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Alguns princípios foram adotados pelo CDC para a elaboração da publicidade, com vistas
á proteção do consumidor, parte mais fraca nas relações consumeristas.
Aqui, (art. 37 § 1º), o legislador preocupou-se em coibir a publicidade enganosa, que pode
ser apresentada de duas formas: por comissão ou por omissão. Na publicidade
enganosa por comissão, o fornecedor afirma alguma coisa capaz de induzir o consumidor
a erro, dizendo alguma coisa que não é verdadeira. Na forma omissiva o patrocinador
deixa de afirmar o que é relevante, também induzindo o consumidor a erro.
Possível, também, que quanto á sua extensão a publicidade seja parcialmente enganosa,
ou seja, contendo algumas informações falsas e outras verdadeiras, o que não a
descaracteriza como publicidade enganosa. Quanto ao seu aspecto subjetivo10não se
exige por parte do anunciante a intenção (dolo ou culpa), sendo irrelevante a sua boa ou
má-fé. Portanto, sempre que o anúncio for capaz de induzir o consumidor a erro,
independentemente da vontade do fornecedor, está caracterizada a enganosidade da
publicidade, o que justifica-se porque o objetivo é a proteção do consumidor, e não a
repressão do comportamento enganoso do fornecedor.
Está consagrado no art. 37, § 2º, do CDC, que proíbe de qualquer forma, dentre outras, a
publicidade discriminatória, que incite á violência, que desperte o medo ou a
superstição, que se aproveite da deficiência de julgamento e inexperiência da criança,
atinja valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa á sua saúde ou segurança.
Não se admite a publicidade que mostre a violência, seja entre homens, seja entre homens
e animais, ou até contra bens públicos ou privados.
O meio ambiente, como direito fundamental dos seres humanos foi também motivo de
proteção pelo legislador, que não admitiu nenhuma veiculação publicitária que fosse contra
a proteção e conservação do mesmo.
Quanto á publicidade exploradora do medo ou da superstição11, não se exige que a
mensagem aterrorize, realmente os consumidores, bastando que o anuncio faça uso
desses recursos para que seja considerado ilegal.
Quanto ás crianças, por serem muito jovens não possuem o necessário entendimento para
a compreensão do que é ou não verdadeiro nas mensagens publicitárias, razão pela qual
o legislador dedicou-lhes especial proteção, considerando que qualquer publicidade
dirigida a infantes não deixa de ter um grande potencial abusivo.
Tal princípio, (art. 38), decorre dos princípios da veracidade e da não abusividade da
publicidade, bem como do reconhecimento opis legi, da vulnerabilidade do consumidor.
Trata-se de verdadeiro dever, anexo ao princípio da boa-fé como norma de conduta, pois a
publicidade constitui-se em verdadeira oferta (princípio da vinculação contratual da
publicidade), e vem expresso no art. 31, do CDC:
O artigo estabelece os requisitos da oferta, de maneira que o consumidor tenha uma idéia
precisa do que lhe está sendo oferecido. A publicidade, por esta óptica, deve conter
informações suficientes para esclarecer ao consumidor os elementos básicos que irão
fundamentar a eventual formação segura e satisfatória de um contrato que atenda a seus
interesses econômicos.
A ausência de informação essencial será sempre interpretada contra o fornecedor, pois é
este que tem o dever legal de informar de modo preciso, claro, ostensivo e em língua
portuguesa13.
Nada mais é que uma publicidade obrigatória e adequada que se segue a uma publicidade
enganosa ou abusiva, tendo como objetivo apagar a informação inadequada da percepção
do consumidor, restaurando dessa forma, a realidade dos fatos14.
11. Conclusão
Instituiu para tal (proteção do consumidor), uma serie de normas e princípios para o
controle da publicidade, coibindo todas as modalidades de anúncios enganosos ou
abusivos, para resguardar a boa-fé dos consumidores.
Referências bibliográficas
BITTAR, Carlos Alberto. Direitos do Consumidor, 4ª ed., Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1995.
MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito Administrativo, 12ª ed., São Paulo:
Malheiros Editores, 2000.
SILVA, José Luiz Toro da. Noções de Direito do Consumidor, Porto Alegre: Síntese, 1999.