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DIÁLOGOS SOBRE

PARCELAMENTO DO SOLO

Projeto de Lei 3057/00

Aspectos Registrários da Regularização


Fundiária na Revisão da Lei de Parcelamento do
Solo Urbano - Projeto de Lei 3057/2000
São Paulo – 09 de maio de 2008
Instituto Pólis
Rosane Tierno – rtierno.br@gmail.com
Cel. 11.8100.6767
NORMAS REGISTRÁRIAS ATUAIS
DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA:

Diretas:

 Lei de Registros Públicos – Lei Federal


6015/73

 Lei de Parcelamento do Solo Urbano –


6766/79

 Provimentos e demais normas expedidas


pela Corregedoria Geral de Justiça
NORMAS REGISTRÁRIAS ATUAIS
DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA:

Indiretas

 Estatuto da Cidade

 Plano Diretor e demais legislação


complementar
ESTRUTURA DAS DISPOSIÇÕES
REGISTRÁRIAS NO PL 3057/00

Normas registrárias relativas a parcelamentos


novos e regularização fundiária de interesse
específico – art. 43 a 55

Normas registrárias relativas à regularização


fundiária – 96 a 99

Normas esparças ao longo do PL e


principalmente nas Disposições Transitórias e
Finais – art. 111 a 137
DO REGISTRO DA REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA DE INTERESSE

– Pressupostos objetivos:
• Existência de matrícula do assentamento informal
regularizando

• Abertura de matrícula para cada uma das “parcelas” resultantes


do plano

• Na regularização fundiária sustentável que envolve apenas a


regularização jurídica da situação dominial, exigem-se desenhos e
memorial descritivo que identifiquem as “parcelas” a serem
regularizadas e as áreas destinadas a uso público, se houver - §
único do art. 98
Visa atender ao Princípio da Especialidade Registrária
DO REGISTRO DA REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA DE INTERESSE

– Comentário:

• Ausência de definição de parcela


DO REGISTRO DA REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA DE INTERESSE

– Pressupostos subjetivos – art. 81 e 98


Faculta a iniciativa de promover a regularização fundiária:

• Ao Poder Público

• Aos beneficiários (individual ou coletivamente)

• Cooperativas habitacionais, associação de moradores, outras


associações civis

• Ao setor privado (condições deve estar dispostas em Lei


Municipal)

• Responsável pela implantação do assentamento informal


Prova da Legitimidade para Promover a
Regularização Fundiária art. 98, VII

Poder Público Não precisa


provar
Beneficiários PROVAR

Cooperativas habitacionais, PROVAR


associação de moradores, outras
associações
Setor privado PROVAR

Responsável pela implantação do Não precisa


assentamento informal provar
Prova da Legitimidade para Promover a
Regularização Fundiária art. 98, VII

– Comentário:
• Faculdade X Responsabilidade aos entes
legitimados

• Necessidade de priorização da
responsabilidade precípua sem exclusão dos
demais

• Princípio da continuidade – Assegurado


pelo art. 98, VII
Documentos exigidos para o Registro

Art. 98: O responsável pela


regularização fundiária deve requerer
seu registro, apresentando os
documentos elencados nos incisos I a
IV do caput do art. 31, bem como os
seguintes:
Documentos exigidos para o Registro
Art. 98
• desenhos e documentos exigidos por lei municipal

• licença urbanística e ambiental integrada

• cláusulas padronizadas que regem os contratos de alienação dos lotes ou das


unidades autônomas, se for o caso

• instrumento de instituição e convenção de condomínio urbanístico, se for o


caso

• regimento interno da comissão de representantes

• instrumento de garantia de execução das obras e serviços a cargo do


empreendedor, exigido e aceito pela autoridade licenciadora, no caso de
regularização fundiária promovida pelo setor privado

• no caso das pessoas físicas ou jurídicas relacionadas nos incisos I a III do art.
81, certidão atualizada dos atos constitutivos que demonstrem sua legitimidade
para promover a regularização fundiária
Documentos exigidos para o Registro
Art. 31, Inc I a IV

I - certidão atualizada da matrícula do imóvel;

II - contratos ou outros atos que comprovem a condição de


empreendedor, nos termos do inciso XXIX do art. 2º;

III – da anuência expressa da Secretaria do Patrimônio da União ou do


órgão estadual competente, quando o empreendimento for realizado
integral ou parcialmente em área, respectivamente, da União ou do
Estado;

IV – da autorização do cônjuge do proprietário e do empreendedor,


salvo no caso de terem contraído matrimônio pelo regime de
separação de bens e participação final nos aqüestos;
Documentos dispensados

I - CERTIDÕES NEGATIVAS:

a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o


imóvel pelo período de 5 (cinco) anos;

b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos;

II – CERTIDÕES:

a) dos Cartórios de Protestos de Títulos, em nome do empreendedor,


pelo período de 10 (dez) anos;

b) de ações pessoais relativas ao empreendedor, pelo período de 10


(dez) anos.
ÁREAS PÚBLICAS – art. 99

As matrículas das áreas destinadas a uso público


devem ser abertas de ofício, com averbação das
respectivas destinações e, se houver, restrições
administrativas, convencionais e legais.

já ocorre na prática
DESTAQUES:
I - Regularização registrária do parcelamento
Art. 117
As glebas regularmente
‘’’ parceladas para fins urbanos
anteriormente a 19 de dezembro de 1979 que não possuem
registro

A área deve A regularização pode


ser da área toda ou de
possuir infra- quadras
estrutura básica
O Poder Público deve
Não pode mais certificar as condições
haver lotes a acima e aprovar os
comercializar desenhos.
Alterações do Instituto da Usucapião – Código de
Processo Civil – arts. 941 a 945

Art. 942 - CPC


REDAÇÃO ATUAL REDAÇÃO PROPOSTA

O autor, expondo na § 1º Quando o imóvel estiver matriculado, será facultado ao autor


petição inicial o pleitear a usucapião na forma em que se encontra nela descrito e,
fundamento do pedido nesse caso:
e juntando planta do I – na petição inicial bastará a indicação da localização do imóvel, o
imóvel, requererá a número da matrícula e a circunscrição imobiliária, juntando-se
citação daquele em certidão do registro de imóveis expedida a menos de 30 (trinta) dias;
cujo nome estiver
II – serão citados somente aqueles que figurarem como proprietários
registrado o imóvel
ou titulares de direitos registrados na matrícula;
usucapiendo, bem
como dos confinantes III – não serão apreciadas questões envolvendo demarcação de
e, por edital, dos réus divisas, podendo o confrontante prejudicado, a qualquer tempo, se
em lugar incerto e dos valer do procedimento próprio;
eventuais IV – a decisão não fará coisa julgada em face da União, Estado,
interessados, Município, ou seus órgãos da administração descentralizada;
observado quanto ao V – transitada em julgado a ação, o imóvel será registrado em nome
prazo o disposto no do autor, assumindo este a responsabilidade por todos os tributos,
inciso IV do art. 232. despesas condominiais e outras obrigações propter rem incidentes
(Redação dada pela Le sobre o bem.
i nº 8.951, de 13.12.199
4) § 2º As ações de usucapião de unidades autônomas em condomínios
edilícios ou urbanísticos submeter-se-ão às regras do § 1º deste
artigo. (NR)
NOVO:
PROCEDIMENTO USUCAPIÃO E CONCESSÃO DE
DIREITO REAL DE USO – ART. 116

Nas ações de usucapião de imóveis


regularizados nos termos desta Lei,
assim como na ação visando à
obtenção da concessão de uso
especial para fins de moradia, o autor
pode optar pelo procedimento previsto
no art. 942, §§ 1º e 2º, da Lei nº 5.869,
de 11 de janeiro de 1973.
EMOLUMENTOS REGULARIZAÇÃO

Legislação Atual – art. 290 da LRP


Primeira Aquisição Cooperativa: Cobrança máxima
imobiliária pelo SFH: de 40% sobre a Maior Valor de
Redução de 50% Referência

Aquisição imobiliária COHAB e assemelhados – aquisição e


oriunda de Programas e averbação de construção: valor escalonado
convênios com União, conforme área construída:
Estado e Município através
de mutirão e até 60m² = 10% sobre Maior Valor de Referência
autoconstrução orientada:
De 60m² a 70 m² = 15% sobre Maior Valor de
Referência
Até 69m² e área de
superfície de 250 m² = 20% De 70 a 80 m² = 20% sobre Maior Valor de
da tabela cartorária normal Referência
Regularização Fundiária – INDEPENDE DO
RECOLHIMENTO DE CUSTAS E TRIBUTOS:
Art. 290 da LRP

O primeiro A primeira
registro de direito averbação de
real constituído construção
em favor de residencial de até
beneficiário de 70 m² (setenta
regularização metros quadrados)
fundiária de de edificação em
interesse social áreas urbanas
em áreas urbanas objeto de
e em áreas rurais
de agricultura regularização
familiar fundiária de
interesse social
Regularização Fundiária – INDEPENDE DO
RECOLHIMENTO DE CUSTAS E TRIBUTOS:
Art. 290 da LRP

CONCEITO DE REGULARIZAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Que atende Que é promovida


famílias com no âmbito de
renda mensal de programas de
até 5 (cinco) interesse social
salários mínimos sob gestão de
órgãos ou
entidades da
Em área urbana administração
ou rural pública
O QUE O PL 3057/00 PROPÕE: EMOLUMENTOS E
TRIBUTOS:
Art. 290 da LRP

REVOGA todas as disposições sobre:

 Diminui a Faixa de
 Primeira aquisição pelo
SFH Isenção total de
emolumentos de 5
 Valores menores para s.m para 3 s.m
COHABs, e
assemelhados,
Cooperativas,  Condiciona a
Associações, isenção (total e
Convênios com parcial) ao tamanho
pessoas jurídicas de do terreno e à área
direito público construída
O QUE O PL 3057/00 PROPÕE: EMOLUMENTOS E
TRIBUTOS:
Art. 290 da LRP

COMO FICA:
FICA Para ter direito à Isenção total de
emolumentos de Registro e Tributos:

 Renda Famíliar até 3  Construção até 70


salários mínimos m² e área do lote até
250 m² ou Unidade
 Estar situados em autônoma até 35 m²
ZEIS
- Pode ser objeto de convênio com o responsável pela regularização
fundiária
* Não há isenção para lavrar escritura
O QUE O PL 3057/00 PROPÕE: EMOLUMENTOS E
TRIBUTOS:
Art. 290 da LRP

COMO FICA:
FICA Para ter direito à Isenção de 20% de
emolumentos de Registro e total de Tributos:

 Renda Famíliar de 3 a
5 salários mínimos  Construção até 70
m² e área do lote até
 Estar situados em 250 m² ou Unidade
ZEIS autônoma até 35 m²
DESAFIOS

1) Permanência da isenção total de emolumentos


que existe hoje

2) Permanência das faixas de isenção previstas


para COHABs, cooperativas, Associações,
Mutirões etc...

3) Desjudicializar o registro da Regularização


fundiária, nos Estados em que só é possível
registrar mediante mandado judicial

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