Você está na página 1de 4

introdução

A contabilidade é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De


longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas
se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples
cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e
legais.
Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão,
inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco.
Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade
é encarada como mera burocracia para atendimento governamental.
Objetivamente, o custo médio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte
(faturamento até R$ 120.000/mês) é acima de R$ 700,00. Numa empresa de
médio porte (faturamento até R$ 1.000.000/mês) este custo vai a R$ 3.000,00 ou
mais. Tais empresas precisam aproveitar as informações geradas, pois obviamente
este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de
decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica comprovadamente eficaz
– o uso da contabilidade.
A gestão de entidades é um processo complexo e amplo, que necessita de uma
adequada estrutura de informações - e a contabilidade é a principal delas. Poderá
ser fonte de lucro, em função de informações relevantes que gera, a partir dos
fatos regulares escriturados.
Outra informação útil da contabilidade é quanto à gestão de tributos. Como sabido,
a carga fiscal brasileira é uma das mais altas do mundo. A contabilidade pode
fornecer dados para planejamento tributário, e servir de suporte legal, documental
e logístico para sua execução.
Na medição de custos, despesas, fluxo de caixa e outros itens patrimoniais,
mediante análise, a contabilidade poderá propiciar dados adequados para medições
de desempenho, facilitando decisões e execução de planejamento orçamentário.
De todos lados que examinamos, a contabilidade, utilizada como deve ser, é fonte
de lucro, e não de custo. Cabe aos administradores utilizarem-na, valorizando seus
dados e aplicando decisões com base na escrituração regular.
Teoria Personalista

Esta teoria é extremamente importante para entendermos o funcionamento das


contas. Por esta teoria se atribuía às pessoas a responsabilidade para cada conta.
Assim, por exemplo, o dinheiro da empresa ficava nas mãos de uma pessoa que se
chamava de “o caixa”. Quando o caixa recebia dinheiro da empresa, ele passava a
ser devedor, isto é, se debitava o caixa pelo valor que ele recebeu. Por outro lado,
quando o caixa fazia algum pagamento ele recebia um crédito, isto é, se creditava
o caixa.

Segundo a teoria personalista, que atribuía às pessoas a responsabilidade pelos


bens, direitos e obrigações, as contas representavam pessoas que mantinham com
a empresa alguma relação, quer pela guarda dos bens, quer porque deviam à
empresa ou porque estas pessoas tinham valores a receber da empresa, isto é,
eram credoras da empresa.

Podemos estabelecer que as contas representativas de bens e direitos possuem


saldo devedor e são debitadas quando aumentam de valor, pois as pessoas
responsáveis pelos bens e direitos da entidade deviam a esta. As contas
representativas de obrigações da entidade indicavam créditos dos terceiros para
com esta, por isso possuem saldo credor e são creditadas quando aumentam de
valor.

Assim, por esta teoria, as contas representam pessoas que são responsáveis por
determinados bens e/ou direitos, ou as que são detentoras do direito a crédito
perante a entidade.

Estão conseguindo compreender o porquê da conta caixa, que é um bem da


entidade, ser debitada quando aumenta o seu valor?!!!

Essa teoria classifica as contas em dois grandes grupos, a saber:


1 - Contas dos agentes;
2 - Contas dos proprietários.

As contas dos agentes, por sua vez são subdivididas em contas dos agentes
consignatários e contas dos agentes correspondentes. Vejamos cada tipo
separadamente:

a) CONTAS DOS AGENTES CONSIGNATÁRIOS: essas contas representam os bens


da empresa que estão sob a guarda (consignação) de pessoas. Conforme essa
teoria, existem pessoas que recebem em consignação os bens da entidade, sobre
os quais são responsáveis e, portanto, os devedores, devendo prestar conta dos
bens ou valores assim recebidos (notem que, como veremos, as contas
representativas de bens são de natureza devedora). É importante que tenhamos
esta idéia de que os bens são entregues a pessoas donde surge o débito destas
pessoas para com a entidade. Numa faze posterior substituiremos as pessoas por
contas, mas continuaremos a ter essa idéia de terceiros em relação à entidade.

b) CONTAS DOS AGENTES CORRESPONDENTES: agentes correspondentes dá


conotação de terceiras pessoas, de fora da empresa, que mantêm relações com a
entidade.

Representavam, pois, os direitos da entidade e as obrigações da entidade com


terceiras pessoas, ou seja, os correspondentes são os devedores e os credores da
empresa. Os devedores da empresa são debitados quando aumentam seus débitos
e creditados quando essas diminuem. Os credores da empresa são creditados
quando aumenta o seu crédito e debitados quando este diminui.

c) CONTAS DOS PROPRIETÁRIOS: são as contas do patrimônio líquido e suas


variações, inclusive as receitas e as despesas, por interferirem diretamente no
patrimônio líquido. São as contas que pertencem ao proprietário ou que
representam o capital próprio e a possibilidade de alterá-lo.

Resumo
Nesta teoria cada conta assume o papel de uma PESSOA no seu relacionamento com a
empresa ou entidade. Assim, Caixa, Bancos, Duplicatas a Receber, Fornecedores, Capital,
Receitas e Despesas, representam pessoas com as quais a entidade mantém
relacionamento de débito e crédito.
Assim, podemos concluir que as obrigações (PE) e o Patrimônio Líquido (PL) são pessoas
credoras (representam aquelas pessoas que têm a receber da sociedade), enquanto que
os bens e direitos são pessoas devedoras em relação à sociedade.

Você também pode gostar