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Questões propostas

1) Alternativamente, seria possível considerar o gradiente de temperatura na parede


do cilindro para a obtenção do calor específico? Que modificações do aparato e do
procedimento experimental deveriam ser implementadas para viabilizar tal
alternativa?

Ao calcularmos o valor do número de Biot, constatou-se que Bi > 0,1. Esse resultado
mostra que o método da capacitância global (capacidade concentrada) não é válido para
este experimento, sendo mais adequado considerarmos o gradiente de temperatura na
parede do cilindro (a temperatura T é uma função do raio r e do tempo t).

Este método rigoroso de cálculo exige um aparato experimental mais sofisticado, ou


seja, um aparato capaz de fornecer dados de temperatura em função do tempo e do raio.
Para tal, além dos dois termopares (na superfície externa e interna do cilindro) seriam
necessários outros em diferentes raios do cilindro (colocar termopares em diferentes
pontos ao longo da distância entre a superfície interna e externa do cilindro seria
complicado. Logo, mais simplificadamente, poderíamos realizar o mesmo procedimento
experimental com vários cilindros de mesmo diâmetro interno e diferentes diâmetros
externos. Dessa forma, tomaríamos valores de temperatura em diferentes raios,
simulando o gradiente de temperatura ao longo da distância radial A Figura 1 detalha
como seriam esses cilindros: r1=r3=r4 e r2<r4<r6).

Figura 1 – Esquema para aparato experimental

A partir da equação do calor e considerando-se fluxo radial (pois L/De > 3), tem-se:

1 ∂ ∂T ∂T
( kr )+ q̇=ρ . c p
r ∂r ∂r ∂t
Portanto, seria necessário derivar a temperatura (T) em relação ao raio (r) e ao tempo (t) para
encontrar o valor de Cp do gesso.
2) O aparato experimental poderia ser utilizado, com pequenas modificações, para se
determinar o coeficiente local de transferência de calor por convecção (natural) em
torno do cilindro. Que modificações seriam necessárias? Propor um procedimento
experimental visando à obtenção de uma relação do tipo Nu = f(Ra,θ).

Para obtenção do h local deve-se utilizar a equação:

∂T
h ( z )=
−k f × |
∂ r r=r
T ¿ −T ∞
onde:
kf = condutividade térmica do fluido
h(z) = coeficiente local de transferência de calor por convecção num ponto z da parede
cilíndrica exterior
Tsup = temperatura da superfície cilíndrica, T(r = re)
T∞ = temperatura do fluido

Para calcular a derivada da equação seria necessário obter dados de T = f(r), o que pode
ser obtido com as possibilidades de aparatos experimentais descritos anteriormente
(Questão 1).
Com base nesses dados para se obter a relação de Nu = f(Ra,θ) deve-se inserir
termopares em diferentes ângulos para cada um dos diferentes raios do cilindro. As
medidas devem ser tomadas em condição estacionária para cada variação de tensão e
corrente. Reunindo os dados suficientes para o cálculo do Nusselt, obteríamos o
coeficiente convectivo local e médio. A dificuldade seria o tempo para realização do
experimento, pois cada estado estacionário leva certo período para ser alcançado

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