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Classificação dos tributos

Quanto a discriminação das rendas por competência:


federais, estaduais e municipais:

A classificação quanto ao ente federativo leva em


consideração a distribuição determinada pela CF para a
instituição do produto, não sendo relevante o tributo
estar sujeito (ou não) a repartição, como é caso do IPVA,
que é um imposto estadual, apesar de 50% do valor
arrecadado pertencer aos Municípios.

Assim, a CF fez a seguinte distribuição:


Federais (União):

Impostos (art. 153): II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e sobre
grandes fortunas (não instituído); e os impostos
extraordinários (art. 154, II);
Taxas (p.e., taxa de controle e fiscalização ambiental –
TCFA);
Contribuições de melhoria;
Contribuições: Sociais, CIDEs e de interesse de categoria
econômica ou profissional;
Empréstimos compulsórios.
Estaduais (e Distritais):

Impostos: ITCMD, ICMS, IPVA;


Taxas: (p.e., taxa do Registro do Comércio – Juntas
Comerciais);
Contribuições de melhoria;
Contribuições: cobradas dos seus servidores para
custeio de previdência em favor destes;
Municipais:

Impostos: IPTU, ITBI, SSQN;


Taxas: (p.e., taxa de licenciamento para funcionamento
e alvará municipal);
Contribuições de melhoria;
Contribuições: cobradas dos seus servidores para
custeio de previdência em favor destes; para custeio da
iluminação pública;
Quanto ao exercício da competência impositiva: privativos,
comuns, residuais:

São privativos aqueles que a CF defere a determinado ente


político a competência exclusiva, não sendo possível
delegação (os impostos, empréstimos compulsórios e as
contribuições sociais/especiais);
São comuns aqueles que a CF deferiu indiscriminadamente a
todos os entes (as taxas e as contribuições de melhoria);
São residuais aqueles que porventura venham a ser criados
pela União, dentro da competência residual que a CF delegou,
possibilitando a criação de novos impostos (art. 154, I) e novas
contribuições sociais para a seguridade social (art. 195, §4º).
Quanto a finalidade: fiscais, extrafiscais e paraiscais:

A finalidade fiscal visa somente arrecadar: ISS, ICMS e o


IR.
A finalidade extrafiscal visa intervir numa situação social
ou econômica: II, IE e as CIDEs.
A parafiscal visa arrecadar recursos para uma pessoa
jurídica que a lei instituiu como sujeito ativo (ou seja,
quem vai cobrar). Esta pessoa jurídica não tem o poder de
instituir o tributo, apenas de cobrá-lo.
Quanto a hipótese de incidência: vinculados e não
vinculados:
Esta classificação tem por base o fato gerador (uma situação
qualquer) definida em lei como necessária e suficiente para o
surgimento do tributo.
Vinculado quando o sujeito ativo (quem cobra) realiza uma
atividade específica relativa ao sujeito passivo (contribuinte),
por exemplo, as taxas e as contribuições de melhoria. Daí
dizer-se também que são decorrentes de um “fato do Estado”.
Não vinculados são aqueles em que não há necessidade que
o sujeito ativo (quem cobra) desempenhe qualquer atividade
específica voltada para o sujeito passivo (contribuinte), como
por exemplo os impostos, que decorrem de um “fato do
contribuinte” (obtenção de renda, patrimônio, consumo).
Quanto ao destino da arrecadação: da arrecadação
vinculada e da arrecadação não vinculada:
Esta classificação tem por base a liberdade, ou não, de o
Estado definir a aplicação do produto da arrecadação.
Os tributos de arrecadação vinculada são aqueles em
que a receita obtida deve ser destinada exclusivamente a
determinadas atividades (p.e., a contribuições sociais para
financiamento da seguridade social: COFINS, CSLL, etc.).
Os tributos de arrecadação não vinculada são aqueles
em que o Estado tem liberdade para aplicar suas receitas
em qualquer despesa autorizada no orçamento (p.e., os
impostos).
Quanto a possibilidade de repercussão do encargo
econômico-financeiro: diretos e indiretos:
Indiretos são aqueles que permitem translação do encargo
econômico-financeiro para uma pessoa diferente daquela que
a lei definiu como sujeito passivo (contribuinte), como é o caso
do ICMS, para o qual existe o contribuinte de direito (o
comerciante) e o de fato (o consumidor).
Diretos são aqueles que não permitem tal translação, pois
não há previsão legal da transferência de tal encargo.
Porquanto a questão da transferência do encargo econômico
tenha pouca utilidade prática (já que, de alguma forma,
sempre há a transferência do encargo econômico), a distinção
é relevante quando do estudo das regras relativas a restituição
de tributos.
Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese
de incidência: reais e pessoais:
Reais são aqueles que não levam em consideração
aspectos pessoais, pois incidem objetivamente sobre
coisas (dois contribuintes com veículos idênticos pagam o
mesmo IPVA, independentemente das características
pessoais de cada um).
Pessoais são aqueles que incidem de forma subjetiva,
pois levam em consideração os aspectos pessoais do
contribuinte (como o IR, que leva em consideração a
quantidade de dependentes, gastos com saúde, educação,
previdência, etc.).
Quanto as bases econômicas de incidência (CTN): sobre o
comércio exterior, sobre o patrimônio e a renda e sobre
a produção e circulação:
Classificação dada pelo CTN, já excluídos os tributos que
foram extintos.

Sobre o comércio exterior: II e IE;


Sobre o patrimônio e a renda: IR, ITR, IPVA, ITCMD,
IPTU, ITBI e IGF (não instituído);
Sobre a produção ou circulação: IPI, ICMS, IOF e ISSQN.
A classificação dada pelo CTN, por ser infraconstitucional,
não pode impedir o pleno exercício das imunidades
tributárias, por exemplo: tomemos uma entidade
qualquer que goze de imunidade tributária de seu
patrimônio e renda (partidos políticos, sindicato de
trabalhadores, etc.) que importe um bem industrializado.
Esta importação estará sujeita a incidência dos seguintes
tributos: II, IPI e ICMS. Apesar de nenhum deste impostos
serem classificados pelo CTN como sendo sobre o
patrimônio e a renda, não se pode negar que o patrimônio
(e a sua formação) é composto de bens (entendimento do
STF: RE 203.755).

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