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2238 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

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declaração devidamente especificada, em 30 de Maio topo das carreiras de regime especial que, independen-
de 1996, o instrumento de adesão ao Tratado de Coo- temente da respectiva designação, tenha um desenvol-
peração em Matéria de Patentes (PCT), concluído em vimento indiciário igual ao da categoria de assessor
Washington a 19 de Junho de 1970. principal.
O referido Tratado entrará em vigor, para o Governo Artigo 2.o
de Santa Lúcia, a 30 de Agosto de 1996.
Transitam para o 5.o escalão da categoria de assessor
Direcção-Geral dos Assuntos Multilaterais, 9 de Julho principal e para os 5.o e 6.o escalões da categoria de
de 1996. — O Subdirector-Geral, António Monteiro chefe de secção os funcionários que contem, respec-
Portugal. tivamente, mais de três ou mais de três e mais de
seis anos no 4.o escalão da sua categoria.
Aviso n.o 225/96
Por ordem superior se faz público que, segundo comu- Artigo 3.o
nicação da Organização Mundial da Propriedade Inte- A transição a que se refere o artigo anterior produz
lectual, o Governo da Colômbia depositou, em 3 de efeitos a partir de 1 de Janeiro de 1996 relativamente
Junho de 1996, o instrumento de adesão à Convenção ao 5.o escalão das categorias de assessor principal e de
de Paris para a Protecção da Propriedade Industrial chefe de secção e a partir de 1 de Janeiro de 1997
de 20 de Março de 1883, revista em Estocolmo a 14 no tocante ao 6.o escalão desta última categoria.
de Julho de 1967 e modificada em 28 de Setembro de
1979. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20
A Convenção de Paris, revista, entrará em vigor para de Junho de 1996. — António Manuel de Oliveira Guter-
a Colômbia em 3 de Setembro de 1996. res — António Luciano Pacheco de Sousa
Franco — Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho.
Direcção-Geral dos Assuntos Multilaterais, 9 de Julho
de 1996. — O Subdirector-Geral, António Monteiro Promulgado em 12 de Julho de 1996.
Portugal.
Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
Referendado, em 12 de Julho de 1996.
Decreto-Lei n.o 109/96
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
de 1 de Agosto Guterres.
A importância que os quadros técnicos superiores MAPA I
assumem no contexto da Administração Pública, quer
pela natureza das funções que lhes estão cometidas quer Escalões
pela influência que exercem na permanente renovação Categorias
da Administração em geral, justifica a alteração do res- 1 2 3 4 5
pectivo desenvolvimento indiciário, mediante o acrés-
cimo de novo escalão. Assessor principal 700 720 760 820 880
Outra situação carecedora de revisão é a dos chefes
de secção, considerando o escasso número de posições
em que se desenvolve a escala salarial da categoria, o MAPA II
complexo de responsabilidades funcionais que lhes estão
cometidas e a expressiva diferença de valores entre o Escalões
índice correspondente ao seu actual escalão e aquele Categorias
que está fixado para o primeiro dos escalões da categoria 1 2 3 4 5 6
de chefe de repartição.
Com o presente diploma, o Governo dá cumprimento
Chefe de secção 300 310 330 350 370 400
ao acordo salarial para 1996 e compromissos de médio
e longo prazos firmados com as associações sindicais.
O presente diploma foi, no termos legais, antecedido
de audição das organizações sindicais.
Assim: REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido
pelo Decreto-Lei n.o 184/89, de 2 de Junho, e nos termos Assembleia Legislativa Regional
da alínea c) do n.o 1 do artigo 201.o da Constituição,
o Governo decreta o seguinte:
Decreto Legislativo Regional n.o 15/96/A
Artigo 1.o Princípios da organização do sector eléctrico e do regime jurídico
da produção, transporte e distribuição de energia eléctrica na
1 — As escalas salariais das categorias de assessor Região Autónoma dos Açores
principal e de chefe de secção, constantes dos anexos
n.os 1 e 2 ao Decreto-Lei n.o 353-A/89, de 16 de Outubro, Nos países da União Europeia, os governos, de um
são alteradas de acordo com os mapas I e II anexos modo geral, têm definido e posto em prática políticas
ao presente diploma, do qual fazem parte integrante. para o sector eléctrico visando criar uma completa trans-
2 — A escala salarial constante do mapa I anexo ao parência nas actividades de produção, transporte, dis-
presente diploma é também aplicável à categoria de tribuição e serviço a clientes, fomentar a competição,
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quer pela entrada de novos produtores quer pela inter- ordem técnica perfeitamente transparentes e aplicadas
ligação a outros sistemas, incentivar o investimento pri- com respeito pela igualdade. Como forma de incentivo,
vado no sector e dar aos clientes a possibilidade de foi estabelecida, a favor destes produtores, uma garantia
escolha do fornecedor. de venda de energia até certos limites, a fixar por ilha.
Em Portugal continental, o sector eléctrico foi As funções de transporte e distribuição de energia
objecto, recentemente, de uma nova fase da reestru- eléctrica serão exercidas em regime de concessão. De
turação a que tem sido submetido, em consonância com entre as regras a que ficará sujeita a concessão, é de
as referidas tendências europeias, mas apresentando salientar, pela sua novidade, a da obrigação de permitir
soluções inovadoras. o acesso de terceiros à rede, mediante remuneração,
Na Região Autónoma dos Açores, a criação da para comercialização de energia eléctrica.
Empresa de Electricidade dos Açores (EDA), E. P., O novo modelo de organização do sector obriga a
pelo Decreto Regional n.o 16/80/A, de 21 de Agosto, criar mecanismos de regulação entre os diferentes ope-
originou uma profunda reestruturação do sector eléc- radores e obriga ainda à planificação da expansão do
trico. sistema electroprodutor por entidade independente.
Pretendia-se que o sector fosse encarado não só sob Para o efeito, é criada a autoridade de regulação e pla-
a óptica da electrificação rural, como até então em nificação do sector energético, com competências não
grande parte acontecia, mas também na sua função da só em relação ao subsector eléctrico como em relação
satisfação das crescentes necessidades da indústria e dos ao sector energético em geral, atendendo às recíprocas
serviços. As câmaras municipais e federações de muni- implicações das decisões, nomeadamente de planea-
cípios que exerciam esta actividade em algumas das ilhas mento e de política de preços, tomadas em cada um
encontravam-se incapacitadas de assegurar os défices dos subsectores.
de exploração e de executar e assumir os encargos com Com a reorganização agora iniciada passa-se de uma
os investimentos necessários à expansão dos sistemas fase em que a intervenção pública no sector eléctrico
eléctricos. era feita sobretudo por via da detenção do capital na
Na altura da criação da EDA, E. P., a organização EDA, E. P., enquanto principal operador do sector, para
do sector estava submetida a um importante condicio- uma nova fase, em que a intervenção pública deverá
nalismo, que era o de este estar, por lei, vedado à ini- passar a ser feita, fundamentalmente, através de ins-
ciativa privada. trumentos de planeamento, de regulação e de fisca-
Hoje, a realidade é bem diferente: o sector deixou lização.
de estar vedado às empresas privadas e entidades da A concretização da reestruturação do sector eléctrico
mesma natureza e está assegurado o fornecimento de terá de ser gradual, por forma a assegurar o regular
energia a todos os interessados. As preocupações estão abastecimento público e a permitir a adopção de solu-
sobretudo viradas para a melhoria da qualidade do ser- ções sustentáveis. A implementação gradual da rees-
viço e da situação económico-financeira. truturação permitirá também efectuar os ajustamentos
O sector eléctrico é caracterizado, na Região Autó- que eventualmente se mostrem necessários.
noma dos Açores, pela existência de nove pequenos sis- Assim, a Assembleia Legislativa Regional dos Açores
temas fisicamente independentes, sem viabilidade de decreta, nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 229.o
interligação entre si ou com a rede europeia. A pequena da Constituição da República e da alínea c) do n.o 1
dimensão dos mercados impede a utilização de tecno- do artigo 32.o do Estatuto Político-Administrativo, o
logias mais rentáveis. Verifica-se ainda a inviabilidade seguinte:
do recurso a algumas fontes como o carvão ou o gás
natural e, simultaneamente, uma elevada dependência CAPÍTULO I
de produtos petrolíferos, acrescida dos sobrecustos do
aprovisionamento. Disposições gerais
Tendo em conta os princípios subjacentes às referidas
experiências de reestruturação, mas introduzindo as Artigo 1.o
adaptações decorrentes das características próprias do Objecto
sector eléctrico dos Açores, o presente diploma esta-
belece as bases da organização do sector eléctrico e O presente decreto legislativo regional estabelece os
do regime jurídico da produção, transporte e distribui- princípios da organização do sector eléctrico e do regime
ção de energia eléctrica na Região Autónoma dos jurídico da produção, transporte e distribuição de ener-
Açores. gia eléctrica na Região Autónoma dos Açores.
Subjacentes a esta nova organização estão dois gran-
des objectivos: melhorar a eficiência e captar novos capi-
Artigo 2.o
tais para o sector.
De acordo com o regime agora criado, o sistema eléc- Princípios
trico da Região Autónoma dos Açores integra a pro-
1 — O exercício das actividades de produção, trans-
dução vinculada ao serviço público, em que o acesso
porte e distribuição de energia eléctrica rege-se pelos
à actividade será feito mediante um procedimento por
seguintes princípios:
negociação com operadores interessados, de acordo com
as directrizes do plano de expansão do sistema elec- a) Igualdade entre os operadores do sector;
troprodutor. b) Igualdade entre os consumidores;
Prevê-se também a existência de produtores não vin- c) Garantia de um sistema eléctrico sustentável;
culados ao serviço público. O acesso a esta actividade d) Aproveitamento dos recursos energéticos endó-
depende apenas de licença. Estes operadores exercerão genos economicamente viáveis e tecnologica-
a sua actividade em regime de mercado, sujeitos apenas mente acessíveis;
a orientações de política energética e a restrições de e) Promoção da utilização racional da energia.
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2 — O fornecimento de energia eléctrica em regime CAPÍTULO II


de serviço público rege-se pelos princípios previstos no
número anterior e ainda pelos seguintes: Produção

a) Garantia do fornecimento, com padrões de SECÇÃO I


qualidade; Produção vinculada
b) Tarifário uniforme em todo o território da
Região Autónoma dos Açores; Artigo 5.o
c) Planeamento centralizado da expansão dos sis- Acesso à actividade
temas electroprodutores.
O acesso à actividade de produção vinculada ao ser-
3 — O princípio da garantia de um sistema eléctrico viço público depende de licença atribuída na sequência
sustentável, referido na alínea c) do n.o 1, traduz-se, de um procedimento por negociação para a escolha do
designadamente, no exercício das actividades de pro- produtor que irá instalar e explorar cada novo centro
dução, transporte e distribuição de energia eléctrica de electroprodutor destinado a satisfazer as necessidades
de expansão do sistema.
modo que, através da racionalidade e eficácia dos meios
utilizados em todas as fases, incluindo o consumo, os
recursos disponíveis sejam utilizados de forma criteriosa, Artigo 6.o
pela sua não exaustão, permitindo futuras opções de Planeamento
desenvolvimento.
1 — Os planos de expansão do sistema electropro-
Artigo 3.o dutor de serviço público de cada uma das ilhas são ela-
borados, no âmbito do plano energético da Região Autó-
Organização noma dos Açores, tendo em conta as directrizes de polí-
1 — O fornecimento de energia eléctrica é assegurado tica energética e as necessidades provisionais do con-
por: sumo.
2 — Os planos de expansão dos sistemas de serviço
a) Produtores vinculados ao serviço público; público são elaborados pela autoridade de regulação
b) Produtores não vinculados ao serviço público; e planificação do sector energético e sujeitos a homo-
c) Concessionário do transporte e distribuição. logação pelo membro do Governo Regional com com-
petência na aérea da energia.
2 — A regulação do sector eléctrico e o planeamento
dos sistemas electroprodutores competem à autoridade Artigo 7.o
de regulação do sector energético. Escolha do produtor
3 — A fiscalização técnica das actividades de produ-
ção, transporte e distribuição de energia eléctrica com- 1 — A escolha do produtor que vai instalar e explorar
pete ao departamento do Governo Regional com com- cada novo centro electroprodutor é feita pela autoridade
petência na área da energia. de regulação e planificação do sector energético, através
de um procedimento por negociação, com consulta a
mais de uma entidade.
Artigo 4.o 2 — É dispensado o procedimento por negociação nos
Gestão seguintes casos:

1 — A gestão técnica global do sistema eléctrico de a) Verificação de um estado de necessidade, reco-


nhecido como tal pela autoridade de regulação
cada uma das ilhas é efectuada pelo concessionário do
e planificação do sector energético, que exija
transporte e distribuição.
a contratação imediata de um produtor vincu-
2 — A gestão técnica envolve a coordenação das acti- lado por forma a assegurar a continuidade do
vidades desenvolvidas pelas redes e instalações, quer abastecimento de energia eléctrica, nos termos
vinculadas quer não vinculadas ao serviço público, dos planos de expansão dos sistemas electro-
incluindo os seguintes poderes, quanto às instalações produtores de serviço público;
de produção: b) Por razões de interesse público, reconhecidas
a) Modulação, por ordem de mérito, da produção pelo membro do Governo Regional com com-
de energia pelas instalações ligadas às redes de petência na área da energia, por proposta da
serviço público, em função das necessidades do autoridade de regulação e planificação do sector
consumo, dos condicionamentos do sistema, das energético.
obrigações legais de aquisição de energia e das Artigo 8.o
fontes disponíveis; Contrato de fornecimento de energia
b) Suspensão temporária da actividade das insta-
lações de produção, em função das necessidades 1 — O produtor escolhido celebra com o concessio-
de consumo e das cláusulas dos respectivos con- nário do transporte e distribuição um contrato de for-
tratos de fornecimento de energia; necimento de energia vinculado ao serviço público, que,
c) Autorização para o produtor suspender a acti- nomeadamente, deve regular:
vidade; a) A condução da exploração e execução de
d) Indicação das características ou parâmetros da manobras;
produção, por forma a assegurar as condições b) A qualidade da energia fornecida,
técnicas de funcionamento da rede. c) A medida da energia fornecida;
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d) O preço, a facturação, os prazos de pagamento culados, até ao limite da obrigação de aquisição, com
e as consequências da mora no pagamento; preferência em relação à energia fornecida pelos pro-
e) As inspecções; dutores vinculados ao serviço público.
f) A suspensão da recepção de energia por razões
de segurança ou em função das necessidades Artigo 13.o
do consumo;
g) A responsabilidade por danos causados na ins- Contrato de fornecimento de energia
talação de produção ou na rede. O produtor celebra com o concessionário do trans-
porte e distribuição um contrato de fornecimento de
2 — O preço da energia fornecida resulta da aplicação energia não vinculado ao serviço público, tendo por
de um sistema misto, com uma componente fixa, que objecto as matérias referidas no n.o 1 do artigo 8.o
remunera os encargos com a potência disponível, e uma
componente variável, que remunera os encargos variá-
veis de produção de energia. Artigo 14.o
3 — O contrato de fornecimento de energia está Licença
sujeito a aprovação da autoridade de regulação e pla-
nificação do sector energético. 1 — A atribuição de licença de produção de energia
eléctrica não vinculada ao serviço público é feita após
a celebração do contrato de fornecimento de energia
Artigo 9.o a que se refere o artigo anterior.
Licença 2 — A atribuição da licença compete ao membro do
Governo Regional com competência na área da energia.
1 — A atribuição da licença de produção de energia 3 — A licença pode ser transmitida mediante auto-
vinculada ao serviço público é feita após a celebração rização do mesmo membro do Governo Regional.
do contrato de fornecimento de energia a que se refere 4 — A licença extingue-se por caducidade e por
o artigo anterior. revogação.
2 — A atribuição da licença compete ao membro do
Governo Regional com competência na área da energia. Artigo 15.o
3 — A licença pode ser transmitida mediante auto- Legislação complementar
rização do mesmo membro do Governo Regional.
4 — A licença extingue-se por caducidade e por O desenvolvimento do regime jurídico da produção
revogação. de energia eléctrica não vinculada ao serviço público
consta de decreto legislativo regional.
Artigo 10.o
Legislação complementar
CAPÍTULO III
O desenvolvimento do regime jurídico da produção
de energia eléctrica vinculada ao serviço público consta Transporte e distribuição
de decreto legislativo regional.
Artigo 16.o
Regime de concessão
SECÇÃO II
As actividades de transporte e distribuição de energia
Produção não vinculada eléctrica são exercidas em regime de concessão.
Artigo 11.o
Artigo 17.o
Acesso à actividade
Objecto e âmbito da concessão
O acesso à actividade de produção de energia eléctrica
não vinculada ao serviço público depende da atribuição 1 — A concessão do transporte e distribuição tem por
de licença. objecto:
a) A recepção da energia produzida pelos produ-
Artigo 12.o
tores vinculados e não vinculados ao serviço
Garantia de venda público;
b) O transporte da energia eléctrica;
l — O concessionário do transporte e distribuição é
c) A distribuição da energia eléctrica;
obrigado a adquirir a energia produzida pelos produ-
d) A gestão técnica global do sistema eléctrico de
tores não vinculados ao serviço público até ao limite
cada uma das ilhas, nos termos do artigo 4.o
fixado pela autoridade de regulação e planificação do
sector energético e homologado pelo membro do
2 — A concessão envolve a construção e exploração
Governo Regional com competência na área da energia.
dos bens afectos ao transporte e distribuição de energia
2 — O limite a que se refere o número anterior é
eléctrica, nomeadamente:
fixado, por ilha, tendo em conta as condições técnicas
de cada sistema eléctrico e as opções de política ener- a) Linhas, subestações, postos de seccionamento
gética constantes do plano energético da Região Autó- e instalações conexas;
noma dos Açores. b) Instalações afectas ao despacho;
3 — Para efeitos do disposto no n.o l, o concessionário c) Instalações de telecomunicações, telemedida e
do transporte e distribuição deve introduzir no diagrama telecomando afectas ao transporte e distribuição
de cargas a energia fornecida pelos produtores não vin- e à coordenação do sistema electroprodutor;
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d) Postos de transformação, ramais, instalações de CAPÍTULO IV


iluminação pública, aparelhos e acessórios co-
nexos. Regime económico

3 — São ainda afectos à concessão: Artigo 22.o


a) Os imóveis pertencentes ao concessionário em Concorrência na produção
que se implantem os bens referidos no número 1 — A actividade de produção de energia eléctrica
anterior, assim como as servidões constituídas; é exercida em regime de concorrência, devendo o con-
b) Outros bens móveis ou imóveis necessários ao cessionário do transporte e distribuição adquirir a ener-
desempenho das actividades objecto da con- gia necessária ao serviço público aos produtores, quer
cessão; vinculados quer não vinculados ao serviço público, em
c) As relações jurídicas directamente relacionadas condições não discriminatórias.
com a concessão, nomeadamente laborais, de 2 — O princípio da concorrência não prejudica:
empreitada, de locação, de prestação de ser-
viços, de recepção e de entrega de energia a) A obrigação de pagamento ao produtor vincu-
eléctrica. lado ao serviço público, pelo concessionário do
transporte e distribuição, da componente fixa
Artigo 18.o do preço previsto no contrato de fornecimento
de energia, nos termos do n.o 2 do artigo 8.o;
Subconcessão b) A obrigação de aquisição ao produtor não vin-
1 — O concessionário pode ser autorizado a subcon- culado ao serviço público, prevista no artigo 12.o;
ceder parcialmente, por áreas geográficas, bem como c) A impossibilidade de aquisição por razões téc-
por actividades, o objecto da concessão, nos termos do nicas.
regime jurídico do transporte e distribuição de energia
Artigo 23.o
eléctrica e do contrato de concessão.
2 — A subconcessão está sujeita a autorização do Regime de preços da produção vinculada
membro do Governo Regional com competência na área O preço máximo de venda do produtor vinculado ao
da energia. serviço público é o que resultar do procedimento por
Artigo 19.o negociação a que se refere o artigo 7.o e do contrato
de fornecimento de energia eléctrica celebrado com o
Obrigação de fornecimento concessionário do transporte e distribuição.
1 — O concessionário do transporte e distribuição é
obrigado a fornecer energia eléctrica aos clientes que Artigo 24.o
lha requisitarem nas condições previstas no regime jurí-
Regime de preços da produção não vinculada
dico do transporte e distribuição de energia eléctrica,
nos respectivos regulamentos e no contrato de con- 1 — A venda de energia eléctrica, pelo produtor não
cessão. vinculado ao serviço público, ao concessionário do trans-
2 — O fornecimento, salvo casos fortuitos ou de força porte e distribuição, até ao limite da garantia de venda
maior, só pode ser interrompido por razões de interesse prevista no artigo 12.o, está sujeita ao regime de preços
público, de serviço ou de segurança ou por facto impu- máximos, calculados nos termos do diploma a que se
tável ao cliente ou a terceiros. refere o artigo 15.o e do contrato de fornecimento de
energia.
2 — No caso de a capacidade de produção não vin-
Artigo 20.o culada ao serviço público ser superior ao limite da obri-
Acesso à rede gação de aquisição pelo concessionário do transporte
e distribuição, a venda é feita em regime de concor-
Os interessados têm o direito de acesso às redes do rência, nos termos do artigo 22.o
concessionário do transporte e distribuição, mediante
remuneração, para trânsito de energia para consumo
próprio ou para venda directa a clientes que consumam Artigo 25.o
anualmente uma quantidade mínima de energia, desde Exclusivo no transporte e distribuição
que haja capacidade disponível, sem afectar os níveis
regulamentares de qualidade de serviço e de segurança As actividades de transporte e distribuição de energia
de abastecimento, nas condições previstas nos diplomas eléctrica são exercidas em regime de exclusivo, pelo con-
a que se refere o artigo seguinte. cessionário, sem prejuízo do direito de acesso às redes
previsto no artigo 20.o
Artigo 21.o Artigo 26.o
Legislação complementar Regime de preços do transporte e distribuição

1 — O desenvolvimento do regime jurídico do trans- 1 — Para efeitos de acesso dos interessados às redes
porte e distribuição de energia eléctrica consta de do concessionário do transporte e distribuição, o preço
decreto legislativo regional. do trânsito de energia é fixado por acordo entre este
2 — As bases da concessão do transporte e distri- e a autoridade de regulação e planificação do sector
buição de energia eléctrica são aprovadas por decreto energético, sujeito a homologação pelo membro do
regulamentar regional. Governo Regional com competência na área da energia.
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2 — Na falta de acordo, o preço é fixado pelo membro Artigo 30.o


do Governo Regional com competência na área da ener- Estrutura
gia, ouvida a autoridade de regulação e planificação
do sector energético e o concessionário do transporte 1 — A autoridade de regulação e planificação do sec-
e distribuição. tor energético tem os seguintes órgãos:
Artigo 27.o a) Órgão executivo;
Regimes de preços de venda ao público b) Órgão consultivo.

1 — O tarifário da energia eléctrica fornecida aos 2 — O órgão executivo é constituído por represen-
clientes finais em regime de serviço público é uniforme tantes da administração regional com competência em
em todo o território da Região Autónoma dos Açores. matéria de energia e por um representante dos ope-
2 — O tarifário é fixado por acordo entre a autoridade radores privados do sector, se os houver.
de regulação e planificação do sector energético e o 3 — O órgão consultivo é constituído por represen-
concessionário do transporte e distribuição. tantes dos serviços da administração regional com com-
3 — Na falta de acordo, o tarifário é fixado pelo mem- petência nas áreas das finanças, do ambiente, dos recur-
bro do Governo Regional com competência na área sos naturais utilizados na produção de energia eléctrica
da energia, ouvida a autoridade de regulação e plani- e do ordenamento do território, por representantes dos
ficação do sector energético e o concessionário do trans- operadores do sector e por representantes dos consu-
porte e distribuição. midores, quer das empresas quer dos domésticos.
4 — Fora do serviço público, o preço de venda aos
clientes finais é livre.
Artigo 31.o
Competências
CAPÍTULO V
As competências e a designação dos órgãos da auto-
Autoridade de regulação e planificação
ridade de regulação e planificação do sector energético
do sector energético
constam do estatuto desta.
Artigo 28.o
Criação Artigo 32.o
É criada, no âmbito do departamento do Governo Dever de colaboração
Regional com competência na área da energia, a auto- Os operadores do sector energético têm o dever de
ridade de regulação e planificação do sector energético. colaborar com a autoridade de regulação e planificação
do sector energético, prestando todas as informações
Artigo 29.o e esclarecimentos necessários ao exercício das suas
Atribuições competências.

A autoridade de regulação e planificação do sector Artigo 33.o


energético tem as seguintes atribuições, para além das Apoio administrativo
definidas no respectivo estatuto:
O apoio técnico e administrativo à autoridade de
a) Criar condições para o regular abastecimento regulação e planificação do sector energético é prestado
público em produtos energéticos; pelo departamento do Governo Regional com compe-
b) Regular as relações entre os diferentes opera- tência na área da energia.
dores do sistema eléctrico da Região Autónoma
dos Açores, assegurando a não discriminação,
a transparência e o equilíbrio económico-finan- Artigo 34.o
ceiro, no âmbito de uma gestão adequada e Estatuto
eficiente;
c) Fixar, por acordo com os operadores, os preços O estatuto da autoridade de regulação e planificação
a praticar no sector eléctrico, bem como os sis- do sector energético constará de decreto regulamentar
temas tarifários, nos termos do n.o 1 do regional.
artigo 26.o e do n.o 2 do artigo 27.o;
d) Emitir parecer sobre os preços dos restantes CAPÍTULO VI
produtos energéticos;
e) Elaborar o plano energético da Região Autó- Disposições finais e transitórias
noma dos Açores;
f) Elaborar os planos de expansão dos sistemas Artigo 35.o
electroprodutores; Atribuição directa da concessão do transporte e distribuição
g) Promover a protecção dos interesses dos con-
sumidores de produtos energéticos em relação A concessão do transporte e distribuição de energia
a preços e qualidade do abastecimento; eléctrica é atribuída directamente à Empresa de Elec-
h) Fomentar a concorrência no sector; tricidade dos Açores (EDA), E. P., correspondendo a
i) Aplicar coimas e sanções acessórias no âmbito área da concessão ao território da Região Autónoma
do sector da energia, nos termos da lei; dos Açores, sem prejuízo de à área da concessão poder
j) Exercer as demais competências previstas no vir a ser subdividida, nos termos do diploma previsto
presente diploma e legislação complementar. no n.o 1 do artigo 21.o
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Artigo 36.o o fim do período da hora de Verão no último domingo


Centros electroprodutores existentes
de Setembro, de acordo com o disposto na citada direc-
tiva, para o ano de 1995, e na Sexta Directiva
1 — O diploma a que se refere o artigo 10.o indica n.o 92/20/CEE, do Conselho, de 26 de Março de 1992,
os centros electroprodutores existentes que ficarão vin- para os anos anteriores, e em coincidência com o regime
culados ao serviço público. então vigente para o território do continente.
2 — No caso de centros electroprodutores proprie- Por conseguinte, o presente diploma visa transpor
dade do concessionário do transporte e distribuição, a Sétima Directiva n.o 94/21/CE, do Parlamento Euro-
quer vinculados quer não vinculados ao serviço público, peu e do Conselho, de 30 de Maio de 1994, alterando
o contrato de fornecimento de energia eléctrica é sub- a data do fim do período da hora de Verão nos Açores,
stituído pelo cálculo do preço da energia fornecida, de de modo que este período fique compreendido entre
acordo com o sistema legalmente previsto, sujeito a a 1 hora UTC do último domingo de Março e a 1 hora
aprovação da autoridade de regulação e planificação UTC do último domingo de Outubro seguinte.
do sector energético. Assim, a Assembleia Legislativa Regional dos Açores
3 — Na gestão de cargas, o concessionário do trans- decreta, nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 229.o
porte e distribuição está obrigado a operar os centros da Constituição e da alínea c) do n.o 1 do artigo 32.o
electroprodutores de que seja titular em condições de do Estatuto Político-Administrativo, o seguinte:
igualdade e não discriminação em relação aos dos res-
tantes produtores, de acordo com os princípios previstos Artigo 1.o
no presente diploma e legislação complementar.
Hora legal

A hora legal dos Açores coincide com o tempo uni-


Artigo 37.o
versal coordenado (UTC) diminuído de sessenta minu-
Revogação tos no período compreendido entre a 1 hora UTC do
último domingo de Outubro e a 1 hora UTC do último
São revogados os artigos 3.o do Decreto Regional domingo de Março seguinte (período da hora de
n. 16/80/A, de 21 de Agosto, e 2.o e 3.o, n.o 1, do Decreto
o
Inverno) e coincide com o tempo universal coordenado
Regulamentar Regional n.o 34/81/A, de 18 de Julho. no período compreendido entre a 1 hora UTC do último
domingo de Março e a 1 hora UTC do último domingo
Aprovado pela Assembleia Legislativa Regional de Outubro seguinte (período da hora de Verão).
dos Açores, na Horta, em 22 de Maio de 1996.
O Presidente da Assembleia Legislativa Regional, Artigo 2.o
Humberto Trindade Borges de Melo.
Mudança de hora
Assinado em Angra do Heroísmo em 25 de As mudanças de hora efectuar-se-ão adiantando os
Junho de 1996. relógios sessenta minutos à 1 hora UTC (0 horas do
Publique-se. tempo legal) do último domingo de Março e atrasan-
do-os sessenta minutos à 1 hora UTC (1 hora do tempo
O Ministro da República para a Região Autónoma legal) do último domingo de Outubro seguinte.
dos Açores, Mário Fernando de Campos Pinto.
Artigo 3.o
Decreto Legislativo Regional n.o 16/96/A Revogação
Regime da hora legal nos Açores É revogado o Decreto Legislativo Regional n.o 9/93/A,
o
A Sétima Directiva n. 94/21/CE, do Parlamento de 15 de Julho.
Europeu e do Conselho, de 30 de Maio de 1994, res-
peitante às disposições relativas à hora de Verão, esta- Aprovado pela Assembleia Legislativa Regional
belece que em cada Estado membro o período da hora dos Açores, na Horta, em 22 de Maio de 1996.
de Verão termina, nos anos de 1996 e 1997, no último O Presidente da Assembleia Legislativa Regional,
domingo de Outubro. O regime comum aplicável a partir Humberto Trindade Borges de Melo.
de 1998 será adoptado posteriormente.
Por outro lado, o Decreto-Lei n.o 17/96, de 8 de Assinado em Angra do Heroísmo em 26 de
Março, com o novo regime da hora legal em Portugal Junho de 1996.
continental, estabelece que o período da hora de Verão
passa a terminar no último domingo de Outubro. Publique-se.
O Decreto Legislativo Regional n.o 9/93/A, de 15 de O Ministro da República para a Região Autónoma
Julho, sobre o regime da hora legal nos Açores, fixa dos Açores, Mário Fernando de Campos Pinto.

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