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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS EAD
CURSO DE FILOSOFIA

LEANDRO SERRANO GOMES DA SILVA – 177065


MARIA TEREZINHA PIRES MACHADO - 179032
GENI APARECIDA MIGLIANI - 182814
TALITA PALMA HERMOSO - 182313
DANILO PINHEIRO - 182312

PLANEJAMENTO SEMANAL 3.5

BAURU
2009
LEANDRO SERRANO GOMES DA SILVA – 177065
MARIA TEREZINHA PIRES MACHADO - 179032
GENI APARECIDA MIGLIANI - 182814
TALITA PALMA HERMOSO - 182313
DANILO PINHEIRO - 182312
PLANEJAMENTO SEMANAL 3.5

Trabalho apresentado no curso de


graduação à Universidade Metodista de São
Paulo, Campus EAD, para o módulo de
Fundamentos da Ética e Filosofia Política.

Orientação: Profª Suze Piza

BAURU
2009
LEANDRO SERRANO GOMES DA SILVA – 177065
MARIA TEREZINHA PIRES MACHADO - 179032
GENI APARECIDA MIGLIANI - 182814
TALITA PALMA HERMOSO - 182313
DANILO PINHEIRO - 182312

PLANEJAMENTO SEMANAL 3.5

Trabalho apresentado no curso de


graduação à Universidade Metodista de São
Paulo, Campus EAD, para o módulo de
Fundamentos da Ética e Filosofia Política.

Módulo de Fundamentos da Ética e Filosofia Política

Data de Entrega: 12 de Novembro de 2009

Resultado: _____________________.
SUMÁRIO

1. PLANEJAMENTO SEMANAL 3.5 8


1.1 TEMPOS EM QUE VIVEMOS 8
1.2 IDÉIAS POLÍTICAS 8
1.3 DEMOCRACIA E TOTALITARISMO 9
1.4 A SAÍDA DE HANNAH ARENDT 11
REFERÊNCIAS 12
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1. PLANEJAMENTO SEMANAL 3.5

1.1 TEMPOS EM QUE VIVEMOS

Durante o século XX, frente aos acontecimentos históricos: duas guerras mundiais,
sistemas políticos totalitários, genocídio, guerras locais nas periferias do mundo sob
influência direta de grandes potências, estados de exceção adotados por Hitler e pelos
Estados Unidos (camuflado pela alcunha de combate ao terrorismo) após o evento que
ficou conhecido por “11/09” põe em discussão a crença sustentada por parte dos
pensadores políticos de que as sociedades ocidentais eram sociedades democráticas
governadas por um estado de direito reconhecido pelos seus membros.
Diante desse quadro não se concebe um pensamento político seguindo os mesmos
conceitos das filosofias políticas tradicionais onde a ordem política é como um contrato
jurídico entre os indivíduos que cedem seus direitos naturais em favor de um poder
soberano cuja tarefa é protegê-los da ameaça de morte vinda dos seus semelhantes e
assegurar a liberdade civil de todos.

1.2 IDÉIAS POLÍTICAS

Para a pensadora Hannah Arendt a política tem que conduzir à liberdade do


indivíduo. Ora, se a política deve conduzir à liberdade, então, diante dos acontecimentos
mencionados vivemos num mundo onde não há política, pois a falta de liberdade tem
norteado a vida contemporânea.
O que se verifica na política contemporânea é um ciclo de tomadas de decisões
unilaterais por parte dos poderes políticos, o emprego da violência contra aqueles pelos
quais tal poder deveria velar e o desprezo pelo direito das liberdades individuais.
Ocorre uma perplexidade diante das catástrofes do século XX, e uma constatação
da possibilidade de destruição total do planeta Terra e tudo o que nele habita acaba nos
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fazendo questionar o que representa uma decisão política, e traz à tona uma maior a
aversão pela política, na medida em que a mesma é identificada como violência, como
domínio desenfreado de uns sobre os outros norteado por interesses egoístas e
mesquinhos, e a medida em que se evidencia que todo poder absoluto corrompe ainda
mais, nos resta a passividade civil, a apatia dos indivíduos, a renúncia ao exercício da
cidadania, a fuga e impotência das populações.
Partindo do pressuposto, do pensamento de Hannah Arendt de que política não é
domínio, de que não se baseia na distinção entre governantes e governados e nem na
violência, mas sim de ação em comum acordo, ação em conjunto, sendo “reflexo da
condição plural do homem e da busca pela preservação da vida e liberdade” somos
obrigados a perguntar se esses juízos naturalizados não seriam falsos e perigosos por
desconhecer a verdadeira política e confundir aquilo que seria o fim da política com a
política em si?

1.3 DEMOCRACIA E TOTALITARISMO

Segundo o Prof. Rodnei Nascimento “o estado de direito democrático apenas em


alguns momentos vigorou plenamente no séc. XX” e “o emprego da violência foi praticada
pelos poderes que deveriam zelar pelos cidadãos”.
Fica claro que o estado de exceção tem sido a regra no século XX. Como exemplo
temos o Terceiro Reich em que, tão logo o governo do Partido Nacional Socialista foi
instalado, Hitler promulgou um decreto que suspendeu as liberdades individuais que
durou 12 anos.
Nesse aspecto Carl Schmitt, filósofo alemão dessa época, atribui ao estado de
exceção papel fundamental no pensamento do direito: “é soberano aquele que decide o
estado de exceção, pois, tem o poder de abolir leis em vigor, de restaurar e instalar e ter
assim o monopólio da decisão.”
Na teoria de Carl Schmitt ele nos propõe repensar o conceito de político com
critérios, já que para todos outros conceitos há critérios como a moral, estética, etc..
Para ele o critério de política na contemporaneidade é quem é amigo, e quem é
inimigo. Critica a democracia como um regime de discussão infinita que não sai disso.
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Temos então uma situação onde o totalitarismo pode ser justificado, e pode ser
demonstrado mesmo entre os principais defensores da “democracia” moderna: os
Estados Unidos da América.
Temos o início de um possível estado de exceção nas duas leis promulgadas pelos
EUA logo após os acontecimentos de 11/09 onde foi anulado radicalmente todo estatuto
jurídico do indivíduo, sob alegação de combater o terrorismo, tornando-o um ser sem
identidade, inclassificável.
No filme Fahrenheit 11/9, Michael Moore aponta as interferências políticas dos EUA
nos diversos países, ora como aliado ora como inimigo variando conforme interesses e de
forma inconseqüente. Temos nele retratado um país que espalha terror e violência em
meio a povos que se recusam a se submeter, e que cria jovens sem perspectiva e
oportunidades que são facilmente ludibriados e enviados para batalhas, tendo seus
corpos como escudo. Talvez, a diferença entre esse jovem na linha de frente e o homem
bomba é que um morre pela fé a uma causa enquanto o outro pela descrença de alguma
possibilidade de melhoria, respeito e dignidade de vida.
Podemos citar ainda o filme “A Revolução Não Será Televisionada” que mostra
claramente a interferência dos EUA na Bolívia ao tentar mostrar Hugo Chaves como
ameaça ao mundo. É o jogo do poder, da manipulação dos meios de comunicação, a
disputa pelas riquezas de um lado e de outro a resistência, a crença, a busca pela
liberdade e a defesa dos direitos de um povo. E a nação dominante invade, seqüestra,
mata.
É inadmissível em tempos em que se prega a idéia da Democracia, aceitar que um
governante coloque seus interesses econômicos acima de toda uma nação, que entenda
política como “amigos e inimigos” e com isso financie guerras objetivando seus interesses
particulares, estimulando a propaganda do terrorismo como manobra política e atacando
tardiamente os suspeitos que nunca encontra, destruindo o Iraque como estratégia para
dominar o petróleo daquele país.
Esse mesmo Estado que nos obrigou a assistir impotentes um governante que
passou por cima de tratados ambientais, assistiu a destruição do patrimônio da
humanidade pelos talibãs (e em princípio lhes deu armamento e poderio militar para tal),
ignorou a ONU, tudo em nome de uma máscara democrática que ocultava a face de um
verdadeiro totalitarismo absoluto.
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1.4 A SAÍDA DE HANNAH ARENDT

Na concepção de Hannah Arendt pode se afirmar que no mundo político


contemporâneo a política cotidiana foi vulgarizada. Ela nos faz perguntar: Será que a
política ainda tem de algum modo sentido? Quais são os sentidos, os significados da
política? Para onde vai essa política?
Para Arendt o sentido da política é a liberdade e a liberdade é ação de criar o
possível, criar esferas políticas onde o individuo possa criar novas formas de relação,
tendo seu referencial no mundo grego, na importância de resgatar os conceitos de política
e ética.
A ética grega está pautada na busca pela felicidade, e a política no bem comum, no
entanto ética, política e liberdade caminham juntas. Só há política onde há ética e era
esse o ideal do pensamento político grego.
Já na contemporaneidade ela relaciona política e violência, sendo que violência é o
avesso da ética. Onde há ética não há violência, e onde há violência não há política. A
política no mundo contemporâneo é a constante tomada e manutenção do poder, e a ética
está vinculada ao sistema econômico dominante.
Essa ética da violência foi a “política” do século XX, utilizada em larga escala por
vários dos “ismos” que se tornaram realidade no século em questão: anti-semitismo,
imperialismo, comunismo de Stalin, nacional socialismo.
A violência passa a servir à política, dissipando as esferas publicas do individuo
que passa a ter somente uma esfera social, ou seja, somente uma relação espacial e uso
do livre- arbítrio onde só há escolha entre aquilo que nos é dado, sem a possibilidade de
uma liberdade real.
Hannah nos fala da dignidade política – o ser humano é digno da liberdade como
ação de criar o possível, diante disso é preciso resgatar o conceito de política que é a
liberdade de superar esse regime, criar uma nova maneira de fazer política, criar um novo
começo.
Ela nos propõe uma saída desse contexto de aniquilação da terra de violência superando
esse estado de ser rumo à construção da cidadania, de uma nova política, uma ética com
referência no mundo grego.
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REFERÊNCIAS

“Estado de Exceção”; AGAMBEN, Giorgio. Tradução de Iraci Poletti. São Paulo: Boitempo,
2004.

“O Sentido Da Política Em Hannah Arendt”; TORRES, Ana Paula Repolês.


Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(2): 235-246, 2007 (disponível em
http://www.scielo.br/pdf/trans/v30n2/a15v30n2.pdf acesso em 12/11/2009).

“Fahrenheit 9/11”; MOORE, Michael. Lions Gate Entertainment e IFC Films. 122 min.
Canadá/EUA. 2004.

“A Revolução Não Será Televisionada - Chávez: Bastidores do Golpe”; BARTLEY, Kim &
O'BRIAN, Donnacha. 2002. (Disponível em http://video.google.com/videoplay?docid=-
3258871973505291549# acesso em 12/11/2009).

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