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A vida social na

cidade
Proposições para um novo
urbanismo
• A cada estudioso cabe uma dada percepção da
cidade e de seus indivíduos,de acordo com sua
área de estudo e metodologia.
• Esta percepção pode ser cheia de extrapolações
oriundas da liberdade de pensamento e
metodológica de cada estudioso, como no caso
dos filósofos e sociólogos.
• Já os geógrafos, por sua vez, analisam o
terreno de acordo com sua morfologia, e a ação
do homem sobre ele, chamada de interação
antrópica.
• Este estudo das relações humanas com
o meio físico gera informações
imprescindíveis para a análise da
gênese dos grupos humanos.
• Já os economistas enxergam a vida
urbana de acordo com as estruturas que
a formam (setores primário,secundário e
terciário),
• E a partir disto, pode-se fazer a
classificação tipológica das cidades,
como agrárias, comerciais, industriais,de
lazer( turística?!); lembrando que uma
cidade não é apenas de um tipo, pode
ser a sobreposição, reunião ou exclusão
destes quatro fatores.
• O urbanista (e o arquiteto),
principalmente se for
adepto dos pensamentos
de Le Corbusier, observa a
cidade como um local que
deve atender uma lista de
funções como : habitar,
produzir, trabalhar,
estudar, distrair-se.
Sabendo-se disso, este
profissional estabelece
grades de serviço,
traçados de tráfego, de
circulação, de divisão de
superfícies, visando a
otimização destas funções.
• Apesar de importantes, todas as análises
científicas e metodológicas de nada
servem se ignorarem a função essencial
da cidade: abrigar indivíduos (ainda que
para o exercício de apenas uma função), e
como a própria palavra sugere, estes são
únicos, espontâneos, mutáveis, com
necessidades e atividades diferentes.
• Por ser extremamente eficaz, o método
cientifico pode acabar fazendo o estudioso
ignorar a totalidade que rege a cidade: a
estrutura, o espaço, seus habitantes, sua
identidade e necessidades.
• Por ser extremamente eficaz, o método
cientifico pode acabar fazendo o estudioso
ignorar a totalidade que rege a cidade.
• Segundo Lefebvre, os sociólogos
absorveram esta capacidade de perceber
a totalidade urbana, por meio dos
filósofos, e criou uma série de proposições
axiomáticas indicadas a seguir:
a) A cidade é um todo;
b) O todo não se reduz a soma de elementos
visíveis sobre o terreno, tangíveis, sejam
funcionais, morfológicos, demográficos, etc.
A primeira proposição feita por Lefebvre é a de que a
cidade projeta sobre o espaço uma sociedade
(seja totalmente ou pelo que se tem como total).

A cidade comporta então a cultura, as


instituições, a ética, os valores, as superestruturas
que compreendem as bases econômicas e as
relações sociais que acabam por constituir a estrutura
em si.
“Segundo Marx a infraestrutura, modo como tratava a
base econômica da sociedade, determina a
superestrutura que é dividida em ideológica (idéias
políticas, religiosas, morais, filosóficas) e política
(Estado, polícia, exército, leis, tribunais). Portanto a
visão que temos do mundo e a nossa psicologia
são reflexo da base econômica de nossa
sociedade. As idéias que surgiram ao longo da
história se explicam pelas sociedades nas quais seus
mentores estava inseridos. Elas são oriundas das
necessidades das classes sociais daquele tempo”.
(http://www.comunismo.com.br/cientifico.html)
A estrutura da cidade
então, manifestará em
seus prédios,
monumentos públicos
e privados, o retrato
desta sociedade, logo,
algumas destas
estruturas constituirão
símbolos. Sabendo da
mutabilidade das
sociedades, conclui-
se que as estruturas
(e os símbolos)
também estão sob
esta regência.
Para se compreender o todo, que
é um conceito abstrato e
portanto de difícil
compreensão; “recortar” a
cidade em elementos que
formam sua totalidade é uma
boa saída. Isso se dá
analisando a história da sua
sociedade, por exemplo, que
sempre deixa marcos em suas
estruturas. Como em os muros
de Roma, as ruas que se
encontram no Arco do Triunfo
em Paris, a Abadia de
Westminster em Londres,etc.
Para esta análise, Lefebvre propõe os
seguintes passos:
1. Elaboração de um conceito de cidade
ideal, com o qual a cidade estudada será
confrontada.
2. Percepção do legado estrutural das
sociedades anteriores àquela
estudada,sua herança histórica.
3. Após confrontar a cidade estudada com
o padrão criado, se observará que
muitas cidades parecerão incompletas
por serem unicamente militares,
agrícolas, etc. Contudo isto também
indicará que a sociedade que a delineia
é uma sociedade global, ou seja, a
maioria dos seus indivíduos se
identificam com a estrutura e os signos
que ela possui.
(p.142,dúvida...)
• Algumas cidades perdem sua identidade
histórica, isso se dá quando seu
centro(coração) da cidade é modificado, a
única marca histórica que têm é a de uma
sociedade que busca superar seus
antepassados,como por exemplo algumas
cidades norte-americanas.
• A cidade, como já foi mencionado, é
formada por partes,seus bairros formam o
“todo”, mas por sua vez tem a sua própria
história.
• A contribuição da sociologia no estudo da
cidade apesar de sua metodologia cheia de
dificuldades, é a de situar diferentes
intervenções humanas nos diferentes níveis da
realidade,do pensamento e da eficácia.
“Por exemplo, pode estudar um bairro, uma área
suburbana de pavilhões, ou um grande
conjunto, em função do tempo e do espaço, em
função da história. Ou mais concretamente em
questões como: “quanto tempo é necessário aos
membros do grupo para contrair relações de
vizinhança, as relações de afinidade, para que o
grupo viva?”(p.142)
A cidade ideal

•Segundo Lefebvre, os urbanistas perderam


as funções da rua.A rua é um elemento vivo
caracterizador daqueles que a habitam, é
muito mais que as funções que lhe são
atribuídas, é uma emissora de informações.
• A cidade é carregada de símbolos, mas
alguns prédios políticos e igrejas,por
exemplo, tem essa simbologia ofuscada
por sua funcionalidade.
• A cidade também tem outra função
esquecida pela funcionalidade: a função
lúdica, dos jogos de informações, de azar,
de xadrez, dos cafés, da vida
acontecendo- O grande jogo dramático.
Esta função parece ter desaparecido,nos
novos bairros, cria-se um centro esportivo,
mas se esquece que o lazer/ lúdico
também é uma função.
• “Podemos tentar construir planos de
cidade tendo em conta, principalmente, os
corredores de circulação, ou os
corredores de comunicação e de
informação; a circulação é um aspecto
importante, mas não o único da
comunicação, da informação. É possível
construir modelos analógicos para cidades
erguidas tendo em conta esses
corredores.”(?)
• Extrapolando as utopias ate então
propostas, o autor propõe um modelo de
cidade que tenha o centro lúdico como
ponto principal.Um local destinado a jogos
de toda sorte, a cultura como um todo,
com um teatro - uma referência à cidade
antiga.
• A cidade ideal teria indivíduos que seriam
mestres de seu próprio cotidiano, vivendo
as relações de cotidianidade ao seu bel-
prazer, a dominação desta.

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