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PMT2100 – Introdução à Ciência dos Materiais para a Engenharia

PMT 2100 – ATIVIDADE PRÁTICA


ENSAIOS MECÂNICOS

1. PREÂMBULO

A atividade prática que será realizada em 2010 é dividida em duas partes: a primeira, presencial,
correspondendo à observação de ensaios de tração em corpos de prova metálicos e poliméricos, e de flexão
de três pontos em corpos de prova cerâmicos; a segunda, a ser executada fora de sala de aula e em grupo,
envolvendo a elaboração de um relatório sobre os referidos ensaios, baseado em dados semelhantes aos
obtidos na parte presencial, disponíveis na forma de planilhas de dados através do CoL.
O presente Enunciado se refere ao que deverá ser apresentado nesse relatório.

2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DE AMOSTRAS DE ALUMÍNIO


Os corpos de prova foram usinados a partir de uma barra extrusada, cujas dimensões estão descritas na
Tabela I e esquematizada na Figura 1. Os ensaios de tração foram executados com velocidades de
afastamento das garras de 5mm/min.

Tabela I - Características dos corpos de prova de alumínio utilizados

Amostra Diâmetro, mm Lo, mm


1 9 50
2 10 50
3 11 50
4 9 50
5 9 50
6 9 50

Os dados de carga (F, em N) versus deslocamento (ΔL, em mm) obtidos para cada corpo de prova
encontram-se em planilhas Excel disponíveis no CoL (planilha METAIS_2010). Utilize o conjunto de dados
que foi atribuído ao seu grupo (no final deste Enunciado) para escrever o item do relatório referente ao ensaio
de tração de alumínio. Este relatório deverá conter:
1) A identificação do ensaio, contendo as condições em que ele foi realizado (material ensaiado, taxa
de deformação).
2) As curvas de tensão (em MPa) x deformação (em mm/mm) de engenharia e tensão real (σr) x
deformação real (εr) calculadas para o alumínio. Não há necessidade de apresentar as duas curvas no
mesmo gráfico: elas podem ser apresentadas separadamente.
3) Os valores dos seguintes parâmetros, obtidos a partir da curva tensão x deformação de
engenharia, bem como a indicação do método de determinação de cada parâmetro, que deverá estar
devidamente indicado no gráfico tensão x deformação :
a) módulo de elasticidade em Pa (também chamado na literatura de módulo de Young e de módulo de
rigidez);
b) limite de escoamento em Pa;
c) limite de resistência em Pa;
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d) alongamento uniforme e alongamento de fratura em mm/mm.

corpos de prova de alumínio


empregados nos ensaios de
tração.

corpos de prova de plástico

Figura 1. Representação esquemática dos corpos de prova de alumínio e de plástico

3. COMPORTAMENTO MECÂNICO DE POLIETILENO


Os corpos de prova foram preparados a partir de seis tipos de polietileno, os quais foram injetados de acordo
com a norma ASTM D638-08 tipo V, disponível no COL e também no banco de dados da Biblioteca. As
dimensões dos corpos de prova relevantes para análise dos estão na Tabela II.

Tabela II - Características dos corpos de prova de diferentes tipos de polietileno utilizados

Amostra Lo, mm Largura, mm Espessura, mm


1 16 3,11 3,22
2 16 3,11 3,22
3 14 3,03 3,14
4 14 3,03 3,14
5 14 3,03 3,14
6 14 3,03 3,14

Os ensaios foram realizados com velocidade de afastamento das garras de 10 mm/min e os dados obtidos
encontram-se em planilha disponível no CoL ( planilha POLÍMEROS_2010 ).
Observar que a carga aplicada está em kgf.
Com base nos dados listados para a resina que foi atribuída a seu grupo elabore o item do relatório referente
ao ensaio de tração de polímeros, que deverá conter:
1) O material ensaiado e as condições de ensaio (nº da amostra, dimensões do corpo-de-prova, taxa de
deformação do ensaio).
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2) A curva tensão de engenharia (σ, em MPa) x deformação de engenharia (ε, em mm/mm) calculada a
partir dos dados experimentais.
3) Os valores dos seguintes parâmetros, obtidos a partir da curva tensão x deformação, bem como a
indicação do método de determinação de cada parâmetro, que deverá estar devidamente indicado no
gráfico tensão x deformação :
e) módulo de elasticidade em Pa (também chamado na literatura de módulo de Young e de módulo de
rigidez);
f) limite de escoamento em Pa;
g) tensão na ruptura e alongamento total na ruptura, em Pa e mm/mm, respectivamente.
4) Uma pequena descrição do que ocorre com o polímero durante cada estágio da curva tensão x
deformação.

4. COMPORTAMENTO MECÂNICO DE MATERIAIS CERÂMICOS – ENSAIO DE FLEXÃO


Um resíduo de processo de tratamento de água, contendo tanto matéria orgânica, quanto uma fração
inorgânica (essencialmente silicatos) em sua composição, é gerado em quantidades significativas. A
destinação atual desse resíduo é a disposição em aterros sanitários, o que é custoso e tem um impacto
ambiental, uma vez que os espaços disponíveis para aterros sanitários próximos a centros urbanos estão
ficando cada vez mais escassos. Uma possibilidade de alternativa para diminuição da quantidade de resíduo
a ser disposto em aterros é a incorporação desses materiais como matéria-prima para a produção de
produtos de Cerâmica Estrutural (tijolos ou telhas, por exemplo).
Um experimento exploratório foi realizado para observação da possibilidade de utilização desse resíduo para
a fabricação de tijolos cerâmicos. Foram produzidos corpos de prova para observação de propriedades
mecânicas com a incorporação de 10% (em base mássica) desse resíduo em uma argila atualmente
empregada na fabricação de tijolos por uma Indústria Cerâmica no Estado de São Paulo.
Dados experimentais relativos a ensaios de resistência mecânica à flexão, obtidos a partir de duas séries de
corpos de prova – de argila sem adição de resíduo, e de argila com incorporação de 10% de resíduo; ambas
as séries obtidas a partir de corpos de prova conformados por prensagem e calcinados em atmosfera
oxidante (ar) a 950oC – encontram-se em planilha disponível no CoL (planilha CERAMICOS_2010) para a
realização do item do relatório relativo a ensaios de flexão. Considerando esses dados experimentais, pede-
se, para os dois materiais cerâmicos analisados:
1) Apresentar tabelas com os valores de resistência à flexão para cada um dos corpos de prova das duas
séries, indicando qual a fórmula empregada para o cálculo. As resistências à flexão deverão ser
apresentadas em MPa.
2) Analisar os dados de ambas as séries utilizando a ferramenta estatística de Weibull (existe um texto
teórico a esse respeito no CoL, na mesma página de onde foi baixado este enunciado: Weibull-2010 ),
apresentando:
a)Calcular a resistência à flexão de cada amostra, ordenar as amostras em função de valores crescentes de
resistência à flexão e calcular a probabilidade de falha F(V) = (número ordinal da amostra)/ (número de
amostras + 1)
  1 
b)Calcular ln  ln   
  1  F (V ) 
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c) Fazer os gráficos (monoln) de probabilidade acumulativa de falha em função do ln da resistência à flexão


  1 
para as duas séries de corpos de prova, ln  ln    x ln 
  1  F (V )  
d)O valor do módulo de Weibull ( m ) para as duas séries de corpos de prova de acordo com o gráfico no item
  1 
c e pelo ajuste linear segundo a equação ln  ln     m(ln  ) .
  1  F (V )  
e)O valor da tensão característica o para cada uma das séries de amostras (a tensão o é aquela
  1 
correspondente à tensão para a qual ln  ln     0
  1  F (V )  
3) Comentar os resultados encontrados após a análise dos dados com o emprego da estatística de Weibull,
indicando qual dos dois materiais (com ou sem resíduo) apresenta menor variabilidade nos resultados. O
material que apresenta menor variabilidade de resultados de resistência à flexão foi aquele que também
apresentou maior tensão característica? Comente a sua observação experimental.

Sugestão: antes de resolver este exercício, leia atentamente o texto sobre distribuição de Weibull
(disponível em português e em inglês).

5. EQUIPES
Em cada classe devem se formar equipes com no máximo seis (6) alunos. Dessa forma, em cada classe
devem existir seis (6) equipes.
Os conjuntos de dados para a elaboração dos relatórios de cada equipe não são iguais. A Tabela II indica
quais são os dados a serem utilizados pelos grupos, numerados de 1 a 6.

Tabela II - Dados a serem utilizados pelas equipes para elaboração do relatório

GRUPOS Metais Polímeros Cerâmicas


Alumínio polietileno
1 Ensaio 1 Ensaio 1 as duas séries
2 Ensaio2 Ensaio2 as duas séries
3 Ensaio 3 Ensaio 3 as duas séries
4 Ensaio 4 Ensaio 4 as duas séries
5 Ensaio 5 Ensaio 5 as duas séries
6 Ensaio 6 Ensaio 6 as duas séries

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