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O PERÍODO ÁUREO DA FILOSOFIA GREGA:

SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES.

SÓCRATES, SÓCRATES – Atenas - 470-399 a.C.


o primeiro
dos grandes
filósofos
gregos.

Ao despedir-se de seus discípulos, antes de beber a cicuta.


Pintor francês David, 1787.

Como devo Com o desenvolvimento das cidades (polis) gregas, a vida em


viver na sociedade passa a ser uma questão importante. Sócrates vive em
cidade? Atenas, que é uma cidade de grande importância, nesse período de
expansão urbana da Grécia, por isso, a sua preocupação central é com a
seguinte questão: como devo viver?
Diálogos Toda a sua filosofia é exposta em diálogos críticos com seus
críticos interlocutores.
O conteúdo dos diálogos chegou até nós por meio de seus discípulos,
especialmente de Platão, pois Sócrates não deixou nada escrito.
Conhece-te a ti Para viver bem (de acordo com a virtude) é preciso ser sábio.
mesmo: Como atingir a sabedoria?
este é o início Para Sócrates a sabedoria é fruto de muita investigação que começa
de toda pelo conhecimento de si mesmo. Segundo ele, deve-se seguir a
sabedoria. inscrição do templo de Apolo: conhece-te a ti mesmo.
À medida que o homem se conhece bem, ele chega à conclusão de que
não sabe nada. Para ser sábio, é preciso confessar, com
humildade, a própria ignorância. Só sei que nada sei, repetia
sempre Sócrates.
Ironia: Por meio da ironia, levando o interlocutor a cair em contradição,
confissão da Sócrates o conduzia a confessar a própria ignorância.
própria Uma vez confessada a ignorância, o interlocutor estaria disposto a
ignorância percorrer o caminho da verdade.
Maiêutica: Entra em cena a segunda etapa do método: a maiêutica (arte de dar à
a arte de dar à luz as idéias).
luz as Idéias Para Sócrates, uma mente submetida a um interrogatório adequado seria
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capaz de explicitar conhecimentos que já estavam latentes na alma.
Afinal, tanto para Sócrates quanto para Platão, a alma, antes de se unir
ao corpo, contemplara as idéias na sua essência, no mundo das Idéias.
Conhecer é Bastava, portanto, fazer um esforço para recordar. Conhecer é
recordar. recordar.
A objetivo mais importante do diálogo é encontrar o conceito. Ele
pergunta, por exemplo, o que é justiça? E, aos poucos, eliminando
definições imperfeitas, ele vai chegando a um conceito mais puro, mais
correto.
Aquele que A maior arte de Sócrates era a investigação, feita com o auxílio de seus
questiona, interlocutores. Aquele que investiga, questiona. Aquele que questiona,
provoca e perturba a ordem estabelecida. Isso faz surgir muitos inimigos de
atrai inimigos. Sócrates.
Acusações Sócrates é acusado de corromper a juventude e de desprezar os
contra Sócrates: deuses da cidade. Com base nessas acusações ele é condenado a beber
corromper a cicuta (veneno extraído de uma planta do mesmo nome). Segundo
juventude e testemunho de Platão em Apologia de Sócrates, ele ficou imperturbável
desprezar os durante o julgamento e, no final, ao se despedir de seus discípulos, ele
deuses de diz:
Atenas – Já é hora de irmos; eu para a morte, vós para viverdes. Quanto a quem
vai para um lugar melhor, só deus sabe.
Condenado à
morte.1

1
Aconselho a todo estudante de direito que leia a Apologia de Sócrates, escrita por Platão, obra que já
mereceu várias edições em língua portuguesa, sendo a mais acessível, a publicação da EDIOURO. Seria
interessante também ler O julgamento de Sócrates, de I.F. STONE, publicado pela Companhia das Letras,
com tradução de Paulo Henriques Britto. Stone é um reconhecido jornalista americano que, após dez anos de
pesquisas e estudos (ele aprendeu o grego antigo para pesquisar em fontes originais) publicou, em 1988, essa
obra interessantíssima.
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PLATÃO, o PLATÃO – Atenas – 427-347 a.C.
discípulo de
Sócrates e
mestre de
Aristóteles.

É filho de uma nobre família ateniense e seu nome verdadeiro é


Arístocles. Seu apelido de Platão é devido à sua constituição física e
Platão, significa “ombros largos”. Ele foi discípulo de Sócrates e após a sua
discípulo de morte, fez muitas viagens, ampliando sua cultura e suas reflexões.
Sócrates, Por volta de 387 a.C., Platão fundou sua própria escola de filosofia, nos
funda a jardins construídos pelo seu amigo Academus, o que deu à escola o
ACADEMIA. nome de Academia. É uma das primeiras instituições de ensino superior
do mundo ocidental
Opiniões: Do mundo sensível das opiniões ao mundo inteligível das idéias.
conhecimento Segundo Platão, os sentidos só podem nos fornecer o conhecimento das
imperfeito. sombras da verdadeira realidade, e através deles só conseguimos ter
opiniões. O conhecimento verdadeiro se consegue através da dialética,
Idéias: que é a arte de colocar à prova todo conhecimento adquirido,
conhecimento purificando-o de toda imperfeição para atingir a verdade. Cada opinião
verdadeiro emitida é questionada até que se chegue à verdade.
Aprisionado no seu corpo, o homem só consegue enxergar as sombras
e não a realidade em si. Para explicar isso, Platão cria o
Alegoria da Alegoria da Caverna.
Caverna. Há homens presos, desde meninos, por correntes nos pés e no pescoço,
com o rosto voltado para o fundo da Caverna. Próximo à entrada da
caverna desfila-se com muitos objetos diferentes, cujas sombras são
projetadas pela luz do Sol na parede do fundo. Os prisioneiros
contemplam as sombras, pensando tratar-se da realidade, pois é a única
que conhecem.
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Um dos prisioneiros consegue escapar, e, voltando-se para a entrada da
caverna, num primeiro momento tem sua vista ofuscada pela luz
intensa, mas aos poucos ele se acostuma e começa a descobrir que a
realidade é bem diferente daquela que ele conheceu a vida toda, por
meio das sombras. Esse homem se compadece dos companheiros da
prisão e volta para lhes anunciar aquilo que contemplara. Ele é
chamado de louco e é morto pelos companheiros.

(conferir o texto no livro VII de A república, de Platão)


O verdadeiro Essa alegoria pode ser interpretada assim:
conhecimento Prisioneiros: todos nós
está no mundo Caverna: nosso mundo sensível
das Idéias. Sombras: conhecimento conquistado pelos sentidos
O mundo iluminado pelo sol: mundo das idéias puras e perfeitas.
O homem que descobre a verdade: Platão parece estar se referindo a
Sócrates que foi condenado à morte por ter se preocupado em conhecer
e ensinar a verdade.
A República idealizada por Platão
- esse é um assunto a ser trabalhado em Ciência Política e Teoria do
Estado-

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Aristóteles: o ARISTÓTELES – 384 a.C. – Estagira (Macedônia)
discípulo de 322 a.C. – Cálcis (Eubéia) a.C.
Platão que
seguiu rumo
próprio.

Discípulo de • Aristóteles foi discípulo de Platão, mas seguiu o próprio


Platão, caminho, com uma filosofia bem diferente do mestre.
sistematizador • Quanto ao método de exposição da filosofia, enquanto Platão
da filosofia utilizara os diálogos, Aristóteles foi um sistematizador.
Embora ele também tenha escrito diálogos, o que chegou até
nós foi apenas uma parte das suas obras produzidas em forma
descritiva e ordenada.
Homem da corte • Sua vida: Aristóteles foi preceptor de Alexandre Magno, na
Macedônica, mestre
corte de Pela, e isso facilitou suas pesquisas pois, quando
de Alexandre
Magno. Alexandre expandiu o império Macedônico, o filósofo teve
mais acesso às informações sobre formas de governo e sobre
o mundo natural (do qual Aristóteles fez uma das primeiras
classificações conhecidas).
O Liceu, sua escola.
• O Liceu: Quando Alexandre sobe ao trono na Macedônia,
Aristóteles deixa a corte de Pela e volta para Atenas, onde
funda sua própria escola de filosofia, próxima ao templo de
Apolo Liceano (por isso passa a se chamar LICEU), seguindo
orientação que rivaliza com a Academia de Platão que, nesse
tempo, é dirigida por Xenócrates. A Academia era mais
voltada para as Matemáticas, enquanto o Liceu se dedicava
principalmente às ciências naturais.
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Sua Obra. • A obra de Aristóteles – corpus aristotelicum, organizado por
Andrônico de Rodes, que dirigiu o Liceu no século I a.C.
Órganon 1. Órganon (instrumento para a construção da ciência e da
filosofia)
a) Categorias2 – Categoriae (elementos do discurso, os
termos da linguagem)
b) Periérmeneias3 – De interpretatione (sobre o juízo e
a proposição)
c) Analíticos Anteriores4 – (sobre a teoria e as
propriedades dos silogismos)
d) Analíticos Posteriores – (trata da demonstração
científica e da teoria da definição e da causa).
e) Tópicos5 (o método da argumentação geral, aplicável
em todos os setores, nas discussões práticas e no
campo científico).
• O que é o raciocínio dialético
• Problemas universais e particulares.
• Sobre o acidente
• Sobre o Gênero e a Propriedade
• Sobre a Propriedade (essencial, permanente, relativa
e temporária)
• Sobre a definição
• Sobre a identidade

2
Publicado por Guimarães Editores, de Lisboa, com o título Organon, I Categorias.
3
Publicado por Guimarães Editores, de Lisboa, com o título Organon, II Periérmeneias.
4
Quanto aos Analíticos Anteriores e Posteriores, eu não encontrei nenhuma edição portuguesa (a edição de
Guimarães Editores está esgotada). Pedi a importação de uma edição espanhola, através da Livraria Cultura.
Muitos estudiosos de lógica expuseram a teoria de Aristóteles sobre o silogismo, definição etc., nos seus
tratados. Eu vou citar apenas três obras que dão acesso à teoria aristotélica, nesse assunto:
COPI, Irving M. Introdução à lógica. Trad. Álvaro Cabral. São Paulo: Mestre Jou, 1978.
NAPOLI, Ioannes Di. Manuale Philosophiae: ad usum seminariorum. Roma: Marietti, 1963. Vol. I
MARITAIN, Jacques. A ordem dos conceitos: lógica menor. 13ª ed. Trad. Ilza das Neves. Rio de Janeiro:
Agir, 1994.
5
Publicado pela Abril Cultural na coleção Os pensadores.
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• Prática dialética: regras para a interrogação.
f) Elementos sofísticos6 (tipos principais de argumentos
capciosos)
Estudo da 2. Obras dedicadas ao estudo da Natureza:
Natureza a) Física (examina conceitos gerais, relativos ao mundo
físico: natureza, movimento, infinito, vazio, lugar,
tempo etc...)
b) Sobre o Céu7
c) Sobre a Geração e a Corrupção dos Corpos
d) Metereológicos (sobre os fenômenos atmosféricos)
Estudo do 3. Obras referentes ao Mundo Vivo:
Mundo Vivo a) Tratado da Alma (sensação, memória, respiração
etc.)
b) História dos animais
Metafísica 4. Metafísica8
5. Obras de filosofia prática:
Filosofia a) Ética a Nicômaco9 (Aristóteles fala sobre a Virtude)
Prática b) Política10 (sobre as formas de governo e sobre o
melhor governo)
c) Retórica11 (sobre a arte da argumentação – pode ser
acrescentada aos Tópicos)
d) Poética12 (da qual restaram apenas fragmentos).

O que é o SER? Na sua Metafísica, Aristóteles ensina sobre o ENTE, que é tudo
aquilo que é, que tem ser. É a noção mais abrangente de todas.
O ENTE subdivide-se em dois grandes grupos:

1. Predicamentos ou Categorias (modos particulares de ser)


Categorias:
Substância e Substância (substrato permanente, cuja essência lhe compete ser em
Acidentes. si)
Acidentes (cuja essência é ser em outro, no qual estão inerentes):
a) quantidade13 – é a extensão, grandeza ou volume do ente

6
Publicado na coleção Os pensadores, tanto da Abril Cultural quanto da Nova Cultural.
7
As obras b) e c) estudam o mundo sideral e sublunar.
8
Sobre os primeiros princípios e as principais causas de toda a realidade. Recebem o nome de “metafísica”,
por estarem dispostos (na coleção organizada por seus discípulos) logo após aos tratados de física. No
entanto, na própria Antigüidade, essa denominação recebeu uma interpretação neoplatônica: são os livros que
abordam problemas situados além do mundo físico.
Parte dos livros I e II da Metafísica foram publicados na coleção Os pensadores da Abril Cultural
9
Publicada em português na coleção Os pensadores, tanto da Abril quanto da Nova Cultural. Há uma Ética a
Eudemo, considerada uma publicação anterior à Ética a Nicômaco.
10
Há uma edição da Ediouro de fácil acesso.
11
Com tradução de Antônio Pinto de Carvalho, foi publicada pela Ediouro, juntamente com Poética, sob o
título de Arte retórica e arte poética..
12
Além das Edições de Ouro, pode-se ler também A poética na coleção Os pensadores, da Abril e da Nova
Cultural.
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corpóreo. Alto ou baixo, grande, médio ou pequeno, gordo ou
magro.
b) qualidade – é um modo específico no qual se encontra a
substância. Cada substância possui um conjunto de qualidades
(cor, calor, inteligência, virtudes...)
c) relação – trata-se da referência ou ordenação de uma
substância a outra. A relação se compõe de um sujeito, um
termo, um fundamento e um laço que os une (criação,
filiação, fraternidade, empregado-patrão, senhor-escravo...).
d) ação – ser agente de um movimento num outro sujeito
(derrubar um copo, bater em alguém, beijar alguém...)
e) paixão – sofrer uma ação de um outro sujeito (ser derrubado,
apanhar, ser beijado...)
f) lugar – onde a substância está localizada, em relação a outras
substâncias (o aluno está na sala de aula, na cantina, na sua
casa estudando...)
g) posição – é o modo de estar no lugar. Trata-se da disposição
interna das partes do corpo (estar sentado, de pé, deitado...)
h) posse – ter ou possuir algo contínuo ou imediato (estar
vestindo uma túnica, usar uma arma...)
i) tempo – situação temporal da substância corpórea (há dez
dias eu estava na praia, hoje estou na escola...)

2. Transcendentais – aspectos comuns a todos os entes (bem,


Transcendentais verdade, unidade, beleza).
O ser e o Qual a solução entre as teorias de Parmênides (o ser é sempre o
movimento mesmo, imóvel, incorruptível...) e de Heráclito (tudo muda, nada
explicados pela permanece; não há o ser, apenas o movimento)?
Teoria do Ato e Como salvar o SER e o MOVIMENTO?
da Potência Para Aristóteles, o ser é, ao mesmo tempo, ATO e POTÊNCIA:
• Ato (energeia): a perfeição que a coisa tem no momento.
• Potência (dynamis): capacidade de receber uma perfeição, no
futuro.
Exemplos: Uma criança é infantil, em ato, e um adulto, em
potência. O movimento é a passagem da potência para um novo
ato. O ser permanece o mesmo; o que mudam são suas perfeições.
A teoria da 4 Mas, o que permanece e o que muda?
causas do ser: A permanência e o movimento necessitam de outra teoria para que
possam ser explicados: é a teoria das causas do ser.
Há causas que são:
a) intrínsecas (estáticas – explicam o ser)
Material 1. Material: responde à pergunta do que é feita alguma
coisa.

13
Na escolástica da Idade Média, os acidentes foram ensinados em Latim, nos seguintes termos, seguindo a
mesma seqüência acima: quantitas, qualitas, relatio, actio, passio, ubi ou locus, situs, habitus e quando.
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Formal 2. Formal: responde à pergunta como uma coisa é feita?
É o ato ou perfeição pelo qual uma coisa é o que é.
Pode-se chamar também de essência.
b) extrínsecas (dinâmicas – explicam o vir a ser ou devir)
1. Eficiente: responde à pergunta quem fez? Trata-se do
Eficiente agente ou princípio do qual resulta a coisa.
2. Final: responde à pergunta para que é feita? Trata-se
do objetivo que move o agente a atuar sobre tal coisa.
Final Por exemplo: um machado feito de pedra (causa
material), com um lugar para prender o cabo e um corte
do outro lado (formal), feito pelo homem da caverna
(eficiente) para cortar a árvore e fazer utensílios para seu
cotidiano (final).

O acidente O que é que muda, então?


muda, a A substância (essência) permanece14;
substância o acidente muda.
permanece. O que era simples potência transforma-se em novo ato.

Inteligência Há lugar para Deus, na filosofia de Aristóteles?


Divina: atração - Há uma substância supra-sensível que é a INTELIGÊNCIA
do ser. DIVINA (1º motor imóvel – ato puro) que pensa a si mesma e
atua como CAUSA FINAL (por atração) e não como causa
eficiente (pois o Universo sempre teria existido)
- E o que Aristóteles diz da substância sensível?
A substância - Ele trata da física, num enfoque metafísico, puramente racional, e
Sensível: o assim explica:
mundo de 1. Movimento: passagem da potência para o ato
Aristóteles – 2. Tempo: medida do movimento segundo um antes e
concepção um depois.
limitada ao 3. Lugar (espaço) – primeiro limite imóvel do
desenvolvimento continente (não existe o vácuo para Aristóteles).
científico do seu 4. Mundo15:
tempo. a) Sublunar – o ar, a água, terra e o fogo (eles são
gerados e se corrompem, cada coisa tem seu lugar
natural, para o qual são atraídos pela Inteligência
Divina, produzindo um movimento retilíneo, num
subir e descer).

14
Na linguagem comum, dizemos que houve uma mudança substancial quando houve uma transformação na
própria essência. Depois do casamento, diz a jovem casada, ele mudou substancialmente, para pior. Era
cavalheiro, tornou-se um grosso. Ele abria a porta do carro para eu entrar. Agora, ele nem me convida para
sair. Ele parece uma outra pessoa. Em linguagem psicológica, isso faz sentido. Mas, em linguagem
filosófica, a substância não muda. O único caso, aceito pelos católicos como um grande milagre, é o da
transubstanciação, ou “mudança do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo”. Aceita-se como um
milagre, pois não há explicação racional.
15
Aristóteles está limitado pelos conhecimentos científicos do seu tempo.
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b) Supralunar – lá está o éter (também chamado de
“quinta essência), que é composto de 55 esferas
celestes, com as demais substâncias supra-sensíveis,
incorruptíveis, com movimento circular.

Geocentrismo Qual o lugar ocupado pela TERRA, nesse universo?


Aristotélico: a A terra é o CENTRO DO UNIVERSO.
Terra é o centro A Lua, o Sol e os outros planetas giram ao seu redor, presos em
do Universo. esferas cristalinas.
Ptolomeu, um Astrônomo Grego defendeu a teoria Aristotélica
do Geocentrismo16, ficando assim o mapa do nosso Universo:

A nona esfera é a das estrelas fixas.


Urano, descoberto em 1781, por William Herschel, astrônomo
que nasceu na Alemanha e viveu na Inglaterra (1738-1822).,
Netuno, logo após a descoberta de Urano, astrônomos já faziam
cálculos matemáticos para estabelecer a existência de Netuno. A sua
descoberta definitiva é datada em 1846.
Plutão, identificado em 1930, por Clyde Tombaugh.
Outros temas da Quanto aos outros temas da filosofia de Aristóteles, eles serão
16
Essa visão Aristotélico-Ptolomaica do Universo foi adotada pela Igreja Católica e ensinada como
verdadeira. Essa teoria foi contestada seriamente, penas no século XVI, com Copérnico, que publicou sua
teoria poucos antes de morrer; com Giodanno Bruno que, em 1600, pagou na fogueira da Inquisição, sua
crença na nova teoria heliocêntrica (o sol no centro do Universo); e com Galileu, que apontando o telescópio
para o céu, conseguiu provar a teoria copernicana, em 1632, com a publicação do Diálogo sobre os dois
sistemas de mundo, sendo chamado à Inquisição e tendo que abjurar, em 1633, para continuar vivendo, em
prisão domiciliar.
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filosofia de estudados por outras disciplinas17:
Aristóteles: 1. Ética: Ética Geral.
tratados em 2. Política: Ciência Política e Teoria do Estado
outras 3. Lógica e Retórica: Hermenêutica (Argumentação) e
disciplinas. Hermenêutica e Lógica Jurídica.

17
Confira o Ementário do conteúdo programático das disciplinas fundamentais, no Manual do Estudante de
Direito das Faculdades COC, páginas 17 e ss.
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