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Letícia dos Reis Messias matrícula 153516

Acórdão nº 1: RECURSO ESPECIAL Nº 992.749 - MS (2007/0229597-9)

TRIBUNAL JULGADOR: Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

ÓRGÃO PROLATOR DA DECISÃO: 3a Turma.

MINISTRA RELATORA: Ministra Nancy Andrighi.

DATA DO JULGAMENTO: 01.12.2009

MEIO, DATA E PÁGINA DE DIVULGAÇÃO DA DECISÃO: DJe (Diário


de Justiça Eletrônico) RSTJ vol. 217 nº 513, de 05.02.2010, página 820.

DATA DE PUBLICAÇÃO DA DECISÃO: 05.02.2010.

VOTAÇÃO MONOCRÁTICA OU COLETIVA: Votação unânime - (V.U.).

NÚMERO DE JULGADORES QUE PARTICIPAM DO JULGAMENTO


DESSE RECURSO/DESSA AÇÃO (SEGUNDO O REGIMENTO
INTERNO DO TRIBUNAL): nos artigos 38 da Lei 8.038/90 e 34, inciso
XVIII, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. Ministros
Massami Uyeda, Sidnei Beneti, Vasco Della Giustina e Paulo Furtado.

1- Quais são os princípios que regem o Código Civil de 2002, segundo o


Professor Miguel Reale, presidente da Comissão Sistematizadora
deste diploma legal?
R: Os princípios norteadores do Código Civil de 2002, segundo o
Professor Miguel Reale são: a. Princípio da sociabilidade - é aquele que
impõe prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, respeitando
os direitos fundamentais da pessoa humana. Ex: princípio da função social
do contrato, da propriedade. b. Princípio da eticidade - é aquele que impõe
justiça e boa-fé nas relações civis ("pacta sunt servanda"). No contrato tem
que agir de boa-fé em todas as suas fases. Corolário desse princípio é o
princípio da boa-fé objetiva. c. Princípio da operabilidade - é aquele que
impõe soluções viáveis, operáveis e sem grandes dificuldades na aplicação
do direito. A regra tem que ser aplicada de modo simples. Exemplo:
princípio da concretude pelo qual se deve pensar em solucionar o caso
concreto de maneira mais efetiva.
2 - É possível identificá-los neste acórdão? Se positivo, transcreva o
trecho.

R: Sim, nos trechos a seguir: “ Impositiva a análise do art. 1.829, I, do CC/02, dentro
do contexto do sistema jurídico, interpretando o dispositivo em harmonia com os
demais que enfeixam a temática, em atenta observância dos princípios e diretrizes
teóricas que lhe dão forma, marcadamente, a dignidade da pessoa humana, que se
espraia, no plano da livre manifestação da vontade humana, por meio da autonomia da
vontade, da autonomia privada e da conseqüente autorresponsabilidade, bem como da
confiança legítima, da qual brota a boa fé; a eticidade, por fim, vem complementar o
sustentáculo principiológico que deve delinear os contornos da norma jurídica.”

“Por fim, cumpre invocar a boa fé objetiva, como exigência de lealdade e honestidade
na conduta das partes, no sentido de que o cônjuge sobrevivente, após manifestar de
forma livre e lícita a sua vontade, não pode dela se esquivar e, por conseguinte, arvorar-
se em direito do qual solenemente declinou, ao estipular, no processo de habilitação.....”

3 - Quais outros princípios são citados pela Ministra? Explique-os


utilizando-se da doutrina.

R: O princípio da exclusividade, que rege a vida do casal e veda a interferência de


terceiros ou do próprio Estado nas opções feitas licitamente quanto aos aspectos
patrimoniais e extrapatrimoniais da vida familiar, robustece a única interpretação viável
do art. 1.829, inc. I, do CC/02, em consonância com o art. 1.687 do mesmo código, que
assegura os efeitos práticos do regime de bens licitamente escolhido, bem como
preserva a autonomia privada guindada pela eticidade.

Conforme Débora Vanessa Caus Brandão nos ensina:

“ Esse fenômeno em que a pessoa humana


assume,de uma vez por todas,o papel de
protagonista no ordenamento jurídico
recebeu o nome de “repersonilazacao do
direito”.Baseia-se na dignidade da pessoa
humana,um dos fundamentos da Republica
do Brasil(Constituição Federal,artigo 1º
,III).
(Brandão, Débora Vanessa Caus – Regime
de bens no novo Código Civil /São Paulo /
Saraiva/ 2007.

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