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Simbolismo é uma tendência literária, da poesia e outras artes que surgiu na França, no final

do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época

No Brasil, dois grandes poetas destacaram-se dentro do movimento simbolista: Cruz e


Sousa, e Alphonsus de Guimaraens. No primeiro, a angústia de sua condição, reflete-se
no comentário de Manuel Bandeira: "Não há (na literatura brasileira) gritos mais
dilacerantes, suspiros mais profundos do que os seus".

São também escritores que merecem atenção: Raul de Leoni, Emiliano Perneta, Da
Costa e Silva, Dário Veloso, Arthur de Salles, Ernãni Rosas, Petion de Villar, Marcelo
Gama, Maranhão Sobrinho, Saturnino de Meireles, Pedro Kikerry, Alceu Wamosy,
Eduardo Guimarães, Gilka Machado e Onestaldo de Penafort.

Simbolismo nas artes plásticas

Oriundo do impressionismo, Paul Gauguin deixa-se influenciar pelas pinturas japonesas


que aparecem na Europa, provocando verdadeiro choque cultural - e este artista
abandona as técnicas ainda vigentes nas telas do movimento onde se iniciou, como a
perspectiva, pintando apenas em formas bidimensionais. A temática alegórica passa a
dominar, a partir de 1890. Ao artista não bastava pintar a realidade, mas demonstrar na
tela a essência sentimental dos personagens - e em Gauguin isto levou a uma busca tal
pelo primitivismo que o próprio artista abandonou a França, indo morar com os nativos
da Polinésia francesa.

Em França outros artistas, como Gustave Moreau, Odilon Redon, Maurice Denis, Paul
Sérusier e Aristide Maillol, aderem à nova estética. Na Áustria, usando de motivos
eminentemente europeus do estilo rococó, Gustav Klimt é outro que, assim como
Gauguin, torna-se conhecido e apreciado. O norueguês Edvard Munch, autor do célebre
quadro "O grito", alia-se primeiro ao simbolismo, antes de tornar-se um dos expoentes
do expressionismo.

No Brasil, o movimento simbolista influenciou a obra de pintores como Eliseu Visconti


e Rodolfo Amoedo. A tela "Recompensa de São Sebastião", de Eliseu Visconti,
medalha de ouro na Exposição Universal de Saint Louis, em 1904, é um exemplo da
influência simbolista nas artes plásticas do Brasil.

Já na literatura, o simbolismo tem início no Brasil em 1893 com a publicação de dois


livros: Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambos de Cruz e Sousa. Estende-se até o ano
de 1922, data da Semana da Arte Moderna.

O início do simbolismo não pode, no entanto, ser identificado com o termino da escola
antecedente, Realismo. Na realidade, no final do século XIX e início do século XX três
tendências caminhavam paralelas: O Realismo e suas manifestações (romance realista,
romance naturalista e poesia parnasiana); O simbolismo, situado à margem da literatura
acadêmica época; e o pré-Modernismo, com o aparecimento de alguns autores
preocupado em denunciar a realidade brasileira, como Euclides da Cunha, Lima Barreto
e Monteiro Lobato, entre outros

Brasil escola:
O Simbolismo chegou ao Brasil em 1893, com a publicação das obras Missal (prosa) e Broquéis (poesia),
ambas de autoria de Cruz e Sousa, que é considerado o maior autor simbolista.
Além de Cruz e Sousa, destacam-se Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry.

Cruz e Sousa

Principais obras:
- Missal (prosa)
- Broquéis (poesia)
- Tropos e fantasias
- Faróis
- Últimos sonetos

Principais características:
- No plano temático: a morte, a transcendência espiritual, a integração cósmica, o mistério, o sagrado, o
conflito entre matéria e espírito, a angústia e a sublimação sexual, a escravidão e uma verdadeira
obsessão por brilhos e pela cor branca;
- No plano formal: as sinestesias, as imagens surpreendentes, a sonoridade das palavras, a predominância
de substantivos e o emprego de maiúsculas, utilizadas com a finalidade de dar um valor absoluto a certos
termos.

Alphonsus de Guimaraens

Principais obras:
- Setenário das dores de Nossa Senhora (1899)
- Dona Mística (1899)
- Kyriale (1902)
- Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923), entre outros.

Sua poesia desenvolve-se em torno de um misticismo marcado pela morte, que surge como uma
inevitabilidade, e é praticamente transformada em objeto de adoração. Formalmente o autor revela
influências árcades e renascentistas, sem cair no formalismo parnasiano. O poeta chegou a explorar a
redondilha maior, de longa tradição popular, medieval e romântica, sua obra é rica em recursos como
aliterações e sinestesias

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