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Teoria da Conspiração

O Que Eles não gostariam que você soubesse…

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A Corrupção Moderna da Magia


deldebbio | 28 de junho de 2009

Eu me identifiquei muito com o autor do texto. Ao longo destes 20 anos estudando ocultismo, presenciei praticamente os mesmos
problemas que o “Prophecy” (autor do texto original). Atualmente, graças à internet, tenho visto tomos e mais tomos de magias
disponíveis em pdf, e gente que se acha mago e thelemitas de orkut só porque leram meia dúzia de livros, mas que se você for
ver, não sabem nem ao menos fazer os rituais mais básicos do Pentagrama ou um banimento simples.
Magia é como kung fu ou natação: você pode ler todos os livros do mundo a respeito, mas não vai saber fazer a não ser que tenha
a parte prática.

Esta será uma lição longa, portanto, ao trabalho. Não pule partes por causa de seu tamanho. Leia cada palavra, e tome notas
diligentemente.

A predominante abordagem à magia, nos dias atuais, deve ser abolida. O processo iniciatório dos maçons do passado e a ideia do
avanço espiritual através apenas do conhecimento devem ser deixados como relíquias do passado. Como a Jnana Yoga atesta, e
como Francis Bacon declara, existe, certamente, poder no conhecimento. Porém, o melhor poder é aquele adquirido da prática e,
consequentemente, da experiência. Um pouco de prática vale muitos livros. Esta deve ser a ideia predominante dos anos
vindouros, se a humanidade quiser reviver a irmandade de magos no mundo e redistribuir a carga de trabalho espiritual que, no
momento, cai quase inteiramente nos ombros de iogues.

A incompreensão da magia legítima criou uma ameaçadora carência de adeptos ocidentais iluminados. Esses adeptos mestres,
reais Deuses-Homens do passado, estão raramente reencarnando. Parece, portanto, que, no geral, existem poucos grandes magos
disponíveis. O número deles se tornou escasso; seu nível, baixo. Nos meus tempos de garoto, antes de minhas memórias
retornarem, eu procurei aqui e ali alguma faísca de sabedoria, estudei muitos sistemas de magia e de xamanismo, e, no fim, me
senti como Abraão, o Judeu, depois de seus anos de procura pela Ciência Divina, antes de ser abençoado por seu guru,
Abramelin. Em lugar algum, eu pude encontrar alguém que merecesse o título de professor da ciência divina. Fraudes e charlatãos
eram numerosos, e pessoas pensavam que eles eram magos só porque nunca conheceram um mago verdadeiro. Hoje, essas
mesmas pragas ainda infectam bastante as buscas de jovens aspirantes ao redor do mundo.

Existe um número de razões para a escassez atual de sábios na tradição oculta ocidental. Eu me esforçarei aqui para compartilhar
com vocês algumas das razões que as minhas experiências com aspirantes esperançosos, os ensinamentos de várias ordens e
paradigmas, e meu tempo com as “vítimas” de vários movimentos new age, me levaram a classificar como causas para o
problema. Eu baseei essas conclusões nas súplicas de aspirantes esperançosos buscando iniciação, e nos meus encontros pessoais
com alguns dos ditos adeptos de vários grupos e ordens. Ao fazê-lo, eu compreendo totalmente que falar com alguns estudantes e
alguns membros superiores nunca pode dar uma representação compreensiva. Porém, eu também compreendo que, não importa
quão ideais as condições internas de uma ordem possam ou não ser, ela não deveria levar seus estudantes externos à
procrastinação ou a um treinamento inadequado.

Eu identifiquei dez problemas principais na magia de hoje. O primeiro é que o treinamento proposto por certas ordens nos últimos
200 anos ou mais era incompleto, e por eles terem ditado a regra para as ordens de hoje, os problemas continuaram. O segundo é
que os materiais originais e manuscritos para certos sistemas são atribuídos com mais valor do que o que eles realmente possuem.
O terceiro é que a mente ocidental transformou a magia em algo feito para se realizar os desejos materiais. A quarta razão para o
problema presente é que, na medida em que nossa cultura propaga a concessão à preguiça, a abordagem ocidental à magia se
torna mais e mais preguiçosa. A quinta razão é a tendência peculiar da mente ocidental de se tornar altamente investida em sua
própria personalidade. A sexta razão é a destruição da sucessão de mestre e discípulo, a causa que é a raiz para muitos outros
problemas. A sétima razão, que é um verdadeiro veneno para a evolução, é o movimento presente, na magia ocidental, de se
tentar remover a ideia essencial de Deus e o valor da moralidade da magia. A oitava razão é a popularidade crescente de
charlatãos, e seu poder sobre as massas ignorantes. A nona razão é a tendência de magos legitimamente treinados permanecerem
silenciosos, aceitarem poucos estudantes e escreverem pouco ou nada. A décima e última razão que discutiremos é a atenção
dada, no Ocidente, ao desenvolvimento dos poderes mágicos em vez do desenvolvimento de estados elevados de consciência.
Essas dez razões primárias bastarão para nossa consideração, embora mais razões pudessem ser listadas.

A Primeira Razão

Treinamento Inadequado em Ordens Modernas

Entre aproximadamente 1850 e 1920, o mundo ocultista presenciou a formação de várias ordens que se ergueram no mundo
como realizações gloriosas. De seus ensinamentos, vieram muitos dos livros influentes que agora são considerados clássicos do
ocultismo, e os quais agora muitos estudantes otimistas estudam. Infelizmente, essas ordens não eram tão ideais quanto tentavam
parecer. A maioria delas usava como fonte manuscritos desatualizados, sobre os quais falaremos mais daqui a um momento, e o
resto usava métodos que se baseavam inteiramente sobre estimulação intelectual ou emocional, e muito pouco sobre a consciência
da alma.

Essas ordens iludidas criaram muitos iniciados igualmente ou até mais iludidos. Um número considerável deles publicou livros,
muitos dos quais agora são considerados clássicos do oculto no mundo da literatura ocidental ocultista. Em alguns casos, esses
livros tinham riqueza de informação teórica, mas a maioria deles não tinha quase um momento de percepção prática. O aspirante
esperançoso é levado a folhear um livro de centenas de páginas, para perceber que ele não absorveu nada dele além de filosofia.
Até mesmo os livros chamados de “teoria e prática” deveriam ser renomeados para “teoria e possível aplicação ritual”.

Isso pode parecer uma afirmação iconoclástica. Ela é, e com razão, porque a iconologia da magia está falhando gravemente.
Portanto, o que não produz resultados deve ser jogado de lado. “E agora também o machado é enterrado nas raízes das árvores:
desse modo, qualquer árvore que não traga bons frutos é cortada, e jogada no fogo. (Mateus 3:10)”. A série de ações à qual a
magia ocidental foi levada não trouxe muitos frutos. Essas ações produziram pseudoiniciados que conseguem executar truques de
salão, que eles, erradamente, chamam de magia. Enquanto magos de cadeira estiveram gastando seu tempo, exercitando suas
mentes com teorias e filosofias, o trabalho prático que realmente cria um mago esteve apodrecendo. Quem pode culpá-los,
quando cada livro que lêem diz que precisam saber essa ou essa outra palavra hebraica ou magia simbólica para serem efetivos?
Tudo isso compõe as armadilhas postas para o teste de iniciados, testes nos quais essas “autoridades” não passaram.

Um indivíduo pode memorizar sigilos do sol, kameas planetários, selos e talismãs salomônicos, e compreender intelectualmente
os muitos processos que compõem a Maquinaria Universal. Ainda assim, ele não será um mago nos olhos de iniciados
verdadeiros. Eu conheci pessoas que poderiam ser chamadas de enciclopédias de filosofia oculta, e, ainda assim, não possuem
rotina diária de prática estabelecida, e nenhuma faculdade mágica de qualquer tipo. Eles estão presos à ilusão de Maya do mesmo
modo que os homens comuns também o estão. A única diferença é que eles sabem que existe uma ilusão, enquanto a maioria nem
se apercebe disso. Pessoas assim gostam de falar muito, porque, ao se ouvirem, tentam apoiar sua abordagem à magia,
psicologicamente, para si mesmos. Tais pessoas sempre terão uma opinião, sempre parecerão ter respostas prontas, e esse tipo de
“aspirante em potencial” torna-se particularmente perigoso aos buscadores genuínos da verdade. Você não pode construir uma
base confiável somente nas palavras! Ao mago treinado, aos irmãos e irmãs de minha Ordem (N.T.: Fraternidade Rosa-Cruz), e
os verdadeiros mestres reinantes deste mundo, essas pessoas estão mais enganadas do que o mais cru dos iniciantes neste
caminho. O grupo deles é o pior, e, infelizmente, não é sempre a culpa deles. Para essas pessoas, eu farei muito esforço para
desligar suas mentes e abrir seus corações para receber instrução prática. É por isso que eu aconselho a todos não se tornarem
ligados demais a livros. Eu já li todos esses livros, e extraí seus pontos importantes em artigos no fórum do Veritas para o
benefício de todos.

Isso não significa que a informação teórica é ruim. Um conhecimento sólido da filosofia oculta é necessário para que o mago
compreenda tudo que faz. Ele deveria se orgulhar de conhecer todas as operações em funcionamento quando ele manipula um
tipo de energia, e, quando uma operação mágica se manifesta, ele deveria ser capaz de explicar perfeitamente os mecanismos
envolvidos. De fato, ele deve ser um cientista. Contudo, mais e mais pessoas se contentam apenas com o conhecimento da
filosofia e o “como fazer”, sem nunca colocarem nada na prática, e, normalmente, sem terem ideia de como fazê-lo. Em muitas
ocasiões, estudantes vieram a mim e disseram, “Eu li todos os livros que as pessoas me recomendaram, mas não tenho idéia
alguma de como começar o caminho.” Isso acontece porque a estimulação intelectual somente não faz de alguém um mago, e, lá
no fundo, o estudante inteligente sabe isso. A mente procura por fórmulas e símbolos; a alma busca por prática e experiência.

Que utilidade há em se conhecer como as estrelas afetam as nossas atividades, e não ser capaz de meditar por nem dez minutos?
Que utilidade há em se conhecer todas as filosofias sobre quem Deus é, sem nunca experimentar Deus diretamente? Essas
pessoas nunca se tornam nada na verdade, mas sim só aparentam ser magos. Você não pode alcançar o Reino através de
inquisição intelectual somente. Você precisa viajar até lá.

O ponto ao qual eu quero chegar aqui é que o estudo intenso da Tábua de Bembine de Ísis, ou do selo da Rosa-Cruz, ou do
dodecaedro mágico, etc, é incorreto. Eu não estou sugerindo que, por exemplo, a investigação das fórmulas do Etz Chaim e dos
Nomes Divinos é inútil. Eu não estou dizendo que uma pessoa não deveria compreender os usos mágicos do pentagrama e do
hexagrama. Do contrário, eu sou um forte defensor de tudo isso. Porém, tudo deve ser aprendido no tempo certo! Um aspirante
não tem razão alguma para estudar os pentagramas, hexagramas, etc. Ele não deveria passar seus dias praticando magia ritual.
Sim, com o passar do tempo isso gerará resultados no termo de crescimento de poder, mas afetará muito pouco a consciência e a
realização geral do mago, depois, em sua carreira mágica. Por, pelo menos, os dois ou três anos iniciais, dependendo da aptidão
do estudante, o foco deveria ser colocado no treinamento da mente, do corpo material, e do corpo astral para a verdadeira
execução da magia. Uma vez que o estudante se preparou dessa maneira, e criou uma excelente base em sua consciência, então
ele pode continuar, a fim de compreender e apreciar totalmente o poder de tal conhecimento e do simbolismo oculto.

A razão pela qual esses autores, embora não intencionalmente, cobriram o mundo ocultista ocidental em filosofia, é a de que eles
nunca receberam o treinamento correto que deveria dá-los a base da experiência espiritual autêntica. Eles serviam como
enciclopédias que regurgitavam o que eles foram ensinados. Juntos, eles criaram uma imagem contraprodutiva de que a prática
diária não era necessária para se tornar um adepto. Eles se referiam a pessoas que nem tinham conquistado suas emoções
primitivas e desejos como adeptos! Desse modo, eles baixaram muito o nível para as gerações seguintes, que seriam forçadas a
olhar os ensinamentos dessas pessoass se quisessem saber alguma coisa sobre magia. Agora que o nível está tão baixo, as pessoas
em geral são incapazes de alcançar grandeza espiritual. Portanto, esse nível deve ser elevado novamente, certo?

O que exatamente essas ordens estão fazendo de errado? Seus dois problemas principais foram que eles tentaram ensinar aos
iniciados a correr antes de mostrá-los como engatinhar e andar, e eles não incluíram o desenvolvimento do caráter como parte de
seu treinamento. O aspirante egoísta, glutão, e de pavio curto, entraria na ordem como neófito, e sairia como um “adepto” ainda
contendo essas falhas de caráter. Eles são todos capazes de pequenos feitos de magia, e pelo fato de o nível ser baixo, pensam que
são adeptos.

Muitas vezes o aspirante começaria a trabalhar com ritual e forças espirituais muito antes de ter aprendido a como sensibilizar seu
corpo astral ou desenvolver suas faculdades mágicas. Através de repetição contínua, alguma proficiência poderia ser alcançada,
talvez algumas pancadas fantasmais durante uma evocação ou coisa do tipo, mas o resto de seu ser nunca era desenvolvido. O
caminho para a evocação deveria ser um caminho longo e frutífero, que preparasse o estudante de modo que, pela primeira vez
que ele execute um ritual, ele receba a total experiência, por causa de seu treinamento e as faculdades que ele já desenvolveu.
Pessoas que entram na sala ritual para evocar sem tal treinamento estão apenas enganando a si mesmas. Elas irão, é claro, ser as
primeiras a te contar que são magas bem-sucedidas, e que elas conversam regularmente com esse ou aquele espírito. Eles dirão
que “sentiram” isso ou aquilo, ou receberam essa ou aquela “impressão”, e desse modo “sabiam” que um espírito estava presente.
Deixe essas pessoas continuarem desse modo em suas práticas. Na verdade, o que você pode experimentar em uma evocação real
não são “sensações” ou “impressões”, mas fenômenos muito reais!

Quantos aspirantes perdidos pensam que executar o Ritual Menor do Pentagrama cem vezes por dia os levará às alturas
espirituais? Até mesmo o mago aspirante que medita somente 10 minutos por dia para controle e foco mental fará um progresso
em um ano que o outro estudante fará em cinqüenta!

A Segunda Razão

Manuscritos originais Sobrestimados

Um número das ordens populares que surgiram no século 19 estilizou uma parte de suas práticas e rituais, baseando-se em coisas
que não continham, na verdade, o valor atribuído a elas. Desses manuscritos, talvez aquele que foi mais usado (e abusado) foi o
Livro Egípcio dos Mortos. Embora seja uma bela série de rituais e de invocações, os fundadores de uma pretensa ordem oculta
não deveriam precisar de se basear em antigos pergaminhos empoeirados e da interpretação de seus hieróglifos para serem
capazes de ensinar magia! Se a fonte deles para muitas de suas práticas e filosofias vem de tais coisas, então isso só serve para
demonstrar que eles não tinham experiência prática real através da qual organizavam seus ensinamentos, e não eram treinados por
adeptos verdadeiros que podiam iniciá-los numa linha de sucessão de mestre e discípulo. Simplesmente o fato de se ler algo que
está disponível num Museu de História Egípcia nunca poderia ser o suficiente para permitir que alguém iniciasse uma ordem
ocultista.

O Livro Egípcio dos Mortos não foi a única coisa atacada pela ignorância dos autoproclamados adeptos, no entanto. Sua
hostilidade os levou também ao coração de Jerusalém, onde eles se uniram, com suas facas, para despejar terror sobre a Cabala.
Usando dois ou três textos hebraicos pobremente traduzidos, eles presumiram ter diante deles informação cabalística suficiente
para uma compreensão do sistema inteiro. Assim sendo, eles roubaram uma pequena parte desse sistema glorioso de misticismo e
a levaram de volta a suas ordens, onde eles tentaram ao máximo fazer com que um fragmento se parecesse com algo completo.

A Cabala ocidental moderna, frequentemente chamada de Cabala Rosacruz (erradamente), se tornou apenas uma fina camada de
manteiga espalhada em muito pão. Interpretações e mais interpretações bombardearam o sistema, e o tornaram inteiramente sujeito
aos caprichos filosóficos de intelectuais e estudantes de simbolismo. Agora, reconhecidamente, a beleza da Cabala é a de que ela
é um sistema universal, cuja ideia pode ser aplicada fora do esquema judaico. Porém, tudo deve ter seus limites razoáveis, e esses
limites foram ultrapassados há muito tempo atrás pela maioria dos autores desse assunto. Se você quiser relacionar a esse esquema
os deuses de outras religiões, os nomes divinos judaicos, plantas, animais, ações, planetas etc, tudo bem com isso, mas essas
relações deveriam fazer ao menos sentido!

A mais infeliz destruição da Cabala não ocorreu em relação ao simbolismo empregado ou a seu papel como um método de
categorização conveniente. Embora essas duas coisas tenham saído do controle, elas não são a jóia da Cabala. A jóia, o
verdadeiro tesouro, é sua real aplicação prática na ciência da magia. Essa jóia tem sido quase inteiramente esquecida por ordens
modernas e autores, que proclamam que a aplicação prática da Cabala reside somente em se conhecer quais nomes divinos ou
cartas de tarô correspondem a quais sephiroth e a quais caminhos. Esse é um dos usos da Cabala, mas não é a verdadeira essência
da Cabala prática posta em execução. Em sua raiz, anterior a todas as culturas, num nível muito mais profundo do que qualquer
associação religiosa, a Cabala é uma bela síntese de forma, de som e de virtude. Isso pode ser dito de outra maneira, ao se afirmar
que a Cabala combina, numa maneira prática, os três pilares primários de quantidade, vibração e qualidade. Isso se torna aplicado
tangivelmente como luz, som e vibração. Quando isso é compreendido pelo iniciado, então, muitas portas são abertas a ele, e o
uso prático da Cabala é entendido. Então, em vez de passar horas num devaneio espiritual, tentando fazer “pathworking” de uma
esfera para outra, o adepto consegue absorver praticamente as autoridades e poderes daquela esfera e conquistá-los diretamente,
de uma maneira mágica. Não apenas tal abordagem é muito mais eficiente, mas, por causa do maior número de habilidades
conseguidas, artigos de sabedoria que se tornam compreensíveis, e por causa de mais trabalho meticuloso em todos os três reinos,
é, dessa maneira, uma experiência mais significativa. Passar tempo se contemplando os símbolos de uma esfera pode ser uma
prática útil, mas torná-la o curso principal é um erro. A consciência se expande mais quando todo o ser se torna imergido nas
energias através de suas utilizações, não apenas através de sua contemplação.

A Cabala e sua aplicação apropriada devem ser, necessariamente, reservadas para um trabalho posterior em minha vida, mas é
importante para o estudante sincero da magia de hoje compreender que uma das pedras angulares da magia ocidental moderna foi
enormemente corrompida, e que ela não é tudo que as pessoas tentam fazê-la parecer. É meu conselho ao aspirante, se ele deseja
aprender a Cabala, que espere até que um professor apropriado seja conseguido. Deixo que o estudante avançado contemple,
nesse meio tempo, o significado da sabedoria de Poimandres a Hermes Trismegisto, quando ele disse, “A vida é união da palavra
e mente.” O estudante que consegue entender isso, mais especialmente em conexão à formula Abracadabra, começará a pegar a
essência da Cabala prática.

Portanto, acontece que os fundadores das ordens mágicas eram, simplesmente, intelectuais. No início, eles só eram mais
avançados que o homem comum, em vista de sua compreensão superior de linguística e sua vontade de visitar frequentemente os
museus. Por causa de sua habilidade de apenas traduzir, não por sua proeza mágica, tais homens eram tratados como adeptos.
Embora houvesse alguns raros, como MacGregor Mathers, que eventualmente se tornou um adepto por um curto tempo, em
essência, a maioria deles era simplesmente de intelectuais. Intelectuais podem treinar intelectuais, mas eles não têm nem uma ideia
de como criar magos.

A Terceira Razão

A Corrupção da Magia para a Realização de Desejos Pessoais

Quando se folheia livros sobre espiritualidade, e até livros que, supostamente, ensinam a evolução espiritual, descobre-se que a
maioria dos ensinamentos espirituais se adequou à satisfação de paixões e desejos mundanos. Ironia peculiar, porque o indivíduo
iluminado compreende que essas duas coisas (evolução espiritual e desejos materiais) não podem vir juntos, porque um é
contraprodutivo à consumação do outro. Eu não consigo deixar de rir alto ao ler títulos tais como “Tornando-se um Mestre
Ascencionado: Como Materializar Todos os Seus Desejos”. Seria igual a intitular um livro de “Tornando-se Elevado: Como ser
Inferior.”

A poluição da tecnologia espiritual foi uma inevitabilidade quando alguns relances das leis espirituais foram obtidos pelas massas
indisciplinadas. O homem normal, abatido pela tristeza, procura um caminho fácil de sair dela, e erradamente acredita que ele
encontrou a alegria dentro dos salões da espiritualidade. Realmente, nada poderia ser mais distante da verdade. Essas pessoas,
desejando modos de alcançarem facilmente todos os seus desejos mundanos e terem sucesso, glória, honra, riquezas etc, se
trancam ao pequeno número de leis espirituais que foi publicado, nas esperanças de usá-las para seus próprios fins egoísticos. Eles
lêem um livro que discute alguns dos pequenos mistérios, e então corrompem essas chaves para fins egoísticos. Se eles tiverem
algum sucesso, eles ficam cheios de excitação e, ansiosamente, escrevem livros ou criam websites que pregam os bons
ensinamentos do egoísmo. Desse modo, em apenas poucas décadas, a vasta maioria de livros “ocultistas” se tornou livros que
prometem ao homem fraco e egoísta um caminho fácil, ao se usar leis ocultas básicas para abastecerem seu animalismo. As
pérolas foram jogadas aos porcos, e, tão certo quanto o sol deva nascer e se pôr novamente, também os porcos pisaram sobre
essas pérolas, aprofundando-as na lama.

Muito mais perigosos do que o homem de negócios ambicioso desejando modos de aumentar seu portfólio, ou do que aquelas
pessoas em sofrimento que procuram por um modo fácil de sair dele, são aqueles que perseguem seriamente a magia prática e
ainda assim a corrompem numa arte egoística. Eles proclamam, ignorantemente, “A Magia é uma ferramenta do homem, e
deixemos o homem usá-la para conseguir tudo que ele deseja!”. Eles gritam orgulhosamente, “Faça como quiser, tudo é caos
mesmo, e não existem repercussões negativas”. Tais pessoas cegaram a si mesmas a até a mais básica das operações, observada
até na própria natureza. Elas são tão cegas, contudo, que nem percebem que suas “realizações” não são realmente mágicas. Elas
são egoístas e egoísticas, e, realmente, executam apenas truques de salão. Elas ficam tão presas em suas ilusões de sucesso por
terem sido capazes de ganhar um aumento de salário ou seduzir alguém que não percebem quão fracos e inferiores esses
pequenos truques são. Quando essas pessoas, iludidas como são, passam para os mundos espirituais depois da morte física, eles
percebem imediatamente o tempo que gastaram, e depois de servirem o seu tempo, voltam ao mundo para levarem uma vida mais
frutífera. Por eles nunca terem buscado uma realização imortal, e não “construíram seu tesouro no céu”, eles não estão mais
distantes no caminho supremo do que o homem mediano. Esse é um ponto importante, que todos aqui deveriam dedicar à
memória: você NÃO CARREGA poderes mágicos com você para a sua próxima encarnação. Até que você alcance henosis, que
é a deificação e a imortalidade do corpo astral, a única coisa que continuará a crescer e expandir, de uma vida a outra, é a sua
consciência. Isso irá, naturalmente, carregar algumas siddhis, que são poderes inerentes, mas não os frutos de uma grande parte de
seu treinamento mágico. O corpo astral cresce e evolui de uma vida a outra, como resultado de treinamento mágico, e
discutiremos isso mais no futuro.

Por causa da obsessão com os pequenos mistérios, que podem ser aprendidos até antes de alguém ter alcançado um caráter
iluminado, as pessoas se tornaram satisfeitas com o aperitivo e esqueceram até que a entrada principal exista. O resultado disso é
que o termo “magia” tomou um significado ambíguo, que nunca pretendeu de ter: na mão esquerda, refere-se simplesmente à
mudança de acordo com a vontade, e, na mão direita, significa a perseguição da evolução espiritual. Se o mundo fosse um lugar
bom e o último significado de magia o mais bem conhecido, todos compreenderiam que a magia é uma maneira de se buscar
Deus. Esse não é o caso, contudo, e o mundo é um lugar predominantemente egoístico. Assim, a mais comum compreensão do
quê magia significa é fenomenalmente egoísta e corrompida. Através da graça de Deus, o século por vir verá uma evolução
acontecer dentro do mundo da magia, no qual esse grande e glorioso caminho será exaltado à sua altura correta em seu mérito
espiritual.

A Quarta Razão

Preguiça

Na medida em que a tecnologia avança e o mundo material se torna mais e mais uma parte do ser de alguém, as pessoas têm se
tornado mais e mais preguiçosas. A preguiça, é claro, é um instinto diretamente conectado ao egoísmo, o qual vimos acima como
um desejo dominante no modo com o qual as pessoas abordam a magia. Assim, a preguiça também é inerente na maioria das
abordagens das pessoas à magia.

Hoje, as pessoas se acostumaram a ter tudo em suas mãos. O sucesso se tornou definido como se fazer o mínimo possível para
alcançar alguma coisa. Pessoas ao redor do mundo, todos os dias, prefeririam passar dez minutos em busca de um controle remoto
do que levantarem e ligarem ou desligarem a televisão em poucos segundos de esforço físico. Essas pessoas abordam a magia do
mesmo modo. Querem saber onde o controle remoto para a evolução espiritual está, de modo que eles possam se ligar em
Samadhi quando não estão muito ocupados para Deus, e então o desligam novamente quando eles têm coisas “melhores” para
fazer. Do mesmo modo que se procura por um controle remoto, eles gastarão uma hora numa livraria procurando por um livro
“torne-se um mago rapidamente”, quando o fato de se gastar até mesmo dez minutos daquela hora em meditação teria sido muito
mais benéfico.

A profundidade do egoísmo da pessoa comum nunca cessa de me impressionar. Eu falo a eles sobre magia, e sobre se procurar
Deus e evolução espiritual, e eles desistem porque soa como “muito trabalhoso”. As mesmas pessoas que não jogarão nem dez
dólares para um dízimo também não darão a Deus nem dez minutos de seu dia. “Eu dou a Ele uma hora por semana todo
domingo”, dizem para si mesmos. “Se isso não é bom o bastante para Ele, Ele precisa superar isso. Eu estou ocupado.”

A falta de habilidade de se perturbar a rotina usual de preguiça por até poucos minutos, por Deus, é precisamente o que muitos
autores e os chamados professores pregam hoje. Eles ganham centenas de milhares de dólares ao escreverem livros
especificamente criados para esse tipo de pessoa, dizendo a ela “É normal ser preguiçoso”. Nos olhos desse autor, é claro que é
normal. Essas pessoas irão torná-lo rico!

Formas de magia que estão surgindo hoje estão refletindo essa preguiça. As pessoas estão tentando convencer outras de que a
magia pode ser um esporte de um tipo fácil, e que tudo estará bem. O que eles estão ganhando? Eles estão convencendo pessoas
de que magia não é real, porque, depois de tentarem essas tentativas preguiçosas e não verem nenhum resultado, proclamam que,
uma vez, tentaram fazer magia e descobriram que era tudo mentira. Nunca diriam que talvez eles só estivessem sendo
preguiçosos. O homem comum se levanta orgulhosamente e grita, “Eu, com certeza, não sou o problema!”.

Não espere ter uma boa colheita sem primeiro trabalhar o solo e cultivar as plantas com cuidado. Não espere ter uma boa refeição
sem primeiro cozinhá-la. Não espere chegar a um lugar distante sem viajar até lá. O universo não é mau; mas ele não atenderá à
sua egoística letargia.

A Quinta Razão

Egomania

A quinta razão que eu observei como fonte dos problemas de hoje na magia, é a egomania geral que infesta o mundo ocidental.
No mundo de hoje, somos constantemente ensinados a sermos individuais, que ser único é o sonho humano, que você é especial
e diferente de todo mundo, e que tudo isso é bom e verdadeiro. Infelizmente, o incorreto nessas autoafirmações é uma ligação
fenomenalmente resistente à falsa percepção de quem se é. As pessoas se tornaram absolutamente investidas em suas cascas de
ego que permeiam a parte mais externa de sua personalidade, e a defendem selvagemente.

Um dos medos mais comuns que as pessoas têm no que diz respeito à evolução espiritual é a perda de autoidentidade. Esse medo
é baseado sobre duas percepções inteiramente falsas: a falsa percepção do que a iluminação é, e a falsa percepção de si mesmo.
Quando esses dois se unem, um medo intrínseco surge, colocando muralhas entre a mente e a ideia de realização espiritual. Em
algum ponto, as pessoas colocaram em suas cabeças que a destruição do ego é a destruição de sua personalidade, de seu caráter, e
isso é, simplesmente, não verdadeiro. É, na realidade, simplesmente, a purificação do seu caráter, de modo que se eliminem os
vícios e defeitos maiores, removendo-se assim o desequilíbrio espiritual. O problema real surge quando alguém é tão defensivo de
sua personalidade que defenderá até mesmo seus vícios. Eles dirão coisas como “Claro, eu sou um mentiroso crônico, mas isso é
quem eu sou, é assim que Deus me fez”. Tal ideia é inteiramente sem fundamento. Você não é um mentiroso crônico, porque, em
sua essência, você é Deus. Apenas sua casca de ego mais externa é mentirosa, e não foi porque Deus o fez, mas por causa de suas
ações que você, conscientemente, escolheu perseguir. Contudo, as pessoas não aceitarão isso.

Isso cai novamente no quarto problema, o da preguiça. As pessoas desejam tudo por nada, ou, se elas investem dez dólares,
querem instantaneamente cem dólares de volta. Elas não acreditam que um relacionamento com Deus é um relacionamento
recíproco, mas sim que é um relacionamento de “servidão”, onde Deus dá tudo, enquanto nós recebemos. Não funciona dessa
maneira; nunca funcionou, nunca funcionará. Deus é um pai melhor que isso. Infelizmente, as pessoas prefeririam se apegar a
seus vícios do que oferecerem seus aspectos negativos ao fogo alquímico para que sejam destruídos. A uma pessoa assim, o “ser
único” é sempre mais importante que a Divindade. Existe esperança para tal pessoa? Você não pode ajudar alguém que não ajuda
a si mesmo.

A falta de desejo de se sacrificar as falhas pecaminosas de caráter resultou não apenas na corrupção da magia, mas contribuiu
grandemente à queda de um grande número de ordens ocultistas. No campo geral da magia, autores não treinados, que não são
mais maduros do que uma criancinha de um ponto de vista mágico estão lançando livros que são absolutamente corrompidos por
suas falhas pessoais. No campo das ordens ocultistas, os “adeptos superiores” são ainda crianças egoístas que tramarão vários
dramas dentro da ordem, normalmente a fim de abolirem a autoridade do Grão-Mestre, de modo que possam competir com esse
poder. Uma ordem ocultista genuína consiste de adeptos que ultrapassaram tais simples preocupações, e que nunca tentarão se
elevar para prejudicar outras pessoas ou ao risco de prejudicarem um bem maior. Quando pessoas são permitidas a carregarem
todas as suas falhas mundanas para uma posição de, supostamente, autoridade divina, o caos deve, necessariamente, resultar.
Precisa-se meramente olhar a história do Papa para ver as evidências.

Deveria ser suficiente, nesse meio tempo, enfatizar que aspirantes nunca são postos em algum programa de lavagem cerebral que
faz com que eles pensem e ajam de um modo determinado. Isso não poderia ser mais verdadeiro. Cada pessoa tem uma
personalidade absolutamente única, e essa personalidade é uma expressão muito real do próprio Deus. Desse modo, todos são um
avatar, uma manifestação de uma Personalidade Divina. A diferença entre uma pessoa comum e um santo realizado, porém, é a
de que a pessoa comum turvou e sujou sua personalidade divina com uma lama imunda, enquanto o santo realizado poliu sua
alma de modo que sua verdadeira personalidade pudesse brilhar. Você não é quem pensa que é! As pessoas acreditam que são tão
velhas quanto seus corpos físicos, mas, na verdade, você é muito mais velho. Pelo fato de que a única personalidade que você
pode lembrar é aquela em seu presente corpo, que tem apenas alguns anos de idade, você pensa que é você. A verdade é que
você tem uma personalidade universal, uma personalidade muito única, sendo a única expressão total de Deus em essa forma
exata, que esteve por aí por muito mais tempo do que o seu corpo. Deslocar a sua identidade de si mesmo da falsa percepção de
seu corpo, para o supremo local de sua alma, é a meta da Grande Obra, a Verdadeira Alquimia. Para fazer isso, você deve
remover gradualmente a lama que se acumulou como um grosso muco sobre sua alma, de modo que você se torne o você
verdadeiro, em vez de esse você mortal e temporário. A personalidade que você tem neste momento tem todas as virtudes
positivas da sua alma, mas você adicionou a elas os vários vícios e defeitos que você adquiriu nesta e nas últimas encarnações. A
sua personalidade pode ser vista como uma parede cheia de buracos. A luz que brilha através desses buracos é sua personalidade
real, enquanto o resto da parede é a imundície e o muco com o qual você se cobriu. A meta da sublimação pessoal é fazer com
que o seu inteiro ser brilhe com pura luz.

Isso é, como muitos assuntos do oculto são, uma coisa difícil de ser explicada se usando a linguagem humana. Até com a
explicação acima, será difícil, até para os mais inteligentes leitores, absorverem exatamente o que eu estou tentando dizer, até se
pensam que compreendem. É algo que deve ser experimentado individualmente para saber, e, portanto, eu evitarei qualquer
discussão compreensiva sobre isso.

A Sexta Razão

A Destruição da Sucessão de Mestre e Discípulo

A sexta maior razão para o deplorável estado da magia moderna é a destruição de uma linha de sucessão entre o guru e chela,
mestre e discípulo. Quanto mais pessoas lançaram vários livros contendo os Pequenos Mistérios, mais pessoas começaram a,
lentamente, substituir o mestre pela estante. Eles colocam em suas cabeças que, desde que consigam ler muito, nunca precisarão
de um professor. Não é preciso dizer que essa abordagem raramente encontra sucesso. Por razões que já foram clarificadas, a
vasta maioria dos livros de hoje é quase inteiramente inútil para alguém que esteja procurando por um meio prático e eficiente de
autoavanço. Seu conhecimento pode crescer, mas sua alma normalmente não.

Uma razão para essa substituição, que deveria agora ser óbvia ao leitor, é o fato de que as pessoas hoje simplesmente não gostam
da ideia de um professor, de um guru. Um mentor é, às vezes, bem recebido, mas apenas sob a exigência de que o mentor não
seja saudado com muita apreciação, e a de que ele possa ser facilmente afastado. O ego da maioria das pessoas as leva a odiar a
ideia de serem subservientes a um verdadeiro professor, por até mesmo pouco tempo, para assegurarem sua evolução espiritual.
Isso as faria sentir menos sagradas que o guru, o que, de fato, elas são, e isso machucaria demais os seus egos. Dessa forma, elas
não tolerarão isso.

Isso tudo fez com que muitos autores de hoje não tenham recebido treinamento legítimo de um professor verdadeiro. O
conhecimento que eles apresentam em seus livros é, simplesmente, a mesma informação reprocessada que qualquer um poderia
armazenar com tempo suficiente numa biblioteca, e eles, portanto, não se tornaram melhores que seus predecessores uma centena
de anos atrás, os quais pensavam ser adeptos simplesmente por causa de sua habilidade de compilar a informação disponível. Tais
autores, assim, começaram uma tendência que infectará totalmente os autores do amanhã, e, dessa maneira, solidificará essa
tendência infeliz e autodestrutiva. Eu rezo seriamente para que, no futuro, mais adeptos que tenham passado por treinamento real
nas mãos de um professor treinado dêem um passo à frente e passem os ensinamentos de seus mestres para o mundo. Até se isso
acontecesse, cada livro deveria dizer dentro de suas páginas o que eu estou precisamente para dizer: embora o conhecimento
ajude e ilumine a mente, a iluminação da alma deve ser recebida de um bom professor.

Por que você não pode fazer tudo sozinho? Por que você não pode ser aquele “lobo solitário” sobre o qual você ouviu falar?
Aquele lobo solitário e durão que nunca precisa da ajuda de ninguém? Supere você mesmo. Você não pode fazer isso sozinho
porque você nem sabe o que fazer ou onde começar, e se você soubesse, você não entenderia como fazê-lo mesmo assim. Se
você pode derrotar o seu ego o suficiente para admitir isso, então você pode ainda ter esperança para o Reino de Deus. Se não,
então você está muito mais interessado em si mesmo do que em Deus. Um livro pode sugerir lugares para começar, pode fornecer
fórmulas e técnicas práticas (embora poucos, muito poucos o fazem) e podem até suprir uma rotina de treinamento completa. Até
se você tenha esses livros memorizados, a quem você se voltaria quando um obstáculo surgisse que você não pudesse superar
intelectual ou espiritualmente? Se você, embora com treinamento rigoroso, não visse resultados, como adivinharia o porquê disso?
De qual lugar você receberia a informação que nunca foi antes publicada? Além disso, você seria forçado a aceitar a legitimidade
de qualquer sistema de treinamento ou séries de informação, baseado inteiramente sobre a sua própria crença. Quando você tem
um bom professor que está lhe iniciando diretamente, numa linha de mestre e discípulo, na magia genuína, então você tem alguém
para se referir como um modelo e um exemplo. Você consegue ver quão efetiva essa abordagem à magia é, toda vez que você vê
o seu professor. Através das ações dele, você pode decidir se o sistema é válido ou não. Dessa forma, o professor destruirá níveis
de dúvida que, frequentemente, infectam pessoas que se submetem ao que agora é popularmente chamado de “autoiniciação”.
Neste ponto, nós dificilmente poderíamos continuar sem uma rápida consideração de uma jóia em particular, o livro O Caminho
do Adepto, pelo Mestre Arion, Grande Iniciador Rosacruz, o S.F.C.R. (Sagrado Frater Christian Rosencreutz), que vocês
conhecem pelo nome de Franz Bardon. Essa grande alma, um dos doze maiores adeptos mestres na inteira Fraternidade Branca,
que governa particularmente sobre a iniciação, veio ao mundo em total Nirvikalpa Samadhi, na glória de seu corpo astral imortal,
por toda a humanidade. Houve um grande sacrifício nisto.

Urgaya o invocou e ordenou que, enquanto estivesse aqui, ele lançasse ao mundo os primeiros três dos vinte e dois estágios de
iniciação da Fraternidade Branca. Ele o fez, mas, do mesmo modo que Veos e eu fizemos, ele suavizou o sistema
consideravelmente, para alcançar e ajudar o maior número possível de pessoas, enquanto tomava como estudantes pessoais
aqueles poucos que estavam prontos para os ensinamentos mais sérios. O resultado desse serviço altruísta foram os três livros que
ele escreveu, que foram feitos para levar o estudante até o ponto em que ele atraia um mestre espiritual que o inicie nos Grandes
Mistérios. Embora essa trilogia seja excelente, particularmente seu primeiro livro, O Caminho do Adepto, eles ainda contém todas
as inibições que um livro traz. Você não pode perguntar questões ao livro, não pode receber experiências espirituais dele, não
pode chorar nos seus ombros quando o mundo parece ter se voltado contra você. O livro não irá assumir o seu karma para te
ajudar, não limpará suas nadis e trabalhar nos seus chakras, não imergirá você, amavelmente, em sua própria aura. Acima de tudo,
não servirá como um canal de mediação entre sua Kundalini pequena e a Kundalini Cósmica superior.

É minha convicção, baseada na experiência, que existe somente um tipo de pessoa que pode se submeter à autoiniciação com
sucesso sem nunca ter tido um professor. Deve ser um adepto reencarnado que está simplesmente recapitulando seu
desenvolvimento mágico de vidas passadas. Para tal pessoa, na medida em que ele aprende até apenas técnicas básicas, suas
memórias mágicas começarão a, quietamente, voltar a ele, na forma de intuição acurada sobre como certas coisas deveriam ser
executadas. Essa intuição mágica guiará suas ações, e sua alma guiará a consciência aos lugares corretos. Essa pessoa não precisa
de um professor. Porém, a um tempo atrás ele certamente teve um, e se não tivesse sido pelo professor, ele nunca teria se tornado
o adepto que se tornou.

A Sétima Razão

A Remoção de Deus da Situação

Na medida em que o mundo se torna, gradualmente, mais materialista, uma escuridão começa a envolver o intelecto de pessoas
inteligentes. É um tipo de doença que dá a uma pessoa cegueira e a torna surda; de fato, deixa-a quase completamente insensível a
qualquer estímulo. O nome dessa aflição, que paralisa e torna mudos todos os três corpos, é chamado Ateísmo. Quando algumas
pessoas são afligidas por ele, tornam-se totalmente desafiantes contra todos os impulsos espirituais que sugiram a existência de
Deus. Eles são uma ninhada de pessoas peculiar, sendo ignorantes ao grau de se tornarem engraçados aos olhos do iniciado.

Existe uma ninhada particular de ateístas que é mais divertida que todas as outras. É uma ninhada relativamente nova, que
apareceu apenas neste século passado. Esse tipo de pessoa é um ateísta que acredita que fenômenos espirituais são, na verdade,
fenômenos físicos num nível altamente refinado, e dessa forma buscam explicações para as coisas espirituais. Eles não negarão
que as energias dos elementos, por exemplo, existem. Eles simplesmente pensarão em alguma teoria absurda e estúpida de como
essas energias são apenas divisões de uma substância mental física, mas enormemente refinada, e que suas qualidades atribuídas
são algum tipo de ilusão. Eles dirão que espíritos são as expressões externas de arquétipos subconscientes na psique, e sugerem
que, quando eles são conjurados à aparência visível, tudo que está ocorrendo é autohipnotismo. Essa estranha espécie de pessoa
fará tudo pelo motivo de ser capaz de sugerir que Deus não existe, que mundos espirituais não são reais, que não existe alma, etc,
etc.

É óbvio ao iniciado que qualquer pessoa que se submeta ao treinamento adequado possa provar a si mesma além de qualquer
possibilidade de dúvida que espíritos não são arquétipos pessoais, que mundos espirituais existem, que existem energias externas
diferenciadas, que a alma é real e imortal, e que Deus é uma verdade eterna. Qualquer pessoa que sugere ao contrário está
fazendo-o do ponto de vista da teoria e especulação somente, e não tem base prática na magia. Embora o iniciado devesse sempre
mostrar respeito sobre a opinião da outra pessoa, de modo a não causar conflito imediato e desconforto, ele não deveria permitir
ser persuadido por tais argumentos. Frequentemente, essas pessoas são ótimas em argumentar e debater, mas não podem fazer
quase nada a esse respeito com magia verdadeira. Dessa forma, deixe-os falarem a si mesmos enquanto você quietamente volta a
sua mente à meditação sagrada.

Isso precisa que consideremos um ponto importante, contudo. Apenas você, no fim, pode provar a si mesmo a realidade de todas
essas coisas. Apesar de todos os meus poderes e siddhis, eu não posso fazê-lo. A mente animal duvidará da sua escolha de
perseguir esse caminho a cada virada, e, acima de tudo, também tentará me fazer duvidar, não importa o que eu faça. Alguns
exemplos podem ilustrar bem este ponto. Ano passado, quando eu estava morando com um grupo de oito aprendizes (com mais
cinco visitando regularmente) num belo lote de 5 acres firmado entre árvores e invisível a todos os vizinhos ou à estrada, uma
grande tempestade apareceu sobre nós. O vento uivava ferozmente, a chuva parou por um momento, e, então, no pátio próximo a
nós, um tornado começou a descer. Os aprendizes, até Veos (até hoje eu brinco com ele sobre isso!) ficaram muito assustados. Na
verdade, eu estaria assustado também, apesar da minha confiança para lidar com a situação, se eu não tivesse aberto meus olhos
de uma maravilhosa hora de meditação profunda no momento em que o tornado começou a surgir. A mim, naquele estado
elevado de felicidade, o tornado era apenas uma demonstração da natureza para ser amada e reverenciada. Apesar disso, eu me
esforcei o suficiente para me convencer de que o tornado, tão próximo à casa, era uma coisa ruim. Eu me coloquei na direção da
tempestade, com Veos ao meu lado e ajudando, e nós dois elevamos o tornado de volta ao céu e redirigimos a direção da
tempestade para longe da casa. Isso foi feito com todos os estudantes assistindo. Em outra ocasião, apenas quatro semanas antes,
eu usei um sigilo para criar uma chama sólida e negra no coração de um grande fogo ritual que todos viram e cuja realidade de
sua presença atestaram. No momento em que começou a chover, por ele ser um importante ritual do fogo, eu chamei um espírito
que me serve para nos proteger da chuva. A chuva parou, mas os estudantes logo notaram que estava chovendo em todos os
lugares da propriedade, menos no lugar onde estávamos!

Eu estou relembrando essas coisas não para glorificar a mim mesmo, mas para ajudar a ilustrar este assunto. Embora eu
demonstrasse essas aparentemente “maravilhosas” ocorrências, sem pouco esforço meu, eu rudemente exibia a magia aos meus
estudantes como um prêmio por sua devoção duradoura aos meus ensinamentos, e, mesmo assim, essas coisas não preveniam
suas mentes de, às vezes, duvidar que magia não existia. Pouco menos de um mês depois do incidente com o tornado, um dos
meus estudantes melancolicamente veio a mim e confessou que ele estava tendo de lutar com a dúvida, porque ele nunca tinha
visto antes um poder mágico. Numa classe do Veritas quatro anos atrás, eu tive um estudante para o qual, um dia, eu mandei uma
mensagem e informei que ele estava desenvolvendo uma infecção de sinus. Sendo alguém que duvida por natureza, ele decidiu
não tomar nenhum remédio. Quatro dias depois, ele pegou uma infecção de sinus, e, num instante, eu o curei da infecção
completamente. Eu não consegui mais informações desse estudante, que terminou aquela classe como um estudante de magia
muito devotado, por um longo tempo depois que a classe terminou. Eu descobri, poucos meses atrás, que, pouco depois da minha
classe terminar, ele decidiu que eu era uma fraude e um mentiroso, e que eu não tinha habilidade mágica ou consciência elevada,
e que ele estava convencido de que magia em si pudesse nem ser real.

Essas, e outras experiências parecidas, me convenceram de que não é o dever do professor fazer o estudante acreditar em magia,
e, realmente, que o professor não é capaz de fazê-lo, não importa quais habilidades ele possa ter demonstrado. No final, a última
evidência convincente que o estudante será capaz de usar para conquistar a dúvida de seu ser inferior é a evidência que surge de
suas próprias práticas continuadas, as recompensas de sua fé douradoura em seu caminho.

Mas, voltando ao assunto à mão, é uma grande má sorte ao mundo dos aspirantes sinceros que esses mesmos ateístas estão
realmente se juntando para formar sistemas de “magia” juntos, embora esses, na realidade, sejam feitiçaria astral no máximo. Ao
fazê-lo, eles estão apelando aos lados animalistas e mundanos da consciência do ego que governa sobre os não iniciados antes de
alma ter uma chance de se agarrar a algo significativo. Por tais sistemas de feitiçaria não terem nenhuma ênfase real na moral, por
eles não terem ideia nenhuma de Deus ou de avanço espiritual, as pessoas estão se unindo para achar uma desculpa para praticar
o que eles pensam que é magia sem ter de desistir de seus modos pecaminosos de viver. Tais pessoas adoram se ostentar, dizendo
“Eu descobri que magia é tão efetiva sem o componente espiritual desnecessário”. Eu juro a todos vocês, pelo meu grande amor
por essa ciência, que, nos meus anos de magia, eu nunca encontrei, nunca mesmo, nenhum estudante dessa escola de feitiçaria
que poderia produzir até a mais simples das demonstrações mágicas. Eu nunca descobri um estudante dessa escola que possuísse
alguma das faculdades mágicas a um grau demonstrável ou talvez significativo. Por quê? Porque eles estão praticando ideias, não
verdades. Eles estão tentando fazer com que o universo satisfaça os seus próprios desejos egoísticos, em vez de quererem
sacrificar qualquer coisa que seja para se tornarem magos reais.

A Oitava Razão

Charlatãos

À luz de todas as razões previamente mencionadas, deveria se tornar óbvio que charlatãos e fraudes naturalmente surgiriam. A
falta quase total de iniciados verdadeiros e adeptos conhecidos às pessoas comuns tornou impossível se comparar uma fraude
contra a coisa real. Os fraudadores, é claro, saberão isso, e usam isso ao seu favor. O fato de que existam tantos enganadores que
se tornaram muito bem-sucedidos não sugere em momento algum que eles tenham alguma habilidade, mas, em vez disso,
simplesmente mostra o quão mal informada e enganada a pessoa comum é nesses assuntos.

Bem como fizeram no início dos anos 1900, médiuns começaram a ir e vir e a escreverem pilhas de lixo para encherem as
estantes das livrarias modernas. Essas pessoas, que são normalmente tão boas em enganar a si mesmas quanto a enganar os
outros, lançam livro após livro. Eles escrevem centenas de páginas, e ainda, de alguma forma, não dizem nada nelas. Eles citam
seres espirituais como a fonte de sua sabedoria, ou guias espirituais, ou animais totem, ou trevos de quatro folhas e tal nonsense.
Embora eu ainda não o tenha encontrado, eu estou certo de que exista um médium por aí que alega receber instruções místicas de
seu sanduíche de presunto. Não seria mais absurdo que as alegações anteriores. Embora, é claro, uma vez, eu tive uma conversa
muito reveladora com uma garrafa de coca-cola, e um espírito decidiu, por uma razão qualquer, falar comigo numa voz audível
que até os não iniciados poderiam ter ouvido.

Se tais médiuns estão de fato conversando com seres espirituais, então esses espíritos são muito misteriosos ou são muito
estúpidos. Se esses médiuns estão conversando com guias espirituais, eles devem estar precisando despedir seus guias e encontrar
novos. Em minhas experiências com seres espirituais, animais totem e guias espirituais, nenhum deles era tão mal informado
quanto os desses médiuns. Dessa forma, podemos concluir que é muito provável que eles não estejam falando com nenhum dos
acima, mas, em vez disso, que eu estou terrivelmente enganado, e que todos estão, na verdade, conversando com sanduíches de
presunto. Se eles estivessem conversando com garrafas de coca, então, baseado na experiência, eu seria levado a acreditar que
seus livros poderiam ter sido melhores.

Nada disso implica que todos os médiuns são fraudes. É, porém, um infeliz fato que a vasta maioria de fraudadores alegue ser
médium, e, se o resto da comunidade de bons médiuns não quiser ser associada com esses charlatãos, então eles deveriam
aparecer e lutar contra eles. Eu conheci vários bons médiuns em meu tempo, alguns deles naturais e outros treinados, portanto,
essas declarações, de modo algum, se aplicam a esses tipos de pessoa. O leitor observador, porém, será capaz de fazer uma
caminhada, achar uma estante de New Age numa livraria popular e ser capaz de ver precisamente de quais autores eu estou
falando.

O grupo de médiuns impostores é apenas uma das duas maiores categorias de fraudadores na comunidade ocultista. Para a pessoa
firmada em pensamento racional e com pelo menos alguma educação em literatura ocultista, os médiuns impostores são
comparativamente fáceis de serem reconhecidos. Embora eles agarrem um número entristecedor de otimistas da New Age, os
mais eruditos tendem a ficar longe deles. É, portanto, minha opinião que o mais perigoso dos dois grupos não é o médium
impostor, mas o sim mago impostor.

O mago impostor é muito mais difícil de distinguir, e apenas alguém que é firmemente enraizado na experiência prática pode
descobrir o disfarce. Existem autores que escrevem livros que fascinam seus leitores sobre simbolismo oculto, aparente
conhecimento da Cabala, algumas correspodências ocultas etc, e mostram isso como se a experiência os tivesse levado a acreditar
nessas coisas. Eu não estou falando aqui de meros ocultistas. Um ocultista é um filósofo, portanto ele se preocupa com as várias
cosmogonias filosóficas, em vez de experimentar o lado prático da espiritualidade. Desse modo, é perfeitamente normal para um
ocultista falar num nível puramente intelectual, igual ao filósofo. Não, eu não estou me referindo a esses autores, mas aos autores
que criam um véu de suposto conhecimento experimental. Essas pessoas são geralmente indivíduos que aprenderam e,
subsequentemente, praticaram apenas duas ou três técnicas básicas, e, então, se consideraram a si mesmos grandes magos. Eles
escrevem livros sob esse propósito, e prescrevem ridículos regimes de treinamento para seus leitores.

Tudo isso naturalmente resultou numa situação na qual pessoas que queiram aprender magia, queiram comprar um livro e, por
causa da probabilidade, pegarão um livro escrito por um autor fraudulento. Percebendo como pessoas que são completamente
novas à magia não são tão sábias, elas acreditam em muito do que é dito, e assim a corrupção começa. Muitos desses aspirantes
promissores vieram à minha casa por um curto tempo, e eu descobri que, depois de alguns anos de encherem suas mentes com tal
lixo, eles se tornaram ligados demais a esses mundos ilusórios para serem salvos pela luz da experiência prática. Espero que, nas
próximas vidas deles, suas almas levarão suas mentes a buscarem algo mais elevado.

A Nona Razão

O Silêncio dos Adeptos

Durante o período do Renascimento, e por um tempo após, houve um número de adeptos que escrevia. O advento do
aparecimento público dos rosacruzes na Europa, por um pouco tempo, gerou informação suficiente para os autores discutirem por
muitos anos. Pessoas como Paracelso, Agrippa e Francis Bacon forneceram suficientemente os Pequenos Mistérios às pessoas.
Autores rosacruzes como Francis Bacon promoviam a iluminação intelectual das pessoas, como a Ordem Exterior Rosacruz (que
eventualmente gerou a Maçonaria), focada primariamente no avanço espiritual através de conhecimento e de sabedoria em vez da
prática. As práticas estavam presentes, mas eram normalmente ritualísticas e reservadas para dias especiais. Os exercícios mágicos
verdadeiros eram mantidos para o próximo nível de iniciados.

Autores como esses forneciam tanto uma vantagem quanto uma desvantagem. De um lado, as pessoas estavam engajando suas
mentes, pela primeira vez, no feijão-e-arroz da magia teórica. Em vez de lerem sobre demônios e feitiços mágicos, eles podiam
aprender sobre o magnetismo espiritual, o archeus, os éteres, a lei de atração, a lei do microcosmo, e por aí vai. Alguns dos
Pequenos Mistérios mais básicos tinham finalmente se tornado disponíveis às pessoas. Isso permitiu que leitores da época
checassem duas vezes os escritos de pessoas sobre ocultismo contra autoridades conhecidas. Embora fraudes e charlatãos
estivessem ainda rampantes, eles não estavam se focando tanto nas contribuições literárias ao ocultismo e assim não deixaram
uma impressão duradoura sobre aspirantes das gerações futuras.

Por outro lado, a explosão de informação intelectual sem uma fundação de trabalho prático levaria gerações futuras ao
engajamento somente na filosofia, em vez de na magia verdadeira. Isso permitiria a todos que tivessem lido alguns livros a
regurgitarem a informação em novos livros e chamá-los seus. Acima de tudo, deixaria muitas questões sem resposta nas mentes
de muitos aspirantes sinceros, sobre onde começar e como avançar na magia. A tendência de alguns dos grandes magos do
passado de não aceitarem discípulos diretos resultou numa falta de sucessão de mestre e discípulo, como foi falado anteriormente,
e o fato de nenhum manual real de avanço na magia ter sido publicado resultaria em autores lançando livros em assuntos
puramente teóricos, em vez de terem investigado praticamente suas ideias.

Nos últimos cinqüenta anos, quase não houve adeptos escritores, e até aqueles que escreveram algo normalmente não forneceram
uma base prática para os leitores. Toda uma geração surgiu e desapareceu sem ter quase informação publicada confiável sobre
magia. É claro, tudo isso aconteceu de acordo com a Providência Divina, e há razões exatas para os períodos históricos de
silêncio que os adeptos escritores assumiram e assumem. Ainda assim, é importante considerar os efeitos desses períodos.

Os poucos adeptos que ainda estão por aí no hemisfério ocidental têm permanecido silenciosos, e talvez por razão, porque o dom
de expressar ideias na linguagem escrita não pertence a todas as pessoas. Pelo fato de existirem tão poucos adeptos, existem
poucos autores entre eles. Eu espero honestamente que, num futuro próximo, isso comece a mudar.

A Décima Razão

A Falta de Expansão da Consciência

A natureza incompleta das deploráveis desculpas de muitas ordens modernas para rotinas de treinamento resultou na quase
extinção da real expansão de consciência entre os chamados iniciados. Seus estudantes recebem complicado “pathworking” e
várias invocações para executarem, mas esses são meios tão indiretos de progresso que uma inteira vida de prática renderia pouco
sucesso. Infelizmente, a lavagem cerebral de muitos aspirantes hoje os convenceu de que um conhecimento simplesmente
experimental dos símbolos das esferas elevadas, e até seu funcionamento, é a realização de modos superiores de consciência. Isso
simplesmente não é verdadeiro. Até se você colocar sua mente regularmente na contemplação de reinos nos quais vibrações são
muito mais elevadas e puras que as suas, nunca se produzirão os mesmos resultados se você tivesse elevado sistematicamente sua
consciência a esse nível. Isso dá um bom suplemento, mas não deveria ser a completa abordagem.

Existem duas principais maneiras de se expandir a consciência:

1) Imergir-se em energias, como em invocação ou viagem esférica.

2) A ascensão gradativa da Kundalini psicossexual da base da espinha e órgãos sexuais até o córtex cerebral.

Nenhum desses métodos resultará necessariamente na realização do outro. A ativação dos seis maiores centros inteiros da
consciência na espinha não resultará no aumento de vibração no seu corpo astral, para se adequar às vibrações das esferas
elevadas, e passar tempo em esferas mais elevadas não despertará automaticamente a Schechinah-Kundalini e despertar as
fortalezas, de modo que ela possa entrar e estar com Elohim-Siva. No mago, ambos deveriam ser realizados. O primeiro é a
deificação de si de fora para dentro, e o segundo de dentro para fora.

Até os sistemas de treinamento que utilizam pelo menos o primeiro método de ascensão da consciência, sendo o mais comum no
mundo ocidental hoje, não prestam tanta atenção a ele quanto deveriam. Muito frequentemente, ênfase excessiva é dada sobre as
habilidades mágicas, ou pelo professor ou na mente do estudante. A meta da magia se torna o poder, em vez da evolução da
consciência pessoal. Quando nenhuma habilidade é conseguida, ou uma vez que a curiosidade científica do estudante seja
satisfeita, o caminho para. É por essa razão que as escrituras orientais advertem tão ferozmente que poderes mágicos devam ser
rejeitados, e não porque tais poderes são inerentemente maus. Os iniciados do Oriente compreendiam simplesmente que, se o
estudante acreditasse, do primeiro dia de seu treinamento, que habilidades mágicas eram ruins, ele provavelmente não sacrificaria
depois sua evolução espiritual por causa da tentação dessas siddhis. Ele não se distrairia. Na realidade, isso não é ruim, e o
estudante é altamente encorajado a adquirir várias habilidades mágicas para manifestar a Vontade Divina mais efetivamente no
mundo, mas isso deve ser abordado muito metodicamente e apenas de uma base muito bem estabelecida, com os motivos
corretos.

“Pathworking” se tornou, infelizmente, o modo principal com o qual as escolas ocidentais tentam fazer com que seus estudantes
expandam sua consciência, mas existem muitas desvantagens nisso. O estudante consegue captar uma compreensão intuitiva de
esferas superiores ao elevar suas vibrações às delas diretamente. Quando ele tem um flash e uma visão de Tzaphqiel, ele percebe
o simbolismo de Luna e de Hécate, e compreende o tridente e os quatro minotauros índigo que cercam o Templo da Deusa de
Três Faces e o Homem Nu, e começa a acreditar que ele realmente elevou seu status espiritual à esfera de Yesod. A iluminação
intelectual sobre simbolismo universal é confundida com realização espiritual legítima. O resultado é que o tolo que consegue
superar as imagens do Demônio de Face de Cachorro e o Portador do Vinho no limiar do abismo intelectual acredita ter
fatualmente cruzado esse abismo e emergido no outro lado como “Magister Templi” ou qualquer cargo sua facção possa ter
designado para essa realização. A direção do simbolismo, e a natural habilidade da mente de entrar num modo de resolução de
problemas, quando confrontada com a diversidade, levou, neste caso, a mente racional a uma série de equações lineares,
resultando na compreensão de certos símbolos ocultos. Embora essa compreensão tenha um efeito positivo sobre o espírito, é
quase uma blasfêmia dizer que essa estimulação intelectual sozinha pode ser considerada como uma cruzada do Abismo. Quando
a respiração cessa, quando a pele se torna gelada e as suturas entre os ossos parietal e occipital do crânio ficam quentes, quando
visões de anjos e personificações de Deus aparecem no olho da mente, quando todas as escrituras se tornam instantaneamente
compreendidas, quando os joelhos de cada anjo e arcanjo se dobram em reverência, quando a aura se estende para encompassar
um inteiro vale, quando a palavra se torna universalmente criativa, então saiba que o abismo foi cruzado. Procure o homem com o
inteiro universo em seus olhos; ele é um deus.

Isso deve bastar por agora. O estudante terá agora uma sólida compreensão dos problemas no modo com o qual a magia é
frequentemente praticada hoje, e, com esse conhecimento, ele pode escolher começar seu caminho com uma compreensão correta
e a salvação resultante desta bela ciência. Eu forneci nesta aula meras linhas de direção pelas quais o estudante pode checar a si e
àqueles que se chamam gurus. Busque o homem que fala da autoridade da experiência, e não da autoridade dos livros.

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Magia Prática
Tags
Magia, Pessoal

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37 Responses to “A Corrupção Moderna da Magia”

1. Renato says:
28 de junho de 2009 às 23:30

Mais uma vez parabéns, teu site tem muitos leitores realmente interessados numa instrução que vá além da teoria, os artigos
do forum veritas de Profecy e de Veos são muito interessantes e esclarecedores,..
Paz Profunda mano velho!

Reply

2. Alonso says:
29 de junho de 2009 às 1:39

Realmente esse é um texto que realmente deve ser disseminado. em seu todo é exemplar e não pude deixar de me ver ou de
ver rostos conhecidos em certos exemplos dados.
ainda sou uma criancinha nesse mundo de busca espiritual e tive que aprender a filtrar trechos de livros, que chamar
pessoas que se dizem aprendizes e sabem diversas obras de cor para ajudar em uma sessão espirita as vezes ajuda tanto
quanto trazer um hamster. que há ordens onde pessoas estagnam e vivem toda sua vida almejando poder, poderia dizer que
esse texto verbalizou diversas experiencias, algumas que nunca parei para pensar. um texto fenomeal um tapa na cara. vou
depois procurar este forum, há mais “textos ao publico” desse cara? (hahaha lá vou em voltando ao dogma de ler e ler..)

Reply

3. Arthur says:
29 de junho de 2009 às 1:54

Marcelo,
parabéns pelo ótimo trabalho como sempre!
Ahh e o texto é excelente!
Onde encontro mais textos desse mesmo autor?
Sempre pensei que não poderia aprender muito só com livros.
Mas como acho um mestre adepto pra aprender com ele, como indica o texto?
Entrei a pouco tempo na AMORC, poderia a própria Ordem cumprir esse papel de me ensinar os Mistérios
Maiores(quando e se eu provar que mereço, é claro)?
Keep helping us please =DD
Abraços,
Arthur

Reply

4. Alberto says:
29 de junho de 2009 às 11:39

é muito engraçado como funcionam algumas “coincidências”. por conta do meu aniversário tinha decidido reiniciar meu
caminho para a elevação espiritual hoje. ainda não estava certo do método, mas sabia que ia encontrar. bem, nesse contexto
vou considerar esse artigo o meu presente.
se não for o melhor, um dos melhores artigos que li nesse blog.
para a grande maioria minha antigo opinião sobre magia pode parecer tola, mas nunca tinha entendido o porquê de estudar
magia. não entendia o fundamento de causar alteração de acordo com a Vontade. se o objetivo do estudo oculto é a
elevação da consciência, pra que algo que altera o caminho, ou que facilite o processo? pra mim era uma ferramenta egóica.
uma armadilha para os que trilhavam o caminho do oculto se prenderem em maia. nada melhor do que descobrir que
estamos errados.

Reply

5. Wilson R. Santos says:


29 de junho de 2009 às 12:40

Olá Marcelo !

Cara, esse texto é excelente mas, por favor, me corrija se eu estiver errado, muita coisa que o Prophecy coloca neste texto,
põe em cheque ordens como a A.A. ou a própria Golden Dawn, não é ?
Caso seja isto mesmo, o que resta ao sincero buscador fazer para encontrar o verdadeiro caminho(se é que há algum
disponível) ?
Abraços,

Wilson

Reply

6. R says:
29 de junho de 2009 às 13:47

Ótimo texto mister. Parabéns pela divulgação.

Reply

7. hupe says:
29 de junho de 2009 às 14:04

Engraçado é que depois de ter lido diversas obras, de kardec, e além de outras relacionadas, e de já ter um base teórica
relativamente concreta o suficiente, desejei encontrar um método prático para uma ascenção, ou evolução….
O que me veio às mãos? Franz Bardon!
Pelo menos comecei da melhor maneira possível nas minhas condições…

Reply

8. Mozart says:
29 de junho de 2009 às 14:08
voce pode publicar o link desse forum veritas de Profecy e de Veos

Reply

9. raph says:
29 de junho de 2009 às 14:23

“A mente procura por fórmulas e símbolos; a alma busca por prática e experiência.”

Esse “Prophecy” está de parabéns. Ele mesmo afirma que somente o conhecimento não serve para a evolução – a
quantidade de informações genuinamente espirituais e “puxões de orelha” neste texto, no entanto, já serve para alguma
evolução somente por sua leitura e reflexão.

Mas claro, a reflexão já é alguma coisa mais próxima da prática…

Reply

10. Alef says:


29 de junho de 2009 às 15:33

Quando comecei a “buscar”, eu tinha o e-book do Bardon, mas não a decisão de começar. Faltava aquietar algumas
dúvidas. Aí eu li um monte de coisas.
Cheguei às mesmas conclusões que o autor. Algumas vezes de forma intuitiva, outras através da compreensão mesmo. Há
uma voz que fala baixo. Eu só a escutei.
Agora alguns poucos que sabem sobre meus estudos e práticas tiveram, por esse texto, uma boa explicação do porquê de
eu não querer fazer parte de Grupos, Ordens, ou de buscar gurus.
Puxão de orelha em várias linhas: de “Thelemitas” a “Rosacruzes”, de Caoistas a “Espíritas”.

Quão prostituta é a crítica, a todos se dá. Até mesmo a esse explêndido texto.

A parte em que o autor fala da necessidade de um professor traz no próprio texto um paradoxo, pois deixa o buscador a
mercê de falsas fraternidades e charlatães.
Há um texto dos comentários de Fr. Veos para o “Iniciation Into Hermetics”, contemplando a parte prática de cada grau.
Muito bom, exceto pela pretensão de mudar o sistema para um que exije dedicação exclusiva e um guru. Acho que este é
um outro momento, até mesmo na concepção de Bardon. Do contrário, o IIH não teria sido escrito.

Reply

11. Eduardo Marques says:


29 de junho de 2009 às 16:11

Seria a Kali Yuga? Aliás, você acha que é verdade essa história, que a humanidade vai perdendo aos poucos a sabedoria,
mergulhando-nos em um caos? Eu fiquei aterrorizado quando soube disso. Todos os sinais indicam que estamos nessa era,
mas por outro lado, toda época apresentou suas dificuldades.

Reply

12. André says:


29 de junho de 2009 às 16:56

Muito bom o texto …. vale a reflexão. Obrigado por compartilhar.

Só me permita uma pergunta, “Pathworking”… o que seria? Faço uma idéia mas é a primeira vez que vejo essa palavra
colocada.

Reply

13. jota says:


29 de junho de 2009 às 17:09

Bom, esse rapaz (moça?) tem site?


“Eu li todos os livros que as pessoas me recomendaram, mas não tenho idéia alguma de como começar o caminho.” – bem
dito, sinto-me bastante assim.

Perguntas:

- como tu começaste de verdade, Deldebbio?

E, completamente não relacionado:

- nesse quesito, o que tu acha de Grant Morrison e caoístas?

Reply

14. raph says:


29 de junho de 2009 às 17:33

A inspiração para esse poema me surgiu subitamente durante a leitura deste artigo. Como usual, não faço idéia do que
exatamente esse poema tem a ver com o artigo…

A Carruagem

Existe uma carruagem etérea que tem singrado o universo


Desde que a primeira fagulha surgiu na escuridão
E a sublime canção tem sido cantada em verso
Tanto acima quanto abaixo, em todas as esferas
Como o vento que sopra onde quer na imensidão
Como a inspiração de todo poeta, e a dúvida de todo sábio
Através desse turbilhão de eras

Existe uma linguagem para se referir a tal automóvel


Dizemos que é o símbolo, nossa própria representação
A arrastar a roda pelos velhos sulcos de barro
Pelo mesmo caminho interminável que percorreram nossos irmãos
Sejam jovens ou velhos: não existe idade exata para um carro
Que luta a tantas vidas contra o tempo, ao desgaste das mãos
Sangrando na tentativa de mover o que é imóvel

Existe uma direção para a qual todos empurram sua alma


Mas nem todos souberam encontrar o melhor caminho
E há muitos que encalharam em vielas estreitas
Onde não encontram saída alguma, nem são mais capazes
De enxergar a luz dos anciãos que vêm à margem
Em seus carros confortáveis onde as rodas giram com alinho
No mesmo ritmo das canções vorazes

Existe uma carruagem etérea que tem singrado o universo


Suas rodas giram, e o tempo escorre pelas mãos
Como que num piscar de olhos, galáxias e mundos
E seres infinitos, se formam na imensidão
Mas para quem compreende o verdadeiro motor
A mover o que não se vê através dos dias dos homens
O mistério é desvelado, e a paz da alma se une a razão

Tudo o que somos é poeira estelar, é resto de barro


Levantado por condutores trêmulos em carros sem direção
Com a vista turva, mas com seu coração em comunhão
Querendo sempre retornar,
(tão somente retornar)
Ao seu único e verdadeiro lar…

raph’09
Reply

15. Tim says:


29 de junho de 2009 às 18:01

Tio,
onde encontro mais textos desse autor?
Procurei na net e tá difícil de achar…

[]’s

Reply

16. Edujanu says:


29 de junho de 2009 às 22:04

Marcelo se puder coloca que o texto foi retirado do bardonista

http://www.bardonista.co.cc.

Agammenon é um tradutor e dos bons,


Abraço meu amigo e namâste

Reply

17. Phanta says:


29 de junho de 2009 às 23:46

Hm, pelo jeito o meu comentário vai ser o primeiro “contra”, então lá vai:

Dá pra ver claro as boas intenções por trás do texto. Dá pra ver que muito do que está aí é consonante com o que nossas
mentes percebem. A questão da necessidade do professor é extrema, e não se aplica só ao ocultismo. Mas o texto tem um
problema grande pro leitor médio do blog:

O texto foi escrito pra quem é parte da FR, ou entende parte do que ela prega. Por isso, ele usa conceitos que quem está de
fora não vai entender de jeito nenhum, e um é extremamente doloroso: Deus.

Eu até hoje não conheci uma pessoa que tenha realmente negado a existencia de um sistema, uma lei, que rege todo o
universo. Os “ateus” que eu conheço, são grandes entusiastas da ciencia básica, que é a tentativa, por teste e observação de
compreender parte dessas leis. Eles estão mais próximos de Deus do que a grande maioria dos teístas, e qualquer bom
obervador pode notar isso.

O problema é o nome.

A ideia de Deus evoca um “ser superior”, que remete a autoridade, paternidade, moralidade. As religiões organizadas
tratam a moral, que é uma criação da sociedade, do homem, como uma lei, tão ou mais importante que as leis naturais. E
tratam as violações dela como “karma”, ou pecado, ou o que quer que seja, como se o universo estivesse preocupado com
como voce usa seu dinheiro, ou com seus hábitos sexuais.

Ele não está. O universo não está. Deus não está.

O nerd estranho que está estudando matemática, procurando a resposta pra aquela questão ali na mente dele, está mais
próximo da iluminação que quem está desehando sigilos, ou que passa 20 minutos em suposta meditação, esperando que
algo se manifeste.

Deus não é um “ser”. A essência do homem não é o lado moralmente bondoso, ou o que segue leis morais. O homem bom
é o que vive e cria novos homens, e passa o que pode de seu conhecimento pra eles. É pra isso que nós existimos. É isso
que o universo, que Deus, espera de nós.

As regras, e hierarquias, convenções sociais, “ordens”, são o exemplo maior do que afasta os homens de sua essência, de
Deus.
Saia! Fale com estranhos! Converse, ensine, aprenda! É o que todo homem quer.

“Faça o que tu queres há de ser o todo da lei”

Dar o passo pra frente é mais fácil do que parece!

@MDD – Seu comentário foi perfeito. Acho que vou transformá-lo em um post.

Reply

18. thomaZ says:


30 de junho de 2009 às 0:55

O homem tem um problema de communication, é que ela as vezes breakdown.


O homem tem o defeito de ter defeitos. ops
O homem tem que morrer, morrer profundamente nos 49 níveis, transmutar, nascer e se sacrificar pelos homens… Isso faz
algum sentido…
O trabalho prático interior é o que liga.
E se tiver dúvidas, pergunte direto na fonte, vá logo até os deuses… ou liga pro DD.
–>Em relação a quase tudo escrito no post nem posso opinar… mas um dia, quando eu souber, direi tudo que eu puder…
Valeu pelo texto.

Reply

19. Junior/RO says:


30 de junho de 2009 às 1:23

Sobre a preguiça.

Esses dias um cara escreveu um artigo “Como se tornar um programador em 10 anos”. Lúcido e esclarecido, o autor
escreveu sobre a bobagem que é alguém comprar um livro “Aprenda a programar em 21 dias”. Isso nunca vai acontecer e o
autor reforça isso no texto. As mudanças internas necessárias para alguém se tornar um programador, fazer o diálogo
interno fluir da forma correta, devem levar no mínimo 9 ou 10 anos.

Talvez você ache isso offtopic, mas não pude deixar de fazer a analogia.

@MDD – A analogia está corretíssima. Magia tem muito a ver com artes marciais. ainda vou escrever um texto só
sobre isso.

Reply

20. Marcell" says:


30 de junho de 2009 às 2:18

Ótimo texto. Na verdade eu senti boa parte desse puxão de orelha na alma.
Mesmo na minha condição de quem nem começou a trilhar o caminho ainda, eu já identifiquei erros grotescos e tentarei
concerta-los.
Mais uma vez, muito obrigado por dividir achados como esse conosco.

Reply

21. A. Anydoros says:


30 de junho de 2009 às 10:01

Eu sou o tradutor dos textos de Prophecy e ele já tem três traduzidos.

Os textos estão disponíveis no http://www.bardonista.co.cc

Vá na parte de “Artigos” no menu direito e clique em Prophecy. Abrirão todos os três artigos dele traduzidos até agora.
Obrigado pelos elogios e pelo interesse.
Abraços!
Reply

22. Thiago says:


30 de junho de 2009 às 11:24

Mais textos do Prophecy, Veos, e outros muito bons…

http://forums.vsociety.net/index.php

Reply

23. IRR says:


30 de junho de 2009 às 13:29

Eu tava relutante em comentar nesse post, mas vou ser bem sucinto.

Não vou mentir que o que muitas vezes sinto, vejo e percebo quando estou vendo os comentários nos posts, me lembra a
cena que assisti há muito tempo do filme “Procurando Nemo”. Uma das cenas finais quando ele está pra ser libertado do
consultório do dentista e passa por um alpendre dentro de um saco com água e cai no meio das gaivotas. E então todas elas
juntas olham e começam a falar e voar em direção falando “My”, “My”, “My”. É assim que eu vejo a maioria dos
comentários e questões referentes a esse assunto, meu, meu, meu, eu, eu, eu.. concordo totalmente com o texto e acredito
que a maioria das pessoas mesmo concordando não conseguiram identificar em si mesmo ao menos uma das 10 questões
levantadas.

Reply

24. Tiago says:


30 de junho de 2009 às 15:13

Em relação a sexta razão: Destruição da relação mestre-discipulo, creio que o maior problema hoje em dia é justamente
onde encontrar um Adepto verdadeiro que esteja disposto a ensinar.
Como o próprio autor do texto fala, além de serem raros, eles também não se expõem muito, seja no meio literário ou fora
dele.
Na verdade eu entendo por que têm de ser assim, mas para nós, reles pessoas comuns, acaba não sobrando muitas
alternativas a não ser tentar garimpar algumas pérolas no meio do lodaçal de textos e livros eXotéricos que se encontram
por ai. E mesmo quando encontramos algo, como os livros do Franz Bardon, o máximo que podemos fazer é tentar seguir
pacientemente os exercícios enquanto vamos desenvolvendo nosso autoconhecimento até chegar no ponto, como disse o
autor, a atrair um mestre espiritual para sermos verdadeiramente iniciados.

Reply

25. Khael says:


30 de junho de 2009 às 15:57

ta aí um texto pra guardar na cabeceira e suas lições no coração.

gracias senhor anydoros por ter traduzido e tio DD por ter postado.

e muito bonito o poema do senhor raph.

Reply

26. Alef says:


30 de junho de 2009 às 17:12

Até mesmo para poder identificar um bom professor, um bom companheiro e/ou um bom grupo, é preciso ter algum
preparo. Tô com Bardon nesse ponto e não abro.

P. S.: Eu achava que o meu comentário anterior tinha sido meio “contra” também. A minha intenção foi iniciar uma
abordagem crítica, mas talvez eu tenha me atrapalhado com a gramática.

Reply
27. Alexandre says:
30 de junho de 2009 às 21:53

Um texto quase perfeito ;) O problema que vejo é que ele enfoca MUITO a prática, mas não existe prática sem teoria. Na
magia não há trabalho sem que se tenha prática e se entenda o grande segredo que somente os verdadeiros místicos
possuem (e que é descoberto com a prática) mas a teoria também é fundamental. Apesar de ser óbvio que não se precisa
nem mesmo conhecer nenhum sistema para conseguirmos causar mudanças com nosso desejo. Basta entender o que está
escrito em Salmos 82:6 “Todos vós sois deuses, todos vós sois filhos do altíssimo”. A compreensão do presente texto junto
ao verdadeiro significado do ABRAKADABRA e toda a nossa vontade se torna verdade. MAS deve-se lembrar que “O
que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.” mas mesmo que o que
está embaixo seja igual ao que está em cima, o que está embaixo é apenas uma imagem do que está em cima. Assim
“Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes.” Não sei se fui claro, mas acho que a essência
pode ser extraída. Shalom!

Reply

28. Alef says:


1 de julho de 2009 às 10:49

Repetindo o que eu já disse várias vezes em comentários anteriores:


“Não se faz Magia lendo livros!”

Reply

29. Tiago+1 says:


2 de julho de 2009 às 19:27

@MDD – Seu comentário foi perfeito. Acho que vou transformá-lo em um post.

Oh My God.
O MDD realmente le todos os comentarios, um a um, inteiros !
Que emocionante. E eu que tinha perdido as esperanças dele ter lido os meus comentários cheios de inspiração que já
escrevi aqui…
Não que isso seja super importante… mas que faz a diferença para alguém totalmente entusiasta dos assuntos aqui tratados
(eu), isso faz, com certeza ! Dá até um animo maior para registrar as proximas inspirações vindas das profundezas !

Abraço.

Reply

30. R.A.A. says:


2 de julho de 2009 às 23:16

“Quanta amargura!!!Acho estranho esse “distanciamento”da humanidade…de forma alguma isso corresponde à pregação
toda de Deus,elevação espiritual,consciência etc…isso nada mais é do que nosso amigo EGO se revelando!Ele mesmo,tão
combatido no texto,aparece provando ser elemento comum a todos que vivem nesse planeta , com raríssimas excessões,
que são prontamente identificadas pelo seu amor, humildade, tolerância e ternura por quem ainda não achou seu
caminho(sim,cada um tem o seu!).Quem ”é” sabe que existem graus diferentes de consciência que atraem diferentes tipos
de experiêcias..tudo é válido…erros e acertos….isso faz parte do caminho único que toda alma faz durante sua jornada de
crescimento e amadurecimento.Estamos todos no mesmo barco…pisamos todos na mesma Terra…..até onde somos tão
diferentes assim?”

Reply

31. IndoMitus says:


4 de julho de 2009 às 2:47

Depois de ler esse texto percebi que sou mais comum do que poderia imaginar.

Reply
32. Cabral says:
5 de julho de 2009 às 22:26

Saudações MDD.
Na seção de perguntas e respostas (link http://bardonista.blogspot.com/2008/08/perguntas-respostas-prophecy-e-veos.html)
do site http://www.bardonista.co.cc, numa pergunta formulada em 03/07/09 por um FRC, o Prophecy (ou pode ter sido o
Veos já que a resposta não foi assinada) teve como resposta o seguinte:

”(…) Eu diria também para a pessoa que fez a última pergunta que não existe mais uma razão para ser rosacruz. Os mestres
da Loja Branca, o templo interno da AMORC, estão retirando suas energias da Ordem Rosacruz. O rosicrucianismo
provavelmente não existirá mais daqui a cem anos.”

O que você pode nos dizer ou esclarecer a respeito dessa afirmação? O que o autor da resposta quis dizer com ”os mestres
da LB estão retirando suas energias da ORC”? Isso procede?

Obrigado, mais uma vez.

@MDD – Cara, eu não sei… de todas as ordens visíveis, as RCs ainda são as menos corrompidas de todas.

Reply

33. Andreas says:


7 de julho de 2009 às 3:23

Vou começar a fazer os preparativos pra minha viagem pro Sol.


Os insetos dessa Caverna estão começando a incomodar minha pele…
Costumava pescar, mas vou dispensar o anzol.
Estou achando que não vou mais precisar dele…

É bom levar um protetor solar!

Foi legal o tempo que passei aqui.


Os meus olhos ainda doem um pouco.
Deve ser de tanto dormir…
Alguma vez você olhou pro Sol?

Reply

34. AD&D says:


13 de julho de 2009 às 19:21

eu entendi que o @Junior/RO falou em progamação, e não em artes marciais como deu a entender pela sua resposta DD,
saiu todo o comentário dele?

Abraços

Reply

35. eric says:


22 de setembro de 2009 às 20:07

Muito bom o texto.

Algumas passagens sao muito semelhantes ao budismo como a lama q mancha a alma (karma) e em busca do eu verdadeiro
entre outras passagens, No fundo a busca é mesma, o caminho q é diferente.

abc

Reply

36. Fernando Silva says:


19 de outubro de 2009 às 13:51

O texto é tão bom que deveria ser leitura obrigatória não só para os leitores do site, mas para todo aquele que segue a senda
do conhecimento…

Reply

37. Agripa says:


17 de janeiro de 2010 às 19:47

Não me convenceu muito. O autor falou de problemas já conhecido por aqueles que buscam o caminho da senda. Além do
mais ele se perde ao expor suas razões.

Quando autor fala das dez razões para a escassez de sábios, começa então as contradições. Na sexta razão, o autor afirma
que sem um professor ou mestre é impossível ascender nos caminhos da magia. Ele afirma: “embora o conhecimento ajude
e ilumine a mente, a iluminação da alma deve ser recebida de um bom professor.”. Entretanto, na nona razão, ele fala dos
adeptos que permanecem em silêncio e que não escreveram muita coisa. Afirma: “Nos últimos cinqüenta anos, quase não
houve adeptos escritores, e até aqueles que escreveram algo normalmente não forneceram uma base prática para os
leitores”. E continua: “Pelo fato de existirem tão poucos adeptos, existem poucos autores entre eles. Eu espero
honestamente que, num futuro próximo, isso comece a mudar.”

Podemos perceber claramente, que ao mesmo tempo que autor faz uma critica aos textos escritos de magia como meros
escritos intelectuais, dando ênfase aos mestres, ele espera que seja escrito mais textos dos adepto!

Para finalizar, ele faz uma exposição puramente intelectual na décima razão. E ainda pajeia, no penúltimo parágrafo, um
texto do livro Dogma e Ritual de Alta Magia de Eliphas Levy.

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