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Advogado = Aquele que é chamado para defender uma causa e cumpre o seu dever com
dignidade e competência. Procura mais a realização da justiça do que os honorários,
embora estes lhe sejam devidos.
Aspectos Positivos
Alterações meritórias:
Art.104 = Incorpora uma antiga praxe forense que proibia os contactos com
testemunhas.
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Erros, Desatenções, Vacuidades e Incongruências e Omissões
Erros e Desatenções
Vacuidades e Incongruências
Omissões
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um parecer técnico, subtraído à livre apreciação do Julgador, conforme resulta do
art.163 C.P.P. Isto mesmo resulta da própria formulação do art.135/5 C.P.P que
remete para a legislação da Ordem. Acontece que os Tribunais assim não o entendem e,
de quando em vez, os advogados vêm-se na obrigação de revelar em juízo contra o
parecer da Ordem, factos sigilosos de que só tomaram conhecimento pela confiança
que merecem dos seus clientes e que constitui um valor de relevante interesse público.
Os advogados são «confidentes necessários» tanto ou mais do que os padres cujo
segredo goza de total inviolabilidade.
Aspectos Negativos
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advoguem em países que consideram a advocacia como uma actividade meramente
profissional podem aí publicitar o seu «produto».
Art.100 = Honorários
Legalizou-se um sub- género de quota - litis, embora atípico ou imperfeito.
Art.101 = Quota – Litis – Permite-se, agora, a «fixação prévia do montante de
honorários, ainda que em percentagem, em função do valor do assunto e não do
resultado obtido». Isto significa um perigoso desvio aos critérios do Art.100, entre eles
o de «serviços efectivamente prestados».
Foi mais uma norma pensada para as grandes sociedades de advogados.
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mínimo é de € 5000. É obrigatório o seguro de responsabilidade civil – Arts.7,8,33,35 e
37 do Decreto – lei nº 229/2004.
Princípio da natureza não mercantil = Caracteriza estas sociedades como sociedades
civis e manda aplicar supletivamente o C.C sobre o contrato de sociedade – Arts.1 e 2
do Decreto –lei nº 229/2004.
Princípio legal – deontológico = Implica a subordinação dos sócios aos deveres ético –
deontológicos previstos no E.O.A e a sua exclusão da sociedade em caso de violação
grave – Arts.8/1 e 22/1/a do Decreto –lei nº 229/2004 e Art.203 E.O.A
Esteja integrado ou não numa sociedade, o advogado não deve perder as suas
características essenciais de consultor, confidente, patrono e servidor da justiça.
O cliente, mesmo quando vai a uma sociedade, procura um determinado advogado em
quem confia. Se este encarrega outro do seu escritório para tratar do caso, por não ser a
sua área, delega nesse seu colega esse capital de confiança. A este colega compete
encaminhar o processo e assistir o constituinte até ao final da questão.
O cliente não compreenderá ser atendido por vários advogados da sociedade, para o seu
caso, conforme a disponibilidade de agenda dos advogados que integram a dita
sociedade.
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O direito dos advogados poderem consultar os livros das Conservatórias prevalece sobre
a regra geral do Art.105 do Código de Registo Predial. A expressão «qualquer pessoa»
do Art.104 do Código de Registo Predial não abrange os advogados.
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Significa isto que o advogado não se deve servir de meios ou expedientes ilegais ou
dilatórios ou distorcer o direito.
Estes deveres resultam da função ético – social da advocacia e são uma marca da
nobreza da profissão.
Deve, também, recusar-se a patrocinar questões injustas ou prestar serviços quando
suspeite seriamente que daí poderão advir resultados ilícitos.
Art.86 = Deveres para com a Ordem. Obrigação de não prejudicar os fins e o prestígio
da Ordem e colaborar na prossecução dos seus objectivos (elencados no Art.3) entre os
quais ressalta o de defender o Estado de direito e o de zelar pela «função social,
dignidade e prestígio da profissão».
Arts.90 e 105 = Dever geral de urbanidade ou dever de correcção. É uma regra geral de
comportamento cívico – social. Para o advogado é também um dever específico em
relação a colegas, magistrados, funcionários, testemunhas e demais intervenientes
processuais.
Decorre de outros preceitos – Arts.83/2 e 107/a – e constitui o advogado na obrigação
de ser correcto para todos.
É reprovável o advogado que, às vezes para agradar ao seu cliente, invective as
testemunhas da parte contrária ou teça considerações desprimorosas para com o colega.
Arts.92 a 96 = Deveres para com o cliente. O advogado deve de estudar e tratar com
zelo a questão confiada; dar ao cliente uma opinião conscienciosa; prestar contas
honestas; guardar segredo profissional e recusar mandato em causa conexa ou noutra
em que defenda a parte contrária.
Deve utilizar todos os meios legítimos, usando o seu saber e experiência, para defender
os interesses do cliente mas sempre respeitando as normas legais e deontológicas. Deve,
ainda, dar ao seu constituinte todo o apoio moral e a sua solidariedade.
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questões justas e viáveis, quer a pedido do cliente, quer por nomeação oficiosa –
Art.85/2/f – e de não cessar o patrocínio sem motivo justificado – Art.95/1/e/2.
Art.69 = Dever de usar a toga. O seu uso é obrigatório para todos os advogados e
advogados estagiários quando pleiteiem oralmente. Não permite ao juiz impedir o
advogado de intervir sem ela numa audiência, dado tratar-se de matéria de carácter
deontológico e não processual.
Art.104 = Dever de não contactar com testemunhas. É uma proibição que também se
aplica aos advogados de empresas, ainda que certas informações necessárias para o
patrocínio da causa só possam ser dadas por pessoas que possam vir a ser testemunhas.
Sendo este o caso deve de ser outro a obter essas informações de modo a que não seja o
mesmo advogado a falar com a testemunha e a interrogá-la em Tribunal. Evitam-se
riscos e suspeitas.
Mediatização da Justiça
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Segredo Profissional
Deste modo:
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Art.87/4 = Casos excepcionais em que pode ser concedida a dispensa ou
desvinculação do segredo profissional
Art.76 a 78
Honorários
Este artigo estabelece os critérios de cálculo tendo como princípio geral que os
honorários «devem corresponder a uma compensação económica pelos serviços
efectivamente prestados».
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Critérios a atender na fixação de honorários – Art.100/3:
- Importância dos serviços prestados
- Dificuldade e urgência do assunto
- Grau de criatividade intelectual da sua prestação
- Resultado obtido
- Tempo dispendido
- Responsabilidades assumidas
- Demais usos profissionais
- Grau de criatividade = Não faz muito sentido. O advogado deve de ser sempre um
profissional competente – Art.53 – e deve «estudar com cuidado e tratar com zelo a
questão de que seja incumbido» - Art.95/1/b.
Estes critérios não são taxativos. O advogado deve de proceder conscientemente, com
moderação e especial sensibilidade, conjugando todos os factores, dando prevalência ao
tempo dispendido e não esquecer as posses do cliente.
Causas idênticas podem ter honorários diferentes.
Outro critério importante a ter em consideração é o valor da causa.
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Uma falta deontológica é a imoderação. Se houver queixa, o órgão competente –
Arts.54/a e 43/3/d - só pode exercer acção disciplinar após laudo desfavorável do
Conselho Superior – Art.43/3/e.
Laudo = Parecer técnico que pode ser solicitado pelo próprio advogado, pelos Tribunais
ou por quem tenha interesse legítimo na causa.
Trata-se da possibilidade dos honorários serem fixados por convenção ou ajuste prévio.
O contrato tem de ser reduzido a escrito.
Os honorários devem de corresponder a uma compensação económica adequada aos
serviços efectivamente prestados. Visa salvaguardar os interesses do cliente que
pretenda saber quais os encargos que terá de suportar.
Quota – Litis
Análise ao nº 3 do Art.101:
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Questões Práticas – Provisão e Conta de Honorários
Art.98 – Provisão = Permite ao advogado exigir «quantias por conta dos honorários ou
para pagamento de despesas». Se o pedido não for satisfeito pode renunciar a ocupar-se
do assunto ou recusar aceitá-lo.
É prática corrente e aconselhável pedir provisão para despesas e por conta de
honorários.
Pode-se solicitar no início e no decorrer da causa.
Art.110 = Admite o dolo e a negligência como forma de culpa. Contudo, basta a mera
culpa sem necessidade de intenção. Assim é possível aplicar as causas de exclusão da
culpa – Art.134 C.P
A punição disciplinar não impede a acção criminal ou vice-versa mas os dois processos
são independentes e a condenação num não implica, necessariamente, a condenação no
outro.
A responsabilidade disciplinar dos advogados resulta da violação concreta de um dever
estatutário e o poder punitivo pertence em exclusivo à Ordem.
Art.110 = Comete infracção disciplinar o advogado que, por acção ou omissão, violar
culposamente algum dos deveres previstos no Estatuto, nos regulamentos internos ou
demais disposições aplicáveis.
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Infracção disciplinar = Qualquer comportamento merecedor de censura ético –
jurídica sob o ponto de vista da dignidade da advocacia e do prestígio institucional da
Ordem – Arts.83; 3/d;86/a
Tramitação Processual
Art.483 C.C = De acordo com um princípio geral de equidade, aquele que, com dolo ou
mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer disposição legal que
proteja interesses alheios, fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos que daí
resultem.
Se um advogado faltar culposamente aos deveres que resultam da aceitação de
mandato, prejudicando moral ou patrimonialmente o seu constituinte, pode incorrer em
responsabilidade penal, disciplinar e civil.
Art.99 E.O.A e 37 do Decreto - Lei nº 229/2004.
Arts.789 e 487 C.C – ónus da prova
Arts.309 e 498 C.C - prescrição
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