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Antigamente, quando o futebol era um desporto amador, um erro do árbitro não tinha as
repercussões que tem hoje. Na altura, o único interesse dos clubes residia na vitória, que
lhes dava mais prestígio e popularidade e, portanto, angariava automaticamente mais
sócios.
São, portanto, razões financeiras que levam algumas direcções dos clubes a lançar mão
de todas as artimanhas para vencer os jogos. Infelizmente, algumas delas têm por base a
corrupção, de modo a beneficiar, directa ou indirectamente, a classificação de um certo
clube.
Nos tribunais dos países democráticos, as decisões dos juízes são passíveis de recurso
para a hierarquia superior. Por isso, não se entende que uma decisão do juiz, que é o
árbitro, o não seja. Ele pode praticar, intencionalmente ou não, erros que beneficiem
uma das equipas em detrimento da outra, com manifesta influência no resultado, o qual
é sempre considerado definitivo. O árbitro é um juiz detentor do poder absoluto e
discricionário, cujos critérios são dogmas e, por consequência, os lapsos não são lapsos
e os erros não são erros, acontecem por vontade divina.
Para tanto, propõe-se que seja criada uma Comissão Arbitral, à qual os clubes possam
recorrer dentro de determinadas normas, sempre que se sintam prejudicados pela
arbitragem.
Se o clube recorrente tiver razão, a Comissão Arbitral poderá decidi, por exemplo:
Para evitar recursos indevidos, serão aplicadas sanções pecuniárias elevadas aos clubes
que apresentem recursos sem fundamento ou sem razão.
Estou certo que a possibilidade de recurso exigiria mais atenção e esforço à equipa de
arbitragem para evitar o erro e eliminaria algumas simulações dentro ou fora da grande
área, tendente a induzir o árbitro em erro. O que mais importa, todavia, é que a verdade
desportiva não seja deturpada.