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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO TECNOLÓGICO
MESTRADO PROFISSIONAL DE SISTEMAS DE GESTÃO

MÁRCIO ANTONIO MIRANDA DO REGO

METODOLOGIA QUALITATIVA DE GESTÃO DE RISCOS OPERACIONAIS DE


SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE OCUPACIONAL: UMA
CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE SEGURANÇA DE PROCESSOS

Niterói
2005
MÁRCIO ANTONIO MIRANDA DO REGO

METODOLOGIA QUALITATIVA DE GESTÃO DE RISCOS OPERACIONAIS DE


SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE OCUPACIONAL: UMA
CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE SEGURANÇA DE PROCESSOS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em


Sistema de Gestão da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial para obtenção
do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área
de Concentração: Segurança do Trabalho.

Orientador:
Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc.

Niterói
2005
MÁRCIO ANTONIO MIRANDA DO REGO

METODOLOGIA QUALITATIVA DE GESTÃO DE RISCOS OPERACIONAIS DE


SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE OCUPACIONAL: UMA
CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE SEGURANÇA DE PROCESSOS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado


em Sistema de Gestão da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de
Gestão. Área de Concentração: Segurança do
Trabalho.

Aprovada em março de 2005.

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________________
Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc. - Orientador
Universidade Federal Fluminense

_________________________________________
Prof. Fernando Toledo Ferraz, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense

_________________________________________
Prof. Paulo José Adissi, D.Sc.
Universidade Federal da Paraíba
Dedico este trabalho

À minha mãe, Dilma Carvalho de Miranda e aos meus padrinhos, in memorium, Alfredo
Gabriel de Miranda e Cinira Paula de Carvalho, pelos exemplos de dignidade,
responsabilidade, religiosidade, ética, trabalho e perseverança, valores estes que me foram
passados com muito amor e carinho, e que através de seus ensinamentos fazem hoje parte da
minha cultura e prática de vida.

À minha companheira amada Beatriz, pelo tempo de abdicação dos muitos momentos não
compartilhados, vividos à frente de livros, “papers”, apostila, palestras, cursos e
principalmente, de um teclado de computador, buscando alcançar a realização de um trabalho
acadêmico e acima de tudo, de um grande sonho pessoal.
AGRADECIMENTOS

A DEUS,

Pela minha saúde física e mental, pelas experiências vividas, pelas possibilidades e caminhos
que me ofereceu, pelas inúmeras oportunidades no campo pessoal e profissional e por tudo
que ainda há por vir.

Ao meu orientador, professor Gilson Brito Alves Lima, que me possibilitou através de seus
ensinamentos o incentivo necessário para a escalada de inúmeros caminhos profissionais.

Em especial ao Engenheiro Guilherme Naegeli, parecerista, em função de seus comentários e


contribuições, no campo da aplicação prática do trabalho que, enriqueceram sobremaneira o
conteúdo e aplicabilidade do mesmo.

Ao Engenheiro Leandro Erthal, pela oportunidade que me foi concedida na busca pelo
conhecimento e melhoria contínua profissional e pessoal.

Ao Engenheiro Marco Aurélio Bobsin e aos meus companheiros de trabalho do CENPES,


pela confiança, apoio e pelos inúmeros compromissos que tive que assumir para entender e
poder realizar este trabalho.

Em especial aos companheiros de trabalho, Engenheiro Joaquim Taveira e Engenheiro


Guilherme Naegeli, que para mim representaram o despertar nesta área profissional, e pelos
quais tenho muita satisfação e respeito.
“ A verdadeira viagem do descobrimento consiste
não em ver novas terras, mas em ver com novos
olhos”.
Proust
RESUMO

Embora o conceito de risco esteja ainda bastante associado a perigos e impactos negativos,
cresce a necessidade das empresas de buscarem através de um controle de perdas a
transformação dos riscos em ganhos potenciais para a organização. Nesses últimos anos, está
se despertando a consciência de se obter como boa prática de gestão empresarial, um
elemento essencial na desenvoltura da Governança Corporativa: um planejamento adequado
para gerir os riscos que ameaçam a corporação. Em meio a um conjunto de normas
certificáveis e outras que contribuem para a gestão de aspectos relativos à qualidade,
segurança, meio ambiente e saúde, é de fundamental importância o tratamento específico dos
riscos de processo, através de um sistema de gestão, de forma que este não somente venha
subsidiar os demais sistemas de gestão corporativos , bem como manter a interação entre eles.
Neste aspecto, a proposta ora apresentada, está fundamentada em práticas internacionais e em
recomendações técnicas vigentes, sendo que os maiores enfoques foram dados: a API RP 750
(Recommended Practice 750 do American Petroleum Institute): Management of Process
Hazards , a AS/NZS 4360 (Standards Austrália and Standards New Zealand, a BS 8800
(British Standard 8800), a ISO 14001 e a OHSAS 18001 e, através de seus elementos
estruturais, objetiva contribuir , no sentido de organizar e gerir as respectivas ações
necessárias à prevenção de eventos indesejados e à redução de suas conseqüências, no
contexto de um processo estruturado. Como resultado do estudo é apresentado uma proposta
de metodologia qualitativa para subsídio à Gestão de Riscos Operacionais de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde (SMS).

Palavras-chave: Gestão de Riscos, SMS, Programa de Segurança de Processo.


ABSTRACT

Although the concept of risk is closely associated with hazards and negative impacts, the
necessity of the companies in searching for the transformation of the risks into potential gains,
through a loss control, has increased.
Lately has been arousing the conscience in obtaining , as a good practice of business
management, an essential element in the Corporative Govern self-confidence: a suitable
planning to run the risks that have threatened the corporation.
Among a group of certified rules and other ones that contribute to the management of aspects
relating to quality, security, environment and health, it is extremely important the specific
treatment of the risks of the process, by a management system, not aiming only the other
corporative management systems, but keeping the interaction among them.
On this aspect, the proposal however presented, is based on practical international and
recommendations effective techniques , being that the biggest approaches had been given:
API RP 750 (Recommended Practice 750 of the American Petroleum Institute): Management
of Process Hazards, the AS/NZS 4360 (Standards Australia and Standards New Zealand, BS
8800 (Standard British 8800), the ISO 14001 and 18001 OHSAS e, through its structural
elements, objective to contribute, in the direction to organize and to manage the respective
necessary actions to the prevention of undesired events and the reduction of its consequences,
in the context of a structuralized process. As result of the study is presented a proposal of
qualitative methodology for subsidy to the Management of Operational Risks of Security,
Environment and Health (SEH).

Word-key: Management of Risks, SEH, Process Security Program


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 Análise Crítica de Aderência à Diretriz Corporativas de SMS nº 3 19


Quadro 2 Resumo qualitativo da Análise Crítica de Aderência à Corporativas de
SMS nº 3 20
Figura 1 Modelo de Reason 29
Figura 2 Acidentes industriais 30
Quadro 3 Classes para avaliação qualitativa da freqüência de ocorrência dos
perigos identificados 34
Quadro 4 Classes para avaliação qualitativa da severidade dos perigos
identificados 34
Quadro 5 - Tabela de classificação do risco dos perigos identificados 35
Figura 3: Tratamento de riscos 37
Figura 4 A Empresa Industrial e seus riscos 40
Figura 5 Ciclo PDCA 44
Quadro 6 Quadro comparativo dos Sistemas de Gestão e seus elementos 46
Figura 6 Interação dos Sistemas 57
Quadro 7 Elementos Básicos do SGR 58
Figura 7 Modelo do Sistema de Gestão de Riscos 59
Figura 8 Estrutura de Gestão de SMS da PETROBRAS 62
Quadro 8 Matriz de responsabilidades 62
Figura 9 Estrutura de Avaliação do Risco 64
Quadro 9 Caracterização dos Aspectos/Impactos quanto a Situação Operacional 66
Quadro 10 Matriz GUTIF 76
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Matriz para avaliação qualitativa de risco dos perigos identificados 35


Tabela 2 Freqüência de exposição para situações normais 67
Tabela 3 Freqüência de exposição para situações de emergência 68
Tabela 4 Controle associado aos aspectos/perigos 69
Tabela 5 Percepção de risco associado aos aspectos/perigos 69
Tabela 6- Efeito do impacto 70
Tabela 7 Mitigação aplicada aos impactos/danos 71
Tabela 8 Repercussão relativa aos impactos/danos 72
Tabela 9 - Matriz de classificação do risco 72
Tabela 10 - Classificação de significância do risco 73
Tabela 11 Resumo dos fatores de avaliação de risco 73
Tabela 12 Identificação de Aspectos/Impactos 90
Tabela 9 Matriz de classificação do risco 91
Tabela 10 Classificação de significância do risco 91
Tabela 13- Cálculo do índice de risco significativo (IRS) 92
LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


AN – Área de Negócios
API – American Petroleum Institute
APR – Análise Preliminar de Riscos
AQR – Análise Quantitativa de Riscos
ARP – Análise de Riscos de Processo
BLEVE – Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion
CENPES – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de
Mello
CFR – Code of Federal Regulations
EPA – Environmental Protection Agency
EPI – Equipamento de Proteção Individual
EUA – Estados Unidos da América
FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos
FMEA/ FMECA – Failure Modes and Effects Analysis / Failure Modes, Effects and
Criticality Analysis
FTA – Fault Tree Analysis
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo
HAZOP – Hazard and Operability Analysis
HSE – Health and Safety Executive
ISO – International Organization for Standardization
MSDS – Manual Safety Data Sheet
NFPA – National Fire Protection Association
OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series
OSHA – Occupational Safety and Health Administration
ONU – Organização das Nações Unidas
PDCA – Plan, Do, Check and Act
PSM – Process Safety Management
RAL – Relatório de Acidente com Lesão
RG – Representante do Gerente
RMP – Risk Management Plan
ROA – Registro de Ocorrência Anormal
RP – Recommended Practice
RTA – Registro de Tratamento de Anomalia
SMS – Segurança, Meio Ambiente e Saúde
S&SO – Segurança e Saúde Ocupacional
UN – Unidade de Negócios
UO – Unidade Organizacional
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15
1.1 APRESENTAÇÃO 15
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 18
1.3 OBJETIVO 20
1.4 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO 21
1.5 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO 21
1.6 QUESTÕES DA PESQUISA 22
1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 22
2 O RISCO E SEUS FATORES 24
2.1 PERIGO 24
2.2 RISCO 25
2.3 EXPOSIÇÃO AO RISCO 26
2.4 PERCEPÇÃO DE RISCO 27
2.5 ACIDENTE 27
2.6 IMPACTO OU DANO 30
2.7 GERÊNCIA DE RISCOS 31
2.8 A INDÚSTRIA E A GESTÃO DE RISCOS 37
3 SISTEMAS DE GESTÃO DE RISCOS 42
3.1 SISTEMA 42
3.2 GESTÃO 42
3.3 O PDCA – FERRAMENTA DA QUALIDADE 43
3.4 COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMAS DE GESTÃO E SEUS
ELEMENTOS 45
3.5 DIRETRIZES CORPORATIVAS DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE
E SAÚDE DA PETROBRAS 48
3.6 PROGRAMA DE SEGURANÇA DE PROCESSO – PSP 48
4 METODOLOGIA 50
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA 50
4.2 ROTEIRO DO DESENVOLVIMENTO 51
4.2.1 Pesquisa Exploratória 51
4.2.2 Pesquisa bibliográfica 51
4.2.3 Delimitação do universo 51
4.2.4 Observação do sistema 52
4.2.5 Coleta de dados 53
4.2.6 Análise dos dados 53
4.2.7 Aplicação e análise crítica do modelo proposto 53
5 MODELO PROPOSTO 57
5.1 INTERAÇÃO DOS SISTEMAS 57
5.2 FORMATAÇÃO DO SGR – ELEMENTOS 59
5.3 CARACTERIZAÇÃO DO MODELO PROPOSTO DE SGR 60
5.3.1 Visão 60
5.3.2 Planejamento (Fase 1) 60
5.3.2.1 Política, liderança e responsabilidade (Elemento nº1) 61
5.3.2.2 Identificação, análise, avaliação e tratamento de riscos (Elemento nº2) 63
5.3.2.3 Requisitos legais e outros requisitos (Elemento nº3) 78
5.3.2.4 Programa (Elemento nº4) 79
5.3.3 Execução (Fase 2) 79
5.3.3.1 Conscientização e treinamento (Elemento nº5) 79
5.3.3.2 Documentação, registro e comunicação (Elemento nº6) 80
5.3.3.3 Atendimento e resposta em emergências (Elemento nº7) 81
5.3.3.4 Operação, manutenção e modificações (Elemento nº8) 82
5.3.4 Avaliação (Fase 3) 83
5.3.4.1 Monitoramento e medição de desempenho do sistema (Elemento nº8) 83
5.3.4.2 Investigação e análise de desvios, incidentes e acidentes (Elemento nº10) 84
5.3.4.3 Auditoria do sistema (Elemento nº11) 85
5.3.5 Ajuste (Fase 4) 86
5.3.5.1 Análise Crítica e Ajuste (Elemento nº12) 86
6 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO 88
6.1 PLANILHA DE IDENTIFICAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS 88
6.2 MATRIZ DE AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE
SIGNIFICÂNCIA DOS RISCOS 91
6.3 MONITORAMENTO 93
6.4 TRATAMENTO DO RISCO 93
7 CONCLUSÕES 95
REFERÊNCIAS 97
GLOSSÁRIO 100
APÊNDICE 107
ANEXOS 120
15

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo será apresentado em linhas gerais, a importância da gestão de riscos


operacionais na organização, e de que forma este assunto será apresentado e tratado em uma
das Unidades de Negócio da Petrobras – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo
Américo Miguez de Mello (CENPES), caracterizando o objeto do referido estudo.

1.1 APRESENTAÇÃO

O conceito do desenvolvimento sustentável, introduzido nas análises econômicas e nas


decisões políticas a partir da década de 1980, representa, no momento, o grande desafio com
que se defronta a humanidade: atender às necessidades da geração atual sem comprometer o
direito de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades.

A humanidade está pagando, e possivelmente poderá pagar um preço muito alto para
aprender a lidar com toda tecnologia que foi adquirida ao longo de pouco mais de duzentos
anos, e que até hoje exerce efeitos devastadores sobre o equilíbrio ambiental do planeta. O
que se tem verificado em décadas recentes, é a presença de erros que resultaram em acidentes
ambientais de grande proporção, provocando fatalidades nas comunidades, tanto internas
como externas, das organizações, perdas financeiras elevadas e até mesmo o desaparecimento
de empresas que antes eram sólidas e líderes no mercado.

A incerteza frente às ameaças oriundas, do aparecimento dos combustíveis líquidos


produzidos a partir do petróleo, no final do século XIX, introduzidas por variáveis, como:
volatilidade, fluidez, inflamabilidade, toxicidade; proporcionaram um aumento dos riscos de
acidentes, com decorrência de perdas e danos aos trabalhadores, meio ambiente e patrimônio.
Em contrapartida, o carvão que estava sendo substituído pelo gás, agora teria novos riscos de:
vazamento e o fator da variável pressão, que até então não existia no carvão.

Ainda com o desdobramento da evolução tecnológica, novos materiais foram sendo


produzidos através da descoberta e síntese de substâncias químicas, e que originaram ao
homem novos experimentos, novos conhecimentos e novamente novos riscos. Os fatores de
perigo começavam a se formar: - novas substâncias, ainda pouco estudadas e conhecidas,
16

produtos derivados do petróleo, medicamentos, pesticidas; - grandezas físicas (pressões,


temperaturas, tensões de trabalho) no limite da resistência dos materiais de uso mais corrente
na época: aço , carbono, cimento e ligas não ferrosas; - processos químicos de cujas reações
resultam resíduos de periculosidade ainda desconhecida ou desprezada , para os quais não se
dispunha de soluções comprovadas.

Nos tempos atuais, vemos as indústrias química, petroquímica e de petróleo em


processo evolutivo constante, envolvendo o manuseio com produtos inflamáveis, tóxicos e
explosivos, e desta forma cada vez mais suscetíveis aos riscos de provocarem explosões,
incêndios e dispersões tóxicas em suas plantas, podendo originar graves conseqüências ao
meio ambiente, às pessoas e ao seu patrimônio.

Sendo assim, as indústrias foram pressionadas a obterem critérios de avaliação dos


riscos de suas operações, face aos efeitos probabilísticos de gerar danos intra e extra-muros
advindos de seus processos.

Os sistemas produtivos de bens e serviços vêm sofrendo uma grande revolução no


nível mundial ao longo das três últimas décadas, acarretando mudanças radicais em seus
gerenciamentos, provocadas por fatores como a rápida evolução tecnológica, maior
competitividade entre empresas, maior exigência dos consumidores, cuidados com a imagem
da empresa, restrições legais e ambientais, exigências de segurança, dentre outros.

A grande concorrência imposta pela globalização gera um ambiente extremamente


exigente para as empresas. Vários modelos de administração da produção vêm sendo
apresentados, na medida que as exigências de mercado vêm se modificando. O atendimento às
necessidades do consumidor vem se tornando cada vez mais o objetivo final da produção, à
luz de padrões de qualidade e respeito ao meio ambiente.

Conforme Slack (1997 apud ESTEVES 2004):

Para uma empresa se manter competitiva no atual ambiente, deve possuir


características, que nada mais são que seus objetivos de desempenho, quais sejam,
qualidade, rapidez, flexibilidade, produtividade, preço competitivo e confiabilidade.
O respeito ao meio ambiente e a segurança do processo vem sendo também
características cada vez mais exigidas não só por legislações como também pela
opinião pública. Estas características não são excludentes, devem portanto estar
presentes ao mesmo tempo, e a falta de uma delas acarreta baixo desempenho global
da empresa, podendo até levá-la ao fracasso de sua missão, ficando excluída do atual
ambiente competitivo.

A forma adequada de considerar a importância destas três variáveis: meio ambiente,


17

segurança de processo e saúde ocupacional do trabalhador, dentro de um sistema produtivo,


passou a ser reconhecida como uma atividade estratégica no conceito da gestão corporativa
das empresas.

Desta forma, comenta Knight (2004 apud ESPINOSA, 2004):

Torna-se imprescindível a necessidade de se fornecer orientação para os conselhos


de administração das empresas sobre os benefícios resultantes da implementação de
um sistema de gestão de riscos, como parte da adoção de uma governança
corporativa estruturada. Uma boa gestão de riscos e o ambiente de controle
resultante são fundamentais para uma sólida governança corporativa.

Segundo De Cicco (2004):

Para muitas pessoas ligadas à área de seguros, a Gestão de Riscos é a ciência que se
ocupa basicamente dos chamados riscos seguráveis e da redução dos custos de
seguros. Para profissionais da área financeira, o gerenciamento de riscos consiste no
uso de técnicas sofisticadas de “hedging” (proteção de ativos financeiros), no
manejo adequado de taxas de juros e, mais recentemente, em boas práticas de
governança corporativa, incluindo comitês de auditoria e controles contábeis
internos. Para muitos analistas sociais, acadêmicos e políticos, representa o controle
de situações que afetam ou podem afetar o meio ambiente, e que são decorrentes do
crescente e desordenado avanço tecnológico. Já para administradores hospitalares,
por exemplo, pode significar o mesmo que garantia da qualidade dos serviços
prestados aos pacientes. E, para os profissionais da área de segurança, traduz-se
fundamentalmente na redução de doenças e acidentes do trabalho e de acidentes com
danos à propriedade e ao meio ambiente.

Não há dúvida, que todos esses enfoques sobre Gestão de Riscos, apesar de corretos
não completam toda a idéia sobre o tema, que é muito vasto e complexo.

Segundo Bernstein (1996), enquanto não conseguirmos distinguir um acontecimento


realmente aleatório de outro resultante de causa e efeito, jamais saberemos se o que vemos é o
que obteremos, nem como obtivemos aquilo que obtivemos. Quando corremos um risco,
apostamos em um resultado que será conseqüência da decisão que tomamos, embora não
saibamos ao certo qual será o resultado. A essência da administração do risco está em
maximizar as áreas que temos certo controle sobre o resultado, enquanto minimizamos as
áreas onde não temos absolutamente nenhum controle sobre o resultado e onde o vínculo
entre efeito e causa está oculto entre nós.

Na verdade, a existência dos riscos advém sobretudo das crescentes incertezas que nos
18

cercam. O que faz com que tenhamos a necessidade de administrar nossas vidas e nossas
empresas de forma mais inteligente e responsável frente às incertezas, ameaças, oportunidades
e fraquezas.

Conforme a gestão de riscos foi ganhando reconhecimento como parte integrante da


governança corporativa e das boas práticas de gestão, deixando de ser mais um outro nome
para a compra de seguros, foi inevitável uma crescente demanda de normas e diretrizes que
possibilitaram às organizações demonstrarem níveis definidos de profissionalismo e
responsabilidade, que assegurassem aos seus gestores uma garantia razoável de que os
objetivos organizacionais seriam alcançados em níveis aceitáveis de riscos residuais. Desta
forma, a comunidade internacional em um aprendizado contínuo com os acidentes industriais,
vem desenvolvendo normas e práticas recomendadas a respeito da preocupação com a
avaliação e o controle dos riscos ambientais, de forma a subsidiar as organizações no
estabelecimento de um nível de segurança adequado para os seus processos.

1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

Algumas normas como: NBR ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental, OHSAS
18001 – Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional, BS 8800-Guia para Sistemas
de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança, a norma experimental espanhola UNE 81900 –
Guia para a implementação de um Sistema de Gestão da Prevenção de Riscos Laborais, a
norma australiana AS/NZS 4360- Sistema de Gestão de Riscos e a API 9100B -
Recomendação sobre o Gerenciamento de Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional;
especificam os requisitos para um sistema de gestão de Segurança, Meio Ambiente, e Saúde
Ocupacional, permitindo a uma organização formular uma política e os objetivos que levem
em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos significativos de
Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS).

O objetivo destas normas e recomendações, é destacar a importância do gerenciamento


de riscos relativos a SMS em uma organização, fornecendo elementos que permitem a uma
empresa construir o seu modelo de gerenciamento.
19

A PETROBRAS, no sentido de aprimorar o seu Sistema de Gestão Integrada de SMS,


realizou um contrato com a empresa DU PONT , a fim de viabilizar a implementação do seu
Programa de Segurança de Processo (PSP) de forma corporativa, sendo o CENPES a partir
de 2002, a Unidade pioneira para o início deste trabalho.

O foco da contratação era o subsídio à implantação do Programa de Segurança de


Processo (PSP) na organização. E uma das bases deste serviço foi calcada na análise crítica
que a DU PONT efetuou nas 15 diretrizes corporativas de SMS que compõe o PSP.

Embora o PSP contemple as 15 diretrizes corporativas de SMS , o foco deste estudo


será direcionado apenas à Diretriz nº 3 do PSP- Avaliação e Gestão de Riscos, que
conseqüentemente se complementa às demais diretrizes do programa. Segue no quadro 1 a
análise crítica da Diretriz nº 3, efetuada pela empresa DU PONT em 2004.

DIRETRIZ CONSTATAÇÕES RECOMENDAÇÕES


- O padrão elaborado em "draft" pelo sub-comitê - Acelerar a aprovação do novo padrão de
de Gestão de Riscos, que contempla toda a Gestão de Riscos do CENPES, bem como
sistemática e ferramentas previstas no padrão propiciar treinamento para as gerências
corporativo de SMS não está ainda efetivo no poderem aplicá-lo adequadamente
sistema de gestão do CENPES (SINPEP),
portanto ainda não está em vigor
- O sub-comitê de Gestão de Riscos não tem - Além da formalização do novo padrão de
consistentemente acompanhado o Gestão de Riscos, o sub-comitê de Gestão de
desenvolvimento das análises de risco, a Riscos deve se posicionar no papel de
3 - Avaliação e Gestão de Riscos

qualidade das concluções e recomendações, padronizador, monitor e guardião do tema no


tampouco a evolução da implementação das CENPES
medidas de controle
- As atividades de gestão de riscos não estão,
- Considerando-se que o sub-comitê de Gestão
sistematicamente, vinculadas e articuladas com as
de Riscos possui também atribuições relativas
mudanças de instalações e tecnologia no CENPES
a gestão de mudanças, recomenda-se acelerar a
abordagem de Gestão de Mudanças naquele
sub-comitê, inicialmente revendo-se as atuais
práticas no CENPES e posteriormente
ajustando-as, reunindo-as num só padrão e em
consonância com as práticas previstas no
manual das 15 DIretrizes de SMS da Petrobras
- Excluindo a identificação básica dos riscos, - Com base nas definições do novo padrão de
propiciada com os levantamentos de aspectos e Gestão de Risos do CENPES, deve ser
impactos, não há um planejamento de montado um cronograma de análises de risco
médio/longo prazo de análises mais detalhadas aplicando-se técnicas estruturadas, para
para instalações, operações ou atividades de maior aquelas áreas, operações ou atividades mais
risco, seguindo um critério de criticidade , críticas quanto a SMS. Neste cronograma deve
prioridade em agenda e ferramentas mais ser definida a periodicidade para revisão das
específicas de análise. análises (3 ou 5 anos)
Quadro 1 - Análise Crítica de Aderência à Diretriz Corporativas de SMS nº 3
Fonte: PETROBRAS
20

DIRETRIZ PRINCIPAIS LACUNAS Ações Situação

- Novo Padrão de Gestão de Riscos A1 -melhorar ação já


ainda não efetivado no sistema implantada(PSP)
A1 -melhorar ação já
- Atuação do sub-comitê de Gestão
implantada(PSP)
3 - Avaliação e de Riscos inconsistente
Gestão de Insatisfatório
Gestão de riscos não totalmente A2 - ação pendente no PSP
Riscos
vinculada a gestão de mudanças
- Falta planejamento de médio- A1 -melhorar ação já
longo prazo com priorizações para implantada(PSP)
análises de riscos
Quadro 2 - Resumo qualitativo da Análise Crítica de Aderência à Corporativas de SMS nº 3
Fonte: PETROBRAS

Para iniciar o processo de adequação da Diretriz nº 3 , em função das constatações e


recomendações apontadas nos quadros 1 e 2, o presente estudo irá determinar a situação
problema, a partir da Análise Crítica de Aderência às 15 Diretrizes Corporativas de SMS do
CENPES, efetuada em 2004 pela DU PONT, com o foco voltado para a Diretriz nº 3.

Sendo assim, o problema da pesquisa caracteriza-se pelo seguinte questionamento:


“Como efetuar o tratamento do diagnóstico da Diretriz n° 3 corporativa de SMS no CENPES,
de modo a torná-la eficaz e integrada às demais diretrizes corporativas de SMS.

1.3 OBJETIVO

Tendo em vista a importância da prevenção ou minimização da ocorrência de


acidentes danosos à integridade das pessoas, do meio ambiente e das instalações, o objetivo
do presente trabalho é o de propor uma metodologia qualitativa de gestão de riscos que
identifique os perigos/danos e avalie, monitore e controle os riscos operacionais relacionados
a SMS, de forma a garantir o nível de segurança no escopo do proposto pelo Programa de
Segurança de Processos - PSP.
21

1.4 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

Os esforços empreendidos pelas organizações no sentido de implementar sistemas para


gerenciamento de riscos, traduzem a preocupação destas com os seus ativos tangíveis e
intangíveis. Existe, portanto, todo um comprometimento em entender e justificar a aplicação
eficaz do considerável investimento nesta área.

Um sistema de gestão deve ser percebido pelos gestores e a Alta Administração, como
um processo capaz de identificar as fontes de perigo: comportamento humano, fenômenos da
natureza, circunstâncias políticas, relações comerciais, gestão do processo, tecnologia e
equipamentos e gerenciá-las através da implementação de fatores de controle, que visem a
redução do potencial de causar danos às pessoas, ao meio ambiente e ao patrimônio da
organização.

Neste aspecto, a importância do presente estudo caracteriza-se por apresentar uma


proposta qualitativa para Gestão de Riscos operacionais de Segurança, Meio Ambiente e
Saúde - SMS, de forma a contribuir com os profissionais que atuam na indústria do petróleo e
que contribua para a melhoria da eficiência e eficácia da utilização dos recursos destinados à
manutenção do nível de tolerabilidade de risco em seus respectivos processos.

1.5 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO

Este estudo é voltado para a implementação de um sistema de gestão de riscos, que


terá como base de todo o processo a sistemática de identificação, avaliação e gerenciamento
dos riscos dos processos propondo, a partir de uma aplicação em uma unidade operacional do
CENPES – PETROBRAS, uma integração com as outras técnicas de avaliação de riscos, que
hoje são feitas de forma descentralizada, sem a menor integração com o processo.

Não se pretende neste estudo, fazer o detalhamento das técnicas de avaliação de riscos,
bem como a abordagem da avaliação quantitativa de risco, limitando-se a identificar as
22

técnicas necessárias conforme a etapa do processo da Unidade. Outros aspectos que não serão
avaliados neste trabalho serão: o fator humano, a análise de sensibilidade dos parâmetros
utilizados nas etapas de análise e avaliação do risco, e a análise de custo/ benefício do modelo
aplicado.

Considerando as similaridades de outros empreendimentos na área de petróleo, os


resultados deste trabalho poderão ser aplicados nessas áreas, até em outras empresas, ficando
claro, contudo, que o mesmo não trata de todas as peculiaridades presentes nesse ramo de
negócios.

1.6 QUESTÕES DA PESQUISA

A pesquisa objetiva verificar as seguintes questões da pesquisa:

9 Qual a importância do tema da pesquisa, para o Programa de Segurança de


Processos da organização estudada?
9 Quais os fatores críticos de sucesso associados à metodologia proposta?

1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

O trabalho se desenvolve em sete capítulos, onde o primeiro, com o título de


Introdução, apresenta aspectos gerais sobre o assunto abordado, citando os pontos de
relevância a serem considerados no seu todo.

No segundo capítulo, sob o título de O Risco e seus Fatores, é apresentada a


fundamentação teórica que, partindo do histórico dos acidentes, permitirá a análise da
evolução dessa relação associada aos seus impactos e o aprendizado da importância do
gerenciamento dos riscos.

No terceiro capítulo, sob o título de Sistemas de Gestão de Riscos, será apresentado a


fundamentação teórica da gestão de risco no processo industrial.
23

No quarto capítulo, sob o título de Metodologia, será apresentada a maneira pela qual
o estudo foi sistematizado, a fim de se transformar em modelo proposto.

No quinto capítulo, sob o título de Modelo Proposto, é apresentado o modelo


qualitativo de gestão de riscos operacionais de SMS.

No sexto capítulo, sob o título de Aplicação do Modelo Proposto , é apresentada


aplicação do modelo proposto.

No sétimo capítulo, sob o título de Conclusão, são apresentados os aspectos


conclusivos, as considerações sobre as questões ou hipóteses, os comentários sobre o modelo
proposto e as sugestões de trabalho futuro.

Dando seqüência, estão inseridos no final do estudo: Glossário, Referências,


Apêndices e Anexos.
24

2 O RISCO E SEUS FATORES

Neste capítulo serão apresentados os conceitos dos fatores determinantes de riscos,


seus aspectos e impactos; e de que maneira eles se manifestam em uma organização. E nesta
etapa do estudo, a gestão de riscos será contextualizada e fragmentada em fases estruturadas
do processo.

2.1 PERIGO

Na visão de Kolluru (1996 apud LIMA, 2001), Perigo (“hazard” em inglês):

É uma característica de um material, de um sistema ou de um processo que


representa um potencial de acidente (incêndio, explosão, vazamentos químicos etc.)
um agente químico, físico, ou biológico ou um conjunto de condições que
significam uma fonte de risco mas não o risco per si.

Segundo Stricoff (1996 apud LIMA, 2001):

Perigo é uma propriedade inerente em um agente químico, físico ou biológico ou em


um conjunto de condições.
Risco é uma função da probabilidade e conseqüências”. Por exemplo, transportar
óxido de etileno, que é tóxico, inflamável, e pode explodir se um acidente rodoviário
ou ferroviário levar à ruptura do container ou tambor, é uma atividade inerentemente
perigosa. Porém o risco contido no transporte desta substância química é entendido e
expresso em termos da freqüência com que um acidente poderia ocorrer e suas
quantificáveis conseqüências. Assim, um perigo pode ser a causa ou um contribuinte
de um risco, mas não um risco per se.

Na perspectiva da Gerência de Riscos, perigo pode ser conceituado como “uma ou


mais condições de uma variável com o potencial necessário para causar danos.” (DE CICCO;
FANTAZZINI, 1985).
Na óptica das companhias de seguro, segundo Mehr, Cammack et Rose (1985 apud
LIMA, 2001), perigo ”é a condição que cria ou aumenta a chance de perda”.
25

Por qualquer uma destas perspectivas - em especial a da Saúde e Segurança do


Trabalho - é fundamental a oportuna e correta identificação do perigo, ou seja, “o
reconhecimento de material, sistema, processo, e características da planta, que podem
produzir conseqüências indesejáveis através da ocorrência de um acidente.” (KOLLURU,
1996)
De fato, a identificação do perigo constitui a primeira etapa da “análise de riscos”,
entendida como:

O processo pelo qual, a forma, a dimensão e as características dos riscos são


estimadas. O produto final de uma análise de riscos pode ser expresso em termos de
probabilidade de ocorrência de eventos que podem causar perdas econômicas, danos
ou agravos à saúde, danos ambientais, ou outras perdas, e de magnitude dos danos
conseqüentes. (STRICOFF, 1996).

2.2 RISCO

Conforme conceitua Lima (2001),

Risco é um conceito com diversos significados, dependendo do contexto e da


disciplina científica no qual o termo é utilizado. Em seu sentido geral, risco designa
as possibilidades de perda. Em Economia, o termo é usado para designar uma
situação caracterizada (objetiva ou subjetivamente) pela previsibilidade parcial de
acontecimentos alternativos, ou uma situação caracterizada pelo conhecimento de
parâmetros de uma distribuição de probabilidades num conjunto de acontecimentos
alternativos.

No contexto do Seguro, segundo Mehr, Cammack et Rose (1985 apud LIMA, 2001),
risco “é incerteza no que concerne a perda. A definição contem dois conceitos: incerteza e
perda” .
Na perspectiva da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), risco é

A probabilidade de agravo, doença ou morte sob circunstâncias específicas. Em


termos quantitativos, o risco é expresso em valores que variam de zero
(representando a certeza de que não ocorrerão efeitos lesivos à saúde), até um
(representando a certeza de que efeitos lesivos irão ocorrer). (AGÊNCIA..., 1988)
26

No âmbito da Gerência de Riscos - um desenvolvimento do campo tradicional da


Segurança do Trabalho, com elementos do “Controle Total de Perdas” – risco:

Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período específico de


tempo ou número de ciclos operacionais. Pode ser indicado pela probabilidade de
um acidente, multiplicada pelo dano em unidades financeiras, em vidas, ou em
unidades operacionais.” (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985)

No campo da Toxicologia, segundo Midio (1992 apud LIMA, 2001), risco “é a


probabilidade que uma substância produza um efeito tóxico em um sistema biológico,
submetido a determinadas condições de exposição.” Como tal, “segurança toxicológica é a
recíproca do risco.”
Segundo Morgado (2001), o conceito de risco pode ser definido através das seguintes
equações:

• RISCO = Perigo / Salvaguarda

• RISCO = f ( freqüências, conseqüências, cenários)

• RISCO = Probabilidade x Vulnerabilidade x Severidade

2.3 EXPOSIÇÃO AO RISCO

“A exposição ocorre quando um organismo entra em contato com um perigo, isto é, a


ocorrência conjunta no tempo e no espaço, de um perigo e um receptor. Em outras palavras,
um perigo somente se constitui em risco se existe este contato.” (KOLLURU, 1996).
Por conseguinte, “a exposição pode ser quantificada como a quantidade de agente
disponível nas áreas de contacto e troca do organismo (por exemplo, pele, pulmões, trato
digestivo), e disponível para absorção.” (AGÊNCIA..., 1988)
Esta “quantidade de agente disponível” pode, na maioria das vezes, ser medida. Sua
mensuração no ambiente (de trabalho) constitui tarefa típica da Higiene do Trabalho. Sua
mensuração no organismo humano, constitui tarefa típica da toxicologia Ocupacional, quando
utiliza “indicadores biológicos de exposição”. (COLACIOPPO, 1989). Para a EPA, a
27

“avaliação a exposição é o processo de medir ou estimar a intensidade, duração e freqüência


da exposição humana a um toxicante.” (AGÊNCIA, 1988)
A idéia de “duração e freqüência” introduz a segunda acepção de “exposição” que, no
campo do Seguro e da Gerência de Riscos, está associada ao tempo, à duração da “exposição”
do sujeito “exposto” ao perigo, e portanto, diretamente incidente sobre a probabilidade do
evento, ou seja, sobre o “risco”. Quanto maior o tempo de exposição, maior o risco. (DE
CICCO; FANTAZZINI, 1985) É o mesmo conceito utilizado na Epidemiologia, quando se
trabalha com a idéia de “densidade de incidência.”
Para que o risco se concretize e venha produzir danos ou perdas (principalmente em
termos de saúde humana) é necessário o “contato” ou a “exposição” entre o ser humano
“exposto ao risco” e a fonte de “perigo”. Como o “contato” pode ser evitado ou reduzido,
assim como a exposição pode ser evitada ou reduzida, o risco também pode ser evitado ou
reduzido, advindo daí um dos princípios basilares da Segurança do Trabalho e da Higiene do
Trabalho.

2.4 PERCEPÇÃO DE RISCO

Em geral, as pessoas subestimam os riscos por acreditar que estão seguras e que são
invulneráveis, não se sentindo, portanto, obrigadas a fazer algo a respeito. Há diferenças entre
as avaliações técnicas e as avaliações do público quanto à identificação dos riscos mais
importantes. O estudo sobre a percepção de risco indica que os especialistas geralmente
definem o risco de uma forma técnica e limitada enquanto que o público julga o risco a partir
de uma série de fatores psicológicos, sociais, institucionais e culturais.(SLOVIC P. 2000)

2.5 ACIDENTE

No conceito legal, a atual lei n° 8213 de 20/07/91, que dispõe sobre o Seguro sobre
Acidentes do Trabalho, define que:
28

Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa


ou pelo exercício do trabalho dos segurados no inciso VII (produtor, parceiro,
meeiro e arrendatário rural, pescador artesanal e assemelhados) do art. 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou a perda
ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho (art.19).
(BRASIL, 1991)

No conceito prevencionista, muito mais amplo, o Acidente de Trabalho: “É a


ocorrência imprevista, indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do
trabalho, que provoca lesão pessoal ou decorre risco próximo ou remoto desta lesão”. Com
relação a estes dois conceitos, há que se atentar para a distinção entre ambos, o acidente e a
lesão que dele possa decorrer. A confusão entre o acidente e a lesão é de subestimar o
acidente, dando-se maior atenção às lesões por ele originadas. A melhor maneira de evitar
lesões, é concentrar a atenção nos acidentes, mais especificamente nas suas causas, pois as
lesões representam as conseqüências.

Conforme analisa Oddone (1986 apud LIMA, 2001):

Por acidente entendemos o acidente em si ou a disponibilidade do operário para


sofrer danos pela concomitância de diversos fatores nocivos. Por doença
inespecífica entendemos um conjunto de doenças físicas e psíquicas não
diretamente associável a uma causa determinada, mas atribuíveis, ao menos em
parte, a um ou mais fatores do ambiente de trabalho. Estas compreendem um grupo
heterogêneo que vai do cansaço e da insônia persistente, aos distúrbios digestivos, à
úlcera gastroduodenal, às colites, às neuroses, às artroses e à asma brônquica, para
talvez chegar até a hipertensão e a outras doenças, sempre mais freqüentes nas
sociedades industriais, das quais não se conhece a origem. Por doença específica ou
profissional entende-se uma doença definida, cuja causa é diretamente identificavel
num dos fatores do ambiente de trabalho. Tomamos como exemplos a silicose, o
benzolismo e o saturnismo.

Segundo comenta Araújo (2004, p.365), no intuito de entender a dinâmica do acidente,


várias teorias para a análise do acidente foram desenvolvidas e dentre elas, a Teoria do Efeito
Dominó, idealizada por Heinrich em 1930, e mais tarde aprimorada por Bird, Loftus (1976),
tinha como princípio que a dinâmica do acidente está relacionada a uma cadeia de eventos que
depende de um evento chave para a materialização do acidente. Outra teoria difundida, é a da
Reação em Cadeia: “ È outro tipo de cascata, mas ao invés de uma cadeia simples pode ter
diversas cadeias, mas também conduz a análise através do penúltimo evento”. Conforme
comenta Lee (1986, p.12), sobre a análise de acidentes: “Não existe formas de saber se a lista
de causas está completa”.
29

Portanto, no raciocínio da existência de mais de uma causa, foi que James Reason
(1990), deu origem a sua Teoria de Múltiplas Causas: “É a mais popular das teorias e sugere
que um acidente resulta da complexa interação de inúmeras causas ou eventos causais”.
Segundo Reason (1990 apud BARRETO, 2004):

Falhas latentes “são derivadas de ações ou decisões da administração, portanto de


pessoas distantes da atividade operacional, cujas conseqüências podem permanecer
latentes durante muito tempo” e Falhas ativas “são cometidas por aqueles que estão
em contato direto com a atividade operacional, e que tem um efeito adverso
imediato”.

Na figura 1 é apresentado o modelo de Reason, baseado na teoria de múltiplas causas


que originam o acidente.

ACIDENTE

Falhas latentes
e ativas
Defesas
Inadequadas
Atos
Falhas ativas Perigosos

Competências Fator desencadeante


Falhas latentes Conhecimentos
Deficientes

Falhas latentes Programas/


Procedimentos
Deficientes

Falhas latentes Decisões


com falhas

Figura 1 - Modelo de Reason


Fonte: Barreto (2004)

O modelo desenvolvido por Reason e apresentado na figura 1, procura ilustrar os


modos de falhas, com a representação de alguns furos nos seus respectivos processos, e
determina que o acidente é resultante do somatório destas falhas, de forma seqüencial.
30

2.6 IMPACTO OU DANO

De acordo com a definição de Ropper (1999 apud CALDAS ,2003, p.9), impacto é “o
montante ou a quantia resultante de um dano ou perda”.

Na visão de Gómez – Merello (2000 apud CALDAS, 2003, p.9), “ é toda variação real
ou suposta, que um bem experimenta quando sofre uma diminuição de seu valor ou preço. Se
caracteriza pelo agente causador, sua forma de manifestação e suas conseqüência negativas”.

Nos tempos atuais, vemos as indústrias: química, petroquímica e de petróleo em


processo evolutivo constante, envolvendo o manuseio com produtos inflamáveis, tóxicos e
explosivos, e desta forma cada vez mais suscetíveis aos riscos de provocarem explosões,
incêndios e dispersões tóxicas em suas plantas, podendo originar graves conseqüências ao
meio ambiente, às pessoas e ao seu patrimônio.

No intuito de elucidar os efeitos catastróficos, segue a apresentação de alguns eventos


na figura 2 e apresenta-se, no anexo A, uma tabela envolvendo acidentes ambientais mundiais
relevantes e os seus respectivos impactos, segundo o aspecto cronológico.

Acidente de Bophal Acidente de Chernobyl Acidente com a Acidente com produtos


plataforma Piper químicos – Basiléia
Alpha

Figura 2 - Acidentes industriais


Fonte: PETROBRÁS

Conforme apresentado, demonstra-se o aprendizado com os acidentes industriais. Nos


tempos atuais, vemos as indústrias: química, petroquímica e de petróleo em processo
31

evolutivo constante, envolvendo o manuseio com produtos inflamáveis, tóxicos e explosivos,


e desta forma cada vez mais suscetíveis aos riscos de provocarem explosões, incêndios e
dispersões tóxicas em suas plantas, podendo originar graves conseqüências ao meio ambiente,
às pessoas e ao seu patrimônio.

2.7 GERÊNCIA DE RISCOS

No contexto da Segurança Industrial e do Meio Ambiente, gerência de risco é


entendida como “o processo de decisão que utiliza os resultados da avaliação (ou análise) de
risco para produzir uma decisão acerca da ação ambiental.
A gerência de risco leva em consideração informações técnicas, científicas, sociais e
econômicas.”(AGÊNCIA, 1988).
De forma mais ampla, “é a ciência, a arte e a função que visa a proteção dos recursos
humanos, materiais e financeiros de uma empresa, quer através da eliminação ou redução de
seus riscos, quer através do financiamento dos riscos remanescentes, conforme seja
economicamente mais viável” (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985).
De acordo com a visão de Lee (1986), um sistema de gerenciamento voltado para a
prevenção de perdas, deve incluir na sua estrutura os seguintes elementos: Gerenciamento da
atitude; Gerenciamento da organização; Pessoas competentes; Sistemas e procedimentos;
Normas e código de práticas; Sistemas de pressão; Documentação; Sistema de auditorias e
Avaliações independentes.
O risco é inerente às atividades industriais, podendo ser mais ou menos perigoso. O
gerenciamento do risco tem como função básica eliminar ou reduzir a níveis toleráveis os
obstáculos que possam surgir e oferecer perigo à realização dos objetivos da empresa.
Portanto o gerenciamento de riscos deve ser uma conduta sistemática a fim de superar os
perigos e reduzir as perdas.
Conforme Morgado (1998 apud ESPINOSA, 2004, p.24), “um programa de
gerenciamento do risco deve então ser dividido em quatro etapas: identificação, análise,
avaliação e tratamento de riscos”, que serão desmembradas a seguir para melhor compreensão
de sua relevância.
32

• Identificação de riscos
De acordo com De Cicco e Fantazinni (1985),

A identificação de riscos é, indubitavelmente, a mais importante das


responsabilidades do gerente de riscos. É o processo através do qual, contínua e
sistematicamente, são identificadas perdas potenciais (a pessoas, à propriedade e por
responsabilidade da empresa), ou seja, situações de risco de acidentes que podem
afetar a organização.

Segundo Viégas (2002), a primeira e mais importante etapa de gestão de risco é:

A identificação de todas as fontes potenciais de exposições a perdas, que podem


ocorrer numa organização. É recomendado que, após usar os processos de
identificação de perigos e de avaliação e controle de riscos, a organização tenha uma
estimativa completa de todos os perigos significativos para o seu efetivo controle.

Para melhor cumprir essa tarefa, o gerente de riscos deve, antes de mais nada, obter
informações que lhe permitam conhecer em profundidade a empresa. E para isso, algumas
ferramentas poderão ser utilizadas: “Checklists” e roteiros; Inspeção de Segurança;
Investigação de Acidentes e Fluxogramas.

• Análises de Riscos
Conforme comenta Souza (1997), “a análise e avaliação de risco é um exercício
orientado para a quantificação da perda máxima provável que dele possa decorrer, ou seja, da
quantificação da probabilidade de ocorrência desse risco e de suas conseqüências e/ou
gravidades”.
Segundo Espinosa (2004) as análises de riscos podem ser obtidas por uma ou mais das
seguintes ferramentas:

- Análise preliminar de riscos: Consiste no estudo durante a fase de concepção de um


projeto, com o objetivo de se determinar os riscos que poderão estar presentes na sua
fase de operação. Tem especial importância em projetos de instalações novas, sem
similares.
- Série de riscos: É um estudo em que se levantam todos os passos que desencadeiam
um processo de falha. Daí surge o chamado risco inicial, que foi o primeiro de uma
série que termina numa falha ou acidente. O conhecimento de todos os passos do
processo permite atuar na causa fundamental, ou atuar em estágios posteriores.
- Árvore de causas: A árvore de causas é uma importante ferramenta para análise dos
acidentes. É baseada na pesquisa e questionamentos, envolve grupos de trabalho,
levando a medidas preventivas contra a ocorrência de novos acidentes semelhantes.
- What if / Check list: É um procedimento de revisão de riscos, que produzirá relatórios
cada vez mais ricos em termos de possibilidades de falhas e acidentes. Diferentes
grupos de trabalho são formados para cada ocasião, que percorrem o processo do
33

início ao fim, perguntando “e se ...”. Ao final um novo relatório é feito, adicionando


as novas possibilidades levantadas.
- Análise de modos e efeitos de falhas (FMEA): Esta técnica permite analisar como
podem falhar os componentes de equipamentos e sistemas, avaliar as taxas de falha,
determinar os efeitos que poderão advir, e, conseqüentemente , estabelecer as
mudanças que deverão ser feitas para aumentar a probabilidade que o sistema opere
satisfatoriamente. Pela análise dos efeitos, pode-se diminuir suas conseqüências.
- Análise de árvore de falhas: É uma ferramenta que permite quantificar o risco
(também a confiabilidade) de sistemas e equipamentos, através de uma estrutura
ramificada onde são analisados todos os fatores possíveis de conduzir a uma falha.
Usa princípios da álgebra booleana, e permite identificar qual a seqüência de eventos
que mais penaliza uma instalação com relação ao risco de uma falha e à sua
confiabilidade. É excelente para quantificar a análise de modos e efeitos de falha.
- Estudo de perigos e operabilidade (HAZOP): Envolve a investigação de como o
sistema pode ser desviado dos objetivos do projeto. O principal objetivo do HAZOP é
a investigação dos problemas operacionais, alguns dos quais mesmo não sendo
perigosos, podem comprometer a capacidade do sistema em alcançar a produtividade
projetada. Desta forma o HAZOP ultrapassa a identificação de riscos. Foi
originalmente desenvolvido para antecipar riscos e operacionalidade para uma nova
tecnologia, onde a experiência passada é limitada.

• Avaliação de riscos

Viégas (2002), observa que:

A avaliação do risco é essencial para determinar a criticidade das exposições a


perdas e estabelecer as prioridades para a ação. E as duas variáveis, freqüentemente
utilizadas nesta avaliação, são: probabilidade de ocorrência de um evento indesejado
(perigo) e conseqüências (gravidade) geradas pela ocorrência desse evento
indesejado.

Conforme define Espinosa (2004):

A avaliação de risco consiste na quantificação da perda máxima possível,


considerando a freqüência e a conseqüência. Analisando-se uma matriz de
classificação (probabilidade versus conseqüência), pode-se dizer que um risco é
tanto maior quanto maior for o produto do fator da freqüência pelo fator da
conseqüência.

O fator freqüência está relacionado à probabilidade de ocorrência, ou à taxa de falha


real de um equipamento. Pode também estar enfocado em apenas um determinado modo de
falha.
Já o fator conseqüência pode ser relativo à segurança, ao meio ambiente ou a perdas
econômicas. É comum avaliar todas as conseqüências ao mesmo tempo e adotar o risco final
de maior valor obtido.
Tal como define Souza (1997), “para classificar o risco é necessário definir as classes
de probabilidade de ocorrência do evento e de suas respectivas conseqüências”:
34

A seguir serão apresentadas nos quadros 3 e 4 respectivamente, uma forma de se


efetuar a avaliação qualitativa da freqüência de ocorrência e severidade dos perigos
identificados. E na tabela 1 e quadro 5 respectivamente, serão apresentadas a forma pela qual
se pode fazer a avaliação qualitativa e classificação dos riscos dos perigos identificados.

CLASSE DENOMINAÇÃO FAIXA DE DESCRIÇÃO


FREQÜÊNCIA(/ANO)
Teoricamente possível, mas de
A Extremamente remota < 10E-4 ocorrência extremamente improvável
ao longo da vida útil da instalação
Ocorrência não esperada ao longo da
B Remota 10E-4 < f < 10E-3
vida útil da instalação
Baixa probabilidade de ocorrência ao
C Improvável 10E-3 < f < 10E-2
longo da vida útil da instalação
Ocorrência esperada até uma vez ao
D Provável 10E-2 < f < 10E-1
longo da vida útil da instalação
Ocorrência esperada se repetir por
E Freqüente > 10E-1 várias vezes ao longo da vida útil da
instalação
Quadro 3 - Classes para avaliação qualitativa da freqüência de ocorrência dos perigos identificados
Fonte: Espinosa (2004)

CLASSE DENOMINAÇÃO CARACTERÍSTICAS


- Não resulta em danos ou resulta em danos insignificantes a
I Desprezível equipamentos, propriedades e meio ambiente.
- Não ocorrem lesões ou mortes de funcionários nem de terceiros (não
funcionários e público externo).
- Danos leves a equipamentos, propriedades ou meio ambiente, sendo
II Marginal
porém controláveis e de baixo custo de reparo.
- Lesões leves em funcionários ou terceiros.
- Danos severos a equipamentos, propriedades ou meio ambiente,
permitindo proceder à parada ordenada do sistema.
III Crítica
- Lesões de gravidade moderada em funcionários ou terceiros.
- Exige ações corretivas imediatas para evitar seu desdobramento
catastrófico.

- Danos irreparáveis a equipamentos, propriedades ou meio ambiente,


levando à parada desordenada do sistema, implicando em reparação
IV Catastrófica
impossível ou lenta e de altíssimo custo.
- Provoca várias mortes ou lesões graves em funcionários ou terceiros.

Quadro 4 - Classes para avaliação qualitativa da severidade dos perigos identificados


Fonte: Espinosa (2004)
35

Tabela 1 - Matriz para avaliação qualitativa de risco dos perigos identificados


FREQÜÊNCIA

A B C D E

IV
SEVERIDADE

III

II

Fonte: Espinosa (2004)

DESPREZÍVEL

MENOR

MODERADO

SÉRIO

CRÍTICO

Quadro 5 - Quadro de classificação do risco dos perigos identificados


Fonte: Espinosa (2004)

Conforme apresentado nas etapas anteriores, a identificação, análise e avaliação


qualitativa do risco em relação aos perigos identificados, culmina com a determinação da
classe de significância dos riscos. Portanto cabe ao gestor de riscos definir agora o critério de
tolerabilidade para os riscos da organização.

Uma vez definida a tolerabilidade do risco, os riscos que estiverem fora da faixa de
tolerabilidade definida pela organização ou gestor de riscos, deverão ser tratados, tal como
define melhor o item a seguir.

• Tratamento de riscos

Viégas (2002), observa que:

Após a avaliação de riscos a decisão por algumas formas de controle que deverão ser
aplicadas, seguem quatro alternativas:
Eliminação: geralmente é a opção preferida, mas nem sempre é possível, pois às
vezes nem todos os riscos podem ser eliminados.
Tratamento: muitos perigos podem ser tratados para reduzir o seu risco inerente. Um
método para tratamento dos riscos é aplicar controle através da utilização de
36

procedimentos, práticas, normas e regulamentações. O treinamento, formação e


supervisão são outros aspectos valiosos para o tratamento dos riscos.
Tolerância: os gerentes devem decidir quanto tolerar o risco. Algumas vezes
tratamos o risco para que ele possa ser reduzido a um nível tolerável; algumas vezes
o risco não permite nenhum tratamento e nós simplesmente toleramos tal risco.
Transferência: o risco financeiro ocorre, mesmo com os melhores métodos de
tratamento. O seguro é uma maneira de transferir alguns riscos, porém, ao fazê-lo,
não transferimos todas as responsabilidades legais e financeiras. Indenizações:
resultam em prêmios de seguros maiores.

Segundo De Cicco e Fantazinni (1985), “o tratamento dos riscos vem a ser as ações
tomadas para a prevenção (eliminação ou redução do risco) ou financiamento do risco através
da retenção (auto-adoção ou auto-seguro) e da transferência (sem seguro ou por intermédio de
seguro)”.
De Cicco e Fantazinni (1985), definem o tratamento de riscos, utilizando-se dos
seguintes conceitos:

Prevenção de riscos: processo que compreende a eliminação ou redução de riscos


referentes à probabilidade de ocorrência.
Financiamento de riscos: compreende os aspectos de retenção e transferência do
risco.
A Retenção do risco, pode ser definida, genericamente, como um plano financeiro
da própria empresa para enfrentar perdas acidentais, e pode ser feita através de:
auto-seguro e auto-adoção.
Auto-seguro: pode ser diferenciado da auto-adoção de riscos pelo fato de que esta
última não exige ou não envolve um planejamento formal, um fundo (financeiro) de
reserva para perdas. Empresas adotam, normalmente, a retenção de riscos de várias
maneiras: decidindo assumir todas as perdas de um certo tipo; decidindo assumir
somente perdas até um determinado valor e transferindo ao seguro o excedente; e
decidindo estabelecer fundos de reserva antes ou depois da ocorrência das perdas.
A Auto-adoção apresenta-se de duas formas: como um plano intencional de
financiamento de riscos e como uma ação não-intencional.
A auto-adoção intencional, implica na aceitação deliberada das perdas que são
inconseqüentes para a empresa, ou seja, que são perfeitamente suportáveis no seu
contexto econômico e financeiro.
A auto-adoção não-intencional, caracteriza-se pela ausência de um plano
organizado, conseqüente de não-identificação dos riscos, da ignorância e, até
mesmo, da incompetência técnica e administrativa de algumas pessoas.
Auto-seguro: processo no qual é definido um planejamento financeiro para o
financiamento dos riscos, tais como a constituição de fundos reserva para perdas e
medidas adicionais de controle financeiro interno. Se não existir um plano financeiro
para faze face às perdas, a empresa estará utilizando, consciente ou
inconscientemente, o método de auto-adoção de riscos já comentado.
Não se deve considerar que o método de auto-seguro é uma forma exclusiva de
financiamento de riscos. A regra geral é que deve ser adotado, simultaneamente,
mais de um método de financiamento. Como por exemplo, uma empresa pode
assumir os riscos de colisão e roubo de veículos, com uma franquia máxima, e
transferir o excedente ao seguro.
A transferência do risco, basicamente pode ser feita a terceiros de duas formas: sem
seguro, através de contratos, acordos e outras ações e através de seguro.
Sem seguro: neste caso, a transferência normalmente é feita através de contratos
específicos, em que ficam definidas as responsabilidades, garantias e obrigações de
37

cada uma das partes. Isto é comum ocorrer com contratantes importantes que, ao
definirem as suas condições, determinam a transferência à contratada dos riscos
inerentes ao contrato.
Nos casos de transferência consciente, é de suma importância que o gestor de riscos
participe da elaboração dos termos contratuais, de forma a analisar e definir se o
custo-benefício da transferência é favorável à empresa.
Por seguro: é o processo mais comum para a transferência dos chamados riscos
puros e, em alguns casos, até dos riscos especulativos.

A figura abaixo melhor exemplifica a dinâmica da etapa de tratamento riscos:

T R A T A M E N T O D E R IS C O S

P R E V IN IR F IN A N C I A R E V IT A R

E L IM IN A R R E D U Z IR

RETER T R A N S F E R IR

A U T O -A D O Ç Ã O A U T O -S E G U R O SEM SEGURO POR SEGURO

:
Figura 3 - Tratamento de riscos
Fonte: Adaptado de COUTINHO (1997).

Conforme apresentado através da figura 3, a organização após a definição do critério


de tolerabilidade de riscos, deve proceder à fase de tratamento dos riscos a fim de enquadrar
os riscos que encontram-se fora da faixa de classificação de tolerabilidade, e trazê-los para
dentro da mesma.

2.8 A INDÚSTRIA E A GESTÃO DE RISCOS

Ao longo dos anos, os ensinamentos resultantes dos acidentes fizeram com que as
38

indústrias convertessem este aprendizado, em normas, procedimentos, leis, regulamentos,


enfim, criassem um sistema próprio de gestão para os riscos existentes nas organizações.

Cada acidente fomentou um tipo de aprendizado, e assim, além das formas


encontradas para mitigar e corrigir os sinistros , cabe salientar a importante mudança que vem
ocorrendo na cultura industrial, no sentido de se substituir a visão corretiva pela preventiva.

Tal como preconiza VALLE e LAGE (2003) com relação à abordagem preventiva:

Prevenir um acidente será sempre mais barato e seguro do que remediar seus efeitos.
Essa mudança de postura, observada ao longo das duas últimas décadas, já permite
constatar uma sensível redução no número de acidentes industriais noticiados e, em
especial, dos grandes acidentes, bem mais freqüentes até a década de 1980.

Para que a empresa moderna possa estruturar a sua gorvernança corporativa, ela
precisa conhecer e gerenciar os riscos que ameaçam os fatores: sociais, econômicos, políticos
e tecnológicos que compõe os ativos da organização.

Para melhor entendimento da forma pela qual os riscos se apresentam dentro da


empresa, serão desmembrados a seguir os conceitos sobre os fatores que compõem os ativos
da empresa, bem de que forma estes riscos se manifestam e seus respectivos impactos.

• Ativos da Organização

Os Ativos Fixos da empresa são formados, cada vez mais, por instalações muito
sofisticadas, computadores eletrônicos, robôs, processos novíssimos, utilização maciça de
energia; em suma, instalações completas, porém dispendiosas, mais concentradas em valor e
de maior importe global em seu custo, (LIMA, 2001).

O Fator Humano, é seu mais importante ativo. Os riscos puros, a que está submetido o
homem na empresa, são variados: acidente de trabalho, enfermidade comum, doença
profissional, acidente doméstico ou de transporte, perda do homem-chave, acúmulo de
viagens coletivas e riscos de higiene industrial, fundamentalmente (LIMA, 2001).

O Ativo Imaterial da empresa é formado sobre seu nome, sua imagem, experiência e o
conjunto desse “halo histórico” que permite que um produto seja aceito pelo usuário porque
oferece garantia de seriedade por parte do fabricante (LIMA, 2001).
39

• A Organização e seus riscos

Segundo Candel (1987 apud LIMA (2001):

Riscos Especulativos (Dinâmicos): são os que afetam a alta direção e obrigam a


definir a estratégia e a tomada de decisões de grande transcendência para a
evolução da própria atividade. Nesse contexto, por exemplo, fala-se hoje das
estratégias diante da mudança, da procura da excelência, da necessidade de
flexibilidade dentro da empresa, da dinâmica permanente, da descentralização, da
constante inovação ou da cultura empresarial. Todos são conceitos que se vão
acumulando “a posteriori” para explicar por que algumas empresas triunfam sobre
outras que retrocedem diante de um ambiente agressivo, complexo e
permanentemente mutável.

Conforme comenta Lima (2001):

Os Riscos Puros (Estáticos), representados pelos acidentes ou sinistros, têm relação


direta com as forças da natureza, fenômenos físicos, químicos ou energéticos de
outro tipo, e produzem uma diminuição no ativo material, humano ou imaterial da
empresa. Tais riscos, contra os quais a empresa se defendia de forma clássica, com
coberturas financeiras proporcionadas pelas companhias de seguros, cresceram de
maneira dramática nos últimos anos, em consonância com o desdobramento do
ambiente econômico, social e tecnológico.

Conforme define De Cicco e Fantazinni (1985) ”os riscos puros (ou estáticos) são
também chamados de riscos negativos pois envolvem somente chances de perda associada ao
processo, já os riscos especulativos (ou dinâmicos) que são também chamados de riscos
positivos , envolvem uma possibilidade de ganho, em função do controle dos riscos
associados ao processo ”.

• Ocorrências
O ativo imaterial, pode ficar seriamente prejudicado como conseqüência de
reclamações judiciais, por parte dos próprios trabalhadores, em casos de acidentes de trabalho
onde for caracterizada a negligência da empresa (falta de medidas de segurança), por
reclamações de terceiros prejudicados por qualquer atividade da empresa em seu próprio
desenvolvimento, ou pelos próprios clientes ao consumir ou usar produtos (LIMA, 2001).

Os ativos materiais estão submetidos a riscos clássicos de incêndio, explosão física ou


química, forças da natureza, como inundação, terremoto ou vendaval, atos político-sociais
(sabotagem, vandalismo, grevistas) e também a riscos de caráter tecnológico que começam a
40

ser conhecidos (danos em equipamentos eletrônicos, ruptura de mecanismos complexos,


avarias internas, etc) (LIMA, 2001).

• Conseqüências

Qualquer dano pode originar uma paralisação na empresa, o que por sua vez, causa
uma importante perda econômica. O lucro cessante pode significar muito mais para a empresa
que o próprio dano físico direto

Em paralelo à indenização financeira , há que acrescentar a perda de imagem e de


ativo imaterial de conseqüências importantes para o desenvolvimento da própria atividade
empresarial.

Dentro de todo este contexto que envolve a organização e seus riscos, a figura 4,
melhor diagnostifica os conceitos anteriores.

GESTÃO CORPORATIVA

FATORES Econômico-
Ambientais Tecnológicos Sócio-Políticos
QUE Financeiro
COMPÕE O
ATIVO
Danos Materiais Responsabilidades: Produtividade
Propriedades Acidentes Pessoais Geral Rentabilidade
CONSEQÜÊNCIAS Interrupção Patronal Solvência
Produtos Imagem Pública

Fenômenos Acidentes
OCORRÊNCIAS Atos Maldosos Oferta
Naturais Operacionais
Responsabilidades Procura

Riscos
RISCOS
Riscos Puros
Especulativos

CONTROLE Gerência de Riscos Gerência Geral


(HAZARD) (RISK)

Figura 4 - A Empresa Industrial e seus riscos


Fonte: Adaptado de CANDEL (1987 apud LIMA, 2001)

Conforme apresentado, a figura 4 sintetiza a importância da gestão de riscos na


estrutura organizacional da empresa, a fim de, através da gestão dos riscos puros ou estáticos,
evitar ou prevenir a ocorrência de riscos que venham a perturbar os ativos da organização.
41

Tal como comenta Morgado (2001), normalmente a Gestão de Riscos trata apenas de
questões relativas à prevenção e financiamento dos riscos puros. Entretanto vale mencionar
que muitas técnicas podem ser aplicadas aos riscos especulativos.

Apresentando a síntese deste capítulo conclui-se que:

9 Conforme preconiza a revisão literária referente à gestão de riscos, ela apresenta-


se através de um processo estruturado definido por: identificação dos perigos,
análise , avaliação e tratamento dos riscos;

9 Para que a organização possa estruturar a sua governança corporativa, ela precisa
conhecer e gerenciar os riscos que ameaçam os fatores: sociais, econômicos,
políticos e tecnológicos que compõe os ativos da organização;

9 Dentro do estudo apresentado, a metodologia proposta fundamenta-se apenas na


gestão de riscos puros ou estáticos da organização.
42

3 SISTEMAS DE GESTÃO DE RISCOS

Neste capítulo serão apresentados os conceitos que completam a idéia de um sistema


de gestão, e de que forma eles se estruturam, assessorados pela ferramenta da qualidade –
PDCA. E será apresentada uma avaliação comparativa entre os principais sistemas de gestão
de SMS internacionais, com a finalidade de subsidiar a formatação da metodologia proposta
do SGR.

3.1 SISTEMA

A teoria Geral de Sistemas, conforme observa Campos (2000), preconiza que todo
sistema é constituído de partes interligadas com uma função específica. O conceito de “partes
interligadas” faz com que o significado de “sistema” seja similar ao de “processo”. A função
específica de um Sistema de Gestão é produzir resultados, atingir metas ou resolver
problemas, o que é tudo a mesma coisa (gerenciar é resolver problemas). Portanto, o Sistema
de Gestão é constituído de partes interligadas com a função específica de produzir resultados
para a organização.

3.2 GESTÃO

Segundo Araújo (2004), o termo Gestão está associado a um conjunto de práticas


gerenciais necessárias ao processo de planejamento, avaliação, controle e monitoramento dos
processos produtivos.
43

As funções da gestão segundo Henri Fayol (1841-1925 apud VIÉGAS, 2002), são
definidas através dos aspectos: previsão, planejamento, organização, comando, coordenação e
controle.

Referente à importância dos sistemas de gestão, observa Viégas (2002), que estes
sistemas ajudam a manter a consistência. “Quando os gerentes são substituídos, o sistema
permanece para garantir a continuidade durante a transição. Os sistemas de gestão também
oferecem caminhos estruturados para alcance dos objetivos, desenvolvimento das pessoas,
melhoria das comunicações e dos processos comerciais”.

Campos (2000) comenta: “o bom senso não é suficiente para garantir uma
administração eficiente de seu negócio. O segredo do gerenciamento competente está no
método. E ainda são necessárias disciplina e sistema para estabelecer e cumprir metas”.

O conceito de Sistema de Gestão por si só não completa o quadro para um


entendimento da abordagem moderna de gestão. É necessário ainda o entendimento da função
do método e de seu significado. Método é uma palavra que se origina da soma das palavras
gregas “metas” e “hodós”, que significam, respectivamente, “resultado a ser atingido” e
“caminho”. Portanto, o método é o caminho para a meta.

3.3 O PDCA – FERRAMENTA DA QUALIDADE

O PDCA é uma das ferramentas do Sistema da Qualidade, que tem como objetivo
visualizar o processo de melhoria contínua dos sistemas, através de seus elementos:
P(Planejamento), D(Execução), C(Verificação), A(Atuação). O dinamismo do ciclo é que
caracteriza a melhoria do sistema.

Segundo Araújo (2004), “sem organização o planejamento, metas e objetivos não é


possível chegar a lugar nenhum. Sem execução, o discurso se torna apenas um pacto de boas
intenções. Sem medir não se gerencia, e sem atuação nos desvios não se garante a eficácia e a
busca incessante pela melhoria contínua”.
44

Segundo citações de Souza e Mekbekian (1993 apud ESPINOSA, 2004),”o método de


melhorias PDCA pode ser definido como instrumento valioso de controle e melhoria de
processos que, para ser eficaz, precisa ser de domínio de todos os funcionários de uma
organização”.

As letras que formam o nome do método, PDCA, significam em seu idioma de


origem: PLAN, DO, CHECK, ACT, o que significa, PLANEJAR, EXECUTAR,
VERIFICAR, ATUAR. Esses módulos fazem parte dos passos básicos concebidos
originalmente por Shewhart, sendo aprimorados posteriormente por Deming.

Figura 5 - Ciclo PDCA


Fonte: Curtis (2005)

O Ciclo PDCA é projetado para ser usado como um modelo dinâmico. A conclusão de
uma volta no ciclo irá fluir no começo do próximo ciclo, e assim sucessivamente, seguindo os
requisitos definidos nas respectivas etapas do ciclo:

• Planejamento (P): localizar problemas, estabelecer metas e definir um plano de


ação.

• Execução(D): conduzir a execução do plano.

• Verificação ( C): verificar o atingimento da meta.

• Ação (A): tomar ação corretiva no insucesso e padronizar e treinar no sucesso.

Aplicando tais conceitos, o método do PDCA, será utilizado no referido estudo, com a
aplicação do Modelo de Gestão de SMS do API – API 9100B, objetivando organizar e
sistematizar a aplicação dos elementos do modelo proposto, conforme será apresentado na
figura 6 do capítulo 5.
45

3.4 COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMAS DE GESTÃO E SEUS ELEMENTOS

No intuito de conhecer alguns dos principais Sistemas e Normas internacionais


voltadas para o gerenciamento de riscos na organização, será apresentado no quadro 6, uma
avaliação comparativa entre os Sistemas e seus respectivos elementos, a fim de que se possa
avaliar a interface de relevância entre eles e sua conseqüente utilização na metodologia
proposta.

A avaliação será feita através dos seguintes Sistemas e Normas:

• AZ/NZS 4360 (Norma australiana e neozelandeza) : Administração de Riscos;

• API RP 75 (Prática recomendada – Instituto de Petróleo Americano): Prática


Recomendada para o desenvolvimento de um programa de gerenciamento de
Segurança e Meio Ambiente para uso em Plataformas Continentais de Petróleo;

• API RP 750 (Prática recomendada – Instituto de Petróleo Americano ): Prática


Recomendada para o desenvolvimento de um programa de gerenciamento de perigos
de processo, para uso em processos de refino de petróleo;

• API 9100B – Documento de orientação do Instituto de Petróleo Americano referente a


elaboração de um sistema de gestão de SMS.

• BS8800 (Norma Britânica 8800): Provê orientações sobre sistemas de gerenciamento


de saúde e segurança ocupacionais.

• CCPS (Centro de Segurança em Processo Químico): Provê orientações sobre a


segurança de processo químico.

• CMA (Associação dos Fabricantes Químicos): Provê orientações sobre a segurança de


processo químico.

• EPA 40 CFR (Agência de Proteção do Meio Ambiente- USA): Provê orientações para
um programa de gerência de risco.

• OSHA 29 CFR 1910,119 (Administração de Saúde e Segurança Ocupacional – USA):


Provê orientações para um programa de gerência de risco.

• OHSAS 18001(Série de Avaliação de Segurança e Saúde Ocupacional)


46

• UNE 81900 (Norma de Gestão de Riscos- Espanhola): Proporciona recomendações


relativas a gestão da prevenção de riscos do trabalho.

• ABNT- NBR ISO 14001- Sistemas de Gestão Ambiental


SISTEMAS

GESTÃO
DE

OSHA29 CRR

OHSAS 18001
AZ/NZS 4360

EPA 4O CFR
API RP 750

UNE 81900
API RP 75

ISO 14001
API 9100B

BS 8800

CCPS

CMA
ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE
GESTÃO DE RISCOS
ESTABELECIMENTO DO CONTEXTO
ESTRATÉGICO, ORGANIZACIONAL E X
DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES DE


X
TRABALHO

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS X X X
IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS X X X X X X
CONTROLE DO RISCO X X X X X X
INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA E MEIO
X
AMBIENTE
INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PROCESSO X X X X
GERENCIAMENTO DA MUDANÇA X X X X X X
ANÁLISE DE RISCO X X X X X X X X
AVALIAÇÃO DOS RISCOS X X X X X X X X
TRATAMENTO DE RISCOS X X X X X X X
MONITORAMENTO E REVISÃO DOS RISCOS X X
COMUNICAÇÃO E CONSULTA X X X X X X
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS X X X X X X
PRÁTICAS SEGURAS DE TRABALHO X X X
TREINAMENTO X X X X X X X X X X X
SEGURANÇA DA QUALIDADE E INTEGRIDADE
X X X X X X
MECÂNICA DOS EQUIPAMENTOS CRÍTICOS

REVISÃO DE SEGURANÇA NA PRÉ-PARTIDA X X X X X


CONTROLE E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS X X X X X X X X X
INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES X X X X X X X X X
AUDITORIAS X X X X X X X X X
POLÍTICA X X X X X
REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS X X X X X X
PROGRAMA X X X X X X X
ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE X X X X X X
DOCUMENTAÇÃO X X X X X X X X
CONTROLE DE DOCUMENTOS E DADOS X X X X X X X
CONTROLE OPERACIONAL X X X
REGISTROS E GESTÃO DE REGISTROS X X X X X X
47

Continuação...

OSHA29 CRR

OHSAS 18001
SISTEMAS

AZ/NZS 4360

EPA 4O CFR
GESTÃO

API RP 750

UNE 81900
API RP 75

ISO 14001
DE

API 9100B

BS 8800

CCPS

CMA
ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE
X X X X
GESTÃO DE RISCOS
CENÁRIOS PROVÁVEIS DE LIBERAÇÕES X X
CENÁRIOS DOS PIORES CASOS DE LIBERAÇÃO X X
PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS X X
CONTRATADOS X X X X
PERMISSÃO DE TRABALHO À QUENTE X
SEGREDOS DE COMÉRCIO X X
REVISÃO DE PROJETO X X
FATORES HUMANOS X
GARANTIA DA QUALIDADE DE PROJETO X
MONITORAMENTO E MEDIÇÃO DE
X X X X
DESEMPENHO

QUANTIDADE DE LIBERAÇÕES POTENCIAIS


HISTÓRICO DE LIBERAÇÃO DOS ÚLTIMOS
X
CINCO ANOS

CONSEQÜÊNCIAS EXTRA-MUROS X
Quadro 6 – Quadro comparativo dos Sistemas de Gestão e seus elementos

Conforme apresentado, a avaliação comparativa feita no quadro 6, demonstra o


número de vezes que os elementos dos sistemas de gestão aparecem assinalados com a letra x,
em função da avaliação dos respectivos sistemas apresentados.

Objetivando a formação do modelo proposto, serão adotados os elementos que forem


assinalados acima de 50% na etapa de avaliação comparativa dos sistemas. Estes elementos
para melhor identificação, terão a linha correspondente hachurada, a fim de posteriormente
serem transportados para o sistema do modelo proposto por este estudo.

Cabe ressaltar ainda, que os demais elementos dos sistemas avaliados não tenham sido
contemplados como elementos principais da metodologia proposta, alguns deles poderão ser
utilizados como subsídio na etapa de implementação dos controles no processo operacional,
durante a etapa de avaliação do risco. E para ratificar este raciocínio, foi colocada no anexo J,
a prática recomendada do Instituto de Petróleo Americano (API) RP 750.
48

3.5 DIRETRIZES CORPORATIVAS DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE DA


PETROBRAS

Aprovada pela Diretoria Executiva da PETROBRAS em dezembro de 2001, as


Diretrizes Corporativas de SMS são o desdobramento de uma política consistente de SMS e
representam um avanço significativo na consolidação de um novo modelo de gestão na
Companhia.

Segundo o Diretor da época, Irani Carlos Varella, para sua criação foram consultadas
as diversas esferas operacionais da empresa, que enviaram suas contribuições. Também foram
analisadas as normas vigentes nas principais companhias petrolíferas do mundo.

As diretrizes foram concebidas para ser uma nova e eficiente ferramenta a ser utilizada
em cada unidade para desenvolver, corrigir e aprimorar suas próprias dinâmicas de SMS.

As 15 Diretrizes e seus 79 requisitos encontram-se no anexo C.

3.6 PROGRAMA DE SEGURANÇA DE PROCESSO – PSP

A Petrobrás criou em março de 2002 o Programa de Segurança de Processo – PSP,


objetivando a implantação da melhoria dos seus processos e a excelência operacional através
das Diretrizes Corporativas de SMS.

A prioridade do PSP é aprimorar e integrar o Sistema de Gestão de SMS, de forma a


alcançar os padrões de excelência dos níveis internacionais. Este programa visa a
implementação da política de SMS e suas diretrizes corporativas de SMS na Companhia.

Para assessoramento deste trabalho, a Companhia efetuou um contrato com a empresa


Du Pont do Brasil S.A, que tem como responsabilidades:

• Assessorar no aprimoramento e integração do Sistema de Gestão de SMS, com


enfoque no comportamento humano;
49

• Estabelecer e implementar ações prioritárias (desdobramentos do nível corporativo


para todas as UN’s);

• Implementar a Política e as Diretrizes Corporativas de SMS da Petrobrás;

Os princípios básicos do PSP são:

• Responsabilidade de linha;

• Compromisso visível (liderança pelo exemplo);

• Gestão de SMS participativa;

• Tratamento de desvios;

Os principais benefícios do PSP são:

• Reforço na atitude prevencionista em todos os níveis da organização;

• Operacionalização das 15 Diretrizes Corporativas de SMS da Petrobrás, levando a


um aprimoramento do Sistema de Gestão;

• Maior conscientização das pessoas quanto a filosofia de gestão e práticas de SMS;

• Melhoria do processo de determinação das causas dos desvios e das ações


sistêmicas de prevenção;

• Prática da liderança pelo exemplo;

• Maior engajamento das Contratadas com o SMS;

Apresentando a síntese deste capítulo conclui-se que:

9 No intuito de obter maior representatividade, a formatação do SGR proposto foi


feita a partir da interface dos elementos dos sistemas de gestão avaliados;

9 O SGR proposto, será configurado conforme o PDCA, alicerçado na configuração


da API 9100B.
50

4 METODOLOGIA

Neste capítulo, serão apresentados os procedimentos metodológicos utilizados nesta


pesquisa que, através de um conjunto detalhado e seqüencial de métodos e técnicas científicas
executadas ao longo do estudo, servirão de orientação para a concretização do objetivo
proposto deste trabalho.

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA

Segundo Gil apud Heerdt (2000), a pesquisa tendo em vista seus objetivos pode ser
classificada como uma pesquisa exploratória, uma vez que foi feito um levantamento
bibliográfico para o levantamento de dados em função do tema analisado e a observação para
a detecção do problema.

Segundo Lakatos e Marconi (1995, p.106 apud HEERDT, 2000), os métodos podem
ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos, sendo assim, o
método de abordagem utilizado nesta pesquisa foi o indutivo, uma vez que os aspectos
estudados através da pesquisa bibliográfica partiram de constatações abrangentes para planos
cada vez mais particulares.

Com relação a delimitação do Universo a ser pesquisado, a pesquisa foi direcionada de


forma qualitativa ao problema detectado através da observação.

A técnica para a coleta de dados foi realizada através do processo de pesquisa


bibliográfica.

E finalmente a análise e interpretação dos dados, segundo Triviños (1996, p.161 apud
HEERDT, 2000), “é o processo de análise de conteúdo, e pode ser feito através da pré-análise
e organização do material, categorização dos dados e interpretação referencial”. Este tópico
pode ser evidenciado na formatação dos capítulos 1, 2 e 3.
51

4.2 ROTEIRO DO DESENVOLVIMENTO

4.2.1 Pesquisa exploratória

A partir da escolha do tema, Gestão de Riscos, foi utilizada a pesquisa exploratória no


sentido de buscar informações não só referentes ao tema e seus componentes, bem como a
identificação dos fatores contribuintes para a importância da gestão de riscos nas
organizações.

4.2.2 Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, internet, teses, artigos e outros


insumos provenientes de cursos, seminários e “workshops”.

Utilizando-se o método indutivo, esta pesquisa serviu como insumo para o estudo
aplicado aos capítulos: Capítulo 2 – O Risco e Seus Fatores , Capítulo 3 – Sistemas de Gestão
de Riscos e Capitulo 5 – Modelo Proposto, onde os dados obtidos puderam ser avaliados e
confrontados com as legislações e práticas que abordam o referido assunto, originando desta
forma massa crítica de dados para a elaboração do modelo proposto.

4.2.3 Delimitação do universo

Seguindo o raciocínio do método indutivo aplicado neste estudo, a delimitação do


52

universo estabelecida foi a Avaliação e Gestão de Riscos do CENPES, a partir da necessidade


de implementação de um Sistema de Gerenciamento de Riscos, em virtude do aprendizado
com a ocorrência de acidentes na companhia e a geração de impactos negativos.

Das lições aprendidas pela companhia originaram-se: a criação de uma Política de


Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), o Programa de Excelência em Gestão Ambiental
e Segurança Operacional (PEGASO), as Diretrizes de SMS e o Programa de Segurança de
Processo (PSP), além de outros programas associados.

Portanto, como a Petrobras busca aplicar estes novos programas em todos os seus
seguimentos, o enfoque da delimitação foi dada a uma de suas Unidades, que é o CENPES.

A partir daí surgiu a necessidade de se avaliar a situação do CENPES, especificamente


com relação à implantação da Diretriz nº 3 de SMS - Avaliação de Gestão de Riscos.

4.2.4 Observação do sistema

Segundo Yin (2001 apud MENDONÇA; MAIA; GÓES, 2004) a observação pode ser
utilizada como o método que examina o fenômeno de interesse em seu ambiente natural, pela
aplicação de diversas metodologias de coleta de dados, visando obter informações de
múltiplas entidades.

Nesta etapa, foi feita primeiramente a avaliação da Diretriz Corporativa de SMS n°3, e
buscou-se verificar a sua implementação no CENPES. Através da avaliação realizada pela
empresa contrata DU PONT, coordenada pela gerência de SMS, pôde-se avaliar a aderência
do CENPES à Diretriz Corporativa de SMS nº 3 – Avaliação e Gestão de Riscos, e a partir daí
traçar um diagnóstico, representado nos quadros 1 e 2 do capítulo 1 deste estudo, que
representa o ponto de partida da pesquisa caracterizado pela situação problema.
53

4.2.5 Coleta de dados

A coleta de dados para a elaboração do modelo proposto é efetuada em dois sentidos,


pela pesquisa bibliográfica, para se ter o entendimento da importância dos fatores
contribuintes de um sistema de gerenciamento de riscos em uma organização, como para a
avaliação do que efetivamente o CENPES havia desenvolvido e implementado referente ao
processo de gestão de riscos.

4.2.6 Análise dos dados

Esta etapa é feita de forma qualitativa, e procura-se comparar os dados coletados na


pesquisa bibliográfica referentes ao tema do trabalho com a delimitação da situação
problema. E desta forma traçar um plano de ação que é a elaboração do modelo proposto.

4.2.7 Aplicação e análise crítica do modelo proposto

Nesta etapa procura-se demonstrar o modelo proposto, através da estruturação de um


Sistema de Gestão de Riscos, cuja operacionalidade é baseada no estudo e avaliação dos
Sistemas de Gestão (quadro 6), que está melhor detalhada no capítulo 5.

A arquitetura do modelo proposto é formatada segundo a metodologia do PDCA,


seguindo o modelo da API 9100B.

Na etapa de planejamento, é feita a contextualização do modelo proposto, bem como a


definição do programa, melhor representado na figura 9 , no capítulo 5.
54

Na etapa inicial , que inclui a de delimitação das áreas, processos e tarefas: o trabalho
inicia com a identificação das gerências, suas respectivas áreas de trabalho e determinação de
todos os processos e tarefas associados. Conforme sugere este modelo, a responsabilidade
deste levantamento é do gerente da UO, que pode designar tal atividade aos seus
colaboradores (facilitador ou RG). Nesta etapa, com auxílio do gestor do sistema e do SMS, a
UO deve ainda classificar os aspectos/perigos e impactos/danos relativos aos seus processos e
tarefas. Os registros são efetuados na planilha de avaliação de risco, que é apresentada no
anexo deste estudo.

• Identificação dos aspectos e impactos: neste item é realizada a classificação dos


aspectos/perigos e impactos/danos encontrados nos processos/tarefas em situação
normal ou de emergência, conforme preconiza a OHSAS 18001 e ISO 14001, e o
respectivo cadastramento na planilha de avaliação.

• Análise de risco: neste item o risco é analisado através dos fatores de risco
associados aos aspectos/perigos e dos fatores de riscos associados aos
impactos/danos; e para tal, o critério da análise é feito a partir do somatório dos
fatores de risco, obtendo-se a classificação do risco pelo produto dos dois
conjuntos de fatores de riscos relativos a aspectos: fatores dos aspectos (freqüência
de exposição, controle e percepção do perigo e fatores dos impactos (efeito do
impacto, mitigação e repercussão.

• Avaliação do risco: este item é elaborado a partir dos dados de análise do risco,
pois o risco é o produto da probabilidade de ocorrência pela severidade do
impacto. Sendo assim é obtida a matriz de classificação a partir dos dados de
análise do risco, e a partir dela é feita a classificação de significância do risco.

• Definição da tolerabilidade: este item define, de acordo com a classificação de


significância do risco, qual o critério de tolerabilidade que é adotado pela
organização. A escolha da tolerabilidade do risco deve ser da própria organização.

• Avaliação da tolerabilidade: uma vez definida a classe de significância do risco


que a organização admite para os seus processos, este item recomenda que a
organização avalie os riscos do processo, com relação à tolerabilidade definida.

• Monitoramento e análise crítica: este item define, o monitoramento dos riscos


toleráveis, e a posterior análise crítica do sistema.
55

• Comunicação e consulta: este item determina, que em todas as fases do processo


de gestão de riscos, há possibilidade de consulta pelas partes envolvidas no
negócio. Esta comunicação deve ser feita conforme a dinâmica do processo.

• Tratamento do risco: o modelo propõe neste item, o tratamento de todos os riscos


que se encontrem acima do nível de tolerabilidade.

Podem ser utilizadas para auxiliar no plano de tratamento do risco, tabelas de ação de
controle baseadas na BS 8800 e em metodologias de gestão de qualidade (análise de
gravidade, urgência, tendência, custo e aplicabilidade).

Na etapa de implementação e operação, o modelo baseado nas normas OHSAS 18001,


ISO 14001 e BS 8800, propõe que a organização se estruture através de uma matriz de
responsabilidades, e que o gestor do sistema em conjunto com a alta administração, realize o
treinamento e conscientização da força de trabalho, para o sucesso e eficácia do sistema.

A comunicação e o controle de documentos também fazem parte do desenvolvimento


desta etapa.

Na etapa de verificação e ação corretiva, é feita a proposta de um indicador de


desempenho, baseado nos conceitos da BS 8800 e que é desdobrado no capítulo 5. Ainda
nesta etapa, são contempladas a aplicação da verificação com os acidentes, incidentes e não-
conformidades da organização, bem como os itens de registros do sistema e a importância da
auditoria como insumo para o aperfeiçoamento contínuo do sistema.

Na etapa de análise crítica, o modelo retrata a importância deste insumo para a


organização, pois permite à alta administração, através dos dados obtidos na auditoria, efetuar
as alterações necessárias nos elementos do sistema, dentro de um processo de melhoria
contínua.

Apresentando a síntese deste capítulo conclui-se que:

9 A busca do assunto estudado, foi feita através de pesquisa exploratória


(bibliográfica);

9 Através da observação e coleta de dados da prática usual de gestão de riscos da


UN, pôde-se definir a situação problema e a delimitação do universo aplicado ao
estudo;

9 A metodologia aplicada buscou através da análise da dados, configurar o sistema


de gestão proposto.
57

5 MODELO PROPOSTO

Neste capítulo será apresentada a estruturação do modelo qualitativo de gestão de


riscos a ser proposto para o CENPES. Considerando que as normas, diretrizes e práticas
recomendadas são parte de um sistema geral, que é o de segurança de processo de uma
organização, através do conceito de integração das partes de sistemas da TGS, o produto final
será o SGR, formado a partir da interface dos sistemas apresentados na figura 6.

5.1 INTERAÇÃO DOS SISTEMAS

O que se pretende com o referido estudo é a elaboração de um modelo de Sistema de


Gestão de Riscos, obtido através do produto da interface dos demais sistemas estudados e
apresentados a seguir:

AS/NZS 4360
EPA 40 CFR
UNE 81900 ELEMENTOS DO MODELO
CCPS PROPOSTO

API RP 750 API 9100B

OHSAS 18001
ISO 14001 SGR

API RP 75

OSHA 29 CFR PROCEDIMENTOS DA CIA


BS 8800 E REQUISITOS LEGAIS

PSP
DIRETRIZES
SMS
GESTÃO DE RISCOS

Figura 6 - Interação dos Sistemas

A idéia apresentada pela figura 6, significa dizer que a obtenção dos elementos do
modelo proposto a partir da avaliação dos sistemas estudados no capítulo 3 – quadro 6,
originaram a formatação do Sistema de Gestão de Risco- SGR (modelo proposto), e que este
58

por sua vez, interage diretamente com a demanda de requisitos legais e demais programas e
diretrizes da companhia.

Como a API 9100B será adotada neste estudo como aplicação do PDCA para o
gerenciamento do SGR proposto, segue a definição de sistema de gestão proposta pela norma,
onde um sistema é definido como: “uma série de passos para assegurar que objetivos
pretendidos sejam obtidos”.
Um sistema típico inclui considerar quatro características básicas: (1)escopo e
objetivos, que definem a fronteira do sistema, (2)procedimentos documentados e
responsáveis, que prestam contas de suas ações, (3)para implementação e execução, uma
verificação ou processo de medição para determinar se os resultados estão sendo atingidos,
(4)feedback ou mecanismos de análise e revisão que levam ao aperfeiçoamento contínuo do
sistema de gestão.
Estas características principais oferecem a estrutura básica para um enfoque de
sistemas de qualidade, freqüentemente mencionada como “planejar, fazer, avaliar e ajustar” .
Os passos típicos ou elementos do SGR são mostrados no quadro 7.

FASES ELEMENTOS
PLANEJAR 1- Política, Liderança e Responsabilidade
2- Identificação, Análise, Avaliação e Tratamento de riscos
3- Requisitos legais e outros requisitos
4- Programa
FAZER 5- Conscientização e Treinamento
6- Documentação, Registro e Comunicação
7- Atendimento e resposta à emergências
8- Operação, Manutenção e Modificações
AVALIAR 9- Monitoramento e Medição do desempenho do Sistema
10- Investigação e Análise de acidentes, incidentes e desvios
11- Auditoria do Sistema
AJUSTAR 12- Análise Crítica e Ajuste
Quadro 7 - Elementos Básicos do SGR
Fonte: Adaptado da API 9100B
59

5.2 FORMATAÇÃO DO SGR – ELEMENTOS

Dando seqüência ao que foi explicitado no item 5.1, a figura 7 representa a


composição do SGR, baseado no modelo da API 9100B. A partir da visão de gestão de riscos
da organização, os onze elementos obtidos a partir do quadro 5 do capítulo 3, se apresentam
em quatro fases a saber: planejamento, execução, avaliação e ajuste.

Visão

AJUSTAR PLANEJAR
12- Análise crítica e Ajuste 1- Política, Liderança e
Responsabilidade
2-Identificação,Análise,
Avaliação e Tratamento de
riscos
3- Requisitos legais e outros
requisitos
4- Programa
Aperfeiçoamento contínuo

AVALIAR FAZER
9- Monitoramento e Medição 5- Conscientização e
10- Investigação e Análise de Treinamento
Acidentes, Incidentes e 6- Documentação, Registro e
Desvios Comunicação
11- Auditoria do Sistema 7- Atendimento e resposta
em emergências
8- Operação, Manutenção e
Modificações

Figura 7 - Modelo do Sistema de Gestão de Riscos


Fonte: Adaptado da API 9100B

Para melhor compreensão dos elementos que estruturam o modelo proposto, no item
5.3 será feito o desdobramento de cada elemento.
60

5.3 CARACTERIZAÇÃO DO MODELO PROPOSTO DE SGR

5.3.1 Visão

O Sistema de Gestão de Riscos visa evitar acidentes, incidentes e desvios,


relacionados aos processos, que podem afetar os empregados, as comunidades vizinhas ou o
meio ambiente, ou resultar em perdas significativas de propriedades ou de negócios. Envolve
a aplicação de sistemáticas e controles organizacionais para os processos, de maneira que os
riscos sejam identificados, avaliados e controlados, de modo a mantê-los dentro de níveis
considerados “toleráveis ou não significativos”.

Como o modelo proposto é pautado no aperfeiçoamento contínuo, o Sistema foi


segmentado em fases, cujos elementos através de suas expectativas associadas constituem o
objetivo do SGR, de forma a permitir um processo auditável. A seguir serão apresentados as
fases e os elementos do sistema proposto.

5.3.2 Planejamento (Fase 1)

Na fase de Planejamento serão contextualizados os seguintes elementos do sistema


proposto: política, estrutura e responsabilidade, identificação de aspectos e impactos,
requisitos legais, análise, avaliação , tratamento dos riscos e programa.
61

5.3.2.1 Política, liderança e responsabilidade (Elemento nº1)

O elemento nº 1 do SGR, Política, Liderança e Responsabilidade adotado no modelo


proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Alinhamento do SGR com a política corporativa de SMS.

• Alinhameno do SGR com o PSP (Programa de Segurança de Processo).

• Estabelecimento e divulgação da Política corporativa de SMS.

• Definição clara das responsabilidades dentro do SGR.

• Inclusão do desempenho de gestão de riscos no processo de avaliação das


gerências.

• Envolvimento dos empregados ativamente no processo de avaliação de riscos.

• Estabelecimento e disseminação do objetivo e das metas do SGR, para a força de


trabalho.

Desta forma as funções, responsabilidades e autoridades devem ser definidas,


documentadas e comunicadas a fim de facilitar uma gestão eficaz. E para isto, deve-se ter uma
estrutura organizacional de responsabilidades bem definida. No sentido de estar alinhado à
gestão corporativa, o modelo proposto deve acompanhar a estrutura organizacional de SMS
da companhia, tal como representado na figura a seguir.
62

Linha

Modelo de Gestão
DIRETORI Modelo de Gestão -
A Cenpes
SMS
Corporativo COMITÊ DE
NEGÓCIOS
Comitê de
AN`s / Gestão SMS
Serviços/
Subsidiárias /
Controladas
SMS das (G t ) Gerente da
UN Gerentes
ANs/Serviço
das UOs
/Subsidiárias
/

Comitê Subcomitês de
de Avaliação e
Unidade SMS Gestão de Riscos
SMS da
Organizacio
Unidade
Organizaciona nal Nível 1
l Comitê
Nível 1 de SMS Subcomitês de
Avaliação e Gestão de
Unidade Riscos da UN/US

Figura 8 - Estrutura de Gestão de SMS da PETROBRAS


Fonte: PETROBRAS

A figura 8 demonstra a estrutura de gestão de SMS corporativa e do CENPES, e está


associada ao quadro 8, apresentada a seguir.

Exemplo de responsabilidade: Pessoa tipicamente responsável:


Estabelecer a direção geral do SGR Gerente de SMS
Desenvolver a política de SGR Gerente Executivo

Desenvolver objetivos, alvos e programas Gerentes das Uos


Monitorar o desempenho global do SGR Gerente de SMS
Garantir o cumprimento dos regulamentos Gerente das Uos

Promover o aperfeiçoamento contínuo Sub-Comitê de Gestão de Riscos


Garantir a elaboração e atualização do SGR Gerente de SMS
Garantir o alinhamento das estratégias do SGR com o Comitê de Gestão de SMS do CENPES
Comitê de Gestão de SMS Corporativo
Garantir a atualização, implementação dos Gerente das UOs
procedimentos para Avaliação de Riscos
Quadro 8 - Matriz de responsabilidades

O quadro 8 propõe um modelo de atribuição e responsabilidades para a UN, e que


neste caso está baseada na estrutura corporativa de SMS.
63

5.3.2.2 Identificação, análise, avaliação e tratamento de riscos (Elemento nº2)

O elemento nº 2 do SGR, Identificação, Análise, Avaliação e Tratamento de riscos,


adotado no modelo proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Identificação, análise, avaliação e tratamento dos riscos de SMS nos processos da


organização, incluindo os relacionados à proteção da força de trabalho,
comunidades vizinhas e consumidor final.

• Estabelecimento de mecanismos que permitam, de forma sistemática, identificar e


avaliar a freqüência e as conseqüências de eventos indesejáveis.

• Condução de avaliações periódicas ou à medida que se identifiquem mudanças nos


processo, incidentes, desvios e acidentes.

• Priorização dos riscos, documentação, comunicação e acompanhamento da


aplicação das medidas de controle.

• Atualização à medida que forem ocorrendo modificações no sistema.

• Implementação da gestão de riscos de acordo com a sua natureza e magnitude, nos


diversos níveis administrativos.

• Disponibilização e atualização das informações sobre segurança de produtos para a


força de trabalho.

De acordo com as expectativas do elemento acima, a avaliação e gestão de riscos deve


ser realizada nos seguintes processos do CENPES:

• Atividades e operações em andamento;

• Instalações existentes, durante todo o seu ciclo de vida;

• Novas instalações e empreendimentos, desde a fase de concepção e durante todo o


seu ciclo de vida;

• Novos produtos desde a fase de concepção e durante todo o seu ciclo de vida;

• Novas atividades e operações desde a fase de concepção e planejamento, durante


todo o seu andamento e até o seu encerramento;
64

• Instalações que forem retiradas de operação (parcial ou total, temporária ou


definitiva), com desmontagem ou não dessas instalações;

• Atividades ou operações suspensas, total ou parcialmente, temporária ou


definitivamente;

• Mudanças de instalações, pessoas ou tecnologia;

• Elaboração e revisão de planos de emergência.

• Ativos adquiridos de outras empresas, incluindo instalações, operações ou


atividades.

E para isso deve seguir a seguinte estruturação, conforme é demonstrado na figura


abaixo.

DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS, PROCESSOS, TAREFAS


• Identificação da Gerência, Local e Área
• Determinação dos processos e tarefas
C • Classificação dos aspectos/impactos de SMS
O • M
M IDENTIFICAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS 0
U • Caracterização da situação operacional N
N • Cadastramento de aspectos/impactos no SGR I
I T
C O
A ANÁLISE DE RISCOS R
Ç • Análise da probabilidade (Freqüência, A
à Controle, Requisito legal) M
O • Análise das conseqüências (Severidade, E
Controle, Requisito legal) N
E T
AVALIAÇÃO DE RISCOS O
C
. • Elaboração de critérios de significância do risco
O E
N
S DEFINIÇÃO DA TOLERABILIDADE A
U • Definição pela organização da classe de risco N
L na qual será definida a tolerabilidade A
T L
A I
AVALIAÇÃO DA TOLERABILIDADE S
• Avaliação da classe de significância do risco
E
em cada processo avaliado
C
SIM R
O Risco é I
NÃO tolerável? T
I
C
TRATAMENTO DE RISCOS A
• Identificação das opções de tratamento
• Análise e Seleção das opções de tratamento
• Preparação dos planos de tratamento
• Implementação dos planos

NÃO SIM
O Risco é Reter
tolerável?

Figura 9 - Estrutura de Avaliação do Risco


Fonte: Adaptada da Norma AS/NZS 4360

Conforme representado na figura 9, a estrutura do programa demonstra a síntese do


processo de identificação, avaliação e tratamento de riscos do modelo proposto, e objetivando
65

o conhecimento de suas etapas, serão apresentados a seguir os conceitos relativos ao


programa supracitado.

Delimitação das Áreas, Processos e Tarefas

• Identificação de Gerência, Local e Área

O CENPES deve ser segmentado em Gerências (UOs), com a determinação do


respectivo local e área de atuação da UO, na qual o processo/tarefa está inserido.

• Determinação dos processos e tarefas

Cada UO deve cadastrar os seus processos e tarefas no SGR, através de planilha


apropriada, constante no Apêndice A.

Para cada processo e tarefa analisados deve ser incluído um registro no SGR.

• Classificação do Aspecto(Perigo)/Impacto(Dano) de SMS

Conforme preconizam as normas ISO 14001 e OSHAS 18001, os aspectos/impactos


(ISO 14001) e os perigos/danos (OSHAS 18001), cada processo/tarefa ao ser cadastrado pela
UO no SGR, terá o seu aspecto/impacto associado, e a classificação destes quanto à
tipificação, devem ser de: Segurança, Meio Ambiente , Saúde.

Caso um processo obtenha a classificação de dois aspectos/impactos diferentes


associados, o processo deverá ser desmembrado para a diferenciação dos mesmos.

Recomenda-se o uso de fluxograma para descrição dos processos e respectivas tarefas.

™ Identificação de Aspecto (Perigo) / Impacto (Dano) de SMS

A identificação de aspectos/impactos, é o processo que define os eventos ou resultados


que possam ter impacto no alcance do sucesso da organização.

O objetivo desta etapa é identificar os aspectos e impactos de SMS associados aos


processos e tarefas, a serem gerenciados. É fundamental realizar uma identificação abrangente
utilizando um processo sistemático bem estruturado, pois todo risco potencial não identificado
nesta etapa será excluído de análises posteriores. A identificação deve incluir todos os riscos,
estejam ou não sob controle da organização. Outras formas de identificação podem ser
insumos para a identificação:

9 Recomendações de inspeções de segurança de SMS;


66

9 Recomendações do Programa de Prevenções de Riscos Ambientais (PPRA);


9 Recomendações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO);
9 Fichas de Informações de Produtos Químicos (FISPQ);
9 Resultados das avaliações de risco oriundas de técnicas mais estruturadas
indicadas no Anexo I;
9 Identificação de desvios, incidentes e acidentes;
9 Registro de reclamação de partes interessadas, associada ao aspecto/impacto de
SMS.
A escolha da abordagem dependerá da natureza das atividades em análise e dos tipos
de risco.

• Caracterização dos Aspectos/Impactos quanto a Situação Operacional

SITUAÇÃO DESCRIÇÃO
Regime Normal de Operação (N) São aspectos que ocorrem quando as tarefas rotineiras ou
não rotineiras são executadas.
Regime de Emergência (E) São aspectos que não deveriam ocorrer durante a execução
normal de uma tarefa, podendo causar impactos de SMS.
Quadro 9 -Caracterização dos Aspectos/Impactos quanto a Situação Operacional
Fonte: Adapatada da BS 8800

Seguindo os preceitos da OHSAS 18001 e ISO 14001, os perigos/aspectos, são


analisados no quadro 9, conforme as situações de regime normal de operação e para situações
de emergência.

• Cadastramento de aspectos/impactos no SGR

Para cada tarefa dos processos em análise, devem ser identificados os aspectos e seus
impactos associados, podendo existir vários aspectos para uma mesma tarefa e vários
impactos para cada aspecto.

™ Análise de Riscos

A Análise de Riscos é o processo que determina o impacto que um risco pode ter
(conseqüência) e a probabilidade de sua ocorrência. O modelo proposto irá apresentar para
efeito da análise do risco, os seguintes parâmetros como fatores de risco: Freqüência de
67

Exposição; Controle e Percepção do perigo, associados aos aspectos de SMS e Efeito do


Impacto; Mitigação e Repercurssão, associados aos impactos de SMS.

Cabe lembrar, que se for necessário, poderão ser usadas outras técnicas mais
estruturadas de avaliação de risco, dispostas no Anexo I, ficando à critério do gestor do SGR,
tal decisão.

• Análise dos fatores de riscos relativos aos aspectos/perigos:

A análise dos fatores de riscos relativos aos aspectos/perigos associados a um evento,


será conhecida através da análise e integração de três fatores: freqüência de exposição,
controle e percepção do perigo, associados aos aspectos/perigos.

A Freqüência de exposição ao perigo, avalia o quanto as pessoas interagem ou estão


expostas ao agente ou situação perigosa.

Nas tabelas 2 e 3, são apresentados os pontos aplicados às respectivas situações


operacionais e suas respectivas categorias de ocorrência .

Tabela 2 - Freqüência de exposição para situações normais


CATEGORIA DESCRIÇÃO PONTOS

A Altamente BAIXA Menos de 1 (uma) vez por ano. 1

BAIXA Mais de 1 (uma) vez por ano e menos de uma vez por mês. 2
B

MÉDIA Mais de 1 (uma) vez por mês e menos que 1 (uma) vez por semana. 3
C

D ALTA Mais de uma vez por semana. 4

E Muito ALTA Todos os dias. 5

Fonte: Adaptado da BS8800


68

Tabela 3 - Freqüência de exposição para situações de emergência


CATEGORIA DESCRIÇÃO PONTOS

Conceitualmente possível, mas extremamente 1


A Altamente improvável de ocorrer durante a vida útil do
improvável empreendimento. Não há referências históricas de
que isto tenha ocorrido.
Não esperado ocorrer durante a vida útil do 2
B Improvável empreendimento, apesar de já poder ter ocorrido em
algum lugar no mundo.

C Possível de ocorrer até uma vez durante a vida útil 3


Pouco Provável
do empreendimento.

D Esperado ocorrer poucas vezes durante a vida útil 4


Provável
do empreendimento.
Esperado ocorrer muitas vezes durante a vida útil
E Esperado do empreendimento.
5

Fonte: Adaptado da BS 8800

As tabelas 2 e 3 foram adaptadas da norma BS 8800 e pretendem através da aplicação


de pontos às categorias especificadas, originar maior representatividade para a etapa de
avaliação do risco.
As tabelas 4 e 5, que serão apresentadas a seguir, respectivamente representam a
avaliação do controle do aspecto/perigo e a percepção do perigo, e foram adaptadas
respectivamente dos conceitos da BS 8800 e do Método de Mosler (Caldas 2003).

Os Controles disponíveis associados aos aspectos/perigos, avaliam a extensão de


proteção ou prevenção proporcionada pelo controle adotado ao aspecto/perigo do processo, e
a sua eficácia.

A tabela 4, tal como preconiza a BS 8800, juntamente com a avaliação da freqüência


de exposição ao aspecto e efeito do impacto, que os controles associados aos
aspectos/impactos do processo/tarefa devem ser avaliados, considerando-se a eficácia e
conseqüência das falhas, para que seja determinada a significância do risco. Os pontos
também são aplicados nesta tabela objetivando incrementar a representatividade da etapa de
avaliação.
69

Tabela 4 - Controle associado aos aspectos/perigos


CONTROLE DESCRIÇÃO PONTOS

Deficiente - Se não existir nenhum item de controle que possibilite reduzir ou 3


eliminar a probabilidade de ocorrência do aspecto;ou
- Se existir um item de controle, mas que a sua falha venha provocar
a potencialização do aspecto.

Razoável - Se existir algum item de controle que possibilite reduzir ou 2


eliminar a probabilidade de ocorrência do aspecto, e
- Se a eficácia do item de controle dependa do fator humano, não
eliminado e nem reduzindo totalmente o aspecto.

Eficaz - Se existir algum item de controle que possibilite reduzir ou 1


eliminar a probabilidade de ocorrência do aspecto, e
- Se a eficácia do item de controle não dependa do fator humano,
eliminando ou reduzindo o aspecto.

Fonte: Adaptada da BS 8800 (2004)

O modelo proposto sugere como auxílio na identificação de itens de controle para o


processo/tarefa, a consulta e aplicação dos elementos do sistema de gestão da API-RP 750,
cuja tabela com descritores para cada elemento, foi adaptada para este estudo e encontra-se no
Anexo J.

A última etapa de análise relativa aos aspectos/perigos é a de percepção do perigo:

• Percepção de risco associado aos aspectos/perigos: avalia a percepção do perigo


inserido no processo, associado aos aspectos/perigos , em função da forma pela qual
este é percebido no momento de sua ocorrência.

Tabela 5 – Percepção de risco associado aos aspectos/perigos


PERCEPÇÃO DE
DESCRIÇÃO PONTOS
RISCO

- A percepção de risco relativo ao processo somente é


Complexa identificada através da ocorrência de incidentes ou 3
acidentes, ou pela aplicação de técnicas específicas de
avaliação e monitoramento.
- A percepção de risco relativo ao processo é percebida
Razoável através da avaliação da tarefa ou processo, por pessoas 2
que conhecem tecnicamente o processo.
- A percepção de risco relativo ao processo pode ser
Simples percebido por qualquer indivíduo, independente de 1
treinamento ou conhecimento da tarefa ou processo.
Fonte: Adaptado do Método de Mosler (CALDAS, 2003).
70

A tabela 5 evidencia a relevância da análise, com relação à percepção de risco


associado aos aspectos/perigos do processo/tarefa. A pontuação também é aplicada nesta
tabela objetivando incrementar a representatividade da etapa de avaliação. Considerando-se o
outro fator de análise do risco, tem-se:

• Análise dos fatores de riscos relativos aos impactos/danos:

Nesta etapa, os fatores de riscos adotados referem-se à: efeito do impacto, mitigação


do impacto/dano e repercussão relativa aos impactos/danos. Na construção desta etapa, o
conjunto de fatores de risco é avaliado a partir da soma dos pontos atribuídos a cada um dos
fatores avaliados: efeito do impacto, mitigação do impacto/dano e repercussão relativa ao
impacto/dano; que serão conceituados a seguir:

Efeito do impacto (do dano ou doença potencial): avalia a possível conseqüência


propagada, no indivíduo, nas instalações e no meio ambiente. A tabela 6 demonstra o critério
de análise.

Tabela 6- Efeito do impacto


EFEITO DO DESCRIÇÃO PONTOS
IMPACTO
- Não ocorrem lesões/mortes na força de trabalho e /ou de pessoas extra-muro.
Desprezível

Podem ocorrer casos de primeiros socorros ou tratamento médico sem 1


I afastamento.
- Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos ou instalações.
- Sem danos ou com danos mínimos ao meio ambiente
- Lesões leves na força de trabalho. Ausência de lesão extra-muros. 2
Levemente
prejucial

- Danos leves aos equipamentos ou instalações , controláveis e/ ou de baixo custo


de reparo.
II - Danos devido a situações ou valores considerados toleráveis entre níveis mínimo
e médio.(conforme critério de tolerabilidade dos órgãos ambientais competentes)
- Lesões de gravidade moderada na força de trabalho ou em pessoas extra-muros.
Prejudicial

Lesões leves em pessoas extra-muros. 3


- Danos severos a equipamentos ou instalações
- Danos devido a situações ou valores considerados toleráveis entre níveis médio e
III
máximo.(conforme critério de tolerabilidade dos órgão ambientais competentes)

- Provoca morte ou lesões graves em uma ou mais pessoas (na força de trabalho e
/ou em pessoas extra-muros) 5
Extremamente

- Danos irreparáveis a equipamentos ou instalações (reparação lenta ou


impossível)
prejudicial

IV - Danos devido a situações ou valores considerados acima dos níveis máximos


toleráveis (conforme critério de tolerabilidade dos órgãos ambientais competentes)

Fonte: Adaptada da BS8800


71

A análise referendada pela tabela 6 estabelece critérios de análise da severidade, no


âmbito das instalações, meio ambiente e ser humano. A distribuição de pesos aplicada nesta
tabela, bem como em toda a análise do risco, auxilia na representatividade da análise.

A próxima etapa de análise refere-se a:

• Mitigação aplicada aos impactos/danos: avalia a aplicação de medidas


mitigadoras que visam reduzir o impacto/dano ocorrido, e a sua eficácia, conforme
é demonstrado na tabela 7.

Tabela 7 - Mitigação aplicada aos impactos/danos


MITIGAÇÃO DESCRIÇÃO PONTOS
- Se não existir nenhum item de controle que
possibilite reduzir ou eliminar a potencialização do
dano; ou 3
Deficiente
- Se existir um item de controle, mas que a
sua falha venha provocar a potencialização do dano.
- Se existir algum item de controle que
possibilite reduzir ou eliminar a potencialização do
dano; e
Razoável 2
- Se a eficácia do item de controle dependa
do fator humano, não eliminado e nem reduzindo
totalmente a potencialização do dano.
- Se existir algum item de controle que
possibilite reduzir ou eliminar a potencialização do
dano; e
Eficaz 1
- Se a eficácia do item de controle não
dependa do fator humano, eliminando ou reduzindo a
potencialização do dano.
Fonte: Adaptada da BS 8800

A tabela acima foi adaptada dos conceitos da BS 8800. E para auxiliar na qualificação
dos itens de controle relativos aos impactos, foram elaboradas tabelas baseadas nos conceitos
da norma API RP 750, e adaptadas para esta etapa de análise. Estas tabelas encontram-se no
Anexo J, e têm a finalidade de auxiliar o avaliador na análise do processo, quanto à eficácia
dos meios de controles existentes.

O último fator que complementa a análise de risco da etapa de conseqüências, refere-


se a:

• Repercussão relativa aos impactos/danos: avalia o alcance da repercussão relativa


à imagem da empresa em função do impacto sofrido ; representada pela tabela
abaixo.
72

Tabela 8 – Repercussão relativa aos impactos/danos


REPERCUSSÃO DESCRIÇÃO PONTOS

- Se o alcance das repercussões relativas à imagem da


Ampla 3
empresa, em função do impacto sofrido, forem de âmbito
nacional e/ou internacional
- Se o alcance das repercussões relativas à imagem da
Parcial 2
empresa, em função do impacto sofrido forem de âmbito
regional
- Se o alcance das repercussões relativas à imagem da
Local 1
empresa, em função do impacto sofrido, forem de âmbito
local
Fonte: Adaptada do Método de Mosler (CALDAS, 2003)

A tabela 8 foi criada a fim de permitir uma avaliação da repercussão do impacto/dano


relativa à imagem da empresa , e tal com as tabelas anteriores, apresenta a aplicação de pontos
associados aos seus descritores.

Dando seqüência a aplicação do modelo proposto, seguindo a estrutura de avaliação de


riscos (figura 9), a próxima fase é a de avaliação de riscos.

™ Avaliação de riscos

A avaliação do risco deve ser feita a partir da classificação do risco segundo a análise
já realizada, dos fatores de probabilidade de ocorrência e das conseqüências do impacto. Essa
classificação deve ser realizada através de uma matriz, cujos valores são obtidos pelo produto
dos valores resultantes da análise da probabilidade e da severidade.

A avaliação do risco deve ser feita através de faixas de classificação, na qual será
consolidada a matriz de classificação de significância do risco.

Tabela 9 - Matriz de classificação do risco


FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AOS IMPACTOS
ASSOCIADOS AOS ASPECTOS

3 4 5 6 7 8 9 10 11
FATORES DE RISCO

3 9 12 15 18 21 24 27 30 33
4 12 16 20 24 28 32 36 40 44
5 15 20 25 30 35 40 45 50 55
6 18 24 30 36 42 48 54 60 66
7 21 28 35 42 49 56 54 70 77
8 24 32 40 48 56 64 72 80 88
9 27 36 45 54 63 72 81 90 99
10 30 40 50 60 70 80 90 100 110
11 33 44 55 66 77 88 99 110 121
73

Tabela 10 - Classificação de significância do risco


Classificação da significância
Trivial Até 24
NÃO SIGNIFICATIVO
Tolerável de 25 a 49
moderado de 50 a 73
substancial de 74 a 97 SIGNIFICATIVO

intolerável de 98 a 121

Tabela 11 – Resumo dos fatores de avaliação de risco

PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA

Freqüência de Controle do Percepção de


exposição aspecto risco
1;2;3;4;5 1;2;3 1;2;3
CONSEQÜÊNCIAS

Efeito do Mitigação
impacto do impacto Repercussão
1;2;3;4;5 1;2;3 1;2;3

As tabelas 9 e 10 representam qualitativamente a classificação do nível de


significância do risco. A partir daí, o gestor do sistema deve definir o critério de
tolerabilidade para os riscos do processo da organização. Os itens a seguir melhor explicam a
aplicação do critério.

™ Definição da tolerabilidade do risco

Definir a tolerabilidade do risco é determinar a classe de significância do risco a partir


da qual a organização vai investir esforços e recursos para adotar ações de prevenção ou
proteção, no sentido de baixar a magnitude dos riscos para valores considerados toleráveis ou
não significativos ao processo.

™ Avaliação da tolerabilidade do risco

No modelo proposto, a tolerabilidade deve ser obtida a partir da matriz de


classificação do risco (tabela 9), onde é determinada a classe de significância do risco (tabela
10).

Deve-se verificar a classe de significância do risco avaliado em cada processo e tarefa


74

levantado e compará-lo com o nível de tolerabilidade do risco definido pela organização, ou


seja, riscos não significativos.

• Se o risco for não significativo, deve ser registrado no sistema para consulta e
apenas monitorado pelo gestor do sistema.

• Se o risco for significativo, deve ser registrado no sistema com a devida classe de
significância, e deve seguir o tratamento necessário, que deverá ser efetuado pelo
gerente da UO, com assessoria do SMS.

™ Tratamento de riscos

Conforme preconiza a norma AS/NZS 4360, o tratamento de riscos deve envolver a


identificação de diversas opções, a análise e a avaliação dessas opções, e a preparação e
implementação de planos de tratamento de riscos.

Semelhante à etapa de identificação dos controles existentes para avaliação do risco,


na etapa de tratamento do risco recomenda-se o uso dos elementos do sistema de gestão da
API-RP 750, para identificação dos controles necessários a serem inseridos no
processo/tarefa, e que irão atuar na redução da classificação de significância do risco para o
nível de tolerabilidade.

A tabela com descritores para cada elemento, foi adaptada para este estudo e encontra-
se no Anexo J deste modelo.

Baseado nestes conceitos, o modelo proposto sugere as seguintes etapas para o


tratamento de riscos, conforme demonstra a figura 3, no capítulo 2.

9 Evitar o risco: mediante a decisão de não prosseguir com uma atividade que possa
gerar riscos. Deve-se aplicar ao tratamento dos riscos substanciais e intoleráveis.

9 Prevenir o risco: processo que deve compreender a eliminação ou redução de


riscos referentes à probabilidade de ocorrência.

Algumas ações para reduzir ou controlar a ocorrência e as conseqüências são sugeridas


pela norma AS/NZS 4360 e encontram-se nos anexos D e E.

Portanto no modelo proposto, a sugestão é de que seja utilizado como insumo para
tratamento do risco, os elementos da norma API RP 750, que encontram-se no anexo J.
75

A tabela possui também, item de avaliação semelhante ao item de controle de análise


da probabilidade, visto anteriormente na etapa de análise de riscos, com o objetivo de prover
maior detalhamento tanto na avaliação do controle existente no processo avaliado quanto no
controle necessário a ser inserido no tratamento do risco identificado no processo/tarefa.

9 Financiar o risco: deve compreender os aspectos de retenção e transferência do


risco.

9 Transferir o risco: a transferência do risco para outro lugar, ou seja, retirar o risco
da organização, talvez não diminua o nível de risco geral para a sociedade, além de
demandar uma responsabilidade solidária na ação.

A transferência do risco, basicamente pode ser feita a terceiros de duas formas: sem
seguro, e por seguro.

Sem seguro: neste caso, a transferência normalmente é feita através de contratos


específicos, em que ficam definidas as responsabilidades, garantias e obrigações de cada uma
das partes. Isto é comum ocorrer com contratantes importantes que, ao definirem as suas
condições, determinam a transferência à contratada dos riscos inerentes ao contrato.

Nos casos de transferência consciente, é de suma importância que o gestor de riscos


participe da elaboração dos termos contratuais, de forma a analisar e definir se o custo-
benefício da transferência é favorável à empresa.

Por seguro: é o processo mais comum para a transferência dos chamados riscos puros
e, em alguns casos, até dos riscos especulativos.

9 Reter o risco: após a redução e transferência dos riscos, poderão haver ainda riscos
residuais que foram retidos. Devem ser implementados planos para gerenciar as
conseqüências desses riscos, caso ocorram, incluindo a identificação de meios para
financiá-los. A retenção de riscos pode ser por omissão, isto é, quando a
organização falha em identificar e/ou transferir apropriadamente ou tratar de
alguma outra forma os riscos.

A Retenção do risco, pode ser definida, genericamente, como um plano financeiro da


própria empresa para enfrentar perdas acidentais, e pode ser feita através de: auto-seguro e
auto-adoção.

Auto-seguro: processo no qual é definido um planejamento financeiro para o


financiamento dos riscos, tais como a constituição de fundos reserva para perdas e medidas
76

adicionais de controle financeiro interno. Se não existir um plano financeiro para faze face às
perdas, a empresa estará utilizando, consciente ou inconscientemente, o método de auto-
adoção.

Não se deve considerar que o método de auto-seguro é uma forma exclusiva de


financiamento de riscos. A regra geral é que deve ser adotado, simultaneamente, mais de um
método de financiamento. Como por exemplo, uma empresa pode assumir os riscos de colisão
e roubo de veículos, com uma franquia máxima, e transferir o excedente ao seguro.

A Auto-adoção apresenta-se de duas formas: como um plano intencional de


financiamento de riscos e como uma ação não-intencional.

A auto-adoção intencional, implica na aceitação deliberada das perdas que são


inconseqüentes para a empresa, ou seja, que são perfeitamente suportáveis no seu contexto
econômico e financeiro.

A auto-adoção não-intencional, caracteriza-se pela ausência de um plano organizado,


conseqüente de não-identificação dos riscos, da ignorância e, até mesmo, da incompetência
técnica e administrativa de algumas pessoas.

™ Análise de priorização das ações para tratamento dos riscos

O critério adotado para a priorização das ações para tratamento dos riscos será através
da aplicação da matriz GUTIF (Gravidade, Urgência, Tendência, Investimento e Facilidade),
obtida pela adaptação da já conhecida matriz GUT , associada aos parâmetros de investimento
e facilidade de aplicação dos controles necessários ao processo. O quadro 10, apresenta os
critérios adotados para a matriz GUTIF.

Pontos G U T I F
Gravidade Urgência Tendência Investimento Facilidade

Se nada for
Os prejuízos ou Grande facilidade ou exeqüibilidade
É necessária feito, o
dificuldades são Mínima utilização de implantação da solução, com
5 uma ação agravamento
extremamente de recursos. total domínio da “Tecnologia”
imediata da situação
graves requerida
será imediato
Boa facilidade ou
exeqüibilidade, dependendo
entretanto de tecnologia externa,
Com alguma Vai piorar a Alguma utilização
4 Muito Graves mas de relativa disponibilidade no
urgência curto prazo de recursos.
mercado.
77

Média facilidade ou exeqüibilidade,


dependendo de tecnologia de difícil
O mais cedo Vai piorar a Recursos além dos
3 Graves disponibilidade no mercado ou razoáveis
possível médio prazo destinados à área.
mudanças comportamentais daqueles
diretamente ligados aos problemas
Utilização de
Pouca exeqüibilidade,
recursos que
dependendo de ações ou decisões
requerem
Pode esperar Vai piorar a políticas dentro da instituição, ou
2 Pouco Graves remanejamento
um pouco longo prazo mudanças acentuadas de
dentro da
comportamentos ou da cultura
instituição.
organizacional em geral.
Gastos de recursos
Não vai piorar muito significativos, Baixíssima exeqüibilidade,
1 Sem Gravidade Não tem pressa ou pode até além do disponível, dependendo de ações/ decisões que
melhorar requerendo recursos extrapolam os limites da instituição.
extra-instituição
Quadro 10 – Matriz GUTIF
Fonte : Programa de Excelência Gerencial do Exército Brasileiro

Conforme demonstrado no quadro acima, cada parâmetro de avaliação é pontuado de


1 a 5. A priorização das ações deve ser feita através do produto da pontuação dos respectivos
parâmetros, o que determinará o valor referente à priorização das ações de controle do
processo.

A metodologia GUTIF, visa auxiliar o gerente da UO na elaboração da priorização de


ações de controle verificadas na identificação de tratamento de riscos de cada processo.

™ Preparação dos planos de tratamento

9 O plano de tratamento a ser elaborado pela UO, deve documentar o modo


como as opções selecionadas devem ser implementadas.

9 O plano de tratamento deve identificar as responsabilidades, os prazos, as


prioridades da ação, as medidas de controle e o status da ação.

9 O plano de tratamento pode ser baseado na ferramenta da Qualidade, 5W 1H ,


a fim de facilitar o gerenciamento das ações para tratamento do risco.

9 Conforme já mencionado anteriormente, o subsídio para elaboração do plano


de tratamento do risco, encontra-se na identificação e aplicação dos controles
existentes , onde recomenda-se o uso dos elementos do sistema de gestão da
API-RP 750, para identificação dos controles necessários a serem inseridos no
processo/tarefa, e que irão atuar na redução da classificação de significância do
risco para o nível de tolerabilidade. A tabela com descritores para cada
78

elemento, foi adaptada para esta etapa do estudo e encontra-se no Anexo J


deste modelo.

™ Implementação do plano de tratamento

A implementação bem-sucedida do plano de tratamento de riscos requer um sistema


de gestão eficaz, que especifique os métodos escolhidos, atribua responsabilidades e
prestações de conta específicas para as ações, e que haja o monitoramento de acordo com os
critérios especificados.

Caso haja algum risco residual após o tratamento, a organização deve decidir entre
reter o risco ou repetir o processo de tratamento do risco.

5.3.2.3 Requisitos legais e outros requisitos (Elemento nº3)

O elemento nº 3 do SGR, Requisitos legais e outros requisitos, adotados no


modelo proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Conhecimento dos requisitos legais ou outros requisitos associados à gestão de


riscos nos processos.

• Acompanhamento, atualização e registro de forma sistemática às mudanças na


legislação relacionadas à SMS.

• Avaliação e monitoramento dos requisitos legais e outros requisitos associados à


gestão de riscos nos processos, de modo a verificar se estão sendo considerados e
atendidos.

• Divulgação para a força de trabalho, dos requisitos legais e outros requisitos


associados à gestão de riscos nos processos.
79

5.3.2.4 Programa (Elemento nº4)

O elemento nº 4 do SGR, Programa, adotado no modelo proposto deve estar estruturado nas
seguintes expectativas:

• Alinhamento das expectativas dos elementos com a visão do Sistema.

• Alinhamento do SGR, com os outros programas, normas e procedimentos de SMS


da Unidade e da companhia.

• Alinhamento do SGR com o PSP.

• Avaliação e monitoramento periódico do programa do SGR, através da sistemática


de auditorias.

5.3.3 Execução (Fase 2)

Na fase de Execução serão contextualizados os seguintes elementos do sistema


proposto: conscientização e treinamento; documentação, registro e comunicação; atendimento
e resposta à emergências.

5.3.3.1 Conscientização e Treinamento (Elemento nº5)


80

O elemento nº 5 do SGR, Conscientização e Treinamento, adotado no modelo


proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Comprometimento da liderança com o SGR , de forma a sensibilizar a participação


da força de trabalho no processo.

• Levantamento das necessidades e implantação de treinamento no elemento nº2.

• Periodicidade dos treinamentos.

• Implementação de programas voltados para o comportamento seguro.

• Avaliação periódica de desempenho dos empregados, ligado ao desempenho de


SMS.

• Implementação de requisitos de SMS, para empresas contratadas.

• Avaliação periódica das empresas contratadas, com relação aos aspectos


contratuais de SMS.

5.3.3.2 Documentação, Registro e Comunicação (Elemento nº6)

O elemento nº 6 do SGR, Documentação, Registro e Comunicação , adotado no


modelo proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Registros dos processos de: identificação, análise, avaliação e tratamento dos


riscos e sistemática de comunicação para a força de trabalho.

• Identificação, controle, atualização da documentação de processo e manutenção e


facilidade de acesso.

• Documentação e divulgação dos potenciais de risco de materiais, quanto à


armazenagem, manuseio, transporte e descarte.

• Registros de operações, manutenção, inspeções, alterações nas instalações,


treinamento, auditorias e análises, mantidos e protegidos.

• Comunicação periódica à força de trabalho, do desempenho do SGR.


81

• Sistemática de registro, avaliação, tratamento e monitoramento de reclamações e


sugestões relacionadas a SMS.

• Sistemática de registro que garanta que a documentação seja: legível, revisada,


organizada e retida por um período determinado.

Para gerenciar os riscos adequadamente, os registros devem ser executados em uma


documentação apropriada. Ela deve ser suficiente para atender a auditorias independentes.

5.3.3.3 Atendimento e resposta em emergências (Elemento nº7)

O elemento nº 7 do SGR, Atendimento e resposta à emergências , adotado no modelo


proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Implementação de planos abrangentes de administração de crise e resposta em


emergências.

• Definição dos equipamentos, instalações e pessoal treinado, estando disponíveis e


testados.

• Realização periódica de exercícios e simulações para verificar as capacitações de


resposta, com avaliação de resultados.

• Alinhamento do plano de contingência da Unidade, com os planos de contingência


corporativo e regionais.

• Garantia de que os plano de contingência da Unidade, esteja revisado e atualizado.

• Desenvolvimento de programas de esclarecimento e treinamento junto às


comunidades potencialmente expostas a riscos, associando-os ao plano de
contingência da Unidade.

• Implementação na Unidade de um Centro de Controle de Emergências.

Face à importância deste elemento no contexto da mitigação e controle de sinistros,


82

faz-se necessário ressaltar os principais parâmetros com alguns comentários:

9 O Centro de Controle de Emergência (CCE): deverá ser designado para a


organização, de forma a proporcionar o acesso à informação e a seguinte
documentação: Plano de Ação de Emergência, Plano de Contingência de
Vazamentos , Informações relativas à segurança , meio ambiente e processo. A
localização para o CCE deverá ser definida, considerando-se os resultados da
avaliação quantitativa de riscos da Unidade e os procedimentos para a evacuação
desta.

9 Quanto aos treinamentos e exercícios: deverá ser previsto no SGR, um programa


de treinamento específico, que incorpore os procedimentos de evacuação e
resposta à emergência. Os simulados de emergência, baseados em cenários
realistas, deverão ser realizados periodicamente, a fim de prover uma avaliação
dos elementos contidos no plano de ação de emergência da Unidade. A análise
crítica dos simulados é de fundamental importância para identificar e corrigir
possíveis pontos fracos.

9 Quanto às informações de SMS e de processo: o Centro de Controle de


Emergência (CCE) deve estar provido de informações de processo, pertinentes às
áreas vulneráveis da UN, bem como todo o conteúdo de plantas e sistemas, que
envolvam as salvaguardas existentes da UN(sistema de detecção e combate à
emergências, equipes, comunicação de emergência, etc.)

5.3.3.4 Operação, Manutenção e Modificações (Elemento nº8)

O elemento nº 8 do SGR, Operação, Manutenção e Modificações, adotado no


modelo proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Implementação de procedimentos operacionais, de manutenção e inspeção nos


processos da organização.
83

• Implantação de sistemática de permissão para trabalhar , avaliando e controlando


os riscos da tarefa.

• Implantação de equipamentos e procedimentos de alarme, controle e interrupção


necessários ao controle de riscos no processo.

• Implantação de procedimentos de monitoramento e controle de resíduos e


emissões e práticas de prevenção.

• Implantação de sistemática para administrar todas as alterações operacionais na


instalação.

• Implantação de procedimentos para as atividades de trabalho fora da instalação.

5.3.4 Avaliação (Fase 3)

Na fase de Avaliação serão contextualizados os seguintes elementos do sistema


proposto: monitoramento e medição de desempenho do Sistema; Investigação de Acidentes e
Auditoria do Sistema.

5.3.4.1 Monitoramento e Medição de desempenho do Sistema (Elemento nº8)

O elemento nº 9 do SGR, Monitoramento e Medição de desempenho do Sistema,


adotado no modelo proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Implementação de indicadores de desempenho do Sistema.

• Registro, acompanhamento e divulgação dos indicadores para a organização.

• Estabelecer periodicidade para divulgação dos indicadores para a organização.


84

O monitoramento de desempenho do SGR, propõe um indicador designado como


Índice de Risco Significativo (IRS), que determina a porcentagem de risco significativo
apresentada nos processos avaliados da organização. Portanto, este cálculo deve ser feito
através do levantamento de riscos no processo e suas respectivas classificações de acordo com
as tabelas 9 e 10 deste capítulo. O índice de risco significativo, deve ser calculado através da
distribuição de freqüências relativas corrigidas em relação aos riscos identificados no
processo. Para melhor entendimento da aplicação do índice de risco, será demonstrado na
tabela 12 do capítulo 6, o cálculo, com a aplicação de um estudo de caso:

O monitoramento e medição de desempenho são etapas essenciais para o


gerenciamento de qualquer sistema. Portanto, além do índice de risco proposto no modelo, o
desempenho do SGR poderá ser medido através do índice de desempenho do sistema (IDS),
proposto no Anexo N, através do processo de auditorias e auto-avaliação. Outros indicadores
poderão ser adotados a critério da organização.

5.3.4.2 Investigação e análise de desvios, incidentes e acidentes (Elemento nº10)

O elemento nº 10 do SGR, Investigação e Análise de Desvios, Incidentes e Acidentes,


adotado no modelo proposto deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Implementação de procedimentos que conduzam a identificação, registro e análise


das causas dos acidentes, assim como as ações corretivas e preventivas.

• Implementação de procedimentos que conduzam a identificação e tratamento de


desvios.

• Implementação de sistemática para comunicação imediata de acidentes e


respectiva atuação e tratamento das conseqüências.

• Divulgação para a organização das lições aprendidas.

• Revisão do SGR após a consolidação do tratamento dos desvios, incidentes e


acidentes.
85

Se já houver procedimento para investigação e análise de acidentes e incidentes e


desvios estabelecido pela organização, ele deve ser usado como insumo para a etapa de
identificação de aspectos/impactos dos processos/tarefas.

5.3.4.3 Auditoria do Sistema (Elemento nº11)

O elemento nº 11 do SGR, Auditoria do Sistema, adotado no modelo proposto deve


estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Envolvimento dos empregados no processo de Auditoria e Auto-avaliação.

• Implementação de processo de auditoria, em consonância com os elementos e


objetivo do Sistema.

• Implementação de processo de auto-avaliação, em consonância com os elementos


e objetivo do Sistema.

• Estabelecimento de periodicidade para as auditorias.

• Registro e divulgação das constatações analisadas e corrigidas, em função da


auditoria.

A auditoria deve ser um elemento essencial para um sistema de gerenciamento. Para


que a auditoria tenha valor, a liderança deve estar inteiramente comprometida com o conceito
da auditoria e com a sua implementação efetiva dentro da organização. Isto inclui um
compromisso de não rejeitar as conclusões e recomendações da auditoria sem uma boa razão,
e em tomar ação apropriada dentro de um prazo razoável, segundo o nível de risco
identificado.

O processo de auto-avaliação, nada mais é que o processo de auditoria aplicado de


forma preliminar em cada gerência. Onde possibilita a cada gerente, além de se preparar para
a auditoria, avaliar o seu próprio desempenho na gestão de riscos dos seus processos.
86

A proposta de sistemática para auditoria e auto-avaliação do SGR, está disposta no


Anexo N, deste estudo.

5.3.5 Ajuste (Fase 4)

Na fase de Ajuste será contextualizado o seguinte elemento do sistema proposto:


análise crítica e ajuste.

5.3.5.1 Análise crítica e ajuste (Elemento nº12)

O elemento nº 12 do SGR, Análise Crítica e Ajuste, adotado no modelo proposto


deve estar estruturado nas seguintes expectativas:

• Implementação de análise periódica das auditorias, a fim de avaliar a eficácia do


SGR.

• Registro, documentação e comunicação à Administração, para que se façam as


melhorias necessárias.

• Implantação de sistemática para controle e monitoramento das constatações.

A alta administração da UN, em intervalos por ela pré-determinados, deve analisar


criticamente o Sistema de Gestão de Riscos (SGR), para assegurar sua conveniência,
adequação e eficácia contínuas. O processo de análise crítica deve assegurar que as
informações necessárias sejam coletadas, de modo a permitir à administração proceder a essa
avaliação. A análise deve ser documentada.
87

A alta administração, de acordo com os resultados da auditoria, deve verificar a


eventual necessidade de alterações na política, se houver uma política específica para a gestão
de riscos, nos objetivos e nos demais elementos que compõem o SGR.

Apresentando a síntese deste capítulo conclui-se que:

9 A metodologia qualitativa de gestão de riscos proposta, que apresenta-se como


SGR, é composta por elementos formados a partir da interação de outros sistemas
estudados no capítulo3;

9 Na etapa de análise de risco do SGR, foram inseridos nas tabelas dos parâmetros
de avaliação, pesos, com o objetivo de se obter maior representatividade na etapa
de avaliação dos riscos;

9 Foram adaptados ao modelo proposto, dois parâmetros de análise: controle e


requisitos legais, associados aos aspectos e impactos; que traduzem maior
refinamento para a análise.

9 O índice de risco adotado como indicador de desempenho do sistema, é fator


crítico de sucesso do modelo proposto;

9 O quadro 10 (GUTIF), é de grande relevância para a elaboração de plano de ação


para tratamento dos riscos.
88

6 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO

Para melhor compreensão do modelo proposto, este capítulo apresentará dois casos,
onde serão aplicados os conceitos estudados, a fim de demonstrar na prática a aplicação da
metodologia qualitativa proposta.

6.1 PLANILHA DE IDENTIFICAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS

Instrução de Trabalho para preenchimento da planilha: Avaliação de riscos das tarefas


de um processo (corridas de hifrorrefino), de uma das gerências do CENPES.

O preenchimento da planilha deve ser feito , utilizando-se as tabelas e quadros do


capítulo 5:

9 No topo da planilha: identificação da gerência, local, área, processo avaliado, data


da avaliação e documentos utilizados;

9 Identificação dos aspectos/impactos de SMS nas tarefas;

9 Caracterização da situação operacional das tarefas: normal ou emergência;

9 Análise do risco: através da aplicação das tabelas de análise de: probabilidade,


tabelas: 2, 3, 4 e 5 (freqüência, controle e vulnerabilidade relativa aos aspectos) e
conseqüência, tabelas:6 , 7 e 8 (severidade, mitigação e amplitude relativa aos
impactos);

9 Avaliação do risco: segundo os critérios de significância; determinação da


significância do risco, da categoria de risco, tabelas 9 e 10;

9 Definição da tolerabilidade do risco: definição pela organização, da categoria do


risco na qual será definida a tolerabilidade, tabela 9;

9 Avaliação da tolerabilidade: avaliação da categoria de risco em cada tarefa


avaliada do processo;
89

9 Tratamento do risco: identificação das opções de tratamento

9 Plano de ação: implementação do plano de ação, segundo a priorização: quadro 10.


Tabela 12 - Identificação de Aspectos/Impactos
GERÊNCIA: PDAB / PP P: #REF! A: REF FR: DATA: 04/05/2005 REVISÃO 1
PPRA PCMSO
LOCAL: PLANTA PILOTO P12(HC4, HC5) ÀREA: Engenharia e Operação de Planta Piloto Processo: Corridas de hidrorrefino INSPEÇÕES EQUIP. CRÍTICO
ANÁLISE DE RISCOS
Identificação Carct Análise Avaliação Gerenciamento dos riscos
Tarefa Aspecto Impacto N/E F C PR S1 E M R S2 P Cat Risco Tratamento Plano de ação Priorização
do risco
CARREGAMENTO E DERRAME ACIDENTAL MA- ALTERAÇÃO DA E 4 1 0 5 1 0 0 1 5 TRIVIAL
DESCARREGAMENTO DE QUALIDADE DO AR
REATORES
CARREGAMENTO E DERRAME ACIDENTAL SAÚDE – PROBLEMA E 4 1 0 5 1 0 0 1 5 TRIVIAL
DESCARREGAMENTO DE RESPITARÓRIO
REATORES
CARREGAMENTO E EMISSÃO DE PARTÍCULAS MA- ALTERAÇÃO DA N 4 1 1 6 1 2 1 4 24 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SÓLIDAS EM SUSPENSÃO QUALIDADE DO AR
REATORES
CARREGAMENTO E EMISSÃO DE PARTÍCULAS SAÚDE – PROBLEMA N 4 1 1 6 1 2 1 4 24 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SÓLIDAS EM SUSPENSÃO RESPITARÓRIO
REATORES
CARREGAMENTO E EMISSÃO DE VAPORES MA- ALTERAÇÃO DA N 4 1 1 6 1 2 1 4 24 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE TÓXICOS (DERIVADOS DE QUALIDADE DO AR
REATORES PETRÓLEO, SOLVENTES E
HIDROCARBONETOS)
CARREGAMENTO E EXPOSIÇÃO À RUÍDO SAÚDE – LESÃO N 4 1 1 6 2 2 1 5 30 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE AUDITIVA (PAIR)
REATORES
CARREGAMENTO E EXPOSIÇÃO A VAPORES SAÚDE – INTOXICAÇÃO N 4 1 1 6 3 2 1 6 36 MODERADO
DESCARREGAMENTO DE (DERIVADOS DE PETRÓLEO, QUÍMICA
REATORES SOLVENTES E
HIDROCARBONETOS)
CARREGAMENTO E GERAÇÃO DE RESÍDUOS MA – ALTERAÇÃO DA N 4 1 1 6 1 1 1 3 18 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SOLIDOS QUALIDADE DO SOLO
REATORES
CARREGAMENTO E GERAÇÃO DE RESÍDUOS SAÚDE – PROBLEMA N 4 1 1 6 1 1 1 3 18 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SOLIDOS RESPITARÓRIO
REATORES
CARREGAMENTO E MANUSEIO INADEQUADO DE SAÚDE – LESÕES E 4 1 2 7 1 1 1 2 21 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE EQUIPAMENTO/ SUPERFICIAIS
REATORES FERRAMENTA OU CARGA
CARREGAMENTO E QUEBRA DO RECIPIENTE SAÚDE – LESÕES E 4 1 1 6 2 1 1 4 24 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SUPERFICIAIS
REATORES
CARREGAMENTO E QUEDA DO SAÚDE – PROBLEMA E 3 1 1 5 3 2 1 6 30 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE EQUIPAMENTO/OBJETO OSTEOMUSCULAR/
REATORES TRAUMA
N/E = Normal/Emergência Cat Risco= Categoria do Risco
F= Freqüência de Exposição E= Efeito de Impacto
CA= Controle associado ao aspecto M= Mitigação
Carct: Caracterização A= Repercussão Relativa do Impacto
P(S1XS2)= Produto S1(F+C+PP) = Soma sos Parâmetros
S2(E+M+R) = Soma dos Parâmetros PR= Percepção de Risco
Fonte: Adaptada pelo Autor

90
91

A tabela acima, que consta no Apêndice A deste trabalho, apresentou a avaliação de


riscos das tarefas de um processo. Para efeito do caso 1, foi convencionado que a organização
(CENPES) adotou como nível de tolerabilidade os riscos classificados como não
significativos.
Sendo assim, neste processo só há uma tarefa com risco moderado (risco significativo)
a ser tratado, uma vez que os riscos triviais e toleráveis (riscos não significativos) devem
apenas ser monitorados. E como só se tem um risco moderado, a priorização para tratamento
neste caso é única.

6.2 MATRIZ DE AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA


DOS RISCOS

A seguir serão apresentadas as tabelas 9 e 10 que constam no capítulo 5, e estão sendo


reapresentadas a fim de melhor exemplificar a demonstração do cálculo do índice de risco. E
para isso, faz-se necessário que sejam criados hipoteticamente riscos que tenham sido
avaliados em outros processos e tarefas.

Tabela 9 - Matriz de classificação do risco


PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA
SEVERIDADE DO IMPACTO

3 4 5 6 7 8 9 10 11
3 9 12 15 18 21 24 27 30 33
4 12 16 20 24 28 32 36 40 44
5 15 20 25 30 35 40 45 50 55
6 18 24 30 36 42 48 54 60 66
7 21 28 35 42 49 56 54 70 77
8 24 32 40 48 56 64 72 80 88
9 27 36 45 54 63 72 81 90 99
10 30 40 50 60 70 80 90 100 110
11 33 44 55 66 77 88 99 110 121

Tabela 10 - Classificação de significância do risco

Classificação da significância
Trivial até 24
NÃO SIGNIFICATIVO
Tolerável de 25 a 49
moderado de 50 a 73
substancial de 74 a 97 SIGNIFICATIVO

intolerável de 98 a 121
92

Será apresentada a seguir uma tabela adaptada à tabela 10, com a finalidade de facilitar
o entendimento da definição e cálculo do índice de risco aplicado aos processos operacionais
avaliados em uma gerência.

Caso 2: Suponhamos que durante a avaliação de riscos dos processos de uma gerência
qualquer da organização, foram identificados 50 riscos, conforme discriminados na tabela 13.

A tabela a seguir mostra o número de riscos avaliados nestes processos, relacionados


às suas respectivas categorias de risco.

Foram adotados pesos de 1 a 5, associados à classificação de significância dos riscos.


Portanto a freqüência relativa corrigida será obtida através do produto da quantidade de riscos
encontrada no processo pelo peso respectivo. O cálculo do IRS será demonstrado a seguir
através da obtenção da porcentagem de riscos relativos, conforme a tabela 13.

Tabela 13 - Cálculo do índice de risco significativo (IRS)


Freqüência Freqüência
Quantidade de
Classificação dos Pesos relativa acumulada % Riscos % Riscos
riscos
riscos corrigida corrigida relativos acumulados
identificados
(Frc) (Fac)
1 Intoleráveis 5 5 5 4,5% 4,5%
2 Susbstanciais 4 8 13 7% 11,5%
15 Moderados 3 45 58 41% 52,5%
20 Toleráveis 2 40 98 36,5% 89%
12 Triviais 1 12 110 11% 100%
50 110 100%
Cálculo da freqüência relativa corrigida(Frc) = Quantidade de riscos * peso

Cálculo do % Riscos relativos = Frc (n) / ∑Frc(n)* 100

Calculando-se o % Riscos relativos da tabela 13, tem-se, de acordo com a classificação dos riscos:

ƒ (intoleráveis) = 5 / 110 * 100 = 4,5%


ƒ (substanciais) = 8/ 110 *100 = 7%
ƒ (moderados) = 45/110*100 = 41%
ƒ (toleráveis) = 40/110*100 = 36,5%
ƒ (triviais) = 12/110*100 = 11%

Como síntese da tabela 13, temos que nos processos avaliados foram encontrados:

9 01 risco intolerável

9 02 riscos substanciais

9 15 riscos moderados

9 20 riscos toleráveis

9 12 riscos triviais
93

Seguindo a classificação de significância da tabela 10, o cálculo do índice de risco


significativo (IRS) aplicado na tabela 13, é de IRS=53%, resultado do somatório da
porcentagem de riscos relativos: moderados, substanciais e intoleráveis. Ou seja, o processo
encontra-se vulnerável na razão de 53%.

O ideal de um processo é que se tenha IRS= 0%, ou seja, que os riscos avaliados no
processo, se houver, sejam todos não significativos.

6.3 MONITORAMENTO

Seguindo ainda o estudo do caso 2, os riscos não significativos (toleráveis e triviais),


devem apenas ser monitorados pelo Sistema, enquanto os riscos significativos (moderados,
substanciais e intoleráveis) devem seguir o plano de tratamento de riscos, passando antes pela
priorização do quadro 10- GUTIF.

6.4 TRATAMENTO DO RISCO

Iniciando a etapa de tratamento de riscos, o primeiro passo é a consulta da tabela 11


(capítulo 5), que determina a priorização de controle para os riscos identificados.

Segundo a tabela 12, os riscos triviais e toleráveis, embora não necessitem de nenhum
controle adicional, devem ser monitorados para assegurar que os controles estejam sendo
mantidos. Já os riscos moderados, devem atender à redução ou eliminação do risco, que
caracterizam à fase de prevenção.

O tratamento dos riscos moderados, após a aplicação da tabela 12, deverá ser
estruturado em um plano de ação para a gerência.
94

Apresentando a síntese deste capítulo conclui-se que:

9 O indicador de desempenho proposto irá determinar o desempenho dos


processos/tarefas da gerência com relação ao nível adequado de segurança
associado;

9 O gestor dos processos/tarefas, a partir da avaliação de riscos, terá como subsídio


para a elaboração do plano de ação, a aplicação da tabela 13;
9 De uma forma sistêmica , o índice de risco significativo, permite ao gestor do
SGR e à Alta Administração, acompanhar o nível de segurança dos processos e
tarefas da organização. E este índice pode ser visualizado nos processos, nas
gerências e até na Unidade de Negócios.
95

7 CONCLUSÕES

Neste capítulo serão apresentadas as respostas às questões formuladas no Capítulo 1,


com o objetivo de consolidar a proposta do estudo.
Conforme foi referenciado neste trabalho, verificou-se que ao longo dos anos, os
ensinamentos resultantes dos acidentes fizeram com que as indústrias convertessem este
aprendizado, em normas, procedimentos, leis, regulamentos, e que enfim, criassem um
sistema próprio de gestão para os riscos existentes nas organizações.
Contudo, a forma adequada de considerar a importância de avaliação dos aspectos e
seus respectivos impactos ao patrimônio, ao meio ambiente e à saúde ocupacional do
trabalhador, dentro de um sistema produtivo, passou a ser reconhecida como uma atividade
estratégica no conceito da gestão corporativa das empresas. A gestão de riscos, passou a ser
vista como parte da adoção de uma governança corporativa estruturada.
Como resposta a esta demanda, o presente trabalho foi desenvolvido no sentido de
apresentar uma metodologia qualitativa para o gerenciamento de riscos operacionais relativos
à SMS, estruturado em um processo iterativo composto por etapas bem definidas que, ao
serem realizadas em seqüência, irão auxiliar a organização a tomar decisões melhores,
proporcionando uma maior percepção dos riscos e de seus impactos.
O modelo proposto não deve ser visto como um sistema independente, e sim como um
sistema complementar aos outros programas que permeiam a organização, tais como, o
Programa de Segurança de Processo (PSP), e outros mais que venham a integrar a filosofia, as
práticas e os planos da organização. Com isso, a gestão de riscos passa a ser do interesse de
todos na organização, e reconhecida como parte integrante de uma boa administração.
A contribuição deste modelo atribui como fatores críticos de sucesso, as seguintes etapas:
• Assegurar que a política de gerenciamento de riscos seja estabelecida, implementada
e mantida de acordo com as normas corporativas, em todos os níveis da organização;
• Disponibilizar os recursos necessários ao gerenciamento de riscos;
• Garantir a capacitação de pessoal e o desenvolvimento do trabalho;
• Garantir o monitoramento da tolerabilidade de risco dos processos da organização
através do índice de risco significativo (IRS);
• Garantir o monitoramento do Sistema, através do índice de desempenho do sistema
(IDS), fundamentado em auditorias periódicas;
96

Outro fator relevante, é a possível interação com outros procedimentos da


Organização e da Companhia, contribuindo como insumo para os Sistemas de Certificação.
Em resposta às questões formuladas no capítulo 1 deste estudo, verificamos que:
9 A metodologia proposta subsidia o Programa de Segurança de Processo da
organização, através dos indicadores IRS (Índice de Risco Significativo) e IDS
(Índice de Desempenho do Sistema).
9 Os fatores críticos de sucesso do modelo proposto, fundamentam-se basicamente
em três aspectos: - visão da Alta Administração, a partir do valor que o gestor atribui
ao sistema proposto para a organização; - informação, advinda da estruturação do
trabalho; - recursos, financeiros, humanos e tecnológicos para a implementação do
sistema. E para que o sistema tenha o sucesso desejado, ele deve ser monitorado
através da melhoria contínua destes aspectos.

Como sugestão de trabalhos futuros podemos incluir assuntos como, técnicas de


avaliação de riscos, análise de sensibilidade , avaliação de custo/benefício e fator humano;
que embora de grande relevância na aplicação do estudo de riscos, não foram contemplados
nesta pesquisa.
97

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100
101

GLOSSÁRIO

Acidente: Evento imprevisto e indesejável, instantâneo ou não, que resultou em dano à


pessoa (inclui a doença do trabalho e a doença profissional), ao patrimônio (próprio ou de
terceiros) ou impacto ao meio ambiente.

Ampliação: Modificação física de instalações existentes e/ou introdução de novas


instalações, equipamentos ou tecnologia associados a processos produtivos, que impliquem
em aumento de capacidade produtiva, alteração de processos ou produtos.

Análise Crítica: Análise sistemática e global de um projeto, produto, serviço, processo ou


informação com relação a requisitos, objetivando a identificação de desvios e a proposição de
soluções.

Análise de risco: Uso sistemático de informações para identificar fontes e estimar o risco.

Aspecto de SMS: Elemento das atividades, produtos ou serviços do Sistema Petrobras que
pode interagir com a segurança, o meio ambiente e a saúde. Os aspectos ambientais definidos
de acordo com a NBR ISO 14001 incluem-se nos aspectos de SMS.

Atividade: Conjunto de tarefas que, sendo parte ou não de um processo, visam atender a um
objetivo específico

Auditoria: Exame sistemático para determinar se as atividades e resultados relacionados


estão em conformidade com as providências planejadas, e se essas providências estão
implementadas efetivamente e são adequadas para atender à política e aos objetivos da
organização.

Avaliação de risco: Processo global de estimar a magnitude dos riscos, e decidir se um risco
é ou não tolerável.

Ciclo de vida: Conjunto das etapas de um empreendimento, instalação, produto, serviço ou


operação, desde o planejamento e concepção até a desativação ou disposição final ou
encerramento.
102

Competência: Mobilização de conhecimentos (saber), habilidades (fazer) e atitudes (querer)


necessários ao desempenho de atividades ou funções, segundo padrões de qualidade e
produtividade requeridos pela natureza do trabalho.

Comunidade vizinha: Pessoas que habitam ou freqüentam o entorno das instalações do


Sistema Petrobras, e que são ou podem ser impactadas pelas atividades da empresa.

Controle de riscos: Ações de implementação de decisões referentes à gestão de riscos.

Conseqüência: Resultado de um evento.

Dano: Conseqüência / severidade, causada pela ocorrência do perigo.

Desempenho: Resultados mensuráveis do Sistema de Gestão da SSO, relacionados ao


controle da organização sobre seus riscos à segurança e saúde, com base em sua política e
objetivos de SSO.

Desvio: Qualquer ação ou condição, que tem potencial para conduzir, direta ou indiretamente,
danos a pessoas, ao patrimônio (próprio ou de terceiros), ou impacto ao meio ambiente, que se
encontra desconforme com as normas de trabalho, procedimentos, requisitos legais ou
normativos, requisitos do sistema de gestão ou boas práticas.

Diretriz de SMS: Balizamento ou condição de contorno das estratégias de SMS para a


definição e orientação de ações (incluem, mas não se limitam as Diretrizes Corporativas de
SMS).

Equipamento Crítico: Equipamento ou conjunto de equipamentos nos quais eventuais falhas


na operação possam produzir impactos significativos de SMS.

Evento: Ocorrência de um conjunto específico de circunstâncias.

Evitar o risco: Decisão de não se envolver numa situação de risco ou ação para se retirar
dela.
103

Financiamento de riscos: Provisão de fundos para cobrir o custo de implementação do


tratamento de riscos e de outros custos associados.

Força de Trabalho: Pessoas que executam atividades para o Sistema Petrobras incluindo
empregados próprios, estagiários, prestadores de serviço caracterizados como autônomos,
cooperativados de cooperativas contratadas, empregados de outras empresas que prestem
serviços ou executem atividades contidas no objeto do contrato com a empresa contratada.

Freqüência: Taxa de ocorrência de um evento, expressa pelo número de ocorrências de um


evento em um dado intervalo de tempo.

Gestão de Riscos: Aplicação sistemática de procedimentos e técnicas de identificação de


perigos, avaliação de riscos e adoção de medidas de prevenção e controle de riscos, com
objetivo de proteger pessoas, meio ambiente, propriedades e assegurar a continuidade
operacional.

Identificação de riscos: Processo para encontrar, listar e caracterizar elementos de risco.

Impacto: Qualquer modificação no meio ambiente e/ou das condições de saúde ocupacional e
segurança industrial, adversa ou benéfica, que resulte no todo ou em partes dos processos,
tarefas e produtos desenvolvidos pela organização.

Incidente: Evento imprevisto e indesejável que poderia ter resultado em dano à pessoa, ao
patrimônio (próprio ou de terceiros) ou impacto ao meio ambiente.

Informação de Processo: Conjunto de informações e dados que descrevem os processos no


Sistema Petrobras. Incluem, sem se limitar a:

• Base de projeto do processo (Tecnologia do Processo)


• Base de projeto dos equipamentos e instalações utilizados no processo e
informações para operação.
• Informações sobre Riscos para SMS oriundos de produtos ou materiais perigosos
presentes no processo.
104

Inspeção: Processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar,


de forma objetiva, evidências que determinem se as instalações e equipamentos estão em
conformidade com critérios estabelecidos.

Instalação: Edificações, conjunto de equipamentos e de componentes instalados numa


determinada área de propriedade do Sistema Petrobras ou sob sua responsabilidade. Inclui
canteiros de obra e frentes de trabalho.

Manutenção: Atividade conduzida para manter a integridade e confiabilidade de


equipamentos e instalações de acordo com as especificações de projeto, de construção e de
montagem por todo o ciclo de vida do equipamento e/ou instalação.

Material ou produto perigoso: Material, produto ou mistura de materiais que, em razão de


suas propriedades químicas, físicas ou biológicas, isoladas ou combinadas, constitui um
perigo. São produtos perigosos os produtos listados na legislação aplicável localmente e, na
sua ausência, aqueles constantes do documento Recommendations on the Transport of
Dangerous Goods Model Regulations – ONU.

Melhoria contínua: Processo de aprimoramento do Sistema de Gestão da SSO, visando


atingir melhorias no desempenho global da Segurança e Saúde Ocupacional, de acordo com a
política de SSO da organização.

Mudança: Qualquer alteração permanente ou temporária em relação a uma situação existente


em uma instalação, atividade ou operação, durante todo o seu ciclo de vida, que modifique os
riscos existentes ou altere a confiabilidade de sistemas. Inclui mudanças de pessoas, na
tecnologia e nas instalações.

Mudança na Instalação: Mudança ou inclusão de itens nas instalações, edificações,


sistemas, equipamentos e componentes, durante todo o seu ciclo de vida, sem a modificação
da tecnologia.

Mudança de Pessoas: Mudança advinda de: admissão, transferência, substituição temporária


ou permanente, redução ou aumento de contingente, promoção com mudança de função ou
retorno às atividades após afastamento, que possa caracterizar alteração no risco, ou no modo
de operação, ou na forma de intervenção no processo, inclusive em emergências.
105

Mudança na Tecnologia: Mudança nas características de insumos e produtos (inclusive


resíduos) de um processo e/ou nas condições nas quais o processo é desenvolvido (incluindo
software).

Não-conformidade: Qualquer desvio das normas de trabalho, práticas, procedimentos,


regulamentos, desempenho do sistema de gestão etc., que possa levar, direta ou indiretamente,
à lesão ou doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente de trabalho, ou uma
combinação destes.

Novo Empreendimento: Compreende:

a) concepção, projeto, construção e montagem de novas instalações;


b) ampliação de instalações existentes;
c) mudanças em instalações, equipamentos e tecnologia existentes, com objetivo de
ampliar ou modificar, qualitativamente ou quantitativamente, a produção;
d) aquisição ou permuta, total ou parcial, de ativos;
e) aquisição de concessões ou tecnologias associadas a processos produtivos, bem
como implementação de atividades associadas a essas concessões ou tecnologias;
f) atividade sujeita a licenciamento prévio, de instalação e operação, junto a
autoridades reguladoras de Segurança, Meio Ambiente e Saúde.

Organização: Companhia, corporação, firma, empresa, organização ou associação, ou parte


dela, incorporada ou não, pública ou privada, que tem funções e estrutura administrativa
próprias.

Operação: Execução das atividades-fim dos processos no Sistema Petrobras.

Operação em regime: Fase da operação de um processo na qual os indicadores


característicos de seu funcionamento se apresentam estáveis e de acordo com as condições
especificadas no projeto.

Parte envolvida: Qualquer indivíduo, grupo ou organização que possa afetar, ser afetado ou
imagine que possa ser afetado por um risco.
106

Perigo: Situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio
ambiente ou às propriedades, ou a uma combinação destes.

Plano de Emergência: Documento formal e padronizado que define as responsabilidades e as


ações a serem seguidas para controle de uma emergência e mitigação de seus efeitos,
incluindo organização, procedimentos operacionais de resposta e recursos.

Probabilidade: Grau de possibilidade de que um evento ocorra.

Processo: Conjunto de atividades ordenadas e inter-relacionadas que transformam insumos


em resultados.

Processo de gestão de riscos: Aplicação sistemática de políticas, procedimentos e práticas de


gestão para o estabelecimento dos contextos e para a identificação, análise, avaliação,
tratamento, monitoramento e comunicação de riscos.

Produto: Resultado de processos, atividades ou operações que geram materiais ou energia a


serem comercializados.

Redução de riscos: Ações tomadas para diminuir a probabilidade, as conseqüências


negativas, ou ambas, associadas a um risco.

Representante do gerente: Pessoa designada pelo gerente da UO, para viabilizar as tarefas
necessárias a realização da identificação de aspectos/impactos da tarefa.

Retenção de riscos: Aceitação do ônus de uma perda, ou dos benefícios de um ganho,


resultante de um determinado risco.

Risco: Medida de perda econômica, humana, e/ou ambiental, resultante da combinação entre
freqüência esperada e conseqüência destas perdas.

Risco tolerável: Risco que foi reduzido a um nível que pode ser suportado pela organização,
levando em conta suas obrigações legais e sua própria política de SSO.

Segurança: Isenção de riscos inaceitáveis de danos [ISSO/IEC Guide 2].


107

Significância: Denominação atribuída aos níveis de grau de risco, adotadas para


determinação da classificação dos riscos associados aos perigos identificados. As classes
foram denominadas em: Trivial, Moderado, Tolerável, Substancial e Intolerável.

Sistema de gerenciamento: Conjunto, a qualquer nível de complexidade, de pessoal,


recursos e procedimentos, cujos componentes interagem de maneira organizada, de modo a
permitir que se realize determinada tarefa ou que se atinha, ou se mantenha, determinado
resultado.

Tarefa: Execução de uma prática ou procedimento específico

Transferência de riscos: Divisão do ônus de uma perda, ou dos benefícios de um ganho,


resultante de um risco, com uma outra parte.

Tratamento do risco: Processo de seleção e implementação de medidas para modificar um


risco.

Treinamento: Atividade de transmitir e/ou receber conhecimentos e práticas para melhoria


do desempenho individual e das equipes.

Unidade Organizacional: Subdivisão da estrutura organizacional em cada Área e Empresa


do Sistema Petrobras criada para atender `as necessidades da divisão de trabalho, contando
com gerente, equipe e responsabilidades próprias. Esta subdivisão é definida de acordo com
critérios estabelecidos pelas respectivas Áreas e Empresas do Sistema Petro
108

APÊNDICE
APÊNDICE A - Planilha de identificação de aspectos/perigos e impactos/danos

GERÊNCIA: PDAB / PP P: #REF! A: REF FR: DATA: 04/05/2005 REVISÃO 1


PPRA PCMSO
LOCAL: PLANTA PILOTO P12(HC4, HC5) ÀREA: Engenharia e Operação de Planta Piloto Processo: Corridas de hidrorrefino INSPEÇÕES EQUIP. CRÍTICO
ANÁLISE DE RISCOS
Identificação Carct Análise Avaliação Gerenciamento dos riscos
Tarefa Aspecto Impacto N/E F C PR S1 E M R S2 P Cat Risco Tratamento Plano de ação Priorização
do risco
CARREGAMENTO E DERRAME ACIDENTAL MA- ALTERAÇÃO DA E 4 1 0 5 1 0 0 1 5 TRIVIAL
DESCARREGAMENTO DE QUALIDADE DO AR
REATORES
CARREGAMENTO E DERRAME ACIDENTAL SAÚDE – PROBLEMA E 4 1 0 5 1 0 0 1 5 TRIVIAL
DESCARREGAMENTO DE RESPITARÓRIO
REATORES
CARREGAMENTO E EMISSÃO DE PARTÍCULAS MA- ALTERAÇÃO DA N 4 1 1 6 1 2 1 4 24 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SÓLIDAS EM SUSPENSÃO QUALIDADE DO AR
REATORES
CARREGAMENTO E EMISSÃO DE PARTÍCULAS SAÚDE – PROBLEMA N 4 1 1 6 1 2 1 4 24 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SÓLIDAS EM SUSPENSÃO RESPITARÓRIO
REATORES
CARREGAMENTO E EMISSÃO DE VAPORES MA- ALTERAÇÃO DA N 4 1 1 6 1 2 1 4 24 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE TÓXICOS (DERIVADOS DE QUALIDADE DO AR
REATORES PETRÓLEO, SOLVENTES E
HIDROCARBONETOS)
CARREGAMENTO E EXPOSIÇÃO À RUÍDO SAÚDE – LESÃO N 4 1 1 6 2 2 1 5 30 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE AUDITIVA (PAIR)
REATORES
CARREGAMENTO E EXPOSIÇÃO A VAPORES SAÚDE – INTOXICAÇÃO N 4 1 1 6 3 2 1 6 36 MODERADO
DESCARREGAMENTO DE (DERIVADOS DE PETRÓLEO, QUÍMICA
REATORES SOLVENTES E
HIDROCARBONETOS)
CARREGAMENTO E GERAÇÃO DE RESÍDUOS MA – ALTERAÇÃO DA N 4 1 1 6 1 1 1 3 18 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SOLIDOS QUALIDADE DO SOLO
REATORES
CARREGAMENTO E GERAÇÃO DE RESÍDUOS SAÚDE – PROBLEMA N 4 1 1 6 1 1 1 3 18 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SOLIDOS RESPITARÓRIO
REATORES
CARREGAMENTO E MANUSEIO INADEQUADO DE SAÚDE – LESÕES E 4 1 2 7 1 1 1 2 21 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE EQUIPAMENTO/ SUPERFICIAIS
REATORES FERRAMENTA OU CARGA
CARREGAMENTO E QUEBRA DO RECIPIENTE SAÚDE – LESÕES E 4 1 1 6 2 1 1 4 24 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE SUPERFICIAIS
REATORES
CARREGAMENTO E QUEDA DO SAÚDE – PROBLEMA E 3 1 1 5 3 2 1 6 30 TOLERÁVEL
DESCARREGAMENTO DE EQUIPAMENTO/OBJETO OSTEOMUSCULAR/
REATORES TRAUMA
N/E = Normal/Emergência Cat Risco= Categoria do Risco
F= Freqüência de Exposição E= Efeito de Impacto
CA= Controle associado ao aspecto M= Mitigação
Carct: Caracterização A= Repercussão Relativa do Impacto
P(S1XS2)= Produto S1(F+C+PP) = Soma sos Parâmetros
S2(E+M+R) = Soma dos Parâmetros PR= Percepção de Risco
Fonte: Adaptada pelo Autor
110

108
111

Apêndice B - Qualificação/Quantificação dos itens de controle- Adaptação da


norma AS/NZS 4360 e de ESTEVES (2004).

QUALIFICAÇÃO/QUANTIFICAÇÃO DOS ITENS DE CONTROLE

1- Informações sobre segurança de processo

DESCRITORES: AVALIAÇÃO
(As UOs possuem os seguintes itens?) NA; D=3;
R=2; E=1
- Planta de situação geral , de locação e layout
- Fluxogramas de processo (indicando os parâmetros operacionais
considerados críticos)
- Balanços de material e de energia
- Fluxogramas de engenharia
- Descritivo das malhas de intertravamento e parada, atualizados
- Planta de classificação de áreas
- Adequação dos equipamentos e instalações à classificação de áreas
- Manuais e documentações técnicas de equipamentos
- Sistemas de alívio e despressurização adequados para a máxima
pressão de operação
- Sistemas de alívio e despressurização , aferidos/calibrados
- Lista de intertravamentos, chaves, indicadores e alarmes associados
aos parâmetros operacionais críticos
- Utiliza e atualiza método estruturado (SMSNet) para coleta e
organização das informações sobre perigos dos produtos e materiais
manuseados e processados
- Possui FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produtos
Químicos) de todos os produtos manuseados e processados

Avaliação média (1)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,
doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.
112

2- Análise de riscos de processo

AVALIAÇÃO
DESCRITORES: NA; D=3;
(As UOs possuem os seguintes itens?) R=2; E=1
- Análise de riscos de processo (ARP)
- Registro de seus empregados treinados nas técnicas de ARP e HAZOP
- Procedimento para realização das ARPs
- Controle da periodicidade com que são realizadas as ARPs
- A metodologia de ARP adota critérios para hierarquização dos riscos
- As medidas mitigadoras recomendadas nas ARPs são verificadas
quanto à sua conformidade
- Critério para hierarquização das medidas mitigadoras
- Acompanhamento da implementação das recomendações oriundas
dessas ARPs
- Comunicação aos empregados e à força de trabalho dos riscos
avaliados e seus respectivos monitoramentos.

Avaliação média (2)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,
doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.

3- Gerenciamento de modificações

AVALIAÇÃO
DESCRITORES: NA; D=3;
(As UOs possuem os seguintes itens?) R=2; E=1
- Metodologia para identificar modificações no processo
- Procedimento formal para gestão de modificações
- Metodologia para identificar modificações na força de trabalho
- Procedimento formal para gestão de modificações
- Metodologia para registrar e tratar os aspectos/impactos destas
modificações
- Procedimento de verificação, garantindo que a modificação está de
acordo com o projeto
- Em função da modificação, há revisão dos procedimentos operacionais
- Treinamento da força de trabalho envolvida na mudança, em função das
modificações efetuadas
- Divulgação dos procedimentos revisados
- Critério formal que faça a distinção entre o que é mudança de pequeno
porte, grande porte e manutenção normal.
- Procedimento formal que contemple o projeto das mudanças propostas.
- Procedimento formal que contemple a documentação técnica antes de
implementar a modificação
- Autorizações gerenciais necessárias, inclusive obtenção de licenças
113

junto às autoridades competentes

Avaliação média (3)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,
doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.

4- Procedimentos de Operação

AVALIAÇÃO
DESCRITORES: NA; D=3;
(As UOs possuem os seguintes itens?) R=2; E=1
- Procedimentos de operação formais
- Procedimentos de operação focando aspectos como: malhas de
controle, segurança de processo, limites de operação para os parâmetros
de processo, etc.
- Procedimentos de operação que explicitam: cargo e nível de
responsabilidade da força de trabalho, instruções de operação claras,
condições de operação para partida normal, operação temporária,
emergência , parada, etc.
- Critérios de revisão dos procedimentos operacionais
- Procedimentos de operação que envolvam nos parâmetros de processo:
desvios operacionais, ações de correção para evitar desvios
operacionais,
- Procedimentos de operação que envolvam nos parâmetros de processo:
sistemas de controle e dispositivos de segurança e suas funções,
- Procedimentos de operação que envolvam nos parâmetros de processo
propriedades e riscos de todos os produtos utilizados no processo, ações
necessárias para prevenção contra os riscos
- Procedimentos que contemplem o uso de EPIs(Equipamento de
proteção individual)/EPCs (Equipamento de proteção coletiva), para a
operação

Avaliação média (3)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,
doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.
114

5- Práticas de Trabalho Seguro

AVALIAÇÃO
DESCRITORES: NA; D=3;
(As UOs possuem os seguintes itens?) R=2; E=1
- Procedimento formal para gerenciar as práticas de trabalho seguro
- Identificação e controle das práticas de trabalho seguro em vigor, e suas
abrangências
- Elaboração, implantação e atualização das práticas de trabalho seguro
- Metodologia para permissões de serviço
- Treinamento da força de trabalho nas práticas de trabalho seguro
- Procedimento para manuseio, armazenagem e transporte de produtos
perigosos
- Procedimento para as atividades/tarefas que envolvam risco
ocupacional
- Registro e controle de estoque e consumo de produtos químicos
utilizados no processo

Avaliação média (5)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,
doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.

6- Treinamento

AVALIAÇÃO
DESCRITORES: NA; D=3;
(As UOs possuem os seguintes itens?) R=2; E=1
- Política de treinamento e qualificação da força de trabalho,
contemplando treinamento inicial e de reciclagem
- Compromisso efetivo da liderança ao designar a força de trabalho com a
efetiva utilização dos conhecimentos e habilidades adquiridas
- Procedimento de treinamento com conteúdo programático compatível
com as necessidades e responsabilidades da força de trabalho.
- Procedimento de treinamento que compreenda o treinamento requerido
por mudanças introduzidas na instalação.
- Procedimento formal para avaliação da eficácia do treinamento
- Processo de comunicação aos gerentes das UOs , dos resultados
obtidos pelo treinamento da força de trabalho
- Período de reciclagem para a força de trabalho.
115

- Requerimento de qualificação mínima/titulação mínima para os


instrutores
- Treinamento e reciclagem para os instrutores, com determinação de
periodicidade

Avaliação média (6)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,
doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.

7- Garantia da qualidade e integridade mecânica de equipamentos críticos

AVALIAÇÃO
DESCRITORES: NA; D=3;
(As UOs possuem os seguintes itens?) R=2; E=1
- Programa de qualidade e integridade mecânica de equipamentos
críticos, desde seu projeto
- Procedimento formal para contolar a qualidade dos materiais utilizados
nos equipamentos críticos objeto do programa, e verificar se foram
utilizados de acordo com as especificações do projeto
- Procedimento inserido no programa, que defina e identifique os
equipamentos críticos existentes na UO
- Procedimento inserido no programa, que contemple a garantia de
qualidade, manutenção, inspeção e teste dos equipamentos críticos
- Metodologia para inspeção e teste nos equipamentos, e respectiva
periodicidade
- Critério de aceitabilidade para inspeção e testes nos equipamentos
- Procedimento implantado baseado em Manutenção Centrada em
Confiabilidade e Inspeção Baseada em Riscos.
- Treinamento da equipe de manutenção e inspeção, e respectiva
periodicidade

Avaliação média (7)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
116

mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,


doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.

8- Controle e respostas a emergência

AVALIAÇÃO
DESCRITORES: NA; D=3;
(As UOs possuem os seguintes itens?) R=2; E=1
- Plano de controle de emergências implantado, para os seus processos
- Revisão do Plano de controle e periodicidade
- A elaboração do plano está baseada em referenciais legais
- A UO tem conhecimento do Plano de Contingência (PC) da UM
- A UO está inserida no PC da UM
- Tem treinamento da força de trabalho, relativo ao PC
- Participa de exercícios, treinamentos e simulados de emergência

Qualificação média (8)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,
doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.

9- Investigação de acidentes

AVALIAÇÃO
DESCRITORES: NA; D=3;
(As UOs possuem os seguintes itens?) R=2; E=1
- Procedimento implantado para apurar e registrar acidentes
- Procedimento implantado para a comunicação de acidentes dentro da
UN e para a companhia
- Procedimento implantado para registrar e atuar nas ações de controle
dos acidentes
- Procedimento formal para investigação de acidentes
- Participa de comissão de investigação para investigar causas e as
conseqüências do acidentes
- Critério para avaliação de custo/benefício na implementação de
recomendações oriundas da comissão de investigação do acidente
- Procedimento formal que contemple as providências a serem tomadas
no sentido de evitar a ocorrência de um novo acidente
117

Qualificação média (9)

CONTROLE DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO


NÃO APLICÁVEL (NA) Se o descritor do item de controle não for
aplicado na avaliação do processo
DEFICIENTE (D) Se o descritor do item de controle não atenua a
lesão, doença ou dano.
RAZOÁVEL Se o descritor do item de controle atenua a lesão,
doença ou dano, mas depende do fator humano,
não bloqueando totalmente o risco.
EFICAZ Se o descritor do item de controle garante que
mesmo na ocorrência da falha, não ocorra lesão,
doença ou dano, praticamente bloqueando o
risco.
118

Apêndice C – Critérios de Auditoria e Auto-Avaliação do SGR

Expectativas dos elementos do Sistema Pontuação Pontuação


máxima obtida
Elemento nº 1: Política , Liderança e Responsabilidade
1.1. Alinhamento do SGR com a política corporativa de SMS. 10
1.2. Alinhamento do SGR com o PSP (Programa de Segurança de 10
Processo).
1.3. Estabelecimento e divulgação da Política corporativa de SMS. 10
1.4. Definição clara das responsabilidades dentro do SGR. 20
1.5. Inclusão do desempenho de gestão de riscos no processo de 10
avaliação das gerências.
1.6. Envolvimento dos empregados ativamente no processo de 20
avaliação de riscos.
1.7. Estabelecimento e disseminação do objetivo e das metas do 20
SGR, para a força de trabalho.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
Elemento nº 2: Identificação , análise, avaliação e tratamento dos
riscos
2.1. Identificação , análise, avaliação e tratamento dos riscos de SMS 20
nos processos da organização, incluindo os relacionados à proteção
da força de trabalho, comunidades vizinhas e consumidor final.
2.2. Estabelecimento de mecanismos que permitam, de forma 20
sistemática, identificar e avaliar a freqüência e as conseqüências de
eventos indesejáveis.
2.3. Condução de avaliações periódicas ou à medida que se 10
identifiquem mudanças nos processo, incidentes, desvios e
acidentes.
2.4. Priorização dos riscos, documentação, comunicação e 20
acompanhamento da aplicação das medidas de controle.
2.5. Atualização à medida que forem ocorrendo modificações no 10
sistema.
2.6. Implementação da gestão de riscos de acordo com a sua 10
natureza e magnitude, nos diversos níveis administrativos.
2.7. Disponibilização e atualização das informações sobre segurança 10
de produtos para a força de trabalho.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
Elemento nº 3: Requisitos legais e outros requisitos
3.1.Conhecimento dos requisitos legais ou outros requisitos 20
associados à gestão de riscos nos processos.
3.2.Acompanhamento, atualização e registro de forma sistemática às 30
mudanças na legislação relacionadas à SMS.
3.3. Avaliação e monitoramento dos requisitos legais e outros 30
requisitos associados à gestão de riscos nos processos, de modo a
verificar se estão sendo considerados e atendidos.
3.4. Divulgação para a força de trabalho, dos requisitos legais e 20
outros requisitos associados à gestão de riscos nos processos.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
119

Expectativas dos elementos do Sistema Pontuação Pontuação


máxima obtida
Elemento nº 4: Programa
4.1. Alinhamento das expectativas dos elementos com a visão do 30
Sistema.
4.2. Alinhamento do SGR, com os outros programas, normas e 20
procedimentos de SMS da Unidade e da companhia.
4.3. Alinhamento do SGR com o PSP. 20
4.4. Avaliação e monitoramento periódico do programa do SGR, 30
através da sistemática de auditorias.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
Elemento nº 5: Conscientização e Treinamento
5.1. Comprometimento da liderança com o SGR , de forma a 20
sensibilizar a participação da força de trabalho no processo.
5.2. Levantamento das necessidades e implantação de treinamento 20
no elemento nº2.
5.3. Periodicidade dos treinamentos. 10
5.4. Implementação de programas voltados para o comportamento 20
seguro.
5.5. Avaliação periódica de desempenho dos empregados, ligado ao 10
desempenho de SMS.
5.6. Implementação de requisitos de SMS, para empresas 10
contratadas.
5.7. Avaliação periódica das empresas contratadas, com relação aos 10
aspectos contratuais de SMS.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
Elemento nº 6: Documentação, Registro e Comunicação
6.1. Registros dos processos de: identificação, análise, avaliação e 20
tratamento dos riscos e sistemática de comunicação para a força de
trabalho.
6.2. Identificação, controle, atualização da documentação de 20
processo e manutenção e facilidade de acesso.
6.3. Documentação e divulgação dos potenciais de risco de materiais, 20
quanto à armazenagem, manuseio, transporte e descarte.
6.4. Registros de operações, manutenção, inspeções, alterações nas 10
instalações, treinamento, auditorias e análises, mantidos e
protegidos.
6.5. Comunicação periódica à força de trabalho, do desempenho do 10
SGR.
6.6. Sistemática de registro, avaliação, tratamento e monitoramento 10
de reclamações e sugestões relacionadas a SMS.
6.7. Sistemática de registro que garanta que a documentação seja: 10
legível, revisada, organizada e retida por um período determinado
Total 100
Percentual de conformidade 100%
120

Expectativas dos elementos do Sistema Pontuação Pontuação


máxima obtida
Elemento nº 7: Atendimento e resposta em emergências
7.1. Implementação de planos abrangentes de administração de crise 20
e resposta em emergências.
7.2 Definição dos equipamentos, instalações e pessoal treinado, 20
estando disponíveis e testados.
7.3 Realização periódica de exercícios e simulações para verificar as 20
capacitações de resposta, com avaliação de resultados.
7.4. Alinhamento do plano de contingência da Unidade, com os 10
planos de contingência corporativo e regionais.
7.5. Garantia de que o plano de contingência da Unidade, esteja 10
revisado e atualizado.
7.6. Desenvolvimento de programas de esclarecimento e treinamento 10
junto às comunidades potencialmente expostas a riscos, associando-
os ao plano de contingência da Unidade.
7.7. Implementação na Unidade de um Centro de Controle de 10
Emergências
Total 100
Percentual de conformidade 100%
Elemento nº 8: Operação, Manutenção e Modificações
8.1. Implementação de procedimentos operacionais, de manutenção 20
e inspeção nos processos da organização.
8.2. Implantação de sistemática de permissão para trabalhar , 20
avaliando e controlando os riscos da tarefa.
8.3. Implantação de equipamentos e procedimentos de alarme, 20
controle e interrupção necessários ao controle de riscos no processo.
8.4. Implantação de procedimentos de monitoramento e controle de 20
resíduos e emissões e práticas de prevenção.
8.5. Implantação de sistemática para administrar todas as alterações 10
operacionais na instalação.
8.6. Implantação de procedimentos para as atividades de trabalho 10
fora da instalação.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
Elemento nº 9: Monitoramento e medição de desempenho
9.1. Implementação de indicadores de desempenho do Sistema. 40
9.2. Registro, acompanhamento e divulgação dos indicadores para a 30
organização.
9.3. Estabelecer periodicidade para divulgação dos indicadores para 30
a organização.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
121

Expectativas dos elementos do Sistema Pontuação Pontuação


máxima obtida
Elemento nº 10: Investigação e Análise de Desvios, Incidentes e
Acidentes
10.1. Implementação de procedimentos que conduzam a 20
identificação, registro e análise das causas dos acidentes, assim
como as ações corretivas e preventivas.
10.2. Implementação de procedimentos que conduzam a identificação 20
e tratamento de desvios.
10.3. Implementação de sistemática para comunicação imediata de 20
acidentes e respectiva atuação e tratamento das conseqüências.
10.4. Divulgação para a organização das lições aprendidas. 20
10.5. Revisão do SGR após a consolidação do tratamento dos 20
desvios, incidentes e acidentes.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
Elemento nº 11: Auditoria do Sistema
11.1. Envolvimento dos empregados no processo de Auditoria e Auto- 20
avaliação.
11.2. Implementação de processo de auditoria, em consonância com 20
os elementos e objetivo do Sistema.
11.3. Implementação de processo de auto-avaliação, em consonância 20
com os elementos e objetivo do Sistema.
11.4. Estabelecimento de periodicidade para as auditorias. 20
11.5. Registro e divulgação das constatações analisadas e corrigidas, 20
em função da auditoria.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
Elemento nº 12: Análise Crítica e Ajuste
12.1. Implementação de análise periódica das auditorias, a fim de 40
avaliar a eficácia do SGR.
12.2. Registro, documentação e comunicação à Administração, para 30
que se façam as melhorias necessárias.
12.3. Implantação de sistemática para controle e monitoramento das 30
constatações.
Total 100
Percentual de conformidade 100%
122

ANEXOS
123

ANEXO A – Acidentes industriais

PERÍODO LOCAL ACIDENTE

1928 Alemanha Acidente com o gás venenoso fosgênio em uma fábrica em


Hamburgo mata dez pessoas e envenena gravemente outras
150
1932 Japão Indústria química instalada às margens da baía de Minamata,
lançou no mar efluentes contaminados com mercúrio.
1952 Japão Identifica-se que a contaminação por mercúrio lançado na baía
de Minamata é a causa de disfunções neurológicas em
pessoas e animais, acarretando mais de 500 vítimas humanas
fatais entre aquelas que se alimentaram com peixes e frutos do
mar da região
1952 Inglaterra O “smog” ocorrido em Londres durante 5 dias, resultante da
queima de carvão mineral, causou mais de 4 mil vítimas fatais
1953 EUA A área ocupada por um canal inacabado – o Love Canal, no
estado de Nova York – e posteriormente usada como depósito
de resíduos tóxicos, passou a ser habitada, acarretando
graves conseqüências para a saúde de seus moradores
1953 Alemanha Um acidente em uma indústria química, na cidade de
Federal Ludwigshafen, provoca emissões de
tetraclorodibenzoparaioxina (TCDD), um dos tipos de dioxina,
que afetam 55 pessoas
1954 Oceano Pacífico Um teste nuclear com bomba de hidrogênio, no atol de Bikini,
contamina com radioatividade uma área com cerda de 18 mil
quilômetros quadrados do oceano e atinge algumas ilhas
habitadas, devido a mudanças imprevistas na direção dos
ventos
1956 Iraque O uso impróprio, para alimentação, de sementes de trigo
tratadas com fungicidas com base de mercúrio provoca muitas
mortes. Desastres desse mesmo tipo se repetem em 1960 e
1972 no Iraque, em 1963 no Paquistão e em 1966 na
Guatemala.
1957 Inglaterra Acidente em um reator de plutônio, na usina de Windscale,
libera quantidades de material radioativo que contaminam
corpos d’água, animais e o leite, em uma vasta área das ilhas
Britânicas, causando 35 vítimas fatais comprovadas e aumento
dos casos de câncer na população nos anos subseqüentes.
1957 União Soviética Acidente em uma instalação nuclear, nos montes Urais,
provoca a contaminação radioativa de uma vasta área e causa
centenas de vítimas fatais devido à radiação recebida.
Relatório publicado em 1992 relata que mais de 8 mil pessoas
haviam morrido, até aquele ano, em decorrência desse
acidente.
1960 Egito Início da construção da barragem de Asuã, no rio Nilo,
causadora de desequilíbrio dos ecossistemas da região e
salinização das terras aráveis do vale.
1960 Brasil O navio-tanque Sinclair Petrolore lança cerda de 60.000 t de
óleo ao largo da costa.
124

1961 EUA Três técnicos morrem em uma acidente com um reator nuclear
expermental em Idaho Falls.
1965 Japão O navio-tanque Heimvard lança cerda de 50.000 t de óleo
próximo à ilha de Hokkaido.
1966 Mar do Norte O navio-tanque Anne Mildred Broving lança cerda de 20.000 t
de óleo no mar.
1966 México Navio desconhecido lança cerca de 35.000 t de óleo na baía
de Campeche, próximo de Vera Cruz.

1966 EUA Reator experimental na região de Detroit funde-se parcialmente


devido a uma falha no sistema de refrigeração.
1967 Mar do Norte O navio-tanque Torrey Canyon lança cerca de 120.000 t de
óleo no mar, afetando os litorais da Inglaterra, França e
Holanda.
1967 Suécia Quarenta lagos e rios são considerados contaminados com
metilmercúrio originado, provavelmente, de sementes tratadas
com mercúrio.
1968 África do Sul O navio-tanque World Glory derrama cerca de 50.000 t de óleo
a 100 Km da costa de Durban.
1968 Global Constatadas as primeiras evidências da destruição da camada
de ozônio
1969 Suíça Radiação emitida devido ao mau funcionamento de um reator
experimental obriga a lacração da caverna onde estava
instalado.
1969 Portugal O navio-tanque Julius Schindler lança cerca de 90.000 t de óleo
no oceano próximo à costa dos Açores.
1975 Alemanha Um curto-circuito na instalação nuclear de Lubmin causa um
incêndio que quase provoca a fusão do núcleo do reator.
1975 EUA Incêndio em usina nuclear no Alabama faz baixar o volume de
água de resfriamento do reator a níveis alarmantes.
1976 Itália Na cidade de Seveso, uma indústria lança acidentalmente no
ambiente 2,5Kg de dioxinas, provocando contaminação de
moradores e obrigando o sacrifício de cerca de 70 mil animais.
1979 EUA Um dos reatores da usina nuclear de Harrisburg, em Three Mile
Island, funde parcialmente, liberando água radioativa.
1979 EUA Uma plataforma de petróleo no golfo do México libera cerca de
170.000 t de petróleo no mar antes de ser controlada nove
meses depois, em 1980.
1979 URSS Uma fábrica de armas biológicas situada em Sverdlovsk liberou
acidentalmente uma nuvem de esporos de antraz, causando a
morte de pelo menos 68 pessoas
1979 Canadá Descarrilhamento de trem com produtos químicos provoca
incêndio e escapamento de cloro, obrigando à evacuação de
226 mil moradores da cidade de Mississauga, na região de
Toronto.
1979 Alemanha Em Lengerich uma fábrica de cimento contamina a região com
Federal tálio, metal pesado venenoso, tornando as terras impróprias
para a agricultura e desfolhando árvores.
1980 Mar do Norte A plataforma Alexander Keillan naufraga no campo petrolífero
de Eklfisk, matando 123 pessoas.
125

1979 EUA Um dos reatores da usina nuclear de Harrisburg, em Three


Mile Island, funde parcialmente, liberando água radioativa.
1980 Brasil Identificados casos de anomalias congênitas na população que
vive na região do Pólo Industrial de Cubatão, no estado de São
Paulo.
1981 Japão 45 funcionários são expostos a radioatividade, em uma usina
em Tsuruga.
1983 Brasil 3 milhões de litros de óleo vazam de oleoduto em Bertioga,
estado de São Paulo
1983 Brasil Acidente com trem transportando gasolina em Pojuca, na
Bahia. Furto do combustível derramado por membros da
população local provoca incêndio que causa 99 mortes.
1983 México Uma cápsula de cobalto-60, intensamente radioativa, é levada
de um hospital Juarez para um depósito de sucata. Seu
conteúdo é utilizado por uma siderúrgica para fazer vergalhões
de construção, contaminando centenas de prédios nos EUA
para onde o material foi exportado.
1983 EUA Vazamento na Central Nuclear de Philipsburg resulta no
lançamento de iodo-131 no ambiente.
1983 Grã-Bretanha Constata-se que a usina de reprocessamento nuclear de
Sellafield está lançando ao mar resíduos oleosos radioativos.
1984 Índia Vazamento de isocianato de metila, em uma planta química,
em Bhopal, provoca a morte de 3.400 pessaos (alguns
cálculos chegam a 6.400) e afeta seramente a saúde de
aproximadamente 200mil.
1984 Brasil Um incêndio e exxplosões na favela Vila Socó, construída
junto a oleodutos, em Santos, em São Paulo, mata mais de
100 pessoas.
1984 Brasil Incêndio, seguido de explosão, provocado por vazamento de
gás no campo de Enchova, bacia de Campos, causa a morte
de 37 pessoas.
1984 México Incêndio em refinaria na Cidade do México, com explosões
sucessivas de tanques de armazenamento e botijões de gás
liquefeito de petróleo (GLP), tem como conseqüência a morte
de cerca de 500 pessoas e ferimentos em mais de 4 mil.

1985 URSS Explosão destrói uma base de reparos de submarinos


nucleares causando dez vítimas fatais imediatas e um número
desconhecido de mortes posteriores provocadas por exposição
à radiação.

1986 URSS Um dos quatro reatores da Usina Nuclear de Chernobyl, na


atual República da Ucrânia, explode, causando intensa
contaminação radioativa em toda a região, com efeitos em
diversos países vizinhos. As autoridades soviéticas informaram
a ocorrência de 31 mortes devido ao acidente e a necessidade
de evacuação de mais de 100 mil habitantes das regiões
vizinhas. O número de casos de câncer na tireóide em
crianças daquela região decuplica desde então.
1986 Suíça Dois acidentes, com intervalo de seis meses, em duas plantas
químicas distintas , na Basiléia, contaminam o rio Reno com
pesticidas e mercúrio.
1985 URSS Explosão destrói uma base de reparos de submarinos
nucleares causando dez vítimas fatais imediatas e um número
126

desconhecido de mortes posteriores provocadas por exposição


à radiação.
1987 Brasil Uma cápsula com césio-137, isótopo radioativo, deixada em
um hospital desativado é violada por um sucateiro, libera
radiação que contamina e mata várias pessoas em um bairro
de Goiânia, em Goiás.
1988 Mar do Norte A plataforma de petróleo Piper Alpha explode, matando 167
dos 232 homens que trabalhavam em suas instalações.
1992 México A cidade de Guadalajara é sacudida por uma explosão em seu
sistema de esgoto municipal, causada por infiltração de
combustível, acarretando mais de duzentos mortos, cerca de
15 mil desabrigados, 25 quarteirões destruídos e uma cratera
de quase 2 Km de comprimento.
1992 França Três funcionários são contaminados ao entrar em um
acelerador nuclear de partículas, em Forbach, sem a proteção
de roupas adequadas.
1993 Alemanha Acidente em uma planta química próxima a Frankfurt provoca
danos à saúde de 192 pessoas.
1995 Coréia do Sul Explosão provocada por vazamento de gás no metrô de Daegu
provoca 101 mortes.
1996 Brasil A qualidade imprópria da água utilizada por um hospital de
Caruaru, em Pernambuco, contamina equipamentos de diálise
renal, causando a morte de vários pacientes.
1996 Alemanha Dois acidentes sucessivos em indústria química de Frankfurt
contaminam o ar e o rio Reno.
1996 Brasil Um vazamento de gás provoca explosões no interior de um
shopping center em Osasco, em São Paulo, matando 42
pessoas e ferindo outras 472.
1996 Filipinas Na ilha de Marinduque mais de 1,6 milhão de metros cúbicos
de refeitos de uma mina de cobre escoam para o rio Boac e
três de seus afluentes, afetando mais de 20 mil moradores na
região.
1997 Alemanha Cerca de 12 t de toluilendiamina escapam de uma indústria
química em Dormagen. Cerca de cem automóveis têm sua
pintura danificada. Não se registram vítimas humanas.
1999 Japão Um acidente na planta de reprocessamento nuclear de Tokai-
Mura provoca a contaminação de mais de 400 pessoas pela
radioatividade liberada.
2000 Nigéria Explosões em oleodutos, provocadas possivelmente por furos
efetuados para roubar combustível, causam a morte de
centenas de pessoas.
2000 Brasil A ruptura de um oleoduto libera cerda de 4 milhões de litros de
óleo na baía de Guanabara, Rio de Janeiro.
2000 Holanda Uma fábrica de fogos de artifícios explode na cidade de
Enshede, matando 20 pessoas, ferindo 150 e destruindo
grande parte da cidade.
2000 Brasil A ruptura de um oleoduto libera cerca de 4 milhões de litros de
óleo nos rios Birigui e Iguaçu, no Paraná.
2000 França Operários em greve de uma fábrica têxtil descarregam
propositalmente cerca de 5.000 l de ácido sulfúrico no rio
Meuse.
127

2001 Brasil Uma explosão na plataforma de petróleo P36, da Petrobrás, na


bacia de Campos, mata 11 pessoas. A plataforma afunda
posteriormente.
2001 Brasil Ruptura de um duto de gás liquefeito de petróleo, provocada
pela cravação de uma estaca no local, obriga a evacuação de
cerca de 2 mil moradores no município de Barueri, sm São
Paulo. Não houve vítimas fatais.
2001 Brasil Ruptura de um duto lança um jato de 200.000l de óleo
combustível sobre um condomínio residencial em Barueri, em
São Paulo. Não houve vítimas fatais.
2001 França Explosão em fábrica de fertilizantes na região de Toulouse
causa 31 mortes e fere 2.442 pessoas.
2002 República Inundação provocada por chuvas intensas afeta uma indústria
Theca química, resultando na liberação de gás cloro, para a
atmosfera.
2002 EUA Trem cargueiro descarrila próximo a Knoxville, Tennesse, com
cerca de 300.000 l de ácido sulfúrico, obrigando à evacuação,
de milhares de moradores da região. Não foram registradas
mortes.
2003 Brasil Ruptura de barragem de contenção de rejeitos de uma
indústria de celulose provoca grande contaminação das águas
dos rios Pomba e Paraíba do Sul, nos estados de Minas
Gerais e Rio de Janeiro.
2003 Brasil Acidente com trem transportando produtos químicos provoca
contaminação das águas que abastecem a cidade de Uberaba,
em Minas Gerais.

Fonte: Valle e Lage (2003).


128

ANEXO B Política de SMS da PETROBRAS

Conforme a aprovação pela Diretoria Executiva da


Companhia, ata DE 4.296, item 29 de 28/03/2001,
pauta n° 188; estabelece que:
“Toda a força de trabalho da organização é responsável e está comprometida
com a segurança das operações, a proteção do meio ambiente e a valorização do
ser humano. Segurança, meio ambiente e saúde são partes indissociáveis dos
negócios do Sistema PETROBRAS, e o desempenho empresarial está alinhado com
o uso eficiente de energia e com o conceito de desenvolvimento sustentável”.
Compromissos:
• Adotar atitude facilitadora na articulação com as partes interessadas:
empregados, clientes, fornecedores, comunidades vizinhas, sociedade,
governo, associados e acionistas;
• Assegurar que a legislação de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, assim
como os requisitos subscritos pela empresa, sejam cumpridos nas suas
operações;
• Trabalhar de forma preventiva na proteção do ser humano e do meio
ambiente, identificando os riscos associados as operações e efetuando o seu
monitoramento;
• Assegurar padrões elevados de segurança e saúde para todos os
trabalhadores expostos aos riscos decorrentes de nossas atividades;
• Fornecer aos consumidores informações que permitam o manuseio e uso de
nossos produtos com segurança e economia de energia, ao longo de seu
ciclo de vida;
• Incluir nos planos de negócios metas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde,
comprometer-se com o seu cumprimento e com a melhoria contínua de seus
resultados;
• Relatar às partes interessadas o desempenho em Segurança, Meio Ambiente
e Saúde;
• Utilizar tecnologias seguras e ambientalmente adequadas e as melhores
técnicas disponíveis na concepção, operação, manutenção, modernização e
desmobilização das instalações;
129

• Educar, capacitar e conscientizar os empregados para as questões de


Segurança, Meio Ambiente e Saúde, buscando também o envolvimento dos
associados, fornecedores e parceiros;
• Reconhecer aqueles que contribuem para a melhoria do desempenho de
Segurança, Meio Ambiente e Saúde;
Estar preparado para emergências e atuar prontamente para a
mitigação de impactos delas decorrentes.
130

ANEXO C Diretrizes de SMS da PETROBRAS

DIRETRIZES CORPORATIVAS PARA SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA.

1. Liderança e Responsabilidade
A Petrobrás, ao integrar segurança, meio ambiente e saúde a sua estratégia
empresarial, reafirma o compromisso de todos os seus empregados e contratados com
a busca de excelência nessa área.
• Difusão e promoção em todos os níveis, da política corporativa de SMS, seus
valores e metas;
• Exercício da Liderança pelo exemplo, de modo a assegurar o máximo
comprometimento da força de trabalho com o desempenho em SMS;
• Responsabilidade em cada unidade pelo seu desempenho em SMS, o qual será
avaliado por meio de indicadores e metas;
• Definição clara, em cada unidade, das atribuições e responsabilidades relacionadas
ao desempenho em SMS;
• Integração em casa unidade, do desempenho em SMS às suas metas de produção
e rentabilidade;
2. Conformidade Legal
As atividades da empresa devem estar em conformidade com a legislação vigente nas
áreas de segurança, meio ambiente e saúde.
• Verificação permanente do atendimento à legislação e adoção quando necessário,
de medidas destinadas à pronta correção de eventuais não-conformidades;
• Acompanhamento das mudanças que venham a ocorrer na legislação relacionada a
SMS, de modo a promover a adequação das atividades da empresa, bem como permitir
a identificação de novos cenários;
• Atendimento aos preceitos legais e regulamentares durante todo o ciclo de vida das
instalações e operações da empresa, bem como verificação de seu cumprimento por
parte dos contratados, fornecedores e parceiros;
• Manutenção de uma política de cordialidade e colaboração com os órgãos
competentes
• Difusão de valores que promovam a qualidade de vida da força de trabalho, dentro e
fora da empresa.
3. Avaliação e Gestão de Riscos
Riscos inerentes às atividades da empresa devem ser identificados, avaliados e
gerenciados, de modo a evitar a ocorrência de acidentes e/ou assegurar a minimização
de seus efeitos.
• Implementação de mecanismos que permitam, de forma sistemática, identificar e
avaliar a freqüência e as conseqüências de eventos indesejáveis, visando a prevenção
e/ou máxima redução de seus efeitos;
• Implementação de mecanismos para a priorização dos riscos identificados, bem
como a documentação, comunicação e acompanhamento das medidas adotadas para
controlá-los;
• Incorporação de processos de avaliação de risco a todas as fases dos
empreendimentos e produtos, incluindo os relacionados à proteção da força de trabalho,
comunidades vizinhas e consumidor final;
• Realização de avaliações de risco periódicas ou à medida que se identifiquem
mudanças nos processos;
• Implementação de gestão de riscos de acordo com a natureza e magnitude, nos
diversos níveis administrativos.
4. Novos Empreendimentos
Os novos empreendimentos devem estar em conformidade com a legislação e
incorporar, em todo o seu ciclo de vida, as melhores práticas de segurança, meio
ambiente e saúde.
131

• Adoção de práticas e tecnologias que assegurem aos novos empreendimentos


padrões de excelência ao longo de todo seu ciclo de vida, desde a concepção, projeto,
construção e pré-operação até sua eventual desativação.
• Implementação de mecanismos que assegurem a conformidade dos novos
empreendimentos com as especificações de seus projetos e recomendações de
avaliações de riscos
• Análise, aprovação e documentação de eventuais mudanças nos projetos originais e
verificação de suas implicações relacionadas a SMS.
• Consideração, em cada novo empreendimento, dos impactos sociais, econômicos e
ambientais decorrentes de sua implantação;
• Incentivo à implantação de projetos que incorporem o conceito de sustentabilidade,
a utilização de mecanismos de desenvolvimento limpo e a otimização do uso de
insumos como água, energia e materiais.
5. Operação e Manutenção
As operações da empresa devem ser executadas de acordo com procedimentos
estabelecidos e utilizando instalações e equipamentos adequados, inspecionados e em
condições de assegurar o atendimento às exigências de segurança, meio ambiente e
saúde.
• Adoção de práticas operacionais seguras, que preservem a saúde da força de
trabalho e reduzam ao máximo os riscos de acidentes;
• Verificação e atualização sistemáticas de todos os procedimentos operacionais,
observadas as recomendações provenientes de avaliações de risco;
• Implementação de mecanismo que permitam, com a máxima rapidez, a
identificação, caracterização e correção dos casos de não conformidade com os
procedimentos estabelecidos;
• Execução das atividades de inspeção e manutenção de acordo com os
procedimentos estabelecidos, de modo a manter o controle sobre seus riscos;
• Execução de programas específicos de inspeção, teste e manutenção associados a
sistemas de segurança, integridade e proteção das instalações, de modo a assegurar a
sua confiabilidade;
• Identificação, análise e monitoramento de impactos causados pelas atividades da
empresa à saúde e ao meio ambiente, buscando contínua redução de sus efeitos;
• Implementação de mecanismos que preservem a saúde da força de trabalho,
buscando assegurar-lhe, sempre que necessário, diagnóstico precoce, atendimento
imediato, interrupção de exposição, limitação de dano e reabilitação.
6. Gestão de Mudanças
Mudanças, temporárias ou permanentes, devem ser avaliadas visando à eliminação
e/ou minimização de riscos decorrentes de sua implantação.
• Implementação de mecanismos que permitam avaliar e controlar riscos inerentes a
mudanças, desde a fase de planejamento até sua efetiva incorporação ao processo;
• Formalização dos processos de mudança por meio de descrição, avaliação e
documentação, bem como de sua necessária divulgação;
• Garantia de que as mudanças atendam às exigências legais e aos procedimentos
estabelecidos, bem como preservem a integridade da força de trabalho, das instalações
e a continuidade das operações;
• Identificação de novas necessidades eventualmente decorrentes das mudanças,
como capacitação da força de trabalho, intensificação de treinamentos e revisão de
procedimentos e planos de contingência.
7. Aquisição de Bens e Serviços
O desempenho em segurança, meio ambiente e saúde de contratados, fornecedores e
parceiros deve ser compatível com o do Sistema PETROBRAS.
• Inclusão, no processo de contratação, de exigências específicas de SMS, bem como
verificação do seu cumprimento durante todas as etapas das atividades a serem
desenvolvidas.
• Garantia de que materiais e produtos a serem adquiridos atendam as exigências
estabelecidas do SMS.
• Avaliação do desempenho em SMS de contratados, de acordo com critérios
claramente definidos nos respectivos contratos.
132

• Acompanhamento das empresas contratadas no que se refere a seu desempenho


em SMS, tomando as medidas necessárias para a correção de eventuais não-
conformidades.
• Implementação de medidas visando estimular a adoção, pelas empresas
contratadas e parceiros, das melhores práticas em SMS;
• Integração do desempenho de contratados no conjunto de indicadores de SMS de
cada unidade.
8. Capacitação, Educação e Conscientização
Capacitação, educação e conscientização devem ser continuamente promovidas, de
modo a reforçar o comprometimento da força de trabalho com o desempenho em
segurança, meio ambiente e saúde.
• Comprometimento explicito da gerência com a política e valores de SMS, de modo a
sensibilizar a forca de trabalho para seu cumprimento.
• Levantamento de necessidades e implementação, em todos os níveis, de programas
de capacitação, educação e conscientização em SMS.
• Implementação de programas que estimulem a adoção de comportamentos seguros,
saudáveis e de respeito ao meio ambiente, dentro e fora da empresa;
• Avaliação periódica da capacitação da força de trabalho com relação às exigências
de SMS.
• Implementação de mecanismos que promovam a melhoria constante da capacitação
da força de trabalho.
9. Gestão de Informações
Informações e conhecimentos relacionados a segurança, meio ambiente e saúde devem
ser precisos, atualizados e documentados, de modo a facilitar sua consulta e utilização.
• Implementação de mecanismos que garantam o registro atualização,
armazenamento e recuperação de informações relacionadas a SMS, bem nesse
processo.
• Garantia de que esse sistema contemple, entre outros, os seguintes aspectos:
- Política, valores, objetivos e programas de SMS;
- Legislação vigente e ações decorrentes de auditorias;
- Indicadores de desempenho;
- Informações coletivas de saúde e exposição ocupacional;
- Avaliação e gestão de riscos;
- Planos de contingência;
- Investimentos realizados e seus benefícios.
• Observância do principio de confidencialidade, de modo a preservar informações
estratégicas da empresa e de natureza pessoal envolvendo a força de trabalho;
• Implementação de mecanismos que garantam a difusão de novas práticas e
melhorias de desempenho em SMS;
• Implementação de mecanismos que considerem opiniões, sugestões e dúvidas de
terceiros e/ou partes interessadas, prestando, quando necessário, os devidos
esclarecimentos.
10. Comunicação
As informações relativas à segurança, meio ambiente e saúde devem ser comunicadas
com clareza, objetividade e rapidez, de modo a produzir os efeitos desejados.
• Manutenção de canais permanentes de comunicação com os órgãos reguladores e
demais partes interessadas, bem como com os veículos de comunicação.
• Manutenção de canais permanentes de comunicação com a força de trabalho e
comunidades vizinhas, de modo a mantê-las informadas sobre os riscos decorrentes das
atividades da empresa, bem como das medidas adotadas para sua redução.
• Garantia de que denúncias, reclamações e sugestões relacionadas à SMS sejam
registradas, analisadas e esclarecidas.
• Observância dos princípios de hierarquia e competência no que se refere à
divulgação de informações que possam representar risco para qualquer atividade da
empresa.
• Apresentação periódica, no Relatório Anual e em outros meios de comunicação, de
informações consolidadas sobre o desempenho em SMS.
133

11. Contingência
As situações de emergência devem estar previstas e ser enfrentada com rapidez e
eficácia visando à máxima redução de seus efeitos.
• Garantia de que os planos de contingência de cada unidade estejam avaliados,
revisados e atualizados, bem como integrados aos planos de contingência regionais e
corporativo da empresa;
• Desenvolvimento de programas de esclarecimento e treinamento junto às
comunidades potencialmente expostas a riscos, visando sua incorporação aos planos de
contingência;
• Adequação dos planos de contingência às variações de risco eventualmente
identificadas;
• Consideração, nos planos de contingência, dos impactos sociais, econômicos e
ambientais decorrentes de possíveis acidentes;
• Implementação de mecanismos que assegurem a atualização, divulgação e pronto
acesso aos planos de contingência por parte da força de trabalho, órgãos
governamentais e não-governamentais comunidades e demais partes interessadas;
• Realização periódica de treinamentos e exercícios simulados, com a participação de
todos os envolvidos, e posterior avaliação dos resultados.
12. Relacionamento com a Comunidade
A empresa deve zelar pela segurança das comunidades onde atua, bem como mantê-
las informadas sobre impactos e/ou riscos eventualmente decorrentes de suas
atividades.
• Avaliação dos eventuais impactos que as atividades da empresa possam causar as
comunidades, tanto do porto de vista de SMS como social e econômico, de modo a
evitá-los ou reduzir ao máximo seus efeitos indesejáveis.
• Garantia de que essa avaliação acompanhe todo o ciclo de vida das atividades.
• Manutenção de canais de comunicação com as comunidades vizinhas, de modo a
mantê-las informadas sobre planos de contingência, considerando, nesse processo,
opiniões, sugestões e preocupações por elas manifestadas.
• Implementação de programas de esclarecimento e treinamento junta as
comunidades potencialmente expostas a riscos, de modo a estimular seu
comprometimento com as medidas de prevenção e contingência.
• Implementação de programas de saúde e educação ambiental junto às
comunidades vizinhas, bem como de ações que promovam seu desenvolvimento
sustentável.
13. Análise de Acidentes e Incidentes
Os acidentes e incidentes decorrentes das atividades da empresa devem ser
analisados, investigados e documentados, de modo a evitar sua repetição e/ou
assegurar a minimização de seus efeitos.
• Implementação de procedimentos que permitam a identificação, registro e análise
das causas dos acidentes e a quantificação das perdas.
• Implementação de procedimentos que permitam a identificação e tratamento de não-
conformidades eventualmente capazes de causar acidentes.
• Obrigatoriedade de comunicação imediata de acidentes e de pronta atuação sobre
suas conseqüências.
• Obrigatoriedade do registro de acidentes no respectivo indicador de desempenho.
• Incorporação às atividades da empresa das lições extraídas dos acidentes visando à
melhoria constante dos sistemas de prevenção.
• Acompanhamento das medidas corretivas e/ou preventivas adotadas, de modo a se
certificar de sua eficácia.
• Garantia de que, em acidentes graves, a investigação tenha participação externa à
da unidade onde ocorreu e da área corporativa de SMS.
14. Gestão de Produtos
A empresa deve zelar pelos aspectos do segurança, meio ambiente e saúde dos seus
produtos, desde sua origem até a destinação final, bem como empenhar-se na
constante redução dos impactos que eventualmente possam causar.
• Incorporação a todos os produtos da empresa de valores relacionados a SMS,
desde a escolha de materiais, produção, embalagem e transporte até seu destino final.
134

• Fornecimento de informações adequadas e atualizadas sobre esses produtos, de


forma a permitir sua utilização segura e/ou redução de eventuais riscos.
• Atribuição de prioridade ao desenvolvimento de produtos que atendam da melhor
forma as exigências de SMS.
15. Processo de Melhoria Contínua
A melhoria continua do desempenho em segurança, meio ambiente e saúde deve ser
promovida em todos os níveis da empresa, de modo a assegurar seu avanço nessas
áreas.
• Atualização periódica da política, diretrizes e metas de SMS, de modo a manter sua
conformidade com o Plano Estratégico da empresa.
• Implementação de programa corporativo de avaliação da gestão de SMS visando
seu constante aperfeiçoamento
• Implementação de planos de ação, com base nos resultados dessas avaliações,
visando à prevenção e/ou correção de eventuais desvios.
Fonte: PETROBRAS
135

ANEXO D - Tabela de medida qualitativa de conseqüências ou impactos da


norma AS/NZS 4360

NÍVEL DESCRITOR DESCRIÇÃO


1 Insignificante Sem lesões, pequena
perda financeira
2 Menor Tratamento com primeiros
socorros, vazamento
interno imediatamente
contido, média perda
financeira
3 Moderada Tratamento médico
necessário, vazamento
interno contido com auxilio
externo, alta perda
financeira
4 Maior Graves lesões, perda da
capacidade de produção,
vazamento externo sem
efeitos danosos, grande
perda financeira
5 Catastrófica Morte, vazamento tóxico
externo com efeito danoso,
enorme perda financeira
Fonte: Norma AS/NZS 4360
136

ANEXO E - Tabela de medida qualitativa de probabilidade da norma AS/NZS 4360

NÍVEL DESCRITOR DESCRIÇÃO


A Quase certo Espera-se que ocorra na
maioria das vezes
B Provável Provavelmente ocorrerá na
maioria das vezes
C Possível Deverá ocorrer alguma vez
D Improvável Poderá ocorrer alguma vez
E Raro Poderá ocorrer somente
em circunstâncias
excepcionais
Fonte: Norma AS/NZS 4360
137

ANEXO F - Matriz de análise qualitativa de riscos – Nível de risco – AS/NZS 4360

Conseqüências

Insignificante Menor Moderada Maior Catas


Probabilidade

trófic
a
1 2 3 4

A – Quase
certo A A E E E

B – Provável
M A A E E

C- Possível
M A E E
B

D- Improvável
B B M A E

E- Raro
B B M A A

Fonte: Norma AS/NZS 4360

E: risco extremo, necessária uma ação imediata


A: risco alto, necessária a atenção da alta direção
M: risco moderado, a responsabilidade da direção deve ser especificada
B: risco baixo, gerenciado por procedimentos de rotina
138

ANEXO G - Ações para reduzir ou controlar a probabilidade:

• programas de auditoria e conformidade;


• condições contratuais;
• análises críticas formais de requisitos, especificações, projetos,
engenharia e operações;
• inspeções e controles de processos;
• gerenciamento de projetos;
• manutenção preventiva;
• garantia, gestão e normas da qualidade;
• pesquisa e desenvolvimento, inovação tecnológica;
• treinamento estruturado e outros programas;
• supervisão;
• ensaios;
• providências organizacionais, e
• controles técnicos.

Fonte: Norma AS/NZS 4360


139

ANEXO H - Ações para reduzir ou controlar as conseqüências

• planos de contingência;
• providências contratuais;
• condições de contrato;
• características de projeto;
• plano de recuperação de desastres;
• engenharia e barreiras estruturais;
• minimização da exposição a fontes de risco;
• separação ou realocação de uma atividade e recursos.

Fonte: Norma AS/NZS 4360


140

ANEXO I - Técnicas a serem aplicadas nas diversas fases do ciclo de vida do


empreendimento

TÉCNICAS UTILIZADAS

FASES DO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
EMPREENDIMENTO

EVTE R M R

Projeto Conceitual R M R
Projeto Básico/Bases M M R R R M R
Projeto
Projeto de Detalhamento M M R R R M M
Construção e Montagem R M R
Comissionamento R M
Operação R M R M R R R M R
Ampliação/Modificação R M R M R R R M R
Descomissionamento R R M

Fonte: PETROBRAS

M = Requisito Mandatório. R = Prática Recomendada

1 - Análise Histórica.
2 - Lista de Verificação ("Checklist").
3 - APR (Análise Preliminar de Riscos).
4 - E se...? (“What if...?”)
5 - HAZOP (Estudos de Perigos e Operabilidade).
6 - FMEA/FMECA (Análise dos Modos e Efeitos de Falhas).
7 - Análise por Árvore de Falhas.
8 - Análise por Árvore de Eventos.
9 - Análise de Conseqüências.
10 - Avaliação Quantitativa de Riscos.
141

ANEXO J - Categorias de Freqüências dos Cenários

Categoria Freqüência (*) Descrição

• Conceitualmente possível, mas


extremamente improvável de ocorrer
Extremamente
A < 1 em 106 anos durante a vida útil da instalação.
Remota
Não há referências históricas de que
isto tenha ocorrido.
• Não esperado ocorrer durante a
1 em 104 a vida útil da instalação, apesar de já
B Remota 6
1 em 10 anos poder ter ocorrido em algum lugar
no mundo.
1 em 102 a • Esperado ocorrer até uma vez
C Improvável 4
1 em 10 anos durante a vida útil da instalação.
1 por ano a • Esperado ocorrer poucas vezes
D Provável
1 em 102 anos durante a vida útil da instalação.
• Esperado ocorrer muitas vezes
E Freqüente > 1 por ano
durante a vida útil da instalação.
Fonte: PETROBRAS
142

ANEXO K - Categorias de Severidade das Conseqüências dos Cenários

Categoria Descrição / Características

• Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos, à


propriedade e/ou ao meio-ambiente;
I Desprezível • Não ocorrem lesões/mortes de funcionários, de terceiros (não
funcionários) e/ou de pessoas extramuros (indústrias e
comunidade); o máximo que pode ocorrer são casos de
primeiros socorros ou tratamento médico menor.
• Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio
ambiente (os danos são controláveis e/ou de baixo custo de
II Marginal reparo);
• Lesões leves em funcionários, terceiros e/ou em pessoas
extramuros;
• Danos severos à propriedade, e/ou ao meio ambiente;
• Lesões de gravidade moderada em funcionários, em terceiros
e/ou em pessoas extramuros (probabilidade remota de morte
III Crítica
de funcionários e/ou de terceiros);
• Exige ações corretivas imediatas para evitar seu
desdobramento em catástrofe.
• Danos irreparáveis à propriedade e/ou ao meio ambiente,
(reparação lenta ou impossível);
IV Catastrófica
• Provoca mortes ou lesões graves em várias pessoas (em
funcionários, em terceiros e/ou em pessoas extramuros).
Fonte: PETROBRAS
143

ANEXO L - Categoria de Risco em Função da Severidade e Freqüência

FREQÜÊNCIA
A B C D E

IV M M C C C
SEVERIDADE

III NC M M C C

II NC NC M M M

I NC NC NC NC M
Fonte: Espinosa (2001)

Severidade Freqüência

I Desprezível A Extremamente Remota


II Marginal B Remota
III Crítica C Improvável
IV Catastrófica D Provável
E Freqüente
Fonte: Espinosa (2001)

Categoria de Risco Descrição


O risco é considerado aceitável. Não há necessidade de
NC Não crítico
medidas adicionais.
O risco é considerado aceitável quando mantido sob controle.
Controles adicionais devem ser avaliados e implementados
M Moderado aplicando-se análise de custo/benefício para avaliar as
alternativas disponíveis, de forma a se obter uma redução
adicional dos riscos.
O risco é considerado não aceitável com os controles
existentes. Métodos alternativos devem ser considerados
C Crítico
para reduzir a probabilidade de ocorrência e/ou as
conseqüências a níveis tão baixos quanto factíveis.
Fonte: Espinosa (2001)

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