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Luís Nicolau Fagundes Varela nasceu no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Rio

Claro, em 18 de Agosto de 1841. Era filho de Emiliano Fagundes Varela e Emília de


Andrade. Passou a infância na fazenda Santa Rita e na vila de S. João Marcos, onde o
pai era juiz. Posteriormente, residiu em Catalão, Goiás; nesta cidade, Fagundes Varela
conheceu Bernardo Guimarães, o então juiz municipal. De volta ao Rio de Janeiro,
morou em Angra dos Reis e Petrópolis, concluindo ali os estudos primários e
secundários.

Em 1861 publicou o primeiro livro de poesia, Noturnas. No ano


de 1859 Fagundes Varela viaja para São Paulo, e em 1862
matricula-se na Faculdade de Direito, que nunca seria concluída,
optando pela literatura e dissipando-se na boemia, fortemente
influenciado pelo ''byronismo'' dos estudantes paulistanos. No
mesmo ano casou-se com Alice Guilhermina Luande, atriz
circense da cidade de Sorocaba. Este matrimônio não era
desejado pelas famílias do casal, assim a penúria financeira de
Fagundes Varela foi agravada.

Uma das mais belas obras do autor é o poema Cântico do Calvário, inspirado na morte
precoce de Emiliano, seu primeiro filho, falecido aos três meses de vida. A partir deste
momento, o poeta entrega-se definitivamente ao alcoolismo. Em contrapartida, cresce
sua inspiração criadora.

Vozes da América foi publicada em 1864, e sua obra-prima Cantos e Fantasias, em


1865. No ano seguinte, viaja para Recife e é avisado sobre o falecimento da esposa.
Assim, em 1867 retorna para São Paulo e matricula-se novamente no 4º ano de Direito.
Porém, abandona o curso mais uma vez e recolhe-se na casa paterna, em sua cidade
natal. Fagundes Varela permanece até 1870 em Rio Claro, compondo suas obras entre
noitadas boêmias, vagando indefinidamente pela vida.

Casou-se pelas segunda vez com a prima Maria Belisária, com quem teve duas filhas e
um filho que também morreu prematuramente. Em 1870 vai para Niterói na companhia
de seu pai, estabelecendo-se ocasionalmente na casa de familiares e ainda freqüentando
a vida noturna carioca. Em 17 de fevereiro de 1875, morre aos 34 anos de apoplexia, já
em estado de completo desequilíbrio mental.

Em uma de suas primeiras obras (Arquétipo), Fagundes Varela revela-se um hábil na


arte de versar. Além da angústia predominante em sua poesia, percebe-se também uma
forte apelação religiosa e mística. A influência amorosa e até mesmo os temas sociais e
patrióticos enquadram-se na totalidade de sua extensa obra. Varela é o patrono da
Cadeira nº 11 da "Academia Brasileira de Letras", por escolha do fundador Lúcio de
Mendonça.

Escreveu as seguintes obras: Noturnas (1861); Vozes da América (1864); Cantos e


fantasias (1865); Cantos meridionais e os Cantos do ermo e da cidade (1869). Deixou
inédito o Anchieta ou Evangelho na selva (1875), O diário de Lázaro (1880) e outras
poesias. Otaviano Hudson, amigo fiel, reuniu os Cantos religiosos (1878), com o fim de
auxiliar a viúva e filhos do poeta. As Poesias completas, organizada por Frederico José
da Silva Ramos, foram lançadas em 1956

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