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Para uma “prática baseada na acção” tal como é referida por Ross Todd, no seu artigo
Professores Bibliotecários Escolares: resultados da aprendizagem e prática baseada em
evidência, o professor bibliotecário precisa de recolocar a Biblioteca Escolar no
caminho do conhecimento, do saber, do processo de ensino-aprendizagem dos alunos
e dos docentes. Numa Escola Secundária esse reposicionamento afigura-se ainda mais
urgente (como é o caso da escola onde estou, pela primeira vez), pois as novas
tecnologias afastaram ainda mais os alunos e os docentes da Bibliotecas (e talvez as
práticas anteriores). Criou-se o sentimento ilusório de que não se precisa da Biblioteca.
Este sentimento é difícil de combater, quando está instalado e quando o novo
professor bibliotecário chega com outras ideias, não pertence à escola, não percebe a
Cultura de escola. Falo claramente do que Todd designa como “as percepções dos
outros da imagem e do papel do professor bibliotecário, a falta de compreensão por
parte dos outros do papel do professor bibliotecário”.
A Biblioteca tem, assim, que estabelecer o seu Plano de Acção atemapadamente, tal
como é preconizado pelo Modelo de Auto-Avaliação, apresentando-o à Direcção e ao
Conselho Pedagógico para que possa ser discutido e alterado. O Plano de Actividades,
articulado com as outras bibliotecas da Rede de Bibliotecas Escolares de que faz parte
e com todas as estruturas da escola, deve ser aberto, negociado, alterado, conhecido
pelos parceiros. (muito trabalho há a fazer neste domínio da Articulação, quando em
quase 200 actividades do PAA, para este ano lectivo, só surgiram 3 referências à
Biblioteca Escolar, apesar do envio atempado de todos os documentos da Biblioteca
que ninguém parece ler). Deve ter em conta o currículo, os documentos organizativos,
as metas educacionais. Para isso, a equipa deve ser preparada para esse papel, não
pode ser um grupo de docentes que passam os seus tempos não lectivos na Biblioteca,
porque foi essa a decisão unilateral da Direcção. Esse constrangimento condiciona
depois todo o processo.
Tempo é o que o professor-bibliotecário não tem, nem equipa para desenvolver o seu
Plano de Acção, não pode ter um horário alargado por falta de recursos humanos. O
professor-bibliotecário tem de propor actividades, articular com docentes e grupos,
parceiros exteriores, apoiar as actividades de grupos, docentes, clubes e projectos –
mas não tem capacidade de resposta. O professor-bibliotecário quase não consegue
sair da Biblioteca e, muitas vezes, tem de trabalhar noutro local, pois ali não tem
tempo para desenvolver as suas tarefas. A Escola não tem um modelo de literacia da
informação e depois de uma primeira apresentação de um modelo é necessário agora
fazer outras formações antes de se escolher um. A capacidade de liderança sofrerá,
claramente, com todos estes constrangimentos, com esta falta de tempo.