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Quem quer Intimidade do (com) Senhor?

“A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua
aliança”.
Salmo 25:14

Quem quer, realmente, a intimidade do (com) Senhor? Quem quer, realmente,


pagar o preço de se ter intimidade com Deus e provar das implicações dessa intimidade?
Não raro pedimos coisas a Deus sem pensar nas conseqüências da nossa petição.
Naquilo que precisaremos ter, ou nos tornar, para desfrutar da bênção almejada. Não
pensamos naquilo que deveremos perder ou deixar por recebermos, ou após
recebermos, o que pedimos.
Quando oramos pedindo perseverança o que receberemos senão perseguições
(Rm. 5:3, 4). A partir das perseguições somos aperfeiçoados, e aprendemos a sermos
perseverantes. E, não poucas vezes, esse processo de aprendizado e aperfeiçoamento
utilizado por Deus é doloroso (Dt. 8:2).
Mas, e quando pedimos intimidade com o Senhor o que receberemos? Quais as
conseqüências desse pedido?
Primeiramente, o texto supracitado nos mostra que desfrutar da “intimidade do
Senhor” é conhecer o Senhor, conhecer os seus segredos, conhecer sua vontade, é ouvir
os conselhos de Deus (Salmo 25:14, versão corrigida). Assim, quando pedimos
intimidade com o Senhor, pedimos para conhecê-lo. E, se queremos conhecê-lo
devemos nos dedicar a isto. Gastar tempo conhecendo-o, ouvindo-o. Gastar tempo
observando o que está expressamente declarado na sua Palavra, na Bíblia (Confissão de
Fé de Westminster, cap. I, seção VI).
Ainda aprendemos que “a intimidade do Senhor” não é para todos! Não é para
aqueles que se julgam espirituais, conhecedores da teologia, conhecedores das letras frias
e com vidas mortas. E, nem para aqueles que buscam nas inovações a sua alegria. Com
seus cultos agradáveis a si e não a Deus, cultos avivados de pessoas mortas. Mas, a
“intimidade do Senhor é para os que o temem”!
E, ao contrário do que pregam muitas pessoas, distorcendo ou omitindo, por
conveniência talvez, a palavra temor, quando aplicada a Deus, é uma soma de Medo e
Amor. O temor ao Senhor, não poucas vezes, tem sido comparado a um mero ato de
respeito, como o que dedicamos aos mais velhos. Isto ocorre por causa de nossa rebeldia
natural e pecaminosa contra Deus e por causa de um mau entendimento do uso do
termo nas Escrituras e sua aplicação na vida litúrgica da Igreja.
A Bíblia é bem clara sobre isso. O Senhor Jesus nos o alerta “temei...” (Mateus
10:28). Terrível coisa é cair nas mãos do Deus Vivo (Hebreus 10:31), por isso, pelo seu
poder e aquilo que Ele pode fazer (Mt. 10:28), tremam diante do Senhor! Tenham medo
sim! Fiquem apavorados ao fazer algo que o desagrada.
Mas, Amai ao Senhor! Por aquilo que Ele é, por aquilo que Ele fez e fará, por Ele
ser bom, porque sua misericórdia dura para sempre (Salmo 136), porque grande e eterno
é o seu amor! Amai-o! E se alegrai porque Ele tem cuidado de vós (I Pe. 5:7), e tem te
amado com amor eterno (Je 31:3).
Vivendo nesse equilíbrio entre o Amor e Medo, vemos em Atos capítulo 5 as
conseqüências sobre a Igreja Primitiva: aumento das curas por meio dos apóstolos (v.12);
união renovada entre os membros do corpo de Cristo (v.12); aumento do respeito por
parte da comunidade pela igreja (v.13) e um aumento no número de conversões (v.14).
Uma Igreja que influencia o mundo, um cristão que influencia o mundo, vive no
temor do Senhor. A esses, e somente a esses, “Ele dará a conhecer sua aliança”.
Quer desfrutar da intimidade do Senhor? Então “de tudo o que se tem ouvido, a
suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos, porque isto é o dever de todo
homem”. (Eclesiastes 11:13)

Presbítero George Wanderley Gomes1

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George Wanderley Gomes é Presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil em Barreiras, Bahia.

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