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2734-(2) ASSEMBLEIA DA REPUBLICA Lei Constitucional n.° 1/89 0 8 do Julho SEGUNDA REVISAD DA CONSTITUICAO A Assembleia da Repiiblica, no uso dos poderes de revisdo constitucional previstos na alinea a) do ar- tigo 164.° da Constituigao, decreta o seguinte: | — Alteragées & Constituigéo Artigo 1.° ‘A Constituigdio da Republica Portuguesa de 2 de Abril de 1976, na redacco que Ihe foi dada pela Lei Constitucional n.° 1/82, de 30 de Setembro, é alterada nos termos dos artigos’ seguintes. Artigo 2. No artigo 1.° a expressdo «na sua transformacao numa sociedade sem classes» é substitufda pela expres- sdo «na construgdo de uma sociedade livre, justa ¢ so- lidarian, Artigo 3.° O artigo 2.° da Constituigo € substituido por: Artigo 2.° (Estado de dleelto democrtico) A Repiiblica Portuguesa ¢ um Estado de direito democrético, baseado na soberania popular, no pluralismo de expresso ¢ organizagdo politica de- mocraticas € no respeito e na garantia de efecti vagdo dos direitos liberdades fundamentais, que tem por objectivo a realizado da democracia eco- némica, social ¢ cultural eo aprofundamento da democracia participativa. Artigo 4.° E suprimido 0 n.° 4 do artigo 5.° Artigo 5.° 1 —O n° 3 do artigo 7.° & substituido por dois ni- meros (n.° 3 € novo n.° 4), com a seguinte redaccdo: 3. Portugal reconhece o direito dos povos a in- surreigdo contra todas as formas de opressao, no- meadamente contra 0 colonialismo € 0 imperia- lismo. 4, Portugal mantém lagos especiais de amizade € cooperacdo com os paises de lingua portuguesa. 2 — E aditado ao mesmo artigo um novo n.° 5, com, a seguinte redaccao: 5. Portugal empenha-se no reforgo da identi- dade europeia e no fortalecimento da acco dos Estados europeus a favor da paz, do progress econémico e da justica nas relagdes entre 08 povos. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE ° 185 — 8-7-1989 Artigo 6.° No n.° 3 do artigo 8.° € suprimido o inciso «expres- samente», Antigo 7. — A alinea c) do artigo 9.° é substituida por: ©) Defender a democracia politica, assegurar incentivar a participagdo democratica dos cidadaos na resolugao dos problemas nacionais. — A alinea d) do mesmo artigo é substituida por: a) Promover 0 bem-estar ¢ a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivagdo dos direitos econdmic sociais ¢ culturais, mediante a transformagdo e mo: dernizagdo das estruturas econémicas e sociais. —A alinea e) do mesmo artigo & substituida por: ©) Proteger e valorizar patriménio cultural do ovo portugués, defender a natureza ¢ o ambiente, reservar os recursos naturais ¢ assegurar um cor- recto ordenamento do territério. 4—E aditada ao mesmo artigo uma nova alinea f), com a seguinte redacgdo: J) Assegurar o ensino e a valorizacdo perma- nente, defender 0 uso e promover a difusdo inter- nacional da lingua portuguesa, Artigo 8.° © n.° I do artigo 11.° € substituido por: 1. A Bandeira Nacional, simbolo da soberania da Repiblica, da independéncia, unidade ¢ inte- gridade de Portugal, ¢ a adoptada pela Republica instaurada pela Revolugdo de 5 de Outubro de 1910. Artigo 9.° 1 — No n.° 3 do artigo 15.° a expresso «e das re- gides auténomas» € substituida pela expressdo «e dos Grgaos de governo proprio das regides auténomas». 2 — E aditado ao mesmo artigo um novo n.° 4, com a seguinte redaceao: 4. A lei pode atribuir a estrangeiros residentes no territério nacional, em condigdes de reciproci- dade, capacidade eleitoral para a eleicdo dos titu- ares’ de drgdos de autarquias locais. Artigo 10.° 1 —O n.° 3 do artigo 19.° passa a n.° $, com a se- guinte redacgio: 5. A declaracdo do estado de sitio ou do estado de emergéncia ¢ adequadamente fundamentada ¢ contém a especificagdo dos direitos, liberdades ¢ garantias cujo exercicio fica suspenso, no po- dendo 0 estado declarado ter duragao superior a quinze dias, ou A duracao fixada por lei quando em consequéncia de declaracdo de guerra, sem pre- juizo de eventuais renovagdes, com salvaguarda dos mesmos limites 2 —O n.° 4 do mesmo artigo passa a n.° 6, sendo aditada a expresso «ou do estado de emergéncia» en- tre «estado de sition e «em nenhum caso». 3—O n.° 5 do mesmo artigo passa a n.° 3, com a seguinte redaccao: 3. O estado de emergéncia é declarado quando 08 pressupostos referidos no mimero anterior se re- vistam de menor gravidade e apenas pode deter- minar a suspensdo de alguns dos direitos, liberda- des € garantias susceptiveis de serem suspensos. 4 —F aditado ao mesmo artigo um novo n.° 4, com a seguinte redacgac 4, A opcdo pelo estado de sitio ou pelo estado de emergéncia, bem como as respectivas declara- Gao e execucdo, devem respeitar 0 principio da proporcionalidade ¢ limitar-se, nomeadamente quanto as suas extensdo e duracdo ¢ aos meios uti- lizados, ao estritamente necessario a0 pronto res- tabelecimento da normalidade constitucional. 5 —E aditado ao mesmo artigo um novo n.° 7, com a seguinte redacgac 7. A declaragdo do estado de sitio ou do estado de emergéncia s6 pode alterar a normalidade cons- titucional nos termos previstos na Constituigao na lei, nd podendo nomeadamente afectar a apli- cago das regras constitucionais relativas 4 com- peténcia e ao funcionamento dos érgios de sobe- rania e de governo proprio das regides auténomas ou 08 direitos e imunidades dos respectivos titu- lares. 6 —O n.° 6 do artigo 19.° passa a novo n.° 8 do mesmo artigo. Artigo 11.° 1 —O n.° 1 do artigo 20.° passa a n.° 2 do mesmo artigo, com a seguinte redaccdo: 2. Todos tém direito, nos termos da lei, & in- formacdo e consulta juridicas € a0 patrocinio ju- dicidrio. 2 —0 n.° 2 do mesmo artigo passa a n.° 1, com a seguinte redaccdo: 1. A todos & assegurado 0 acesso ao direito ¢ aos tribunais para defesa dos seus direitos e inte- resses legitimos, no podendo a justiga ser dene- gada por insuficiéncia de meios econémicos, Artigo 12.° 1—O n.° 3 do artigo 23.° € substituido por: 3. O Provedor de Justica um érgdo indepen- dente, sendo o seu titular designado pela Assem- bleia da Republica. 2— £ aditado ao mesmo artigo um novo n.° 4, com a Seguinte redacrao: 4, Os drgdos e agentes da Administraco Pu- blica cooperam com o Provedor de Justia na rea- lizagdo da sua misao. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE 2734-(3) Artigo 13.° No n.° 1 do artigo 25.° a expresso «dos cidadaos» € substituida pela expressiio «das pessoas» Artigo 14.° Ao n.° 1 do artigo 26.° é aditada a expresso «A pa- lavra» entre «a imagem» e «a reserva da intimidade da vida privada ¢ familiar». Artigo 15.° 1 —Na alinea a) do n.° 3 do artigo 27.° a expres- séo «pena maior € substituida pela expresso «pena de prisdo cujo limite maximo seja superior a trés anos», 2—O n.° 4 do mesmo artigo ¢ substituido por: 4. Toda a pessoa privada da liberdade deve ser informada imediatamente ¢ de forma compreensi- vel das razdes da sua prisao ou detengio ¢ dos seus direitos. Artigo 16.° No n.° 2 do artigo 28.° a expresso «ou por me- dida de liberdade proviséria» é substituida pela expres: so «ou por qualquer outra medida mais favoravel». Artigo 17.° Ao artigo 30.° é aditado um novo n.° 5, com a se- guinte redaceao: 5. Os condenados a quem sejam aplicadas pena ‘ou medida de seguranga privativas da liberdade mantém a titularidade dos direitos fundamentais, salvas as limitagdes inerentes ao sentido da con- denagao e as exigéncias proprias da respectiva exe- cugao. Artigo 18.° Ao artigo 32.° é aditado um novo n.° 8, com a se- guinte redacgdo: 8. Nos processos por contra-ordenagio so as- segurados ao arguido os direitos de audiéncia e de- fesa, Artigo 19.° 1—O n.° 4 do artigo 33.° € substituido por dois novos nimeros, com a seguinte redaccao: 4, A extradigdo s6 pode ser determinada por au: toridade judicial 5. A expulsio de quem tenha entrado ou per- manesa regularmente no territério nacional, de quem tenha obtido autorizagao de residéncia ou de quem tenha apresentado pedido de asilo nao re~ cusado s6 pode ser determinada por autoridade ju- dicial, assegurando a lei formas expeditas de de- iso. 2 —On.° 5 do artigo 33.° passa a n.° 6 do mesmo artigo. 3—O n.° 6 do artigo 33.” passa a novo n.° 7 do mesmo artigo.

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