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Edema Agudo do Pulmão

Autora: Drª. Maria Salete Moreira Gonçalves

Consultor: Prof. Dr. Santos

Medicina II
• Problema
• O edema agudo do pulmão é uma
situação clinica, de muito sofrimento, com
sensação de morte iminente e que exige
atendimento médico urgente.
• Edema pulmonar

• Conceito:

• Sindrome decorrente de uma insuficiencia cardiaca


provocando o enchimento dos pulmoes por liquido

• Pode acontecer pelo aumento da pressão capilar


pulmonar, ou a alteração da permeabilidade capilar ou
aos dois casos.

• Quando a capacidade dos líquidos excede a


capacidade dos vasos linfáticos para drenar aprece o
edema, primeiro no interstício e depois nos espaços
alveolares.
Diagnostico Sintomas e sinais e exames complementares

• De inicio o liquido pode acumular-se sem produzir manifestações clinicas. Quando


aparecem os sintomas:
• - Dispnéia ( de esforço)
• - Tosse : de inicio improdutiva depois com expectoração rosada e aspecto espum
oso.
• - Ansiedade e agitação
• - hipoxemia: com manifestação de cianose.
• - Extremidades frias.
• - Sudorese intensa.
• - Intolerância para o decúbito supino: buscando ar fresco, abrindo janelas,
abanando-se.
• - A auscultação pulmonar, há perda do murmúrio vesicular e transmissão de ruídos
bronquiais sobre tudo a nível das bases e fervores finos e grossos segundo a
gravidade do edema.
• E.C.G : pode revelar I.M.A oculto
• - Ecocardiograma: estenose valvular
• - R.X do tórax: ingurgitação dos vasos e dos lóbulos superiores, cardiomegalia,
edema perihilar, e engrossamento dos linfáticos e das bases.
• Fisiopatologia

• O sistema respiratório esta constituído por um intercambio de


gases, por ser necessário para movimentar os gases de dentro
e fora do sistema respiratório por um mecanismo de controlo
nervoso e por meio liquido encarregado do transporte de gases
desde o sistema respiratório ao resto do organismo.

• As alterações da respiração podem afectar um de estes


componentes ou todos eles. Muitos sintomas respiratórios têm
a sua origem na falho de um componente do sistema devido a
necessidade de um maior trabalho para realizar uma função
respiratória.

• O sistema esta cuidadosamente equilibrado para conseguir a


melhor ventilação possível do sangue com o menor esforço.
• Edema pulmonar hemodinâmico
cardiogenico

• O edema pulmonar mais freqüente é o


cardiogenico, tanto aparece em forma de
edema agudo associado a insuficiência valvular
aortica repentina, a um infarto do miocárdio, a
uma crise hipertensiva ou ainda na forma
crônica produzido por um aumento da pressão
auricular esquerda de causas diversas.
• A sintomatologia da forma aguda é
inconfundível e consiste em:

• - Tosse
• - Ansiedade
• - Sudação
• - Palidez
• - Cianose com hipoxemia
• - Sinais de I.C como: ritmo de galope e sopro
que podem ser confundidos pela presença de
taquicardia.
• Edema pulmonar hemodinâmico não cardiogenico

• Pode produzir-se por causas não cardiogenicas. Com grande freqüência


associa-se a ataques epilépticos, aumento da pressão intracraneal ou
traumatismos craniais. A patogenia estudada explica que o aumento da
pressão intracraneal, a lesão de pontos intracraneais específicos ou a crise
convulsiva podem iniciar uma intensa descarga do sistema nervoso
autônomo que da lugar a uma vasoconstrição sistêmica venosa e arterial
transitória ou mantida com um importante aumento da pressão capilar
pulmonar que condiciona ao edema agudo do pulmão.

• É importante reconhecer esta relação etiológica já que a hipoxemia


resultante pode exigir um tratamento intenso e ameaçar a vida do doente.

• Este tipo de edema tem muito mau prognostico porque para o tratamento
do edema temos de diminuir profundamente a vasoconstrição vascular
sistêmica, o qual pode piorar ainda mais a perfusão intracraneal. Nos
pacientes com edema pulmonar associado a um processo intracraneal, a
consciência sempre esta diminuída, nestes casos o edema pulmonar pode
dever-se a aspiração do conteúdo gástrico, este tipo é muito freqüente
quando se produz uma crise hipertensiva.
• Outros tipos de edema agudo do pulmão

• - Edema pulmonar de grandes alturas


• - Edema pulmonar unilateral
• - Edema pulmonar por alteração da permeabilidade
• - Edema pulmonar por gases irritantes
• - Aspirações de ácidos
• - Afogamento
• - Pulmão de shock
• - Embulia grasa
• - Pneumonias viricas
• - Insuficiência renal
• - Edema por abuso de narcóticos

Causas mais comuns:
insuficiencia cardiaca esquerda ou doenca valvular mitral com consequente
grande aumento da pressao capilar pulmunar e inudacao dos espacos
interticiais

Lesao da membrana pulmunar causada por infeccoes como pneumonia


inalacao de substancias nocivas (gas cloridrico , díóxido de enxofre, etc.),
com consequente extravasamento das proteínas plasmáticas e de liquido
dos capilares;

O edema pulmonar agudo pode ser letal em horas e até mesmo em 20 a


30 minutos, se a pressão capilar se elevar até 25 a 30 mmHg acima do
nivel de segurança.
• Conducta e tratamento

• Conducta:

• Transportar a vitima na posição semi-sentada


• Monitorizar sinais vitais
• Proceder garrote em três membros, fazendo rodízio entre eles
com intervalos de dez minutos se for o caso.
• Conduzir ao hospital de urgência

• Tratamento:

• O tratamento abarca três aspectos importantes:


• A hipoxemia
• As anomalias capilares pulmonares
• As causas do edema
• Hipoxemia

• Necessidade primordial – oxigenação por via:


• - Sonda nasal
• - Mascara
• - Intubação por ventilação

• Sempre mantendo níveis de PaO2 não inferiores a 60mm Hg e maiores se existe I.C
esquerda, shock ou arritmias cardíacas.

• - Em caso de retenção de CO2 é quase seguro que seja necessária a intubação


mecânica.

• - A ansiedade e a agitação originada pelo edema agudo do pulmão devem tratar-se


com :

• - Sulfato de morfina em doses até 15mg I.V, suspendendo a administração do


fármaco quando obtivermos resultados satisfactorios ou se observe depressão
respiratória ou diminuição do nível de consciência.

• * Nunca administrar morfina nem outros sedativos no tratamento de um edema


pulmonar quando a causa seja por um aumento da pressão intracraneal ou
diminuição do nível de consciência.
• Anomalias capilares pulmonares

• - Se o edema é conseqüência de câmbios hemodinâmicos, o


tratamento irá encaminhado a diminuir a pressão intracraneal.

• - Quando existe H.T.A, deve diminuir-se rapidamente com


nitropussiato ou outras drogas vasodilatadoras.

• - Flebotomia: para diminuir as pressões e os volumes centrais


e corrigir as arritmias.
• - Furosemida: por via I.V em doses de 20 – 40 mg.

• - Se defende o uso de curticoides se o edema se deve a um


aumento permeabilidade ou a lesão directa do pulmão, mas
não existem dados clínicos convenientes que apóiem o seu
uso no humano.
• Manejo do paciente com edema agudo do pulmão

• Medidas de suporte

• - Elevar cabeceira do leito


• - Garantir via aérea e acesso venoso adequados
• - Oxigênio com mascara de venturi 50% ( se possível coletar
gasometria arterial para documentar hipoxemia e definir
quantidade de oxigênio). Em caso de disfunção respiratória
grave considerar preferencialmente ventilação mecânica não
invasiva ( CPAP e BiPAP ) e, se necessário intubação
endotraqueal
• - verificação dos sinais vitais e oximetria.
• - Identificar possíveis fatores desencadeantes
• - Revisão da historia do exame físico
• - Revisão da medicação em uso, líquidos em infusão I.V
• - Solicitar gasometria arterial, eletrólitos, enzimas cardíacas
• Manejo farmacológico

• - Se PA sistólica > 90 mm Hg sem sinais clínicos de choque


• - Morfina 1- 5 mg I.V ( vigiar sonolência e depressão ventilatoria; repetir
se necessário, evitar dose superior a 10mg).
• - Isossobida 5 mg SL 5/5 min
• - Furosemida 20 – 40 mg IV
• - considerar nitroglicerina 5- 50 µg/min IV continua ou nitropussiato de
sódio 0,5 – 10 µg/Kg/min

• - Se PA sistólica 70 – 100 mm Hg, sem sinais de choque: dobutamina
2 – 20 µg/Kg/min.
• Com sinais de choque: dopamina 5 – 15 µg/Kg/min, podendo ser
seguida então de dobutamina. Medidas acima( morfina, nitratos, furosemida
) quando PA sistólica > 90 mm Hg.

• Outras medidas:
• - Monitoração hemodinâmica invasiva por caracterização cardíaca
direita( cateter de Swan-Ganz)
• - colocação de balão de contrapulsação aórtico (BIA)
• Prognostico

• O prognostico do edema pulmonar depende do êxito


do tratamento e da correção dos fatores
desencadeantes por isso é sempre necessário a
historia do doente e a busca de factores etiológicos. O
tratamento pode ser simplesmente afastar o paciente
do agente causal como: gases tóxicos, aplicação de
ácidos, tratar os transtornos convulsivos, a
insuficiência cardíaca ou a sepsis.

• O prognostico final depende do grau da lesão sofrida


pelo pulmão e da natureza dos fatores
desencadeantes.
• Bibliografia

• Tratado de medicina interna _ Jay H. Stein


Tomo I-A
• Roca _Medicina interna – Tomo II
• Clinica medica - 2ª edição
• Internet :
• - www.abcsaude.com.br
• - www.geocities.com

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