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declaração devidamente especificada, em 30 de Maio topo das carreiras de regime especial que, independen-
de 1996, o instrumento de adesão ao Tratado de Coo- temente da respectiva designação, tenha um desenvol-
peração em Matéria de Patentes (PCT), concluído em vimento indiciário igual ao da categoria de assessor
Washington a 19 de Junho de 1970. principal.
O referido Tratado entrará em vigor, para o Governo Artigo 2.o
de Santa Lúcia, a 30 de Agosto de 1996.
Transitam para o 5.o escalão da categoria de assessor
Direcção-Geral dos Assuntos Multilaterais, 9 de Julho principal e para os 5.o e 6.o escalões da categoria de
de 1996. — O Subdirector-Geral, António Monteiro chefe de secção os funcionários que contem, respec-
Portugal. tivamente, mais de três ou mais de três e mais de
seis anos no 4.o escalão da sua categoria.
Aviso n.o 225/96
Por ordem superior se faz público que, segundo comu- Artigo 3.o
nicação da Organização Mundial da Propriedade Inte- A transição a que se refere o artigo anterior produz
lectual, o Governo da Colômbia depositou, em 3 de efeitos a partir de 1 de Janeiro de 1996 relativamente
Junho de 1996, o instrumento de adesão à Convenção ao 5.o escalão das categorias de assessor principal e de
de Paris para a Protecção da Propriedade Industrial chefe de secção e a partir de 1 de Janeiro de 1997
de 20 de Março de 1883, revista em Estocolmo a 14 no tocante ao 6.o escalão desta última categoria.
de Julho de 1967 e modificada em 28 de Setembro de
1979. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20
A Convenção de Paris, revista, entrará em vigor para de Junho de 1996. — António Manuel de Oliveira Guter-
a Colômbia em 3 de Setembro de 1996. res — António Luciano Pacheco de Sousa
Franco — Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho.
Direcção-Geral dos Assuntos Multilaterais, 9 de Julho
de 1996. — O Subdirector-Geral, António Monteiro Promulgado em 12 de Julho de 1996.
Portugal.
Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
Referendado, em 12 de Julho de 1996.
Decreto-Lei n.o 109/96
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
de 1 de Agosto Guterres.
A importância que os quadros técnicos superiores MAPA I
assumem no contexto da Administração Pública, quer
pela natureza das funções que lhes estão cometidas quer Escalões
pela influência que exercem na permanente renovação Categorias
da Administração em geral, justifica a alteração do res- 1 2 3 4 5
pectivo desenvolvimento indiciário, mediante o acrés-
cimo de novo escalão. Assessor principal 700 720 760 820 880
Outra situação carecedora de revisão é a dos chefes
de secção, considerando o escasso número de posições
em que se desenvolve a escala salarial da categoria, o MAPA II
complexo de responsabilidades funcionais que lhes estão
cometidas e a expressiva diferença de valores entre o Escalões
índice correspondente ao seu actual escalão e aquele Categorias
que está fixado para o primeiro dos escalões da categoria 1 2 3 4 5 6
de chefe de repartição.
Com o presente diploma, o Governo dá cumprimento
Chefe de secção 300 310 330 350 370 400
ao acordo salarial para 1996 e compromissos de médio
e longo prazos firmados com as associações sindicais.
O presente diploma foi, no termos legais, antecedido
de audição das organizações sindicais.
Assim: REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido
pelo Decreto-Lei n.o 184/89, de 2 de Junho, e nos termos Assembleia Legislativa Regional
da alínea c) do n.o 1 do artigo 201.o da Constituição,
o Governo decreta o seguinte:
Decreto Legislativo Regional n.o 15/96/A
Artigo 1.o Princípios da organização do sector eléctrico e do regime jurídico
da produção, transporte e distribuição de energia eléctrica na
1 — As escalas salariais das categorias de assessor Região Autónoma dos Açores
principal e de chefe de secção, constantes dos anexos
n.os 1 e 2 ao Decreto-Lei n.o 353-A/89, de 16 de Outubro, Nos países da União Europeia, os governos, de um
são alteradas de acordo com os mapas I e II anexos modo geral, têm definido e posto em prática políticas
ao presente diploma, do qual fazem parte integrante. para o sector eléctrico visando criar uma completa trans-
2 — A escala salarial constante do mapa I anexo ao parência nas actividades de produção, transporte, dis-
presente diploma é também aplicável à categoria de tribuição e serviço a clientes, fomentar a competição,
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quer pela entrada de novos produtores quer pela inter- ordem técnica perfeitamente transparentes e aplicadas
ligação a outros sistemas, incentivar o investimento pri- com respeito pela igualdade. Como forma de incentivo,
vado no sector e dar aos clientes a possibilidade de foi estabelecida, a favor destes produtores, uma garantia
escolha do fornecedor. de venda de energia até certos limites, a fixar por ilha.
Em Portugal continental, o sector eléctrico foi As funções de transporte e distribuição de energia
objecto, recentemente, de uma nova fase da reestru- eléctrica serão exercidas em regime de concessão. De
turação a que tem sido submetido, em consonância com entre as regras a que ficará sujeita a concessão, é de
as referidas tendências europeias, mas apresentando salientar, pela sua novidade, a da obrigação de permitir
soluções inovadoras. o acesso de terceiros à rede, mediante remuneração,
Na Região Autónoma dos Açores, a criação da para comercialização de energia eléctrica.
Empresa de Electricidade dos Açores (EDA), E. P., O novo modelo de organização do sector obriga a
pelo Decreto Regional n.o 16/80/A, de 21 de Agosto, criar mecanismos de regulação entre os diferentes ope-
originou uma profunda reestruturação do sector eléc- radores e obriga ainda à planificação da expansão do
trico. sistema electroprodutor por entidade independente.
Pretendia-se que o sector fosse encarado não só sob Para o efeito, é criada a autoridade de regulação e pla-
a óptica da electrificação rural, como até então em nificação do sector energético, com competências não
grande parte acontecia, mas também na sua função da só em relação ao subsector eléctrico como em relação
satisfação das crescentes necessidades da indústria e dos ao sector energético em geral, atendendo às recíprocas
serviços. As câmaras municipais e federações de muni- implicações das decisões, nomeadamente de planea-
cípios que exerciam esta actividade em algumas das ilhas mento e de política de preços, tomadas em cada um
encontravam-se incapacitadas de assegurar os défices dos subsectores.
de exploração e de executar e assumir os encargos com Com a reorganização agora iniciada passa-se de uma
os investimentos necessários à expansão dos sistemas fase em que a intervenção pública no sector eléctrico
eléctricos. era feita sobretudo por via da detenção do capital na
Na altura da criação da EDA, E. P., a organização EDA, E. P., enquanto principal operador do sector, para
do sector estava submetida a um importante condicio- uma nova fase, em que a intervenção pública deverá
nalismo, que era o de este estar, por lei, vedado à ini- passar a ser feita, fundamentalmente, através de ins-
ciativa privada. trumentos de planeamento, de regulação e de fisca-
Hoje, a realidade é bem diferente: o sector deixou lização.
de estar vedado às empresas privadas e entidades da A concretização da reestruturação do sector eléctrico
mesma natureza e está assegurado o fornecimento de terá de ser gradual, por forma a assegurar o regular
energia a todos os interessados. As preocupações estão abastecimento público e a permitir a adopção de solu-
sobretudo viradas para a melhoria da qualidade do ser- ções sustentáveis. A implementação gradual da rees-
viço e da situação económico-financeira. truturação permitirá também efectuar os ajustamentos
O sector eléctrico é caracterizado, na Região Autó- que eventualmente se mostrem necessários.
noma dos Açores, pela existência de nove pequenos sis- Assim, a Assembleia Legislativa Regional dos Açores
temas fisicamente independentes, sem viabilidade de decreta, nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 229.o
interligação entre si ou com a rede europeia. A pequena da Constituição da República e da alínea c) do n.o 1
dimensão dos mercados impede a utilização de tecno- do artigo 32.o do Estatuto Político-Administrativo, o
logias mais rentáveis. Verifica-se ainda a inviabilidade seguinte:
do recurso a algumas fontes como o carvão ou o gás
natural e, simultaneamente, uma elevada dependência CAPÍTULO I
de produtos petrolíferos, acrescida dos sobrecustos do
aprovisionamento. Disposições gerais
Tendo em conta os princípios subjacentes às referidas
experiências de reestruturação, mas introduzindo as Artigo 1.o
adaptações decorrentes das características próprias do Objecto
sector eléctrico dos Açores, o presente diploma esta-
belece as bases da organização do sector eléctrico e O presente decreto legislativo regional estabelece os
do regime jurídico da produção, transporte e distribui- princípios da organização do sector eléctrico e do regime
ção de energia eléctrica na Região Autónoma dos jurídico da produção, transporte e distribuição de ener-
Açores. gia eléctrica na Região Autónoma dos Açores.
Subjacentes a esta nova organização estão dois gran-
des objectivos: melhorar a eficiência e captar novos capi-
Artigo 2.o
tais para o sector.
De acordo com o regime agora criado, o sistema eléc- Princípios
trico da Região Autónoma dos Açores integra a pro-
1 — O exercício das actividades de produção, trans-
dução vinculada ao serviço público, em que o acesso
porte e distribuição de energia eléctrica rege-se pelos
à actividade será feito mediante um procedimento por
seguintes princípios:
negociação com operadores interessados, de acordo com
as directrizes do plano de expansão do sistema elec- a) Igualdade entre os operadores do sector;
troprodutor. b) Igualdade entre os consumidores;
Prevê-se também a existência de produtores não vin- c) Garantia de um sistema eléctrico sustentável;
culados ao serviço público. O acesso a esta actividade d) Aproveitamento dos recursos energéticos endó-
depende apenas de licença. Estes operadores exercerão genos economicamente viáveis e tecnologica-
a sua actividade em regime de mercado, sujeitos apenas mente acessíveis;
a orientações de política energética e a restrições de e) Promoção da utilização racional da energia.
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d) O preço, a facturação, os prazos de pagamento culados, até ao limite da obrigação de aquisição, com
e as consequências da mora no pagamento; preferência em relação à energia fornecida pelos pro-
e) As inspecções; dutores vinculados ao serviço público.
f) A suspensão da recepção de energia por razões
de segurança ou em função das necessidades Artigo 13.o
do consumo;
g) A responsabilidade por danos causados na ins- Contrato de fornecimento de energia
talação de produção ou na rede. O produtor celebra com o concessionário do trans-
porte e distribuição um contrato de fornecimento de
2 — O preço da energia fornecida resulta da aplicação energia não vinculado ao serviço público, tendo por
de um sistema misto, com uma componente fixa, que objecto as matérias referidas no n.o 1 do artigo 8.o
remunera os encargos com a potência disponível, e uma
componente variável, que remunera os encargos variá-
veis de produção de energia. Artigo 14.o
3 — O contrato de fornecimento de energia está Licença
sujeito a aprovação da autoridade de regulação e pla-
nificação do sector energético. 1 — A atribuição de licença de produção de energia
eléctrica não vinculada ao serviço público é feita após
a celebração do contrato de fornecimento de energia
Artigo 9.o a que se refere o artigo anterior.
Licença 2 — A atribuição da licença compete ao membro do
Governo Regional com competência na área da energia.
1 — A atribuição da licença de produção de energia 3 — A licença pode ser transmitida mediante auto-
vinculada ao serviço público é feita após a celebração rização do mesmo membro do Governo Regional.
do contrato de fornecimento de energia a que se refere 4 — A licença extingue-se por caducidade e por
o artigo anterior. revogação.
2 — A atribuição da licença compete ao membro do
Governo Regional com competência na área da energia. Artigo 15.o
3 — A licença pode ser transmitida mediante auto- Legislação complementar
rização do mesmo membro do Governo Regional.
4 — A licença extingue-se por caducidade e por O desenvolvimento do regime jurídico da produção
revogação. de energia eléctrica não vinculada ao serviço público
consta de decreto legislativo regional.
Artigo 10.o
Legislação complementar
CAPÍTULO III
O desenvolvimento do regime jurídico da produção
de energia eléctrica vinculada ao serviço público consta Transporte e distribuição
de decreto legislativo regional.
Artigo 16.o
Regime de concessão
SECÇÃO II
As actividades de transporte e distribuição de energia
Produção não vinculada eléctrica são exercidas em regime de concessão.
Artigo 11.o
Artigo 17.o
Acesso à actividade
Objecto e âmbito da concessão
O acesso à actividade de produção de energia eléctrica
não vinculada ao serviço público depende da atribuição 1 — A concessão do transporte e distribuição tem por
de licença. objecto:
a) A recepção da energia produzida pelos produ-
Artigo 12.o
tores vinculados e não vinculados ao serviço
Garantia de venda público;
b) O transporte da energia eléctrica;
l — O concessionário do transporte e distribuição é
c) A distribuição da energia eléctrica;
obrigado a adquirir a energia produzida pelos produ-
d) A gestão técnica global do sistema eléctrico de
tores não vinculados ao serviço público até ao limite
cada uma das ilhas, nos termos do artigo 4.o
fixado pela autoridade de regulação e planificação do
sector energético e homologado pelo membro do
2 — A concessão envolve a construção e exploração
Governo Regional com competência na área da energia.
dos bens afectos ao transporte e distribuição de energia
2 — O limite a que se refere o número anterior é
eléctrica, nomeadamente:
fixado, por ilha, tendo em conta as condições técnicas
de cada sistema eléctrico e as opções de política ener- a) Linhas, subestações, postos de seccionamento
gética constantes do plano energético da Região Autó- e instalações conexas;
noma dos Açores. b) Instalações afectas ao despacho;
3 — Para efeitos do disposto no n.o l, o concessionário c) Instalações de telecomunicações, telemedida e
do transporte e distribuição deve introduzir no diagrama telecomando afectas ao transporte e distribuição
de cargas a energia fornecida pelos produtores não vin- e à coordenação do sistema electroprodutor;
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1 — O desenvolvimento do regime jurídico do trans- 1 — Para efeitos de acesso dos interessados às redes
porte e distribuição de energia eléctrica consta de do concessionário do transporte e distribuição, o preço
decreto legislativo regional. do trânsito de energia é fixado por acordo entre este
2 — As bases da concessão do transporte e distri- e a autoridade de regulação e planificação do sector
buição de energia eléctrica são aprovadas por decreto energético, sujeito a homologação pelo membro do
regulamentar regional. Governo Regional com competência na área da energia.
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1 — O tarifário da energia eléctrica fornecida aos 2 — O órgão executivo é constituído por represen-
clientes finais em regime de serviço público é uniforme tantes da administração regional com competência em
em todo o território da Região Autónoma dos Açores. matéria de energia e por um representante dos ope-
2 — O tarifário é fixado por acordo entre a autoridade radores privados do sector, se os houver.
de regulação e planificação do sector energético e o 3 — O órgão consultivo é constituído por represen-
concessionário do transporte e distribuição. tantes dos serviços da administração regional com com-
3 — Na falta de acordo, o tarifário é fixado pelo mem- petência nas áreas das finanças, do ambiente, dos recur-
bro do Governo Regional com competência na área sos naturais utilizados na produção de energia eléctrica
da energia, ouvida a autoridade de regulação e plani- e do ordenamento do território, por representantes dos
ficação do sector energético e o concessionário do trans- operadores do sector e por representantes dos consu-
porte e distribuição. midores, quer das empresas quer dos domésticos.
4 — Fora do serviço público, o preço de venda aos
clientes finais é livre.
Artigo 31.o
Competências
CAPÍTULO V
As competências e a designação dos órgãos da auto-
Autoridade de regulação e planificação
ridade de regulação e planificação do sector energético
do sector energético
constam do estatuto desta.
Artigo 28.o
Criação Artigo 32.o
É criada, no âmbito do departamento do Governo Dever de colaboração
Regional com competência na área da energia, a auto- Os operadores do sector energético têm o dever de
ridade de regulação e planificação do sector energético. colaborar com a autoridade de regulação e planificação
do sector energético, prestando todas as informações
Artigo 29.o e esclarecimentos necessários ao exercício das suas
Atribuições competências.