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SALÁRIO MATERNIDADE

Salário-maternidade é o benefício a que tem direito as seguradas empregada,

empregada doméstica, contribuinte individual e facultativa, por ocasião do parto, da

adoção ou da guarda judicial para fins de adoção.

Fábio Zambitte Ibrahim traz duas visões sobre o salário-maternidade, uma

estrita e outra abrangente. Na visão estrita do seguro social, o salário maternidade não

teria natureza previdenciária, uma que vez não existe necessariamente uma descoberta a

ser coberta. Já na visão mais abrangente das necessidades sociais cobertas, com eventos

não necessariamente ligados à incapacidade laborativa, a exemplo dos encargos

familiares, deve-se incluir o salário-maternidade como benefício, hoje, tipicamente

previdenciário.

Este benefício está previsto nos arts. 71 a 73 da Lei nº. 8.213/91 e nos arts.

93 a 103 do RPS. Deve-se lembrar que a regulamentação da Lei nº. 11.770/2008

ocorreu no final de dezembro de 2009 por meio do Decreto 7.052 de 23 de dezembro de

2009, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro de 2010, onde o período de 120 dias,

conforme o art. 71 da Lei nº. 8213/91, foi alterado para 180 dias para a segurada

empregada. No entanto, esta lei não tem caráter obrigatório sendo facultado ao

empregador conceder ou não.

O Decreto prevê ainda que a empregada que esteja em gozo de salário-

maternidade na data de sua publicação poderá solicitar a prorrogação da licença, desde

que requeira no prazo de até 30 (trinta) dias.

Pela lei os quatro primeiros meses de licença-maternidade continuarão

sendo pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os salários dos dois

meses a mais serão pagos pelo empregador. E a pessoa jurídica tributada com base no
lucro real poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração, o total da

remuneração integral da empregada pago nos 60 (sessenta) dias de prorrogação de sua

licença-maternidade, vedada a dedução como despesa operacional.

No caso de adoção e guarda o prazo pode variar de 30 a 120 dias. Este , no

entanto, é o prazo que o INSS estabelece, mas para quem adotar uma criança cuja idade

permita um prazo menor que 120 dias poderá entrar na justiça e conseguirá prolongar o

prazo até 120 dias, baseado no princípio da isonomia. Além do mais, já existem estudos

que mostram que quanto maior a criança mais difícil é a adoção e mais difícil é a fase de

adaptação e por isso requer um prazo maior de licença maternidade.

Idade Prazo
Até 1 ano 120 dias
De 1 a 4 anos 60 dias
De 4 a 8 anos 30 dias

O salário maternidade pode ter início até 28 dias antes do parto até a data do

mesmo, sendo que permanecem os 120 dias seja qual o dia em que ela entrar de licença.

Para assegurada individual e assegurada facultativa e asseguradas especiais

necessitam de carência, as demais asseguradas não necessitam de carência. Antes do

salário maternidade a mulher pode gozar do auxílio doença, pois a partir do 6º mês a

mãe já começa a ter complicações na gravidez. A licença maternidade é porque a mãe

naquele período está incapaz de exercer sua atividade, quer para recuperar-se do parto

ou cuidar da criança, assim independe se for gêmeos, trigêmeos, ou um único filho, ou

se ela tem um biológico e adota outro no mesmo período. Significa também que o

salário maternidade não poderá ser cumulado com nenhum benefício concedido por

incapacidade, salvo o auxílio acidente que tem caráter complementativo. Porém, caso a

mulher tenha algumas complicações e não pode retornar após findado a licença-
maternidade, ela poderá ainda prorrogar este período por mais 2 semanas (14 dias),

ficando de licença por até 134 dias, mediante atestado médico específico. Acima deste

prazo a mulher terá que entrar com o auxílio-doença.

Para o INSS, em razão de uma instrução normativa, tudo que ocorrer antes

do 6º mês é aborto, se ocorrer antes da 23ª semana (6 meses) é parto. Vamos dizer então

que uma criança nasça com 5 meses e sobreviva, para a mãe terá direito a 120 dias de

licença, pois o motivo é o parto, no entanto, se a criança nascer morta, ela terá apenas

14 dias de afastamento. Mas se a criança nasce morta após o 6º mês, mesmo sendo um

aborto ela terá os 120 dias de licença, pois é considerado parto.

A sociedade homoafetiva pode tanto ser de homens quanto de mulheres,

para o INSS as mulheres que vivem numa relação homoafetiva terão direito, mas

somente uma delas poderá gozar do salário maternidade. No entanto, quando se trata de

relação entre homens, o INSS não admite administrativamente a possibilidade de

receber o salário-maternidade, mas na justiça já existe decisões possibilitando.

No entanto, um homem que adota ou cuja esposa morreu durante o parto,

pode obter o salário-maternidade.

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