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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FEI

FELIPE FANTINI PALUDETTO


FERNANDO DA SILVA QUEIROGA
HENRIQUE AUGUSTO DE PAIVA
RENAN RAVETTI DURAN
TOBIAS ALEXANDRE ROMANELLI DE CARVALHO

DISTRIBUIÇÃO DE TEMPOS DE RESIDÊNCIA

São Bernardo do Campo


2010
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 2

2. DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO 2

3. HIPOTESES ASSUMIDAS 3

4. DESENVOLVIMENTO MATEMÁTICO 3

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3

6. DADOS EXPERIMENTAIS 4

7. RESULTADOS E CÁLCULOS 5

8. DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS 8

9. CONCLUSÃO 9

10. BIBLIOGRAFIA 9
1. INTRODUÇÃO

Na teoria de reatores, estudam-se modelos ideais de reatores (como o BTR, CSTR,


PFR), que não representam o real comportamento no interior dos reatores. Isto ocorre pois há
alguns problemas nos reatores, como:

 Existência de zonas de estagnação do fluido ou zonas mortas;


 Curto-circuito extrema ou subpassagem do fluido;
 Existência da canalização, especialmente em operações contracorrente;
 Dispersão axial em reatores tubulares;
 Segregação, resultante das condições de mistura.

Define-se como tempo de residência o tempo que uma partícula fica no interior do
reator. Logo, é necessária a análise de cada tipo de reator, para assim encontrar a distribuição
do tempo de residência (DTR) e seu tempo médio de residência.
O DTR de um reator é característica da mistura que ocorre no equipamento, que por
sua vez é função da geometria e das condições de escoamento.

2. DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO

Utilizou-se um reator constituído por um tubo de polipropileno de 4,1 mm de diâmetro


interno e 15 m de comprimento, com quatro pontos intermediários para amostragem
espaçados de 3 m. A amostragem principal é realizada na ponta do reator.

Figura 01 - Esquema do experimento

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3. HIPOTESES ASSUMIDAS

 Escoamento laminar ao longo do reator (comprovado nos cálculos);


 Condições de temperatura e pressão constantes durante o experimento;
 O traçador é adicionado ao sistema, em sua totalidade, em um único instante;
 As perdas de carga ao longo do reator são desprezíveis para efeito de cálculo, e não
interferem no resultado final;
 Como o NaOH é um eletrólito forte e se dissocia completamente, obtém-se uma
relação linear entra condutividade e concentração de NaOH.

4. DESENVOLVIMENTO MATEMÁTICO

O tempo espacial  ou tempo de residência médio tm é definido como uma relação


entre o volume do reator e a vazão volumétrica na alimentação. Entretanto, nem todas as
partículas permanecem no reator exatamente o tempo : algumas saem rapidamente enquanto
outras são lentas. Deve-se observar que a distribuição de tempos de residência é uma
característica da mistura que ocorre no reator químico. A função de distribuição de tempos de
residência E ( t ) é dada por:
c (t )
E (t)= ∞
∫0 c ( t ) dt
É comum se definir também a função cumulativa F ( t ) como:
t
F ( t )=∫0 E ( t ) dt

O tempo de residência médio tm também pode ser determinado a partir de E (t) ,


considerando-se a igualdade:

t m=∫0 t E ( t ) dt

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Ajustou-se e mediu-se uma dada vazão de água destilada e mediu-se o valor da


condutividade da saída, que por sua vez deve estar baixa e constante. Injetou-se o traçador, ou
seja 4 mL de uma solução aquosa 0,1M de NaOH, em sua totalidade em um único instante.
Com o passar do tempo, anotaram-se o valor da condutividade e tempo e observou-se
um pico da condutividade resultante da soda que estava saindo do reator.

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6. DADOS EXPERIMENTAIS

Coletaram-se os dados conforme descrito no tópico “procedimento experimental”. Os


dados foram coletados no início para uma variação de tempo maior (pois a variação de
condutividade era pequena) e posteriormente para uma variação menor (pois a soda começa a
ser eliminada e consequentemente ocorre uma variação de condutividade rápida).

Tabela 01 – Dados obtidos da variação de condutividade pelo tempo.

t (s) C (µS/cm) t (s) C (µS/cm) t (s) C (µS/cm) t (s) C (µS/cm) t (s) C (µS/cm) t (s) C (µS/cm)
0 4,17 385 270 500 583 615 74 730 12,02 1170 5,22
30 4,24 390 176,5 505 544 620 67,4 735 11,34 1200 5,14
60 4,29 395 401 510 503 625 61,8 740 10,88 1260 5,06
90 4,29 400 475 515 463 630 56,5 745 10,57 1320 5,06
120 4,29 405 547 520 426 635 50,7 750 10,08 1380 4,99
150 4,22 410 614 525 389 640 47,1 755 9,74 1440 4,99
180 4,22 415 675 530 354 645 42,2 760 8,44 1500 4,92
210 4,26 420 729 535 324 650 38,8 765 9,18 1560 4,92
240 4,27 425 787 540 298 655 35,7 770 8,95
270 4,27 430 811 545 260 660 32,9 775 8,72
300 4,33 435 845 550 247 665 30,6 780 8,47
325 4,95 440 856 555 227 670 28,3 810 7,7
330 5,78 445 867 560 214 675 14,26 840 7,01
335 7,28 450 869 565 181 680 24,5 870 6,75
340 10 455 865 570 170 685 22,8 900 6,47
345 14,5 460 845 575 156,7 690 21,3 930 6,17
350 21,5 465 829 580 143,6 695 19,87 960 5,94
355 183,2 470 798 585 129,1 700 18,63 990 5,89
360 52,4 475 766 590 117,4 705 17,46 1020 5,66
365 78,3 480 731 595 107,3 710 16,39 1050 5,54
370 113,3 485 676 600 97,7 715 15,46 1080 5,47
375 158,4 490 656 605 88,2 720 14,63 1110 5,39
380 209 495 720 610 81 725 13,89 1140 5,39

Condutividade da NaOH 0,1 mol/L – 20,72 mS/cm

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7. RESULTADOS E CÁLCULOS

a) Vazão

Primeiramente calculou-se a vazão através da formula:

Para comprovar se o escoamento é laminar, calcula-se o número de Reynolds


utilizando os dados da água a 22ºC:

Como Re < 2000, o escoamento é laminar.

b) Curva de relação da concentração molar de NaOH e sua condutividade

Sabendo-se a condutividade da solução de NaOH 0,1M e da água destilada (tempo


zero na tabela 01) fez-se possível a determinação da relação da concentração molar de NaOH
e sua condutividade.
Condutividade (µS/cm)
NaOH 0,1M Água Destilada
20720 4,17

Gráfico 01 – Relação de concentração de NaOH e sua condutividade.


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c) Perfil de concentração em função do tempo

Através da equação encontrada no item anterior, fez-se possível determinar a


variação de concentração em função do tempo e assim construir o gráfico 02.

Gráfico 02 – Perfil de concentração de NaOH em função do tempo.

Observa-se a diferença entre o perfil de concentrações real e o ideal, onde na


teoria observa-se apenas um pico na concentração em um tempo t, porém no
comportamento real observa-se que a eliminação da soda é gradativa devido ao
perfil de velocidades.

d) Distribuição dos tempos de residência E(t)

Para o cálculo da distribuição dos tempos de residência E(t), utilizou-se a seguinte


equação:

Sabendo que a integral representa a área da curva do gráfico


“Concentração vs Tempo”, calculou-se pequenas áreas (aproximadas de um trapézio), sendo
assim a somatória de todas as área o resultado da integral.

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Logo, fez-se possível a construção do gráfico “E(t) vs Tempo”.

Gráfico 03 – Distribuição dos tempos de residência E(t).

e) Distribuição Cumulativa

Para o cálculo da distribuição cumulativa F(t), utilizou-se a seguinte equação:

t
F ( t )=∫0 E ( t ) dt

Sabendo que a integral representa a área da curva do gráfico “E(t) vs


Tempo”, calculou-se pequenas áreas (aproximadas de um trapézio).
Logo, fez-se possível a construção do gráfico “F(t) vs Tempo”.

Gráfico 04 – Distribuição cumulativa F(t)


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f) Tempo médio de residência

Para o cálculo do tempo médio de residência, utilizou-se a seguinte equação:


t m=∫0 t E ( t ) dt

Sabendo que a integral representa a área da curva do gráfico


“t.E(t) vs Tempo”, calculou-se pequenas áreas (aproximadas de um trapézio), sendo a
somatória das áreas o tempo médio de residência.

8. DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS

Neste experimento calculou-se o tempo de residência da soda em um reator tubular e


verificou-se a validade do princípio da aderência, que diz que na parede da tubulação a
velocidade é zero.
Ao considerar que a soda foi injetada num intervalo de tempo muito pequeno chega-se a
errônea conclusão que ela deve sair num intervalo igualmente pequeno, apenas sendo
observado um pico na condutividade, porém, como se pode ver na figura 02, existem dois
tipos de escoamento (laminar e o turbulento) que diferem do comportamento ideal.

Figura 02 – Tipos de Escoamento

Graças ao princípio da aderência ocorre um gradiente de velocidade no interior do tubo e


consequentemente o tempo de saída de soda é diferente para cada partícula e não apenas um
pico conforme a figura 03.

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Figura 03 – Impulso-resposta para diferentes tipos de escoamentos.

9. CONCLUSÃO

Conclui-se assim que ao calcular o tempo de residência de uma partícula em um


reator, ela irá variar conforme a posição no interior do reator tubular e, consequentemente, é
necessário calcular o tempo de residência médio do reator tubular.
Apesar de pequena, também deve-se levar em conta a difusão da soda no reator (pois
ocorre uma diferença de concentrações no interior do reator) devido a presença de pontos
mortos no reator (parede da tubulação com velocidade igual a zero – princípio da aderência).

10. BIBLIOGRAFIA

 Fogler, H.S. Elementos de Engenharia das Reações Químicas, 3 ed. Rio de Janeiro:
Editora LTC, 2002

 Levenspiel, O. Engenharia das Reações Químicas. Rio de Janeiro: Editora Edgar


Blucher, 2000

 Perry, R.H., Green, D.W. Perry’s Chemical Engineers’ Handbook, 7 ed. New York:
McGraw-Hill, 1997

 Rangel, R.N. Práticas de Físico Química, 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Edgar Blucher,
1997

 http://www.unicap.br/Arte/ler.php?art_cod=517 (Visitado 18/08/2010)

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