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Ética no Setor Público

Luiz Fernando Figueiredo

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Ética no Setor Público

I. Por que incluir ética na agenda do governo ?


II. Gestão da ética no setor público no Brasil
III. Indicadores e comparações internacionais

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Ética no Setor Público

I. Por que incluir ética na agenda do governo ?

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Ética e Confiança no Setor Público

 Serviço público está baseado na confiança que


lhe foi depositado pela sociedade;
 Condições fundamentais para a qualidade do
serviço público:
 Eficiência
 Transparência
 Padrão ético

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Inclusão da Ética na Agenda do Governo

 Inclusão da ética na agenda se insere no conjunto de


ações recentes do governo para melhorar a qualidade
e controle do gasto público (Lei de Responsabilidade
Fiscal, por exemplo);
 Demanda da sociedade, de organismos multilaterais e
ONGs;
 Preocupação com a efetividade das políticas públicas,
aliado com o fortalecimento institucional do Estado;
 Tendência internacional;
 Custos adicionais evitados para o setor público;

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Conflito de Interesses

 Governo - potencial conflito de interesses entre


o público e o privado:
 Informações privilegiadas e confidenciais;
 Atividades políticas;
 Hospedagem e transporte;
 Presentes e brindes;
 Aplicações financeiras;

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Conflito de Interesses

 Práticas fundamentais para evitar conflitos de


interesses:
 Proibição de receber favores;
 Interdição para atividades profissionais;
 Alienação ou administração independente de
posições financeiras e patrimoniais;
 Publicidade dos atos;

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Ética no Setor Público

II. Gestão da ética no setor público no Brasil

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Gestão da Ética no Brasil

 Levantamento internacional de modelos de


gestão da ética – três vertentes principais:
 Modelo EUA – Foco no conflito de interesses
entre público e privado: Escritório de Ética e
Representantes de Ética;
 Modelo Austrália – Foco na reforma do serviço
público: Comissão de Proteção ao Mérito e
Serviço Público;
 Modelo Argentina – Escritório Anti-Corrupção;

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Gestão da Ética – Histórico no Brasil
 Ética no serviço público – longo histórico no
Brasil mas políticas mais ativas nos anos 90:
 Anos 40: Código penal definiu condutas ilícitas praticadas por
servidores públicos, tais como corrupção, concussão,
advocacia administrativa;
 Anos 50: registro público de bens pertencentes ao patrimônio
privado; seqüestro de bens do servidor, se adquiridos por
influência do cargo;
 Anos 80: Constituição estabelece como princípios legalidade,
impessoalidade, publicidade, moralidade e eficiência;
 Anos 90: Definidos atos que configuram improbidade
administrativa e as normas de conduta do servidor público;
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Comissão de Ética Pública – Histórico

 1994/1998: Conselho de Reforma do Estado no âmbito do


antigo Mare (Ministério da Administração e Reforma do
Estado);
 Dez/97: Mare e Nações Unidas – Encontro para promoção
de ética no setor público;
 Mai/99: Criação da Comissão de Ética Pública (CEP);
 Ago/2000: Instituição do Código de Conduta da Alta
Administração Federal (CCAAF);
 Mai/2001: Representações de ética nas organizações do
Executivo Federal;

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Comissão de Ética Pública
 Secretaria Executiva da CEP é vinculada à Casa Civil
da Presidência da República

 Membros atuais:
 JOÃO GERALDO PIQUET CARNEIRO (Presidente)
 ADHEMAR PALADINI GHISI
 CELINA VARGAS DO AMARAL PEIXOTO
 JOÃO CAMILO PENA
 LOURDES SOLA
 MARCÍLIO MARQUES MOREIRA
 Ex-membros:
 CÉLIO BORJA
 ROBERTO TEIXEIRA DA COSTA
 MIGUEL REALE JÚNIOR

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Comissão de Ética Pública

 Autoridades Vinculadas ao Código de Conduta


da Alta Administração Federal:

 Ministros
 Secretários dos Ministérios;
 Presidentes e Diretores das agências, fundações,
autarquias, empresas públicas e sociedades de
economia mista;

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Comissão de Ética Pública – Atribuições

 Revisar normas sobre conduta de ética pública


 Elaborar Código de Conduta da Alta Administração
Federal
 Subsidiar Presidente da República na tomada de
decisão sobre atos de autoridades;
 Receber denúncias sobre atos de autoridades e
proceder à apuração;
 Dirimir dúvidas e dar ampla divulgação a respeito do
Código de Conduta;

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Principais Obrigações das Autoridades

 Apresentar informações sobre renda, patrimônio e


interesses privados;
 Evitar situações que possam configurar conflito de
interesses;
 Observar quarentena para atividades incompatíveis
com o cargo;
 Informar propostas do setor privado ou negócio futuro
no setor privado;
 Resolver divergências com autoridades internamente;

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Principais Restrições das Autoridades

 Não receber presentes;


 Não receber salário ou qualquer outra remuneração
de fonte privada em desacordo com a Lei;
 Não receber transporte ou hospedagem;
 Não usar o cargo, suas condições ou informações
em favor de interesses privados;

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Ética e Organizações do Executivo Federal

 Desde maio de 2001: Comissões de Ética Setoriais ou


representantes nos 193 órgãos do Executivo Federal;
 Função é supervisionar a observância do Código de
Conduta e promover a adoção das normas;
 Exemplo: Banco Central – membros atuais:

 Arminio Fraga (Presidente)


 Edison Bernardes (Diretor de Administração)
 Carlos Eduardo de Freitas (Diretor de
Liquidações e Desestatização)

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Ética no Setor Público

III. Indicadores e comparações internacionais

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Indicadores para o Serviço Público- Brasil
 Pesquisa de satisfação dos usuários do serviço público
do Ministério do Planejamento em out/2000
71,8% de aprovação;

 Índice de Opacidade (custo invisível) publicado pela


Price Waterhouse (2001)
Opacidade equivale a 25% adicional sobre IRPJ;

 Índice de Percepção da Corrupção publicado pela


Transparency International (TI)
46o em 2001 (91 países pesquisados)

 Pesquisa de Sujeição a Pedidos de Propina TI / Ibope;


4% dos entrevistados (2001)
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Comparações Internacionais
 Índice de Opacidade (2001) - componentes
 Sistema legal e regime jurídico;
 Práticas contábeis e governança corporativa;
 Eficácia da política macroeconômica
 Regime regulatório e transparência;
 Corrupção;
 Brasil tem índice de 25% (tax-equivalence)
 Índice mais baixo é de Cingapura: 0%
 Outros países:
 EUA : 5%
 Maiores Opacidades – China: 46%; Rússia: 43%.

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Comparações Internacionais
 Índice de Percepção da Corrupção / TI (2001)
 Brasil na 46o posição com nota 4;
 Líderes no ranking: Finlândia, Dinamarca, Nova
Zelândia e Cingapura;
 Piores no ranking: Bangladesh, Nigéria, Uganda e
Indonésia;
 Brasil no mesmo nível de Polônia, Croácia, Bulgária e
República Checa;
 Na América Latina, Brasil só está abaixo do Chile,
Costa Rica, Uruguai e Peru;
 Brasil recebe melhor avaliação que importantes
países emergentes como México, Argentina, Turquia,
China, Índia e Rússia.
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Comparações Internacionais
 Pesquisa de Sujeição a Pedidos de Propina – TI /
Ibope (2001)
 4% dos pesquisados estiveram sujeitos a
pedidos de propina;
 Principais focos de propina informados (50% das
ocorrências) são os departamentos de trânsito, polícia
e repartições municipais;
 Pedidos de propina em outros países pesquisados:
 Polônia: 5%
 Portugal e França: 1%
 EUA, Japão e Reino Unido: entre 0 e 1%.

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Luiz Fernando Figueiredo
Fone: 061.414.1700
E-mail: lffigueiredo@bcb.gov.br

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