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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO PARA A PROVA DE PENAL II

1. Pelo princípio da personalidade da pena, nenhuma pena passará da


pessoa do condenado, salvo o dever de indenizar ( )
2. No sistema penitenciário pensilvânico, o preso era recolhido à sua cela,
isolado dos demais, não podendo trabalhar ou mesmo estudar. ( )
3. Pela teoria retributiva, também chamada absoluta, a pena tem como única
finalidade a retribuição, não encontrando nenhum fim socialmente útil. ( )
4. Pela teoria da prevenção geral positiva, o Estado ao dispor sobre a pena
imposta para o crime, reafirma o commando, incutindo na consciência geral a
necessidade de respeito a determinados valores, exercitando a fidelidade ao
direito. ( )
5. A prevenção especial é observada em concreto, quando aplicada a pena
para o condenado. ( )
6. O Código Penal Brasileiro adota as teorias da retribuição e da prevenção
quando se trata de finalidade da pena. ( )
7. As penas privativas de liberdade são de reclusão, detenção e prisão
simples, nos termos da lei de introdução ao Código Penal. ( )
8. Para crimes apenados com detenção, outro não pode ser o regime inicial
de cumprimento de pena que não o semi-aberto. ( )
9. Ao determinar o cumprimento da pena no regime fechado, deve o juiz
indicar o estabelecimento prisional para o onde o preso será encaminhado,
não podendo determinar que a pena seja cumprida em prisão domiciliar. ( )
10. A pena de reclusão pode ser cumprida inicialmente no regime aberto. ( )
11. O preso no regime aberto poderá cumprir a pena em prisão domiciliar
somente na hipótese de ser maior de 60 anos de idade, aliando-se esse fato
ao seu estado de saúde. ( )
12. O regime aberto se baseia na autodisciplina e senso de responsabilidade
do condenado, pois este só deverá se recolher no estabelecimento prisional
no período noturno e nos dias de folga. ( )
13. O condenado, em quaisquer que sejam os regimes de cumprimento de
pena, deverá ser submetido ao exame criminológico, par fins de
individualização da execução da pena. ( )
14. O preso no regime especial deverá cumprir a pena em local com menos
vigilância, podendo entrar e sair a qualquer tempo. ( )
15. A prisão especial é destinada aos idosos e mulheres grávidas. ( )
16. É direito do preso o respeito pela à sua integridade física e moral. ( )
17. O trabalho do preso será remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios
da previdência social. ( )
18. O trabalho é um direito do preso, devendo o Estado criar condições de
oferecê-lo dentro ou for a do estabelecimento prisional. ( )
19. A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena
aplicada permitir não exige motivação idônea pelo juiz. ( )
20. De regra, o condenado ao cumprimento de uma pena de seis anos de
reclusão, não reincidente, cumprirá esta no regime semi-aberto. ( )
21. Para os condenados por crimes hediondos, outro não pode ser o regime
que não o fechado. ( )
22. No regime fechado poderá o condenado frequentar cursos supletivos ou
profissionalizantes for a do estabelecimento prisional e sem escolta. ( )
23. O condenado pode requerer a sua transferência para o estabelecimento
penal de seguranção maxima . ( )
24. Um dos requisitos para a progressão de regime é a necessidade de
submeter o condenado ao exame criminológico, podendo este impedir
temporariamente a progressão. ( )
25. No Brasil é vedado a progressão per saltum. ( )
26. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave. ( )
27. Em sendo praticada falta grave, a regressão do condenado é imediata e
automática. ( )
28. É defeso ao Estado interceptar cartas de presos e abri-las, diante do
princípio da liberdade de comunicação. ( )
29. No caso de prisão provisória, a presa gestante não poderá ser submetida
ao acompanhamento médico oferecido pelo Estado, devendo pagar
profissional habilitado para tal fim. ( )
30. A remição é direito de todo preso, provisório ou definitivo, que se
disponibilize a trabalhar ou estudar. ( )
31. A prestação pecuniária é uma pena restritiva de direito consistente no
pagamento ao fundo penitenciário de valor fixado pelo juiz na sentença,
variando de 1 a 10 salários mínimos. ( )
32. São espécies de penas restritivas de direitos: a multa, a prestação de
serviços à comunidade e a limitação de final de semana. ( )
33. Um dos requisitos para a substituição da pena privativa de liberdade por
restritivas de direitos é a ausência da violência ou grave ameaça na prática
do crime. ( )
34. As penas restritivas de direitos terão a mesma duração da pena privativa
de liberdade. ( )
35. A multa substitutiva poderá ser aplicada no caso de crime que envolva
violência doméstica. ( )
36. É hipótese de conversão da pena restritiva de direitos em privativa de
liberdade a prática de outro crime. ( )

1. Dê o conceito de pena para o direito penal.

Penas são sanções impostas pelo Estado contra pessoa que praticou
alguma infração penal. Existem basicamente 3 teorias que explicam as
finalidades da pena. A primeira delas traz em seu bojo a própria ideia de
castigo, ou seja, se um indivíduo transgrediu a lei penal é preciso que seja
punido, servindo isso, como uma lição, para que não volte mais a delinquir.

Na segunda tese encontramos a finalidade de prevenção. Explica-se:


se uma pessoa comete um crime, é provável que represente perigo para a
sociedade em que vive, e torna-se necessário privar esse meio de um
elemento que represente tal periclitação.

E por último temos o entendimento de que a pena objetiva recuperar o


condenado, reeducando-o de tal forma que esse possa retornar ao estado
social e não tornar a infringir a lei, além de possuir estrutura psicológica e
uma qualificação profissional que o torne capaz de produzir sua própria
subsistência.

2. Disserte sobre o princípio da dignidade da pena.

O princípio da dignidade da pessoa humana é a origem dos direitos


humanos consagrados em nossa Lei Maior. Desse modo, ele se reflete em
todos os ramos do direito, mas pode-se dizer que de um modo especial está
atrelado ao direito penal.

Explica-se: o direito penal possui a função de descrever as condutas


que são definidas como crime, além de prescrever penas para quem nelas
incorrer. Ocorre que é necessário também frear o Estado em seu afã de
punir, principalmente quando nos deparamos diante de uma situação que
causa comoção social.

Ora, é por isso que tais assuntos são tratados em nossa Carta Magna
como cláusulas pétreas. De tempos em tempos estamos diante de crimes
que recebem grande destaque na mídia e produzem um estado de abalo em
todas as camadas sociais. De modo geral, as pessoas ficam condoídas com
tais situações.

Imaginemos então que nossa Constituição não tivesse elegido como


cláusulas pétreas os direitos fundamentais do ser humano. Diante de uma
conjuntura que proporcionasse no meio social tamanho ressentimento,
correríamos o risco de, no calor dos acontecimentos, produzirem leis que
atentassem contra a dignidade da pessoa humana como uma forma de
conseguir não justiça, mas sim vingança

3. Quais as razões que embasam a proibição da pena de morte no


Brasil?

Na Constituição Federal, a proibição da pena de morte (artigo 5º)


compõe o Título II, referente aos Direitos e Garantias Fundamentais, o que a
inclui entre os direitos constitucionais indisponíveis, e a torna duplamente
vetada.

A inviolabilidade dos direitos fundamentais está presente no artigo 60,


parágrafo 4º, IV da Constituição Federal, que proíbe qualquer emenda que
vise abolir cada um e todos os direitos fundamentais, demonstrando a
preocupação do legislador em assegurar mecanismos impeditivos de
qualquer ameaça à garantia de direitos, inclusive a adoção da pena de morte.

4. O que dispõe o princípio da inderrogabilidade da pena?


Esse princípio diz que “após fixada a pena, há que se respeitar a
suspensão e o livramento condicional, perdão judicial, extinção da
punibilidade etc”. A exceção seria a Revisão Criminal.

5. Em quais momentos de aplicação da pena se deve observar o


princípio da proporcionalidade?
O Princípio da Proporcionalidade veio a lume em 1764, na obra Dos
delitos e das penas, na qual Cesare Bonessana (Marquês de Beccaria) ou
Cesare Beccaria afirmava que “para não seu um ato de violência contra o
cidadão, a pena deve ser, de modo essencial, pública, pronta, necessária, a
menor das penas aplicável nas circunstâncias referidas, proporcionada ao
delito e determinada pela lei”.
O princípio da proporcionalidade exige que se faça um juízo de
ponderação sobre a relação existente entre o bem que é lesionado ou posto
em perigo (gravidade do fato) e o bem de que pode alguém ser privado
(gravidade da pena).
Toda vez que existir, nessa relação, um desequilíbrio acentuado,
estabelece-se, em conseqüência, inaceitável desproporção. O princípio da
proporcionalidade rechaça, portanto o ESTABELECIMENTO DE
COMINAÇÕES LEGAIS (proporcionalidade em abstrato) e a IMPOSIÇÃO DE
PENAS (proporcionalidade em concreto) que careçam de relação valorativa
com o fato cometido considerado em seu significado global. Possui, portanto,
um duplo destinatário: o legislador e o juiz.

6. Discorra sobre a origem das penas.


A origem das penas é anterior à própria criação da sociedade
organizada, remontando aos mais antigos grupamentos de homens, que lhe
atribuíam um caráter divino, pois o descumprimento às obrigações devidas
aos "deuses" merecia graves castigos, como a tortura e a morte.
Na época passada as penas constituíam uma espécie de vingança
coletiva e isso levava à aplicação de punições cujas conseqüências eram
muito mais terríveis que os males produzidos pelos delitos. Predominava a
prática de torturas, penas de morte, prisões desumanas, banimentos,
acusações secretas.
O Estado centralizou para si o direito de punir os infratores das suas
normas. Centralização essa, que foi delegada pelo grupo social à epoca e
perdura até os dias de hoje.
O sistema da repressão criminal veio a desenvolver-se no período
humanitário, no século XVIII, e embora ainda trouxesse a idéia da retribuição
pelo delito cometido, foi influenciado por pensadores iluminados ou
iluministas que ao invés de adotarem a severidade das penas, numa época
em que a tortura era a forma a mais comum de se obter a confissão do réu e
a sua conseqüente punição, buscaram defender os direitos fundamentais do
acusado. Assim, podemos dizer que nasce também aqui a idéia do princípio
constitucional do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal.

7. Quais dos sistemas penitenciários permitia a progressão de regime


de cumprimento de pena?
8. Discorra sobre a posição do STF quanto à prisão domiciliar.
O Supremo Tribunal manifestou-se CONTRA a aplicação da pena de
prisão domiciliar, em face da prevalência do interesse público na efetivação
da sanção penal, em detrimento do interesse individual do condenado.
Assim, a prisão domiciliar só tem cabimento nas hipóteses do art. 117 da
LEP.

9. Quais os requisitos para a inclusão do preso no Regime Disciplinar


Diferenciado?
Segundo o art.52 da Lei nº 10.792 de 01/12/2003: “A prática de fato
previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar
diferenciado........”

10. Quais os requisitos para a progressão de regime, em se tratando de


crime comum?
Os requisitos são dois: um objetivo e outro subjetivo: O requisito
objetivo consiste no cumprimento de determinada parcela da pena no regime
anterior para possibilitar a progressão. Regra geral: é necessário o
cumprimento de um sexto da pena (LEP, art. 112).
O requisito subjetivo diz respeito ao mérito do condenado, ou seja, à
sua capacidade de se adequar a um regime menos rigoroso. Na redação
original do art. 112 da LEP, eram necessários o exame criminológico e o
parecer da Comissão Técnica de Classificação para a progressão de regime.
A decisão do juiz não estava vinculada a eles, mas era, com grande
freqüência, baseada na palavra dos especialistas. Porém, como poucos
estabelecimentos prisionais contavam com corpo técnico adequado, a análise
do candidato à progressão era feita de maneira bastante precária. Por isso, a
Lei 10.792/2003 aboliu esses requisitos, exigindo apenas bom
comportamento carcerário, atestado pelo diretor do estabelecimento. Alguns
juízes ainda requerem o exame criminológico, mas o entendimento
predominante na jurisprudência é de que, agora, apenas pode-se exigir o
atestado de bom comportamento.
Depois de cumpridos todos esses regimes, o condenado pode obter o
livramento condicional, desde que estejam preenchidos os requisitos legais
(CP, art. 83). Objetivamente, é necessário o cumprimento de um terço da
pena para primários, e o cumprimento da metade, para reincidentes em
crimes dolosos.

11. Como se calcula a pena de multa no Brasil?

1º Passo: Arbitra-se o número de dias-multa, o qual não poderá ser


menor que 10 (dez) e nem maior que 360 (trezentos e sessenta) dias-multa;

2º Passo:Calcula-se o valor do dia-multa, que deverá estar


compreendido entre os limites de um 1/30 (um trigésimo) e 05 (cinco) vezes o
valor do salário mínimo;
3º Passo:Chega-se ao montante da pena de multa, multiplicando-se o
número de dias-multa pelo valor do dia-multa.

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