1) Letra D. O caso tratado trata-se de causa relativamente independente superveniente
seguida de crime culposo por atitude imprudente de outrem. Na primeira ocasião (causa relativamente independente superveniente) informa a doutrina majoritária que se rompe o nexo de causalidade entre a ação praticada e o resultado de modo que o autor do ilícito só deve responder pelos atos até então praticados (no caso tentativa de homicídio). Já o que causou a morte do agente por seu ato imprudente no transito responde pelo delito de homicídio a título de culpa (homicídio culposo) 2) Letra B. As circunstancias privilegiadas (motivo de relevante valor social ou moral e ação dominada por violenta emoção causada por injusta provocação da vitima) somente não se compatibilizam, por caráter lógico, as qualificadoras subjetivas (que também são motivos). Um motivo não pode ser torpe ou fútil e ao mesmo tempo ter relevante valor social, moral ou ser aceito como consequência a injusta provocação. As outras qualificadoras que se referem ao modo e meios do homicídio (como fogo, veneno, etc.) podem compatibilizar-se perfeitamente com as privilegiadas. 3) Letra C. Nesse caso como a vítima é menor de 14 anos a jurisprudência majoritária traz a figura da autoria mediata, entendendo que a criança (por não ter discernimento) foi usada como mero instrumento para pratica do crime. Logo não incide a figura do suicídio mas sim homicídio (que aparecer na forma consumada ou tentada, essa ultima quando por motivos alheios a vontade o agente o crime não se consumar). OBS: Se a vítima tiver entre 14 e 18 anos responde por suicídio com pena duplicada tendo em vista da causa de aumento de pena – vitima menor. 4) Letra A. Conforme o art. 30 as elementares sempre se comunicam desde que a pessoa tenha conhecimento delas. Se o homem instiga mulher a cometer aborto logicamente tem conhecimento da gravidez logo à comunicação dessa elementar é plenamente possível. E como sua conduta foi indireta (sem realizar o verbo do crime) responderá pelo crime como participe. Será portanto participe do crime de infanticídio. 5) Letra E. O item I está errado tendo em vista que a causa de aumento de pena citada (lesão corporal de natureza grave a mulher) não se aplica ao art. 124(autoaborto) mas tão somente ao aborto provocado por terceiro (arts. 125 e 126). Isso ocorre porque o presente CP não pune a autolesão, logo não há que se falar em causa de aumento de pena, para a mulher, em caso dela vir a ter lesões graves decorrentes do aborto quando ela própria o provoque ou consita que terceiro o faça. O item II está errado porque o aborto somente não é punido nos casos estipulados em lei, que são: quando é decorrente de estupro ou causa risco à vida da gestante. O III está errado porque logicamente a pena de quem pratica o aborto sem o consentimento da vítima será maior que a pena imputada ao que pratica sem esse consentimento (conforme estipulado no CP). 6) Letra B. Conforme o CP são de natureza gravíssima: enfermidade incurável, incapacidade permanente para exercício de trabalho, perda ou inutilização de membro, sentido ou função, se dela provem aborto e deformidade permanente. 7) Analisando o elemento subjetivo que motivava a conduta. Se o agente queria apenas lesionar a mulher sem intenção ou ter assumido risco de causar o aborto responderá por lesão corporal gravíssima (qualificada pelo aborto). Se, no entanto, tinha intenção de cometer o aborto ou assumiu o risco de produzi-lo por ele responderá. 8) A rigor, homicídio simples não se configura em crime hediondo salvo quando cometido em atividade típica de grupo de extermínio (conforme lei 8072/90). No entanto conforme Mirabete essa característica pode ser enquadrada, dependendo do caso, em motivo fútil ou torpe, de modo que seria incabível homicídio simples como crime hediondo.