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O ÁRBITRO É O ÚNICO JUIZ DETENTOR DO PODER ABSOLUTO,

PORQUE, DAS SUAS DECISÕES, NÃO HÁ RECURSO PARA A HIERARQUIA


SUPERIOR, MESMO QUE A VERDADE DESPORTIVA SEJA ATINGIDA.

Antigamente, quando o futebol era um desporto amador, um erro do árbitro não tinha as
repercussões que tem hoje. Na altura, o único interesse dos clubes residia na vitória, que
lhes dava mais prestígio e popularidade e, portanto, angariava automaticamente mais
sócios.

Actualmente, o erro do árbitro tem uma preponderância incomensurável para os clubes.


Já não influencia só a angariação de novos sócios, mas, sobretudo, o seu equilíbrio
financeiro, pois as derrotas não agradam aos associados que deixam de pagar quotas,
nem aos espectadores frustrados que acabam por não ir aos estádios, e pior que tudo é a
falta de acesso às competições internacionais, cujas receitas podem atingir milhões de
euros.

São, portanto, razões financeiras que levam algumas direcções dos clubes a lançar mão
de todas as artimanhas para vencer os jogos. Infelizmente, algumas delas têm por base a
corrupção, de modo a beneficiar, directa ou indirectamente, a classificação de um certo
clube.

Diz-se que, estatisticamente, um determinado clube é tantas vezes prejudicado, quantas


as beneficiado. Até pode ser, mas em momentos diferentes, umas vezes mais
importantes, outras menos importantes ou sem qualquer importância, desde que não
tenha influência no resultado final. Ganhar por um ou por dois, não faz grande
diferença. De qualquer forma, o resultado final está falseado.

Nos tribunais dos países democráticos, as decisões dos juízes são passíveis de recurso
para a hierarquia superior. Por isso, não se entende que uma decisão do juiz, que é o
árbitro, o não seja. Ele pode praticar, intencionalmente ou não, erros que beneficiem
uma das equipas em detrimento da outra, com manifesta influência no resultado, o qual
é sempre considerado definitivo. O árbitro é um juiz detentor do poder absoluto e
discricionário, cujos critérios são dogmas e, por consequência, os lapsos não são lapsos
e os erros não são erros, acontecem por vontade divina.

Mas o árbitro é um homem susceptível de errar. Há, portanto, que estudar e


implementar um sistema que corrija o erro que falseie o resultado final do jogo. O que
não será difícil pelo uso das novas tecnologias.

Para tanto, propõe-se que seja criada uma Comissão Arbitral, à qual os clubes possam
recorrer dentro de determinadas normas, sempre que se sintam prejudicados pela
arbitragem.

Se o clube recorrente tiver razão, a Comissão Arbitral poderá decidi, por exemplo:

1. Golo mal anulado: atribuir um golo ao clube recorrente;


2. Golo anulado por fora de jogo ou falta inexistentes: considerá-lo no resultado
final:
3. Grande penalidade mal assinalada de que resulte um golo: anular o golo daí
resultante;
4. Grande penalidade por assinalar: determinar a sua marcação num prazo curto;
5. Golo precedido de fora de jogo ou falta: anular o golo e abatê-lo ao resultado
final;
6. Jogada interrompida por pretensa falta ou fora de jogo, quando o jogar está em
condições de meter a bola na baliza da equipa contrária: Mandar repetir o jogo;
7. Outros que venham a ser considerados pelo Grupo de Estudo e Implementação.

Os recursos terão de ser bem fundamentados e acompanhados de filmes ou fotografias


que comprovem claramente o erro do árbitro.

Só serão aceites os recursos, cujas decisões da Comissão Arbitral possam


eventualmente transformar a vitória em empate ou este em derrota, ou vice-versa, ou
mandar repetir o jogo.

Para evitar recursos indevidos, serão aplicadas sanções pecuniárias elevadas aos clubes
que apresentem recursos sem fundamento ou sem razão.

Estou certo que a possibilidade de recurso exigiria mais atenção e esforço à equipa de
arbitragem para evitar o erro e eliminaria algumas simulações dentro ou fora da grande
área, tendente a induzir o árbitro em erro. O que mais importa, todavia, é que a verdade
desportiva não seja deturpada.

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