O

Q U A R T E L D O S B O MB E I R O S

S
T A N D D E V E N D A
EST RUTURA HABIT ACIONAL
G A L E R I A - AT E L I E R N A D I R A F O N S O

S T A N D R E P R E S E N T AT I V O D E P O R T U G A L S I N G U L A R

Prof. Doutor Arq.º Mário Chaves


Lisboa, Junho de 2010
Obrigado:
À minha Mãe
por todo o apoio, carinho e dedicação
para que seja quem sou hoje.
À minha namorada
pela compreensão, paciencia e ajuda
ao longo destes anos.

Este trabalho é propiedade exclusiva do aluno. É proíbida a sua reprodução total ou parcia l sem a sua

expressa autorização por escrito, assim como o seu uso indevido e/ou exibição a terceiro
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TEMA ............................................................................................................................................... PÁGINA


1. Enquadramento .................................................................................................................................. 1
1.1. Razão de Ser ........................................................................................................................... 1
1.2. Finalidade .................................................................................................................................. 1
1.3. Objectivos .................................................................................................................................. 1
1.3.1. Estruturar ou organizar o conhecimento sobre o tema ................................................ 2
1.3.2. Organizar os processos de trabalho .......................................................................... 2
1.3.3. Criar as directrizes da intrevenção ............................................................................ 2
1.4. Conteúdos ................................................................................................................................. 3
2. Temas Relevantes ..................................................................................................................................
2.1. Teorias de Autores sobre o tema ...................................................................................................
2.1.1. Webliografia ............................................................................................................ 3
2.1.2. Bibliografia .............................................................................................................. 4
2.1.3. Gravuras ................................................................................................................. 6
2.1.4. Notícias................................................................................................................... 7
2.1.5. Videos .................................................................................................................... 7
2.2. Perguntas de Partida .................................................................................................................. 7
2.2.1. O que é? ................................................................................................................. 7
2.2.2. Como se gere? ........................................................................................................ 7
2.2.3. Para que serve? ...................................................................................................... 7
3. Notas de Autor ..................................................................................................................................... 8
3.1. Apontamentos Pessoais ............................................................................................................. 8
3.2. Teses pessoais (convicções para ensaio) .................................................................................... 9
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01-07-2010
M E S TRA DO E M A RQU I TE C T URA – É T ICA , D E ONT OLOG IA E L E GIS LA ÇÃ O
INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL – POLITICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
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1. Enquadramento

É nas unidades curriculares de Projecto que são aplicados os conhecimentos adquiridos noutras unidades curriculares, mas não só
estas. As nossas experiencias de vida, nossa própria essencia transparece em cada traço, em cada momento apresentado. Por
isso mesmo tudo o que se diga ou escreva sobre qualquer projecto (próprio ou de outros) fica aquém da realidade, pela positiva ou
pela negativa para o efeito.

Na Unidade Curricular de “Projecto I”, neste trabalho, é-nos solicitado que apresentemos várias concepções de projecto: no ano
corrente foi um tapume para a escultura situada na rotunda do Areeiro (Lisboa), um quartel de bombeiros, respondendo às suas
necessidades intrinsecas, prédio de habitação colectiva e respectivo stand de vendas, que responda às necessidades de mercado,
em que nesse edíficio fica localizado o Atelier-Galeria de Nadir Afonso e por último, neste exercício de exame, um stan que
corresponda ao Manifesto “Portugal Singular” de maneira pragmatica e sustentavel. Esta sustentabilidade é no seu ambito alargado
não só ecológica, mas principalmente na adquabilidade ao cumprir das suas funções.

1.1. Razão de Ser

No âmbito da unidade curricular de “Projecto I” da licenciatura em arquitectura (da Faculdade de Arquitectura e Artes da
Universidade Lusíada de Lisboa) são abordados diversos temas de especial interesse para a prática da profissão de Arquitecto. A
habitação é dos mais importantes. A sociedade forma-se por grupos e a família (de todos os tipos: de uma só pessoa, um casal,
pais e filhos, etc.) é a sua principal base, pelo menos na sociedade portuguesa, que é o público alvo principal deste projecto.

Além disso a co-relação entre o privado e público é uma das principais questões tratadas no dia-a-dia da prática profissional de um
Arquitecto projectista, principalmente na componente atravessada neste projecto, explícito no programa base, na relação entre a
arquitectura e sua relação urbana, além de interior, enfim a sua relação com as outras escalas do projecto da cidade.

1.2. Finalidade

A sustentabilidade está na “boca do mundo”. Ao arquitecto está normalmente associado à ecologia, ao administrador de uma
empresa está normalmente associado à economia, ao psicologo está associado à capacidade psicologica de “aguentar” pressões
sociais, etc. Neste ambito quando se fala numa resposta sustentavel e pragmática às questões impostas pelo programa base ter-
se-á de compreender nela quanto mais ideias do que é a sustentabilidade de maneira a dar a nossa melhor resposta às exigencias
do mercado.

Compreender que transformações os mais recentes paradigmas de ocupação da habitação, no caso da habitação tipológica é
essencial para responder ao programa-base com a qualidade, flexibilidade, utilidade exigidos hoje em dia, bem como o grau de
novidade que se procura, mas não só. Um artista como Nadir Afonso tem exigencias nem sempre claras nas suas necessidades
espaciais, tanto no espaço em que concebe, como no espaço em que expõem, o que atribuí um grau de complexidade fora do
normal a este programa-base de um edifício de habitação colectiva. Compreende-se assim que a complexidade de incluír todo um
movimento social, em franca espanção e em defenição de si mesmo é grande, mesmo tendo em franca consideração o Manifesto
do seu percusor.

1.3. Objectivos
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Como objectivo o programa-base delinia que é “Desenvolver uma estratégia de projecto unitária ao nível da cidade. Reconhecer a
complexidade do tecido urbano e intervir sobre ele, melhorando a capacidade de vivencia do local.”. Significa isto que é nece ssário
compreender zona urbana em que estamos a projectar, reconhecer a sua identidade formal (urbana) e aproveita-la na nossa
intervenção, ao mesmo tempo que nos apercebemos das patologias urbanas da zona urbana, por forma a “curar” essas patologias,
ou pelo menos melhorar os sintomas. Essa “cura” ou melhoria pode ser feita por adicção ou subtracção… neste caso a intervenção
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é claramente num método de acrecentar, um edifício, que por si tem de ser uma maior-valia para os seus utentes, sejam estes
quem utiliza o interior (moradores e seus visitantes) ou exterior (a população em geral que usa a rua).

1.3.1. Estruturar ou organizar o conhecimento sobre o tema

A melhor maneira de aprender e apreender arquitectura é através do projecto, mas ninguém nasce ensinado. É importante por isso
viajar e conhecer sitios, lugares, espaços, pensados ou de geração espontanea, compreende-los na sua complexidade.

Claro que isso não chega, uma pessoa podia ter visto o mundo inteiro e mesmo assim não saber o mínimo para projectar. Em
seguida a troca de sensações, de impressões, com quem usa esses sitío, lugares, espaço, urbanos ou de arquitectura, mas
também com profissionais: arquitectos, urbanistas, engenheiros, gestores, os próprios promotores imobiliários.

Todos os conhecimentos adquiridos com estas trocas só servem posteriormente para aplicar se houver uma real compreensão da
técnica usada na compeção e depois na execução da construção, não basta pensar na forma, na textura, é necessário entender o
funcionamento por de trás, eventualmente assim encontranto a tal novidade que nos destigue e é tão procurada.

1.3.2. Organizar os processos de trabalho

Um processo de trabalho tem regras a ser seguidas e há diversos modelos que podem ser aplicados. Porém a sua aplicação difere
sempre de pessoa para pessoa. Como supracitado tanto o tampume, como o edifício a projectar enquadra-se numa determinada
área urbana (mais ou menos) consolidada, o quartel dos bombeiros está numa zona em consolidação, no limite de uma nova via
rápida que une o centro à zona Este de Lisboa. A primeira parte da abordagem escolhida parte exactamente desse prima: relação
urbana.

De seguida a compreenção do que é prentendido à escala arquitectónica, nomeadamente no que diz repeito à(s) tipologia(s) da(s)
habitação(ões) e também o delinear de um programa-base para o atelier de Nadir Afonso e o seu grau de sujeição ou insurreição à
volumetria geral do edifício. Compreender as necessidades espaciais nas co-relações existentes.

1.3.3. Criar as directrizes da intrevenção

Primeiramente na sua relação com a envolvente foram realizadas diversas visitas ao local por forma a compreender as
especificidades existente para quem lá vive, quem lá trabalha, quem lá passa, no fundo quem habita o sitío por forma a enquadrar o
lugar. Desta maneira não só se compreendeu o que é, mas também o que se quer do sítio, a partir daquele lugar.

Com essa informação é necessário também verficar e testar o que está pensado para o sítio a nível de ordenamento do território,
tendo em conta que todo o país está organizado por um Programa Nacional de Políticas de Ordenamento do Território, transporto
para Planos Regionais, etc. que por sua vez condicionam a acção dos Planos Directores Municipais, Planos Urbanos e Planos de
Pormenor vigorantes, de que maneira essas acções da Politica estão, ou não estão, revistas nos objectivos para o lugar.

Posteriormente, agora à escala da arquitectura é necessário cumprir, obviamente, os requesitos predispostos a nivel regulamentar,
porém são mais indicações já presumidas, um conjunto de mínimos e máximos. O cidadão comum há muito que vê esse conjunto
de condicionalidades impostas por lei como estanto longe das suas reais necessidades. Por isso mesmo há então que analisar o
mercado imobilário, aprender o que a nível genérico se procura numa habitação, não estaremo a projectar habitação para um
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cliente específico, mas para todos. É o que queremos saber, o que seria, democráticamente (por maioria) a habitação da maioria.

Ao projectar para a maioria o objectivo é maximizar as probabilidades de vendabilidade do objecto final, aumentando a
sustentabilidade económica do todo, garantindo o que em gestão da promoção imobiliária se chama “retorno”. Por outro lado ao
garantir a taxa de ocupação aumenta-se também o grau de satisfação dos moradores, que não vivem num prédio fantasma, bem

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como da vizinhança. O que é válido em cada um dos seus componentes quer falemos de habitação ou qualquer outra peça
arquitectónica: se é adequada é uma maior valia e contribuí positivamente para o desenvolvimento (sustentável).

Nadir Afonso, nascido em 1920, tem diversas obras de reconhecido valor artistico. Não sendo possivel projectar para ele, há que
compreender na generalidade o conjunto de necessidades tem, na generalidade, um artista plástico. Complementarmente como é
que essas necessidades existem na componente criativa (geralmente) mais introespectiva, mas nutrindo da vida e da sociedade, e
numa segunda fase com a exposição desses trabalho, completamente exposto ao público. Para o efeito foi visitada a Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa, as salas de desenho Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e o atelier do artista
Eduardo Nery, com o objectivo de verificar in loco o processo criativo de alguns artistas plásticos e suas necessidades.

O Movimento “Portugal Singular” está a crescer. Num mundo instável, inconstante e de certa maneira imoral surge o Moviment o
que não é tanto uma rampa de lançamento, acabando por sê-lo, mas um conjunto de pessoas unídas com objectibos comuns de
desenvolvimento sustentado, procurando algo tão simples, que o Homem desde sempre procurou, mas parece ter caído no
esquecimento: bem-estar.

1.4. Conteúdos

O trabalho é apresentado por forma do presente documento, contendo uma espécie de Memória Descritiva, que procura demonstrar
as inquietações, as intenções, as procuras do aluno durante e até à realização do conjunto de peças escritas e desenhadas hoje
apresentadas, em conjunto com peças desenhadas e imagens demonstrativas do projecto hoje apresentado.

2. Temas Relevantes

2.1. Teorias de Autores sobre o tema

2.1.1. Webliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Habitação

Habitação ou espaço doméstico é o nome dado ao lugar onde o ser humano vive.

Uma habitação é normalmente uma estrutura artificial (ainda que nos primórdios o ser humano tenha utilizado, para o mesmo efeito, formações
naturais, como cavernas), constituída essencialmente por paredes, geralmente com fundações e uma cobertura que pode ser, ou não, um telhado.

Uma habitação serve, em termos mais pragmáticos, para providenciar abrigo contra a precipitação, vento, calor e frio, além de servir de refúgio
contra ataques de outros animais (ou de outros seres humanos).

O termo lar tem uma conotação mais afectiva e pessoal: é a casa vista como o lugar próprio de um indivíduo, onde este tem a s ua privacidade e
onde a parte mais significativa da sua vida pessoal se desenrola. Isto, apesar de muitas pessoas passarem grande parte do dia no seu emprego
(fora de casa, ainda que meios de comunicação como a Internet tenham aumentado o número de pessoas que trabalham em casa), ou em locais
de recreação. A casa serve também como local de repouso. Há, efectivamente quem veja a sua casa, acima de tudo, como o local onde dorme.

Dentro de uma habitação


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Uma casa tem, em termos gerais, uma entrada (uma porta ou um pórtico), janelas (ou mesmo nenhuma: em "Os Miseráveis", Victor Hugo refere -
no capítulo 4, do Livro primeiro, primeira parte - um imposto sobre as portas e janelas: em França haveria, segundo a personagem que fala, 1 320
000 casas de camponeses com apenas três aberturas; 1 817 000 com apenas duas aberturas e 346 000 "cabanas" com apenas uma abertura: a
porta, de forma a obviar ao imposto) .

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alguns cômodos (ou divisões) como:

 hall,
 sala de estar
 quartos,
 cozinha,
 casa de banho
 escritório
 suite

http://pt.wikipedia.org/wiki/Atelier

Um estúdio ou ateliê é o lugar de trabalho de pessoas com vontade de criar e onde se pode experimentar, manipular e produzir um ou mais tipos
de arte. Incluem-se nesta definição não só qualquer pequena sala onde um indivíduo trabalha na sua fotografia, vídeo, ilustração, escultura,
pintura, animação, música, rádio etc., mas também grandes edifícios, como ocorre na indústria fonográfica e cinematográfica.

A etimologia da palavra "estúdio" deriva da palavra do Latim studere que pode ser traduzido como a "ânsia de conseguir algo", também existe
como uma adaptação do termo em inglês "studio".

O termo francês para estúdio, atelier, além de designar um estúdio artístico, é utilizado para caracterizar o estúdio de um designer de moda ou
mesmo artesão — nesta última forma, é frequente a presença de cavaletes, mesas de desenho, suportes para escultura, etc, nos ateliers.
Também é conhecida a conotação de atelier como a casa de um alquimista ou feiticeiro.

Tanto no Brasil quanto em Portugal estúdio, também se relaciona ao local para a realização de filmagens cinematográficas, gravações para
televisão, produção de fotos ou mesmo gravações sonoras (rádio, música e afins). Assim pode-se falar em estúdio cinematográfico, estúdio de
rádio ou de televisão.

2.1.2. Bibliografia

Lusíada: Arquitectura 1. Lisboa, Universidade Lusíada, 2001. Cit. Prof. Reaes Pinto – Pag. 21.

«A contrução sustentável, faz parte do desenvolvimento sustentável que se insere num processo global e sinergético da qualidade, que torna
possível preservar e transmitir às gerações vindour as, com mais qualidade e um modo sustentado, o ambiente construído, e não contruído, o
património que herdámos dos nossos antepassados.»

MORAIS, João Sousa. Metodologia de Projecto em Arquitectura. 1ª Edição. Lisboa: Editorial Estampa, 1995

«(…)O território e o homem são indissociáveis. No entanto, a actividade deste último, se não for regulada, corre o risco de danificar os recursos
existenciais no território, perdendo este a respectiva identidade(…)»

«(…), podendo ser enquadrado em quatro grandes preocupações do desenvolvimento regional e gestão dos recursos em Áreas Protegidas:

– O desenvolvimento que pressupõem melhorias de condições de vida nos aspectos materiais, culturais, espirituais e ambientais, com
cumprimento de pricípios de justiça, equilibrio espacial e temporal.
– O crescimento é um meio, correspondendo a um aproveitamento racional dos recursos, não entido apenas a curto prazo, destinguindo-se do
desenvolvimento pois este é um fim.
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– Os recursos decorrentes do capital, pressupondo que a riquesa do património repousa na sua quantidade e não apenas na sua diversidade, de
forma que o uso do seu consumo não se deve fazer a um ritmo mais elevado que a sua capacidade de produção/regeneração, com vista a que a
diversidade de recursos se torne um bem capital.
– A defesa (gestão) do património pressupõe a valorização das áreas protegidas, impondo-se o seu uso sem consumo capital (dos recursos), com
a gestão regional e local, num processo de conscencialização das populações locais.(…)»

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«(…) Consideram-se três objectivos gerais no processo de entendimento, na compreensão e significado dos objectivos arquitectónicos no tempo:

– Primeiro objectivo: refere-se à identificação do nível e tipo de relações que este objecto experiementa ao nível do território, no co ntexto em que
se insere (urbano ou rural).
– Segundo objectivo: refere-se à identificação das relações, elementos e factores que são significantes no espaço imediatamente envolvente
(urbano ou rural); na formação da tipologia e na determinação do tipo.
– Terceiro objectivo: refere-se ao significado e aplicabilidade dos principio gerais da organização espácio-formal.(…)»

QUENTAL, Antero de. causas da decadência dos povos peninsulares. 8ª edição – Ulmeiro. Novembro de 2001

«Que é pois necessário para adquirirmos o nosso lugar na civilização? para entrarmos outra vez na comunhão da Europa culta? É necessário um
esforço viril, um esforço supremo: quebrar resolutamente com o passado. Respeitemos a memória dos nossos avós: memoremos piedosamente
os actos deles: mas não os imitemos. Não sejamos, à luz do século XIX, espectros a que dá uma vida emprestada o espirito do século XVI. A esse
espirito mortal oponhamos francamento o espirito moderno. Oponhamos ao catolicismo, não a indiferença ou uma fria negação, mas a ardente
afirmação da alma nova, a consciência livre, a contemplação directa do divino pelo humano (isto é, a fusão do divino e do hum ano), a filosofia, a
ciência, e a crença no progresso, na renovação incessante da humanidade pelos recursos inesgotáveis do seu pensamento, sempre
inspirado.(…)»

ZUMTHOR, Peter. Atmosferas. Editorial Gustavo Gili. Barcelona, 2006.

«(…)E a arquitectura é feita para nós a utilizamos. Não é nenhuma das Belas Artes. Acho que esta também é a tarefa mais nobre da arquitectura,
o facto de ela ser uma arte para ser utilizada. Mas o mais belo é quando as coisas se encontram, quando se harmonizam. Formam um todo. O
lugar, a utilização e a forma. A forma remete para o lugar, o lugar é este e a utilização é esta.(…)»

«(…)Não trabalhamos na forma, trabalhamos com todas as outras coisas. No som, nos ruídos, nos materiais, na contrução, na anatomia etc. O
corpo da arquitectura, no início, é a construção, a anatomia, a lógica no acto de contruir. Trabalhamos com estas coisas, olhando ao mesmo
tempo para o lugar e utilização. Não tenho que fazer outra coisa, este é o lugar que posso ou não influenciar, e esta a utilização.(…)»

DIAS, Manuel Graça. 30 Exemplos (Arquitectura Portuguesa no Virar do Século XX). Relógio d’Água Editores. Novembro de 2004

«(…) A sua cidade ideal não seria uma cidade de invenções, mas uma cidade de conjugações, das formas coladas que os materiais, os sistemas
construtivos e a imaginação do homem souberam ir montando ao longo da história. E é por isso que o seu imaginário vibrantetanto tanto oscila
entre os ambientes aristocraticamente decadentes da filmografia viscontiana e a complexidade de um enorme e quase incompreens ivel casco de
petroleiro, como entre as retículas estruturais dos sistemas de betão armado e o claro-escuro intenso de uma romântica casa em pedra
abandonada, da (ou a partir da) elementaridade de uma lona estendida sombreando vendedores de rua e uma sofisticada e brilhante torre de vidro
no skyline de Manhattan. (…)»

«(…) Em todo o mundo industrializado, as povoações à volta das grandes cidades foram sendo absorvidas, cada vez mais sistematicamente, ao
longo do último século; fazem hoje parte, umas vezes de modo reconhecível, outras, pelo contrário, mais plasmado, dos centros urbanos que se
foram espandindo e que concentram a maioram da população das diferentes regiões.

A impossibilidade fisica de maior crescimento dos núcleos duros das cidades, somada ao desenvolvimento das infra-estruturas de transporte – no
caso português, quase só à explosão do transporte individual –, facilitaram e provocaram a ocupação e desenvolvimento dos territórios mais
próximos cujo passado bucolicamente rural depressa foi dando lugar ao espalhamento de uma mancha (só) habitacional. Numa primeira fase, que
já nos parece longínqua, essa mancha foi-se contituíndo por agrupamentos de unidades familiares; cada vez mais, porém, por uma economia de
escala e pressão da procura, transformada em amontoados sucessivamente mais densos de habitação colectiva.
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Este tipo de estruturas (em Portugal reconhecíveis pelo grosseiro nome de loteamentos), a maior parte de iníciativa privada, tem geralmente como
motivação quase só a especulação e, dado o fraco nível de exigencia dos respectivos consumidores (alguns ainda a viver a primeira ou segunda
fase de desruralização), raramente atinge um standard que possa considerar mínimo para padrões europeus; muito menos, ainda,
consubstanciando matérias para análise dita arquitectónica.

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São periferias, os concelhos limítrofes, os antigos arrabaldes irreconheciveis que nos habituamos a ignorar ou suportar com passividade; um
estádio que, numa visão optimista, no futuro, talvez venha a encontrar solução, integração, hipóteses tão fascinantes (pela d ensificação,
acumulação e mescla, pelo menos) como as das cidades históricas que eles agora, sem identidade ou autonomia próprias, envolvem. (…)»

DIAS, Manuel Graça. O Homem Que Gostava de Cidades. Relógio d’Água Editores. Maio de 2001

«(…) É por isso que o ―futuro‖ previsto num filme como Blade Runner de Ridley Scott, me agr ada mais. Cidades como as de agora, com mais um
ou dois apontamentos mais espetaculares, que só servem para demonstrar que uma cidade é, principalmente, um suporte, muito antigo, onde se
organiza a vida: a de hoje ou a futura. (…)»

COELHO, Helder; COSTA, Ernesto. Educação e Sociedade da Informação.

http://pwp.netcabo.pt/jvcosta/artigos/Coelho_Costa.doc. Junho-2001

«(…)Os bons arquitectos são capazes de pôr as restrições (sociais) de pernas para o ar e de as transformar em recursos (sociais). Um bom
médico sabe meter em causa as descrições das coisas (descrições de propriedades acidentais), frequentemente artificiais e incapazes de revelar
o que são as formas dessas coisas. Um bom engenheiro recorre a ferramentas computacionais para transformar as perguntas q ue pode fazer e
responder, e deste modo altera a velocidade e a natureza da inovação. Um sociólogo constroi modelos das realidades sociais que quer estudar e
depois simula o funcionamento desses modelos ganhando alguma inspiração para montar depois os seus trabalhos de campo. Todos estes
exemplos de bom trabalho profissional revelam não só o acesso ao conhecimento específico, mas sobretudo a mestria ou as aptidões para o
manipular segundo múltiplos pontos de vista. Revelam também que as ferramentas (por exe mplo, as computacionais) conduzem agora a ciência,
ocupando o lugar que outrora pertenceu à teoria e à experimentação e potenciando novos espaços de compreensão, explicação e r eflexão (por
exemplo, na investigação sobre o cérebro).

O actual desenvolvimento social é determinado pela capacidade em se estabelecer uma interacção plena de sinergias, entre a inovação
tecnológica e os valores humanos, conduzindo a organizações de tipo novo, onde se criam relações fortes entre a produtividade, a habilidade, a
solidariedade, a segurança e a participação (Castells, 1996). E, a habilidade destas empresas, e do país como um todo, para entrar na era da
informação e do conhecimento dependerá do modo como a sociedade será educada, e como será capaz de assimilar e processar a informação
complexa. Não será a universidade a única responsável pelo êxito deste empreendimento, e por isso é importante olharmos para o sistema de
ensino desde o primário e também para o processo global de desenvolvimento cultural, incluindo o nível d e literacia funcional, o conteúdo dos
media e a difusão da informação pela população(…)»

2.1.3. Gravuras
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2.1.4. Notícias

http://www.nadirafonso.com – escolher entrevistas.

ARAÚJO, Amadeu. Religião, mérito e regionalismo na agenda dos novos movimentos. Diário de Notícias, 6 de Junho de 2010.

2.1.5. Videos

http://www.youtube.com/watch?v=KGhWDdy1P6k

2.2. Perguntas de Partida

2.2.1. O que é?

É um tapume, mas também um evento na cidade, que marca um acontecimento fora da norma… É um edifício de habitação
colectiva tipificada, mas também o atelier-galeria de Nadir Afonso... É um espaço de encontro e de difusão, é também uma
imagem… tudo tem uma dualidade distinta e clara.

2.2.2. Como se gere?

São um e dois: um edíficio, um volume, dois momentos distinto, que funcionam em simbiose. O edifício, que no topo tem o Atelier-
Galeria de Nadir Afonso, serve de base de sustentação ao mesmo, etc.

2.2.3. Para que serve?

Além das funções já descritas e claramente enunciadas no programa-base, serve também para devolver alguma notariedade ao
local, pela integração de elementos excepção, a tal dualidade e redefinir a estrutura urbana. Numa zona que foi até meados do séc.
XX limitrofe da cidade de Lisboa, continua ainda a não ser urbana, mas já não é rural; está completamente circundado por zona
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urbana consolidade, mas consequencia de uma má implementação dos Instrumentos de Gestão Territorial nunca foi implementado
o Plano até muito recentemente. É certo que os problemas urbanos relacionados com a rede hidrográfica, com a necessidade de
criar corredores verdes dificultaram em muito o processo, por travarem a forte espéculação imobiliária desta zona, porém consolidar
racionalmente a zona é importantíssimo para o fortalecer da imagem da cidade, bem como para o bem estar da mesma, com o
estabelecer de infra-estruturas previstas nos Planos que só recentemente começaram a ser criadas.
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M E S TRA DO E M A RQU I TE C T URA – P ROJ E C TO I
EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO COLECTIVA – FASE 2
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3. Notas de Autor

3.1. Apontamentos Pessoais

Podemos habitar todo e qualquer espaço. Habitar é o acto de transformar, ou não, o espaço que nos rodeia de forma a esse espaço
nos pertencer com a mesma reciprocidade que nós pertencemos a esse espaço. Desta maneira o próprio Aterlier-Galeria, ao ser de
Nadir Afonso, será, na interpretação deste aluno, uma habitação de Nadir Afonso, um espaço que o artista-arquitecto ocuparia, se
apropriaria, transformaria criando assim um novo espaço, acontecendo o mesmo com qualquer outro objecto arquitectónico. A
arquitectura é a única arte em que a sua formalidade só faz sentido quando apropriada em todas as suas dimênsões (4 ou mais
dimênsões).

Essa possibilidade, de transformar, de nos apropriarmos dos nossos espaços, de habitar, é uma importante ferramenta para a
sustentabilidade. Criar espaços transformaveis atribuiem adaptabilidade do espaço ao tempo, às funções e às pessoas que habitam
esse espaço. Um lote vazio, no meio de duas torres, é no mínimo desapropriado. Não entrando em julgamentos subjectivos, o lote
em causa não estar construído retira a leitura de rua, transparesse uma leitura retalhada da malha urbana, rápidamente contraposta
com uma estrutra urbana densa do Alto-do-Pina e até certo ponto das Olaias.

Claramente que o lugar está em ambiente urbano, denso e com indentidade própria tanto em famílias que vivem no Areeiro há
anos, como nos diversos escritórios que existem no eixo Areeiro-Olaias (Serviços Públicos ou Privados), implantandos nesse eixo
também há anos. A tendencia formal da zona são a criação de torres de função mista (escritório-habitação). Consequentemente
não há objectivo em contrariar essa tendencia, principalmente pois seria contra os interesses economico -financeiros, bem como ao
estar entre duas torres seria completamente despropositado alterar a cércea dominante.

Os estudos que deram origem construção da Praça do Areeiro decorram entre 1938 e 1949, um ano antes sofreram forte
contestação no 1º congresso dos arquitectos. Foi mais um dos projectos desenvolvidos com grande proximidade do Eng.º Duarte
Pacheco, na altura Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e simultaneamente Ministro das Obras públicas do Estado Novo,
com o objectivo de ser um símbolo das operações de remodelação urbana do Estado Novo, mas também de promoção imobiliária.
Em termos urbanos o objectivo era incutir uma certa dignidade à zona, mas também criar nov os modelos de referência
arquitectónica. A solução de Cristino da Silva procura associar um carácter monumental a uma determinada expressão plástica
estadista.

«Não somos inimigos do modernismo, porque era tolice, porque era erro, porque era visão retrógrada em vez de uma forte visão
contemporânea – ser contra o progresso no que ele trás de aquisições úteis e de possibilidades novas. Sem hesitar, diremos
porém: se os arquitectos, engenheiros e construtores portugueses não sabem criar um estilo português, antes reproduzam o
manuelino, o D. João V ou o pombalino, fielmente e mesmo serventilmente. (…) nós gritamos e gritaremos veementemente: façam -
se casas portuguesas em Portugal.» in revista Arquitectura, n.º 142, 1981.

Na vertente a que chamaremos «simbólica do poder», segue os exemplos arquitectónicos classicizantes alemão e italiano, embora
com características próprias (eufemísticas) veiculadas pelo joanino e pelo pombalino. Da aceitação, por parte da primeira geração
de arquitectos, passou-se à imposição à segunda – os alunos de Cristino que, segundo ele, teimavam em fazer arquitectura
racionalista, contra a sua vontade, foram coagidos, ou mesmo obrigados, a seguiros modelos impostos, nomeadamente pela
Câmara Municipal de Lisboa, que chumbaria sucessivamente os projectos até que a imagem exterior se coadunasse com os seus
padrões estéticos.
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Entre os modelos do Estado Novo, destacaremos: Um modelo destinado ao prédio de rendimento, de características classicizantes,
com uma estrutura formal baseada no palácio setecentista e de influência joanina, pombalina e, por vezes, regionalista – Areeiro,
Avenidas Sidónio Pais e António Augusto de Aguiar. Criou-se assim um remate monumental da Avenida Almirante Reis, artéria
base da urbanização oriental do início do século, já alongada nos primeiros anos de 30.

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«A Praça do Areeiro, encontra-se situada no extremo norte da extensa Avenida Almirante Reis, servindo de remate a esta
importante artéria e de partida a quatro novas avenidas, que em sentidos opostos se dirigem aos extremos da Capital» - SILVA,
Cristino da, Praça do Areeiro – Anteprojecto do conjunto arquitectónico e dos prédios a construir no seu perímetro – Memória
Descritiva, Lisboa, 1943.

A norte abrir-se-iam duas avenidas, uma dita do aeroporto e outra em direcção ao novo bairro de Alvalade, projectado por Faria da
Costa. Transversalmente, a praça seria atravessada pelo então prolongamento da Avenida de Berna, que se previa vir a ser uma
das mais importantes artérias da capital – uma das quatro circulares do plano de Gröer, que ligaria o Beato, onde desembocaria
uma nova ponte sobre o Tejo pensada por Pacheco, a S. Domingos de Benfica, passando por Entrecampos e Sete-Rios.

O Conjunto edificado, destinado inicialmente e por vontade expressa de Duarte Pacheco exclusivamente a habitação (só após a
sua morte em 1943 seria prevista a inclusão de comércio ao nível térreo), compunha-se de rés-do-chão e 5 andares, havendo uma
diferenciação ao nível do 1º andar (com janela de sacada e um maior pé-direito) e do 5º andar (andar ático com janelas diferentes
sobre cornija e com menor pé-direito).

No sentido de destacar ainda mais estes torreões, Cristino fê-los avançar 4,5 metros em relação aos planos marginais da Avenida
Almirante Reis e da praça, sendo esse avanço marcado por arcaria.

De referir que a limitação de altura deste edifício foi imposta por questões de segurança relacionadas com a proximidade do
aeroporto, sendo contudo, para a época, um verdadeiro arranha-céus, que se elevava 58,5 metros dos solo e cuja cércea dominava
esmagadoramente a envolvente construída.

O valor expressivo que o telhado adquire constituí a única marca do conceito da «casa portuguesa» de Raul Lino, que permanece
na composição final, após o abandono de outros elementos, como é o caso das primeiras chaminés.

O estilo havia de ser português e de feição clássica e foi imposto e aceite pela geração modernista.

O túnel, cuja construção remota a 1993, veio aliviar o cruzamento no que diz respeito ao tráfego automóvel, no âmbito das
alterações feitas ao tecido urbano com a Expo 98. O túnel faz parte de um enorme corredor de cruzamentos desnivelados que
atravessa do Campo Pequeno às Olaias, tendo este troço cerca de 1 Km com 2 faixas para os dois sentidos.

Foram abertos vários concursos para a escultura de homenagem a Francisco Sá Carneiro (1934-80), polémica à parte, a obra
executada é projecto do Arq.º Eduardo Martins Bairrada e do Prof. Domingos Soares Branco. A praça, contendo a escultura,
conforme a temos hoje, teve a sua inauguração em 1991.

3.2. Teses pessoais (convicções para ensaio)

Materialmente há claro muito materiais novos no mercado, com propriedades fantásticas… no papel! Sem provas dadas da sua
aplicação e resultados a longo prazo. Os materiais como o betão-armado, aço e madeira, que são os que tradicionamente se
aplicam há muito na contrução têm provas dadas da sua durabilidade e também há diversos exemplos de formas de aplicação
ecologicamente sustentavel desses materiais.

A soma de duas ideias, continuídade e mudança, são a base formal. Continuídade das modulações e imagem da habitação da
envolvente, introduzindo elementos temáticos, relacionados com Nadir Afonso, facilmente realizaveis com estes materiais. Procura-
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se alcançar assim um futuro… o que se projecta hoje é realizavel em anos. Introduzir na leitura urbana da cidade este eixo Areeiro-
Olaias que sempre ficou desligado, esquecido de um tempo rural em que não fazia parte de Lisboa.

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