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ESQUADRIAS (PORTAS E JANELAS):

A partir do momento em que o homem começou a construir seu próprio


abrigo, um dos componentes do edifício que lhe assegurou proteção contra a
penetração de intrusos, da água e ainda controle da ventilação e da iluminação
naturais, foi a esquadria.
Historicamente, a concepção da esquadria está vinculada com a própria
história da arquitetura e tanto a proteção como o controle da ventilação e
iluminação dependem dos materiais e tecnologias disponíveis, bem como da
qualidade da mão de obra e da industrialização, em cada momento.
Antigamente, os vãos para as esquadrias eram bastante limitados, em
função do ônus que tais aberturas representavam para as paredes, que tinham a
função de sustentação. Na idade média, com a utilização dos arcos portantes,
os vãos puderam ousar arrojo. Com o surgimento do vitral, introduziu-se o
elemento caixilho nas esquadrias, mormente nas janelas, e o conjunto passou a
ter significado plástico relevante na composição arquitetônica, com
particularidades de desenhos, coloridos e detalhes ligados ao clima e às tradições
culturais e artísticas das diversas regiões.
As funções precípuas das janelas são: favorecer a vista para o
exterior, regular o ar, a luz, o som e o calor necessários à vida e à higiene, bem
como proteger contra a penetração da água, de insetos e ainda do próprio ser
humano intruso.
Primeiramente, os edifícios brasileiros usavam caixilhos de madeira, dado
que a mão de obra era barata e o material abundante; através do intercâmbio
comercial, no período da pós-revolução industrial entre a Europa e o Brasil,
surgiram por aqui os primeiros caixilhos importados em aço. Em meados deste
século, com a consolidação do nosso parque industrial, são fabricados os
primeiros caixilhos nacionais em aço, então com baixa qualidade e alto custo de
manutenção, características negativas, que hoje estão superadas.
Posteriormente, o material alumínio também começou a ser utilizado nos caixilhos,
diminuindo seu peso e seu custo de manutenção; constata-se nos últimos tempos
acentuada melhoria na qualidade desses componentes, em função dos processos
e técnicas industriais empregados na sua fabricação, advindas com a
normatização brasileira para as esquadrias em alumínio. Mais recentemente,
também o material P.V.C. (Poli Cloreto de Vinila) tem sido utilizado na fabricação
de caixilhos.

PARÂMETROS E CONSIDERAÇÕES PARA OS PROJETOS DE


ESQUADRIAS:

• As janelas sempre devem comunicar o meio interno com o meio externo,


nunca devem iluminar e ventilar para o interior de outros ambientes, exceto
varandas ou outros tipos de áreas abertas.
• O desenho da esquadria deve ser adequado ao clima da região onde ela será
utilizada.
• Quanto menos os materiais absorvam e conduzam a energia térmica do sol,
menos eles propagarão essa energia para o interior dos ambientes.
• Através da esquadria, exceto em situações de interesse específico, deverá
sempre ocorrer a passagem do ar para a sua renovação mínima necessária à
manutenção da salubridade do ambiente ventilado (troca do ar viciado).

• Essa vazão deve ser controlada de forma a proporcionar o melhor conforto


ao usuário do ambiente, tanto nas ocasiões com temperaturas baixas (frio),
quanto nas ocasiões que elas sejam elevadas (calor).

• As janelas, ainda que tendo aberturas para a passagem do ar, devem ser
completamente estanques à passagem da água, principalmente nas ocasiões
das chuvas com vento. Portanto, deverão ser previstos dispositivos que
garantam a estanqueidade à água entre perfis e partes fixas ou móveis e
ainda, entre partes fixas e móveis, assim como, dreno nos perfis que compõem
as travessas inferiores, de forma a permitir que a água escorrida sobre a
esquadria se escoe, seja recolhida e lançada para o exterior da edificação. A
estanqueidade é um requisito difícil de ser atendido por uma janela, merecendo
atenção especial, uma vez que esta característica é influenciada sobremaneira
pelo projeto da fachada. Detalhes e ornamentos das fachadas dos antigos
edifícios muitas vezes orientavam o fluxo d’água que escorria sobre a mesma,
para longe das aberturas das janelas. A Arquitetura moderna aboliu estes
ornamentos, porém pode-se pensar detalhes que busquem esta função

• Aos caixilhos da esquadria poderá ser integrado dispositivo (por exemplo,


tela), que impeça a penetração de insetos e poeira.
• As janelas, caso haja necessidade, poderão ser projetadas de forma a
promover isolamento sonoro do ruído externo, adotando, por exemplo, vidros
duplos, gaxetas etc.
• A passagem de luz através das janelas, deverá proporcionar iluminação
adequada às atividades desenvolvidas pelos usuários do ambiente iluminado.
Assim, deverão ser previstos dispositivos de controle da intensidade
luminosa, como por exemplo, adoção de persianas entre vidros duplos, ou
também acréscimo de folhas externas do tipo veneziana, principalmente as
providas de paletas com movimento giratório.
• Uma vez instaladas em uma edificação, as esquadrias estarão sujeitas às
condições do meio onde instaladas, portanto os materiais que a constituem
deverão ser racionalmente escolhidos visando à manutenção de suas
propriedades mecânicas, físicas e químicas, mesmo quando expostos à chuva,
à radiação solar, à neve ou à atmosferas agressivas (maresia, e altos índices
de poluição).
• O manuseio das folhas móveis e dos dispositivos devem ser operados com o
mínimo de esforço do usuário.
• Os componentes mecânicos devem apresentar fácil acesso, tanto para
eventuais reparos, quanto para manutenções preventivas (regulagens,
lubrificações, pintura etc.).
• Todos os componentes, devem apresentar fácil acessibilidade para limpeza,
mormente os vidros , tanto pelo lado interno dos ambientes, quanto pelo
externo.
• As esquadrias, quando submetidas à ação do vento, não devem apresentar
colapso total ou parcial de quaisquer de seus componentes, deformações
permanentes, nem tampouco vibrações e ruídos que provoquem desconforto
aos ocupantes das edificações.
• Uma vez instaladas e fixadas em uma edificação, as esquadrias não devem
sofrer colapso total ou parcial de quaisquer de seus componentes, nem mesmo
ter seu funcionamento comprometido, em função dos esforços causados pela
movimentação dos componentes da edificação (ação do vento, dilatação e
contração, flexão de vigas e lajes). Neste caso devem ser criadas juntas de
movimentação convenientemente estanques.
• As esquadrias, durante sua vida útil, inúmeras vezes serão operadas com o fim
de conferir ao usuário, as melhores condições de conforto para o desempenho
das atividades a serem realizadas nos compartimentos. Sendo utilizadas com
freqüência e intermitência, naturalmente poderão produzir desgastes,
principalmente das partes móveis, e ainda condições anormais de uso, ou seja,
receber esforços desnecessários quando da manipulação de suas folhas
móveis. Por exemplo:

1 – Nas esquadrias do tipo “de correr” ou nas janelas do tipo “guilhotina”,


nas folhas móveis com puxador,
1.1 – Se por qualquer motivo físico ou mecânico, a folha travar quando de sua
abertura ou fechamento, poderá ocasionar flexão no plano da folha.
1.2 – Apoio indevido de algum utensílio doméstico (por exemplo: escada) ou do
usuário operando sua abertura ou fechamento, poderá ocasionar flexão
perpendicular ao plano da folha.
1.3 - Quando se dá o travamento de apenas um dos cantos, poderá ocasionar
deformação diagonal.

2 - Nas esquadrias cujas folhas, ao serem abertas, se afastam do Plano do


marco ou do batente.

2.1 - Se as folhas forem indevidamente usadas como suporte para pendurar


objetos, por exemplo, varal para secar roupas, poderá ocorrer arrancamento
das articulações.
2.2 - Se quando da abertura ou fechamento, por motivos físicos ou mecânicos,
apenas um de seus cantos estiver travado, poderá ocorrer torção.

ALGUNS TIPOS DE PORTAS E JANELAS

Janela tipo basculante, em alumínio e vidro

Janela tipo veneziana com folhas de correr, em alumínio e vidro


Janela com folhas de correr, em alumínio e vidro

Janela tipo veneziana com folhas pivotantes na vertical, em madeira e vidro

Janela tipo veneziana com folhas de correr, em aço e vidro


Janela com duas folhas tipo veneziana em madeira e duas folhas tipo caixilho
em madeira e vidro, todas pivotantes na vertical

Janela tipo "bay window" com folhas de correr e fixas, em madeira e vidro

Janela tipo Maxim-ar


Porta com duas folhas fixas e duas de correr, em madeira e vidro

Porta com folha cega e duas janelas, laterais, em madeira e vidro


Porta de folha pivotante na vertical, tipo veneziana, em perfis de aço dobrado
e vidro

Portas de folha pivotante na vertical com janela e grade, em perfis de aço


dobrado e vidro.

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