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Índice
Autor..........................................................................................6
Agradecimentos.........................................................................8
Introdução................................................................................10
Os negros e a escravidão..........................................................12
Historia.....................................................................................12
Escravidão no Brasil................................................................16
A Origem da Umbanda............................................................23
Omolokô..................................................................................30
A historia do Omolokô.............................................................34
A roça de Omolokô..................................................................36
O sagrado.................................................................................36
O Candomblé de Caboclo........................................................37
2
Terecó.......................................................................................39
Tambor de mina.......................................................................40
Batuque....................................................................................43
Cabula......................................................................................44
Característica ..........................................................................44
Encantaria................................................................................44
Umbanda de Jurema................................................................45
Fundamentos da Umbanda.......................................................48
Sincretismo..............................................................................49
O culto Umbandista.................................................................50
As Sessões...............................................................................53
Os médiuns...............................................................................54
Paramentos...............................................................................56
Tronqueira de Exu....................................................................59
Os Consulentes.........................................................................70
Os banhos de descargas............................................................74
O ritual do amací......................................................................76
Casamento na Umbanda..........................................................77
O batismo na Umbanda............................................................81
Obsessão..................................................................................85
Tirando o obsessor...................................................................86
As linhas da Umbanda.............................................................89
As linhas de Oxalá...................................................................89
As linhas de Exú......................................................................94
4
A linha de Ogum....................................................................105
A linha de Xangô...................................................................127
A linha de Caboclo.................................................................131
A linha do Oriente..................................................................134
Os marinheiros na Umbanda..................................................137
Os Baianos na Umbanda........................................................138
Mito de Nanã-Buruku............................................................146
Mito de Oxum........................................................................149
Mito de Oxum-Maré..............................................................154
Mito de Ifá..............................................................................157
Mito de Oxossi.......................................................................160
Mito de Oxalufã.....................................................................167
Mito de Logun-Edé................................................................172
Mito de Obá...........................................................................175
Mito de Ewá...........................................................................177
Mito de Ossanha....................................................................179
Mito de Irokô.........................................................................181
Mito de Ibeji...........................................................................183
Yami Oshorongô....................................................................189
Ajalá.......................................................................................191
Eguns......................................................................................193
Os 16 Odus.............................................................................210
Algumas orações em Yorubá..................................................217
Reflexição..............................................................................226
O que e seita, religiões, heresia e mitologia?.........................226
6
O autor
Historia
Os
castigos
corporais
são
comuns,
permitidos
por lei e
com a
permissão
da Igreja.
As
Ordenações
Filipinas
sancionam
a morte e mutilação dos negros como também o açoite.
Segundo um regimento de 1633 o castigo é realizado por
etapas: depois de bem açoitado, o senhor mandará picar o
escravo com navalha ou faca que corte bem e dar-lhe com
sal, sumo de limão e urina e o meterá alguns dias na
corrente, e sendo fêmea, será açoitada à guisa de baioneta
dentro de casa com o mesmo açoite.
Escravidão no Brasil
ORIGENS DA UMBANDA
Alguns exemplos:
Omolokô
O sagrado
Candomblé de caboclo
Terecô
Tambor de Mina
Batuque
característica
Encantaria
Umbanda de Jurema
Os fundamentos da Umbanda
Sincretismo
• O culto umbandista
Médiuns
• Paramentos
A Linha do Amor
Oxum é ativa - Oxumaré é passivo
A Linha do Conhecimento
Oxossi é ativo - Obá é passiva
A Linha da Razão
Xangô é passivo - Iansã é ativa
A Linha da Ordem
Ogum é passivo - Egunitá é ativa
A Linha da Evolução
Obaluaiê é ativo - Nanã é passiva
A Linha da Geração
Iemanjá é passiva - Omulu é ativo
•
•
•
• 58
•
• Interior de Um templo de Umbanda
•
• O interior de
um templo
de Umbanda
e da seguinte
forma na
maioria, Um
altar com
sete degraus,
simbolizando
as sete linhas
da crença, e
sempre de
frente para à rua, a área de trabalho onde as giras
acontecem, onde também os médiuns e combonos
prestam serviços ao culto, e nesse espaço e comum ter
firmezas de cada guia e Orixás, também tem tocos de
troncos de árvores que servem de assento para os
pretos velhos, nas paredes também tem algumas
ferramentas de guias, ou enfeites simbolizando as
linhas, os assentos dos consulentes separados da área
de trabalho; os atabaques, e por fim a Tronqueira que
fica geralmente do lado de fora(tronqueira e onde se
assenta Exu, lugar reservado as firmezas e oferendas
desse Orixá).
•
•
•
• 59
• Tronqueira de Exú
Candomblé Ketu
Os consulentes
O banho de descarga
O ritual do amaci
Casamento na Umbanda
O batismo em Umbanda
Obsessão
Tirando o obsessor.
Linhas de Oxalá
A Umbanda
com á
Quimbanda.
Existe um
ditado que
Umbanda
sem Exú
não se pode
fazer nada.
Mais qual o
papel do
Exu na
Umbanda?
Essas
entidades
que para muitos são Demônios, para outros, são
compadres, e outros espíritos de classe baixa, na Umbanda
tem um papel importante no sincretismo, e dada á eles a
missão de proteger e guardar á entrada dos terreiros, Exu
também tem o papel de limpar e levar quínzilas para
longe, mais Exú também tem coroa, e é erradamente
confundido com o Diabo cristão. Com a chegada dos
primeiros africanos, os padres viam á religião dos negros
como uma ameaça, pois a única coisa que ainda unia
várias etnias que muitas vezes eram inimigos na Africa era
sua crença, como o Orixá Exu, tinha um rito diferente dos
outros orixás, o branco vez com que essa entidade se
transformasse em Demônio, e é por isso que hoje e
95
comum, as imagens de Exú ter feições demoníacas, com
chifres e rabo.
Existem vários
mistérios sobre o
assunto Umbanda;
por exemplo, quem
são realmente os
Exus? São orixás,
guias, espíritos ou
demônios? Essa
parte teológica de
nossa religião, nos
leva a pensar no
assunto. Outro
problema, e que
nossa religião não
tem um livro sagrado como a Bíblia, Alcorão, Thorá etc.
Então como estudar a teologia Umbandista? Simples,
nossa crença e um sincretismo, e sendo assim, existem
varias misturas de crenças nela, para entendermos as
origens, temos que conhecer os fundamentos das raízes de
Umbanda em todos os sentidos. Então vamos la.
Exú ou Esú
REINO DA KALUNGA
REINO DA LIRA
REINO DA PRAIA
Linha de Ogum
Ogum, segundo os
mitos, é filho de Iemanjá
com Odudua. desde
criança já era destemido,
impetuoso, arrojado e
viril, tendo se tornado
sempre, mais e mais, um
brilhante guerreiro, e
conquistado, para seu pai,
muitos reinos, não
havendo, por esta razão,
um só caminho que
Ogum não tivesse
percorrido. Nos
intervalos entre as
guerras e as conquistas,
Ogum criou os metais, a forja e as ferramentas, que
facilitaram a vida dos homens no mundo. Ele forjou a
primeira faca, a primeira ponta de lança, a primeira
106
espada, a primeira tesoura. Um irmão dedicado, diz o mito
que Ogum tinha por Oxóssi uma afeição muito especial,
defendendo-o várias vezes de seus inimigos e passando
mesmo a morar fora de casa com Oxóssi, quando este foi
expulso de casa por Iemanjá. Diz ainda o mito que foi
Ogum quem ensinou Oxóssi a defender-se, a caçar e a
abrir seus próprios caminhos nas matas onde reina. Ogum
teve muitas mulheres, a principal delas foi Iansã, guerreira
como ele. Tendo sido roubada por Xangô, Ogum passou a
viver sozinho, dedicando-se à guerra e à metalurgia.
Na Umbanda,
Ogum é um dos
orixás mais
importantes e
responde por toda
uma Linha de
espíritos. Seus
caboclos são
invocados por
aqueles que
necessitam de
ajuda mística em
alguma disputa ou
demanda judicial.
É o guerreiro,
general destemido
e estrategista,
desbravador e
protetor dos
desamparados,
além de ser o
ferreiro dos orixás,
senhor das armas e
dono das estradas.
Irreverente e
valente, traz na espada tudo o que busca. As cores de suas
109
guias variam conforme a região e influências do
candomblé ou do batuque. Na Bahia azul-marinho ou
verde, no Rio Grande do Sul, são verde, vermelho, branco
(e em alguns terreiros estas associadas ao preto sendo que
no caso de Ogum Beira-mar, verde, vermelha, branca e
azul claro). A grande parte dos umbandistas de vários
estados brasileiros, inclusive dos citados acima, utiliza a
cor vermelha para guias e velas dedicadas a este orixá.
Sua bebida energética é a cerveja branca.
Eles representam a
força, a resignação, a
sabedoria, o amor e a
caridade. São um ponto
de referência para todos
aqueles que necessitam:
curam, ensinam,
educam pessoas e
espíritos sem luz.
Eles representam a
humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações,
113
atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.
Quando falamos na
linha das crianças,
estamos falando de
uma das linhas mais
próximas do Divino
Incriado.
2. Falange de Doum
3. Falange de Alabá
120
4. Falange de Dansu
5. Falange de Sansu
6. Falange de Damião
A linha das
águas tem
como patrona
Yemanjá, que
simboliza á
mãe, essa
linha tem
como
entidades
caboclos,
122
marinheiros, Exus, sereias etc. As entidades que trabalham
na linhas das águas gostam de trabalhar nas mediações
que tenham água salgada e doce, como cachoeiras, rios,
mar, riachos.
Qual é o porquê disto?
126
Linha de Xangô
Xangô, em seu
aspecto de orixá, é
filho de Oraniã, tem
Iamassé (Iyá Masé)
como mãe e é
marido de Oiá,
Oxum e Obá. Viril e
potente, violento e
justiceiro, castiga os
mentirosos, os
ladrões e os
malfeitores. Por este
motivo, a morte pelo
raio, arma de Xangô,
é considerada
infamante e uma casa atingida por um raio é uma casa
marcada pela cólera de Xangô. O proprietário deve pagar
pesadas multas ao sacerdotes do Orixá que vêm procurar,
nos escombros, os ẹdùn àrá (pedras de raio) lançados por
Xangô e profundamente enterradas no local onde o solo
foi atingido. Essas "pedras de raio", na realidade
machados neolíticos, são postas sobre um pilão de
madeira esculpido, o odó, consagrado a Xangô. Tais
128
pedras são consideradas emanações de Xangô e contém o
seu axé - o seu poder. O sangue dos animais sacrificados é
derramado, em parte, sobre suas pedras de raio para
manter-lhe a força e a potência.
Linha de Caboclo
132
Dia: Quinta-feira
Metal: Da vibração originária.*
Cor:Verde, vermelha e branca.
Partes do corpo: Não tem área específica.
Comida: milho e amendoim cozidos e passados no mel,
servido com folhas pequenas de saião, que servem como
"colher" e que também devem ser ingeridas.
Pedra: Quartzo verde.
Folhas: Cipó Cabeludo, Cipó Caboclo, Eucalipto, Guiné
Caboclo, Guiné Pipi, Samambaia.
Domínios: Vigor, pujança, energia.
CABOCLOS DE XANGÔ
CABOCLOS DE OXOSSI
Arruda, Aimoré, Arapuí, Boiadeiro, Caboclo da Lua,
Caçador, Flecheiro, Folha Verde, Guarani, Japiassú,
Javarí, Paraguassu, Mata Virgem, Pena Azul, Pena Branca,
Pena Verde, Pena Dourada, Rei da Mata, Rompe Folha,
Sete Flechas, Serra Azul, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara,
Ubá, Sete Encruzilhadas, Junco Verde, Tapuia, etc.
CABOCLOS DE OMOLU
CABOCLAS DE IANSÃ
CABOCLAS DE IEMANJÁ
CABOCLAS DE NANÃ
Linha do Oriente
137
5. Legião dos Egipcianos, Astecas, Mongóis e Esquimós,
Incas e outras raças antigas - Chefiadas por Inhoarairi,
Imperador Inca antes de Cristo
Os marinheiros na Umbanda
Marinheiro na Umbanda
são entidades geralmente
associadas aos marujos,
que em vida
empreendiam viagens
pelos mares, enfrentando
toda sorte de infortúnios.
Baianos na Umbanda
Baianos são
uma linha de
trabalhadores de
Umbanda
pertencentes à
chamada Linha
das Almas, a
mesma dos
Pretos-Velhos /
Pretas-Velhas.
Suas giras são
encontradas
sobretudo em
São Paulo. A
correspondência
no Rio de
Janeiro é com a
linha dos
Malandros, cujo
maior
representante é
Zé Pelintra. Outras linhas trabalham na gira dos baianos
139
como por exemplo: Boiadeiros, Marinheiros e em alguns
terreiros os Mineiros. Hoje essa linha e bem respeitada,
mais ainda existe muitos mistérios nela, alguns baianos se
dizem que são da Bahia, e muitos deles eram ex-escravos
e com isso filhos de santo ou Babas, são entidades que
possuem muita sabedoria e são grandes feiticeiros,
conhecem a fundo os segredos dos Orixás e como cultuar
os mesmos. O temperamento dos baianos na maioria das
vezes e explosivos e falam alto, e com isso os consulentes
tem receios de consultar esses mestres do segredo
140
Mito de Obaluaê(Omulu,Xapanã)
Obaluaiê,
Obaluaê,
Abaluaiê
(de
Ọbalúayé,
"rei dono da
terra", em
iorubá),
Omolu
(Ọmọlu,
"filho do
senhor",
idem) e
Xapanã
(Ṣànpònná)
são os
nomes
dados ao
orixá da
varíola e das
doenças
contagiosas,
tanto para enviá-las quanto para curá-las. Ora são
considerados nomes diferentes do mesmo orixá, ora se
142
reconhece pelo menos dois: Obaluaiê, mais velho,
sincretizado na Bahia com São Roque e Omolu, jovem,
sincretizado com São Lázaro.
Mitos de Obaluaiê/Omolu
147
Mitos de Nanã
Buruku
Nanã é um
orixá feminino
de origem
daomeana, adotada da África que representa o dogbê
(vida) e a doku (morte). Ela acolhe em seu ventre os
ghedes (mortos) e os prepara para o leko (renascimento).
Essa dualidade é representada por Nanã que personifica os
pântanos. É neles que a mistura da água (vida) e da terra
(morte), formando a lama, existe um portal entre as
dimensões dos vivos e dos mortos. O pântano ou a lama,
foi o local escolhido por Nanã para ser sua residência.
Entretanto, para haver barro ou lama, tem que haver
chuva, Nanã passou também a reger a chuva.
Mito de Oxum
OXUM
153
Os Orixás convidaram Oxum para participar de seus
trabalhos e reuniões, e depois de muita insistência, Oxum
resolve aceitar. Imediatamente as mulheres tornaram-se
fecundas e todos os empreendimentos e projetos
obtiveram resultados positivos. Oxum é chamada Iyalodê
(Iyáláòde), título conferido à pessoa que ocupa o lugar
mais importante entre as mulheres da cidade.
Mito de Yansã(Oyá)
Diz o mito, também , que Iansã era tão linda que, para
fugir ao assédio masculino vestia-se com uma pele de
búfalo, e saía para a guerra. Que era amiga tão leal que foi
ela a primeira a realizar uma cerimonia de
encaminhamento da alma de um amigo caçador ao orum
(céu). Iansã não parava jamais.
Mito
de Oxumaré
Oxumaré ou Oxumarê
(do iorubá Òṣùmàrè) é a
serpente arco-íris, de
múltiplas funções. É o
orixá da mobilidade e atividade. Uma de suas obrigações é
a de dirigir as forças que produzem o movimento. Ele é o
senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que
está sob seu controle, é enterrado, geralmente com a
placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do
recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação
dessa árvore. Ele é o símbolo da continuidade e da
permanência, ás vezes representado por uma serpente que
se enrosca e morde a própria cauda (como o Uróboro
europeu). Enrola-se em volta da terra para impedi-la de se
desagregar. Se perdesse as forças, isto seria o fim do
mundo.
156
Oxumaré é, ao mesmo tempo, macho e fêmea. Essa dupla
natureza aparece nas cores vermelha e azul que cercam o
arco-íris. Ele representa, também, a riqueza.
Mitos de Oxumaré
Mito de Ifá
164
Assim sendo, Oxalá ergueu sua mão e dela um facho de
luz atingiu Ibô, curando-o de todos os ferimentos e dando
a ele trajes azuis turquesa, cor do encantamento do novo
Orixá, Oxossi.
Na Mitologia Bantu -
Kindembu, Kitembo
mais conhecido no
Brasil como 'Tempo' -
Ligado ao tempo
cronológico e
mitológico. O Nkisi das
transformações o que guia o seu povo nômade através da
sua bandeira branca, assim todos, por longe que esteja
pode se unir ao líder, por que o mastro da sua bandeira é
tão alto que pode ser visto de qualquer lugar. O que não
deixa os caçadores perdidos (pois os Nkisis são, em sua
natureza primeira todos caçadores e guerreiros, pois assim
a aldeia e seus
165
descendentes estariam garantidos). Nzara Ndembu (gloria
ao tempo) ou Zaratempo. Ligado à ancestralidade, devido
a sua ligação com Kaviungo . Este é o menos sincretizado,
embora muitos o concebam como Irôko/Loko, da
mitologia Jeje/Nagô.
166
Mito de Oxaguiã
167
Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma
cabeça feita de inhame pilado, branca. Apesar de feliz com
sua cabeça. ela esquentava muito, e quando esquentava
Oxaguiã criava mais conflitos. E sofria muito. Foi quando
um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma
cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor era
insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a
morte lhe deu. Mas essa cabeça era dolorida e fria demais.
Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava
o tempo todo acompanhando o orixá. Foi então que Ogum
apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou
Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima
da cabeça de inhame, mas tanto apertou que as duas se
fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora
equilibrada e sem problemas.
168
Mito de Oxalufã
Seu culto da
relativamente
bem preservado
na tranqüila
cidade de Ifọn,
que se
caracteriza pela
presença de
numerosos
templos, igrejas
católicas e
protestantes e
mesquitas que
atraem, todas
elas, aos
domingos e
sextas-feiras,
grandes números
de fiéis de múltiplas formas de monoteísmos importados
do estrangeiro. Em contraste, com essa afluência, o dia da
semana iorubá consagrado a Òrìşànlá interessa atualmente
a pouca gente. Exatamente um pequeno núcleo de seis
169
sacerdotes, os Ìwèfà mẹfà (Aájẹ, Aáwa, Olúwin, Gbọgbọ,
Aláta e Ajíbódù) ligados ao culto de Òrìşà Olúfọn e uns
vinte olóyè, os dignitários portadores de títulos, que fazem
parte da corte do rei local, Ọbà Olúfọn.
Mito de Oba
178
• Símbolo: Obé
• Comida: quiabo
• Dia da semana: Quarta-feira
• Saudação: Obá xirê!
Mito de Ewa
Mito de Ossanha
Mito de Iroko
Iroko
representa o
tempo. É a
árvore
primordial. A
primeira dádiva
da terra
(Oduduwa) aos
homens. Existe
desde o
princípio dos
tempos e a tudo assistiu, a tudo
183
resistiu, a tudo resistirá.
Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra.
Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de Oduduwa, a
Terra, que através dele ensina aos homens o sentido da
vida.
É também a permanência dentro da impermanência e
impermanência na permanência. O ciclo vital, que não
muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e
generosa oferta que a natureza nos faz, desde que
saibamos reverencia-la e louvá-la. É também conhecido,
nos candomblés como "Tempo", embora esta seja uma
designação própria do rito angola. Diz o mito que no
princípio de tudo, a primeira árvore nascida, foi Iroco.
Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto
para o mal, e se divertia atirando frutos aos pés das
pessoas que passavam.
Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que
guardava nos ocos de seu tronco. Um dia, as mulheres de
uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das
Iyami. Então elas foram á Iroko e pediram fertilidade.
Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso
abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as
flores para receber os frutos. As mulheres concordaram e
prometeram muitos presentes. Uma delas, contudo, tendo
como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta
criança. Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko
e fizeram as oferendas. Menos a que prometera a criança,
pois ela amava muito o filhinho.
Iroko ficou muito zangado. E aguardou o dia em que a
criança brincava ao redor dele e a raptou. Quando a mãe
foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua
184
promessa, ameaçando matar o outro filho que lhe dera
caso ela retirasse "sua" criança dali. Então a mulher,
desesperada, procurou o babalaô, que jogando os búzios
sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira
com as feições de uma criança, banhasse com
determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo,
substituísse a criança pelo boneco. E assim ela fez. Até
hoje pode-se ver, nas gameleiras brancas o bebe de Iroko,
repousando deitado em seus galhos.
Em sua copa vivem também as Iyami Oshorongá, as ajés
(feiticeiras) da floresta.
• Numero: 11
• Símbolo: grelha (representando as direções do tempo)
• Cor: verde/marrom
• Dia da semana: Quinta-Feira
• Comida: inhame, carneiro
Mito de Ibeji
190
Quizilas: morte, assobio.
Características: alegre, otimista, brincalhão, esperto,
trabalhador, imaturo, birrento, voraz.
O que faz: ajuda a resolver problemas de crianças, dá
harmonia na família, facilita uniões.
Riscos de saúde: alergias, problemas de nariz, raquitismo,
acidente
IYAMI OSHORONGÁ
AJALÁ
Ajalá é o oleiro primordial. A parte de Oxalá responsável
pela criação física dos homens, por seu corpo, sua cabeça
193
(onde vive Ori). Ele representa o aspecto mais orgânico do
ser humano; o tipo de barro, de maior ou menor qualidade,
mais ou menos cozido (o que implica maior ou menor
numero de problemas), mais claro ou escuro. Ajalá
mistura ao barro folhas, frutas, minérios, sangues e uma
série de materiais que determinam como será aquela
pessoa, como Ori poderá agir nela. Estes ingredientes,
com o tempo perdem o axé (energia) e precisam ser, de
vez em quando, repostos, o que é feito nos rituais do
candomblé, entre eles a iniciação. Diz um dos mitos que
Ajalá foi incumbido de moldar as cabeças dos homens
com a lama do fundo dos rios e outros elementos da
natureza. Ele moldava as cabeças e as punha para assar em
seu forno.
Ajalá tinha, contudo, o hábito de embriagar-se enquanto
cozia o barro e criou muitas cabeças defeituosas,
queimando algumas e deixando outras com o barro cru. A
causa dos problemas que muitas pessoas apresentam antes
de serem iniciadas viria exatamente de um ori cru, ou
queimado, ou mal proporcionado feito durante alguma
bebedeira de Ajalá. Como os orixás não gostam de
cabeças ruins, a pessoa ficaria desprotegida, sem a energia
do orixá. Depois que Ajalá terminava de fazer os oris
(cabeças) Obatalá soprava nelas e lhes dava eni, a vida.
Ajalá é considerado avatar de Oxalá, mantendo as mesmas
características. Não é cultuado. Apenas louvado.
194
Egum
Os negros iorubanos
originários da Nigéria
trouxeram para o Brasil o
culto dos seus ancestrais
chamados Eguns ou
Egunguns. Em Itaparica
(BA), duas sociedades
perpetuam essa tradição
religiosa.
Os cultos de origem africana
chegaram ao Brasil
juntamente com os escravos.
Os iorubanos - um dos
grupos étnicos da Nigéria,
resultado de vários
agrupamentos tribais, tais como Ketu, Oyó, Ijexá, Ifan e
Ifé, de forte tradição, principalmente religiosa - nos
enriqueceram com o culto de divindades denominadas
genericamente de orixás.(1 - Por motivos gráficos e para
facilitar a leitura, os termos em língua yorubá foram
aportuguesados. Ex.: orisá = orixá.)
Esses negros iorubanos não apenas adoram e cultuam suas
divindades, mas também seus ancestrais, principalmente
os masculinos. A morte não é o ponto final da vida para o
iorubano, pois ele acredita na reencarnação (àtúnwa), ou
seja, a pessoa renasce no mesmo seio familiar ao qual
pertencia; ela revive em um dos seus descendentes. A
195
reencarnação acontece para ambos os sexos; é o fato
terrível e angustiante para eles não reencarnar.
Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Iami
Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados
individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada
de forma coletiva e representada por Iami Oxorongá,
chamada também de Iá Nlá, a grande mãe. Esta imensa
massa energética que representa o poder de ancestralidade
coletiva feminina é cultuada pelas "Sociedades Geledê",
compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas
detêm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de
Iami nas comunidades é tão grande que, nos festivais
anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral,
os homens se vestem de mulher e usam máscaras com
características femininas, dançam para acalmar a ira e
manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder
masculino e o feminino (veja a lenda sobre Odu).
Além da Sociedade Geledê, existe também na Nigéria a
Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto coletivo dos
mortos masculinos quando não individualizados. Oro é
uma divindade tal qual Iami Oxorongá, sendo considerado
o representante geral dos antepassados masculinos e
cultuado somente por homens. Tanto Iami quanto Oro são
manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e
representam a coletividade, mas o poder de Iami é maior
e, portanto, mais controlado, inclusive, pela Sociedade
Oro.
196
Outra forma, e mais importante de culto aos ancestrais
masculinos é
elaborada pelas
"Sociedades
Egungum". Estas
têm como
finalidade celebrar
ritos a homens que
foram figuras
destacadas em
suas sociedades ou
comunidades
quando vivos, para
que eles
continuem
presentes entre
seus descendentes
de forma
privilegiada,
mantendo na
morte a sua
individualidade.
Esse mortos surgem de forma visível mas camuflada, a
verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte,
denominada Egum ou Egungum. Somente os mortos do
sexo masculino fazem aparições, pois só os homens
possuem ou mantém a individualidade; às mulheres é
negado este privilégio, assim como o de participar
diretamente do culto.
Esses Eguns são cultuados de forma adequada e específica
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por sua sociedade, em locais e templos com sacerdotes
diferentes dos dos orixás. Embora todos os sistemas de
sociedade que conhecemos sejam diferentes, o conjunto
forma uma só religião: a iorubana.
No Brasil existem duas dessas sociedades de Egungum,
cujo tronco comum remonta ao tempo da escravatura: Ilê
Agboulá, a mais antiga, em Ponta de Areia, e uma mais
recente e ramificação da primeira, o Ilê Oyá, ambas em
Itaparica, Bahia (veja quadro histórico).
O Egum é a morte que volta à terra em forma espiritual e
visível aos olhos dos vivos. Ele "nasce" através de ritos
que sua comunidade elabora e pelas mãos dos Ojé
(sacerdotes) munidos de um instrumento invocatório, um
bastão chamado ixã, que, quando tocado na terra por três
vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com
que a "morte se torne vida", e o Egungum ancestral
individualizado está de novo "vivo".
Origens
De quatro em quatro dias (uma semana iorubana), Iku (a
morte) vinha à cidade de Ilê Ifé munida de um cajado (opá
iku) e matava indiscriminadamente as pessoas. Nem
mesmo os orixás podiam com Iku.
Um cidadão chamado Ameiyegum prometeu salvar as
pessoas. Para tal, confeccionou uma roupa feita com
várias tiras de pano, em diversas cores, que escondia todas
as partes do seu corpo, inclusive a própria cabeça, e fez
sacrifícios apropriados. No dia em que a Morte apareceu,
ele e seus familiares vestiram as tais roupas e se
esconderam no mercado.
Quando a Morte chegou, eles apareceram pulando,
correndo e gritando com vozes inumanas, e ela,
apavorada, fugiu deixando cair seu cajado. Desde então a
Morte deixou de atacar os habitantes de Ifé.
Os babalaôs (adivinhos e sacerdotes de Orumilá) disseram
a Ameiyegum que ele e seus familiares deveriam adorar e
cultuar os mortos por todas as gerações, lembrando como
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eles venceram a Morte.
Os 16 Odus
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você de mau humor,
Você que proteja seus filhos,
Favor me proteja,
Não deixa faltar dinheiro,
Não deixa faltar filhos,
Me dê a paz,
Eu te peço, torna minha tristeza
em alegria,
Me dê a sua forte proteção
e que me torne próspero.
Axé.
As Oferendas - Acassa, Ekuru, Acarajé, Pombos e
Galinha.
Adura Oya (na língua Yoruba)
Iyawo Obakoso,
Odo kun ko kun, ko si
eniti Oya ko le gbe lo,
Maa jeki gbe mi lo,
Maa jeki nku iku odo,
Maa jeki nku iku ina,
Iya mi borokinni,
Jowo emi nfe oro lati
Odo re,
Emi nfe alafia,
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Emi nfe ailera,
Emi nfe ilosiwaúu,
Iyawo onibon-orun, jowo
somi di oloro.
Ase.
Adura Oia (na língua Portuguesa)
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Reflexição
"Perguntaram ao Dalai-Lama:
- O que mais o surpreende na humanidade?
Ele respondeu:
- Os homens... porque perdem a saúde para juntar
dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem-se do
presente de tal forma que acabam por não viver nem o
presente nem o futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer...
... e morrem como se nunca tivessem vivido."
O que e seita, religião, heresia e mitologia?