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Punção venosa periférica

Por Luiz Fernando S. Messias


www.enfermagemonline.com.br

A punção venosa periférica é um dos procedimentos mais executados pela


equipe de enfermagem, trata-se de um procedimento essencial para o
atendimento a qualquer paciente, desde coleta de exames laboratoriais em
ambulatório como infusão de medicamentos em atendimento a PCR e outras
emergências até que se obtenha um acesso venoso central .
Por tratar-se de um procedimento rotineiro algumas regras da técnica
correta para a realização do procedimento são esquecidas, o que dificulta a
realização do procedimento com maior segurança e ainda expõe o paciente à
necessidade de maior intensidade de dor por necessidade de repetição do
procedimento por várias vezes, pelo não conhecimento anatômico ou ainda a
realização do procedimento utilizando material inadequado.
Tipicamente a primeira escolha para a punção venosa é a fossa cubital por
apresentar veias periféricas de maior calibre e melhor visualização, bem utilizada
em coleta de exames ou punções de emergências, já não tão bem aproveitadas
para a manutenção de acessos periféricos a pacientes com necessidade de longa
permanência do acesso, principalmente por restringir os movimentos do membro
puncionado, sendo assim devemos nos atentar e conhecer novos e melhores
locais de punção seguindo a anatomia circulatória.
Locais possíveis para punções venosas : as ilustrações a seguir mostram
as localizações anatômicas de veias que podem ser utilizadas para a punção
venosa periférica. Os locais utilizados com maior freqüência estão no antebraço,
seguidos pelos locais na mão. Tenha em mente que o uso das veias da perna
aumenta o risco do paciente para a tromboflebite, e jugulares o risco de punção
arterial seguindo por complicações dessa região como gânglios e arterias.
Fig. 1 – As Veias do Braço em destaque em cor azul
Fig. 2 – Veias jugulares ( punção de risco)

A) Material

 Garrote (dispositivo para realizar torniquete garroteando retorno venoso)

 Luvas de procedimento
 Seringa ou tubos a vácuo e suporte para agulha (em caso de coleta
sangüíneas)
 Dispositivos de acessos periféricos (scalp®, jelco®), conforme peso e
altura do paciente

Fig. 3 – Scalp® Fig. 4 – Jelco®

 Gazes ou algodão embebido em álcool 70% ou clorexidini alcoólico


 Torneirinhas e ou polifix®
 Fita adesiva para a fixação (dermicel®, espaladrapo)
 Lençol ou campo não estéril
 1 ampola de soro fisiológico 0,9%
 1 seringa de 10 ml
 Tampinhas de oclusão
 Apoio de braço

B) Procedimento

 Orientar o paciente quanto o procedimento e a necessidade da realização


 Aproximar o material ao paciente
 Lavar as mãos
 Posicionar o paciente sentado e confortável
 Ajustar apoio de braço conforme altura do mamilo do paciente
 Em pacientes acamados, solicite que fique em decúbito dorsal horizontal
com a cabeça levemente elevada e os braços posicionados ao longo do
corpo.
 Examine as veias do paciente para determinar o melhor local para punção.
Observe a pele à procura da cor azul característica das veias, ou palpe a
veia até sentir um retorno firme.
 Ate o garrote distante aproximadamente 5 cm da área escolhida. Ao
impedir o retorno venoso ao coração, ao mesmo tempo em que se mantém
o fluxo arterial, o torniquete (garrote) gera uma dilatação venosa facilitando
a punção. Se a perfusão arterial permanecer adequada, ainda será
possível palpar o pulso radial, caso somente essa técnica com o torniquete
não seja eficaz peça para o paciente abrir e fechar a mão provocando
maior irrigação conseqüentemente maior retorno venoso, após 5 repetições
desse movimento peça para o mesmo fechar a mão durante a inserção da
agulha ou dispositivo.
 Calce as luvas de procedimento
 Realize a anti-sepsia do local da punção utilizando gazes embebida em
clorexidini alcoólico
 Imobilize a veia, pressionando com o polegar logo abaixo do local da
punção e esticando a pele
 Posicione o dispositivo voltado o bisel para cima, com a haste paralela ao
caminho da veia, mantendo um ângulo de 30º em relação ao braço.
 Insira a agulha ou dispositivo na veia (ao se utilizar uma seringa o sangue
deve aparecer no anel de fixação da agulha)
 Em caso de coleta deve-se se atentar que quanto maior a pressão do
embolo da seringa maior o risco de colabamento da veia puncionada
 Em uso de dispositivo jelco® após o refluxo de sangue retire a agulha guia
e conecte a torneirinha ou polifix e lave o sistema conferindo o refluxo de
sangue certificando que esta bem posicionado na veia
 Remova o torniquete realizado com garrote, e realize a fixação do
dispositivo com fita adesiva, dando preferência a fitas hipoalérgicas
 Mantenha o acesso salinizado
 Retire as luvas
 Remova todo material utilizado
 Lave as mãos
 Anote o procedimento em folha de enfermagem, ressaltando a data do
procedimento
 Repita o procedimento quando não realizado com sucesso em primeira
punção, utilizando o bom censo não repita mais do que 3 vezes, solicite
ajuda a profissionais mais experientes ou a equipe médica.

C) Complicações

O aparecimento de hematomas no local da punção ou inserção da agulha


representa a complicação mais comum da punção venosa. Infecções podem
resultar de técnicas inadequadas.
Deve-se atentar a restrições impostas por patologias, portanto e importante
avaliar o histórico do paciente antes de qualquer procedimento, insuficiências
venosas, TVP, isquemia, amputação,lesões de pele, lesões diabéticas, plegia
de membro (por diminuição da sensibilidade não alertando a perda de acesso).
Atentar-se a qualquer queixa do paciente quanto a local da punção,
investigando e sanando riscos ao paciente.(lembrar sinais flogísticos)

(coleta de exames: consultar coleta de exames www.enfermagemonline.com.br)

Referencias Bibiliograficas:

Schull P. D. e cols. Fundamental Nusing Skills; [ tradução Geraldo Costa


Filho e Renato Lamounier Barbieri], 3. ed. – São Paulo: Rideel, 2004.
Renata D. L. e cols. Manual Prático de procedimentos: assistência segura
para o paciente e para o profissional de saúde 2009, 1. ed. – São Paulo:
HCFMUSP, 2009.

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