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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS DAS ARMAS

EDILSON RICARDO – 2º SGT INF – 37º BIL

OS SERTÕES

AUTOR: EUCLIDES DA CUNHA

PUBLICADO EM SÃO PAULO – EM 1901

EDITORA: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL

NR DE VOLUMES: 01 NR DE PÁG: 119

OS SERTÕES

No livro “Os Sertões”, o Autor Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha,


nascido em Cantagalo, Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro de 1866, jornalista
correspondente do jornal A Província de São Paulo (hoje O Estado de São Paulo), relata
a história da Batalha de Canudos, ocorrida em fins do Século 19 no Sertão Baiano. O
autor dividiu o livro em três partes: A Terra, O Homem e A Luta.

A Terra é uma descrição detalhada que mostra todas as características do


lugar, o clima, as secas, a terra enfim. O Homem é uma descrição dos habitantes do
lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e
costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos.
Apresenta seu caráter, seu passado e relatos de como era a vida e os costumes de
Canudos, relatados por visitantes e habitantes capturados. Estas duas partes são
essencialmente descritivas, pois na verdade "armam o palco" e "introduzem os
personagens" para a verdadeira história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte,
A Luta.

A Luta é uma descrição feita pelo jornalista Euclides da Cunha,


relatando as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela
testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra.
Retratando minuciosamente movimento de tropas, o autor constantemente se prende à
individualidade das ações e mostra casos isolados marcantes que demonstram bem o
absurdo de um massacre que começou por um motivo tolo - Antônio Conselheiro
reclamando um estoque de madeira não entregue - escalou para um conflito onde havia
paranóia nacional, pois suspeitava-se que os "monarquistas" de Canudos, liderados pelo
"famigerado e bárbaro Bom Jesus Conselheiro" tinham apoio externo. No final, foi
apenas um massacre violento onde estavam todos errados. O lado mais fraco resistiu até
o fim com seus derradeiros defensores - um velho, dois homens feitos e uma criança.

É desta forma que Euclides da Cunha, transformou esta fatídica


passagem de nossa História em arte. Ao descrever o Homem: Antônio Vicente Mendes
Maciel, o Antônio Conselheiro - um gnóstico bronco, representante natural do meio em
que nasceu, um ‘heresiarca’ do século II em plena idade moderna; a Luta - que surgiu
de incidente mínimo: pretensos roubos cometidos pelos Maciéis em propriedade de
família numerosa, a dos Araújos; e a grandeza de proporções que atingiu, chegando a
abalar os “poderes constituídos” ele demonstrou para quem este país é e sempre foi
governado. O livro acaba, mas não termina. O escritor do início da obra, positivista que
acreditava na república, é o mesmo que denuncia a dor, a fome e a barbárie. Canudos
foi um crime cometido para e pela reiteração da república. O cancro monarquista nunca
existiu naquela terra esquecida pelos seus governantes e o Estado só chegara tão longe
para trazer a injustiça e a morte. Essa não era a república reclamada pelo autor.
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