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Aula1 Dermatomicoses
Aula1 Dermatomicoses
Aula 1
Introdução
• Ceratofitoses
Localizam-se na camada córnea e na queratina dos pêlos → ausência de reação de
hipersensibilidade.
Comumente assintomáticas.
Pitiríase Versicolor
Malassezia sp (M. furfur).
Faz parte da flora normal da pele.
Predisposição genética
Desnutrição
Sudorese excessiva torna-se patogênico
Uso de hidratantes
Gestação
Fungemia pode ser adquirida pela introdução do fungo por cateter, em adultos e,
geralmente, neonatos que recebem alimentação parenteral rica em lipídeos.
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• Diagnóstico:
- Clínico – na maioria dos casos já é suficiente;
- Micológico direto (não se faz a cultura micológica de rotina)
• Diagnósticos diferenciais:
- Dermatite seborréica
- Pitiríase alba
- Pitiríase rósea
- Psoríase
- Hanseníase
- Eritrasma
•
Tratamento:
- Evitar fatores desencadeantes (hidratantes, cremes de cabelo, sudorese
excessiva);
- Aconselhar uso de bucha vegetal no banho;
- Direcionar para tratamento tópico e/ou sistêmico, de acordo com a extensão do
acometimento e das características do hospedeiro:
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o Para aqueles que têm infecção de repetição:
- Xampú em todo o corpo, pelo menos semanalmente
e/ou
- Cetoconazol 200mg/dia, durante 3 dias em cada mês; ou
- Itraconazol 400mg/dia/mês; ou
- Fluconazol 450mg/dia/mês.
- Por 6 meses.
- Não se esquecer das interações medicamentosas!
• Orientar sempre:
“As manchas hipocrômicas persistem algum período mesmo após tratamento bem
sucedido.”
Tinha negra
Causada pelo fungo Phaeoannellomyces werneckii.
• Diagnósticos diferenciais:
- Nevo melanocítico
- Melanoma
- Púrpura do atleta
• Diagnóstico:
- Exame micológico direto e cultura
- Dermatoscopia pode ser de auxílio para descartar lesão melanocítica.
• Tratamento:
- Ceratolíticos (creme de ácido salicílico 3%, 2 vezes ao dia, durante 1 mês)
ou
- Anti-fúngicos tópicos (semelhantes aos descritos para pitiríase versicolor).
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Piedra branca
Fungo: Trichosporum beigelli.
Queixas mais comuns: “parece lêndea, mas não é” e “aparece mais quando molha o
cabelo”.
Menina que prende o cabelo molhado – observação pessoal.
• Diagnósticos diferenciais:
- Pediculose (lêndea se fixa com substância gelatinosa, formando um
ângulo de 45º com o fio)
- Tricomicose palmelina (Corynebacterium tenuis, acomete pêlos axilares
principalmente – concreções sólidas aderidas ao pêlo, amarelas, vermelhas ou
pretas).
• Diagnóstico:
- Exame micológico direto e cultura.
• Tratamento:
- Tricotomia
- Xampú de cetoconazol 2%, diariamente (1 mês)
- (associação de solução hidroalcoólica de ácido salicílico 2% -
deixada nos fios após as lavagens)
- Correção do penteado
• Dermatofitoses
Infecções causadas por um grupo de fungos adaptados à invasão da camada
queratinizada da pele, dos pêlos e/ou das unhas.
Incluem várias entidades clínicas, dependendo da região acometida e do agente
etiológico envolvido.
Até o momento são conhecidas 42 espécies de fungos dermatófitos, abrangendo três
gêneros:
-Microsporum
-Trichophyton
-Epídermophyton
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- Zoofílicos (vivem em animais)
- Antropofílicos (têm o homem como reservatório primário).
Fatores imunológicos:
-imunidade celular.
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Tinea capitis
Predileção pelas crianças.
Altas frequência e transmissibilidade.
Não esquecer dos contactantes e das fontes de infecção.
A invasão do pêlo ocorre através do estrato córneo do couro cabeludo. O micélio
cresce para baixo, dentro do folículo e ao longo da haste do pêlo.
A hifa pode, então permanecer em torno da haste do pêlo sem invadí-la :
parasitismo ectothrix;
Ou pode invadir a haste do pêlo: parasitismo endothrix.
Ectothrix Endothrix
M. canis, M. gypseum, T. mentagrophytes T. tonsurans, T. schoenleinii
e T. rubrum
Os adultos, embora não sejam alvo da infecção no couro cabeludo podem ser
portadores assintomáticos desses fungos – servem de fonte de contágio.
Também fômites – escovas de cabelo, bonés, fronhas...
Deve-se ter alto índice de suspeita para uma lesão descamativa no couro
cabeludo de uma criança. Ainda que o acometimento seja extenso, simulando
dermatite seborréica.
• Diagnóstico:
- Sempre que possível solicitar exame micológico direto e cultura de raspado de
lesões no couro cabeludo – confirma o diagnóstico e facilita o encontro da fonte de
infecção.
• Tratamento:
- Orientação com relação às fontes de contágio;
- Encaminhar animal doméstico para tratamento veterinário, se for o caso;
- Xampú de Cetoconazol 2% para os contactantes – diariamente por 1
semana;
- Afastamento do colégio por sete dias a partir do início do medicamento
oral;
- Medicamento sistêmico é mandatório – ele precisa penetrar no folículo
piloso para ser eficaz. Opções:
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absorção); mínimo de 8 semanas (se necessário prolongar o uso, convém solicitar
hemograma e hepatograma). É fungistática e fotossensibilizante.
É o medicamento de escolha.
o Cetoconazol (CandoralR, CetonilR, NizoralR – comprimidos de 200 mg) – na dose de
3-6 mg/kg/dia, em dose única diária; entre 6 e 8 semanas (pode ser necessário
solicitar hepatograma de controle). Cuidado com as interações medicamentosas:
↑[Ciclosporina]; álcool e outros medicamentos hepatotóxicos podem aumentar
possibilidade de lesão hepática; antiácidos, anticolinérgicos e bloqueadores H2 ↓
sua absorção.
o Itraconazol (ItranaxR, SporanoxR, TraconalR, TriazolR – cápsulas de 100mg) – na dose
de 3-5 mg/kg/dia, em dose única diária, de preferência após a refeição; mínimo
de 6 semanas. (pode ser necessário solicitar hepatograma de controle). Antiácidos,
anticolinérgicos e bloqueadores H2 ↓ sua absorção.
o Fluconazol (CandizolR, FluconalR, ZoltecR – cápsulas de 50, 100 e 150mg) – na dose
de 3-6 mg/kg/dia, em dose única diária, por 3-6 semanas ou 8 mg/kg/semana,
durante 8 a 12 semanas (maior taxa de cura num trabalho) – poucos trabalhos
para tinea capitis.
o Terbinafina (LamisilR – comprimidos de 125 e 250mg) – na dose de 62,5mg/dia em
< 20kg, 125 mg/dia entre 20-40kg e 250 mg/dia para > 40kg, por pelo menos 1
mês.
Tinea corporis
• Diagnóstico:
- Clínico
- Micológico direto e cultura de raspado da lesão.
• Tratamento:
- Encontrar a fonte de contágio, se possível;
- Lesões localizadas: tratamento tópico;
- Lesões extensas ou em imunodeprimidos: tratamento sistêmico;
- Opções:
o tratamento tópico:
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- Bifonazol (MycosporR)
- Clotrimazol (CanestenR, ClomazenR, MicotrizolR)
- Cetoconazol (CandidermR, CetonilR, CetonaxR, CetozolR, NizoralR)
- Miconazol (DaktarinR, MicofinR, VodolR)
- Isoconazol (IcadenR)
- Flutrimazol (MicetalR)
-Fenticonazol (FentizolR – creme e spray)
- Tioconazol (TralenR)
- Amorolfina (LocerylR)
- Ciclopiroxolamina (LoproxR, MicolaminaR, FungiroxR)
- Terbinafina (LamisilR, FinexR)
aplicados duas vezes ao dia (inclusive além dos limites da lesão), por 2-4
semanas.
o tratamento oral:
- Semelhante ao descrito para tinea capitis, durante 2 semanas a 1 mês.
Tinea inguinal
É comum que crianças com infecção nas mãos ou nos pés, tenham pais com
infecção crônica por dermatófitos – estes deverão ser tratados.
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• Tratamento:
- Quadro restrito: tópico (semelhante ao descrito para tinea corporis) por, mínino
de 1 mês, principalmente na forma crônica (mais resistente);
- Não é rara a necessidade de medicação sistêmica durante 1 mês (opções na
tinha capitis).
- Recomendar a limpeza dos sapatos e dos boxes do banheiro com Lisofórmio
diariamente.
Tinha da orelha
Tinea faciei
Tinea incógnita
Tinea granulomatosa
Tinha ungueal
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1) Subungueal distal e/ou lateral – é a mais comum, começa na borda livre da
unha. Com o tempo a hiperceratose subungueal leva à onicólise. Pode ser sítio de
infecção bacteriana secundária;
2) Subungueal proximal – surge área brancacenta ou acastanhada na parte
proximal da unha, que pode comprometer toda sua extensão;
3) Branca superficial – áreas brancas bem delimitadas na superfície da unha, que
pode ser friável. Só afeta pododáctilos.
• Diagnóstico:
- Exame micológico e cultura de raspado subungueal ou ungueal – pode ser
negativa na vigência de infecção (melhor realizar três coletas em ocasiões
diferentes para descartar o diagnóstico);
Examinar cuidadosamente o couro cabeludo, na presença de
onimicose dos quirodáctilos.
• Tratamento:
- Para crianças está indicado tratamento tópico, por vários meses. Até a
cura clínica. São opções de esmalte anti-micótico:
• Candidíase
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Existe uma forma atrófica eritematosa, em qualquer área da mucosa oral, mais
comumente lateral da língua – mais rara, geralmente com o uso de antibiótico de
amplo espectro ou no imunodeprimido.
• Tratamento:
• Tratamento:
- Troca frequente de fralda;
- Anti-micótico tópico (nistatina) a cada troca de fralda, por 7-10 dias;
- Se houver eritema intenso: hidrocortisona 1%, 2 vezes ao dia, por 5-7
dias;
- Se relato de insucesso com nistatina: creme de cetoconazol 2%;
- Se muito recidivante: suspensão de nistatina para descolonizar trato
gastrintestinal.
É rara.
Ocorre nos recém-natos que adquiriram a infecção intra-uterina por progressão
ascendente do fungo a partir da vagina.
Mais comum quando existe um corpo estranho (DIU ou sutura cervical).
São pápulas eritematosas e pústulas, disseminadas ao nascimento ou nos primeiros 6
dias de vida.
São comuns pústulas palmo-plantares.
Nos prematuros pode simular síndrome da pele escaldada.
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• Diagnóstico:
- Exame micológico.
• Tratamento:
- anti-micótico tópico
- No prematuro extremo há risco de doença invasiva – aí pode ser
necessário fluconazol ou anfotericina B.
Candidíase neonatal
• Tratamento:
- anti-fúngico tópico, se disseminada – fluconazol ou anfotericina B.
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