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DICA 004 - DIREITO CONSTITUCIONAL PODERES – PODER EXECUTIVO

Meus afilhados, segue mais um rol de importantes dicas para vocês! Nas provas de

direito constitucional, tem sido presença freqüente a questão (ou, as questões) que

envolvem o importante tema PODERES (Legislativo; Executivo e Judiciário). E, sobre

o PODER EXECUTIVO, tema compreendido entre os arts. 76 a 91 da CRFB/88, quero

trazer algumas dicas importantes a vocês! Vejamos:

1) A PRIMEIRA DICA: Prestem atenção pois em quase todas as matérias federais,

cabe ao Congresso Nacional dispor sobre elas, aprovando as leis, e, por lógico,

dependendo de sanção presidencial, fortalecendo-se o sistema de equilíbrio entre os

Poderes, robustecendo o modelo de cheks and balances. Entretanto, em três situações

não será preciso a sanção do Presidente, e nas provas pode ser indagado quais são essas

matérias nas quais o Congresso atua sem necessidade de sanção presidencial. E são três,

a saber: a) matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional; b) matérias de

competência privativa da Câmara dos Deputados; c) matérias de competência privativa

do Senado Federal. Portanto, fiquem ligados para não esquecerem no dia da prova, caso

caia a questão: o Presidente deve sancionar todas as leis aprovadas no Congresso

Nacional em matéria federal; apesar, há matérias que são objeto de atuação exclusiva do

Congresso, o que se faz mediante expedição de Decreto Legislativo (art.49), bem como

há matérias de atuação privativa de cada uma das Casas Parlamentares (arts. 51 e 52), o

que se faz mediante expedição de Resoluções. Nessas atuações (decretos legislativos e

resoluções) é desnecessária a atuação para sanção (ou veto) do Presidente, o que apenas

é necessário quando se está diante da aprovação de projetos de lei. Portanto, o

Presidente deve sancionar as Leis que disciplinam matérias de competência da União,

salvo se forem matérias exclusivas do próprio Congresso, privativas da Câmara ou do

Senado! Vale a leitura do art. 48 da Magna Carta!

2) A SEGUNDA DICA é quanto às situações em que o Presidente da República e seu

Vice pretenderem se ausentar do país. Se essa ausência for de prazo superior a 15


(quinze) dias, precisarão ter a concessão de LICENÇA dada pelo CONGRESSO

NACIONAL. Nesses casos, caso se ausente sem a licença, pode sofrer como sanção a

própria perda do cargo. A contrario sensu, se essa ausência for por lapso temporal

menor ou igual a no máximo 15 dias, não será necessária a licença do Congresso. Vale a

leitura atenta do art. 83 da CRFB/88.

3) A TERCEIRA DICA que quero firmar com vocês é no sentido de lhes lembrar da

ordem sucessiva para se substituir o Presidente e seu Vice no exercício da Presidência,

em casos de impedimento de suas atuações ou vacância dos Cargos. Se eles estiverem

impossibilitados de atuar, qualquer que seja o motivo, o primeiro legitimado a assumir a

gestão é o Presidente da Câmara dos Deputados. Ou seja, convoca-se o Chefe da Casa

Popular. Sendo a Câmara dos Deputados a Instituição que representa o povo brasileiro,

ninguém melhor que seu expoente máximo (o Presidente) para atuar substituindo o

Presidente da República e seu Vice. Entretanto, se não for possível contar com o

Presidente da Câmara, convocar-se-á o outro grande líder do Congresso Nacional, líder da


outra Casa, o Presidente do Senado. Percebam que existe uma ordem sucessiva.

Como regra, quem substituirá o Presidente da República e seu Vice é o “Chefe da Casa

do Povo”, ou seja o Presidente da Câmara. Somente na sua impossibilidade é que será

chamado a suceder o Presidente do Senado. E, se por um inacreditável infortúnio,

também não for possível contar com ele, ainda assim a nossa Constituição dispôs de

norma regradora, determinando que o Presidente do STF assuma a função. Ou seja, se

diante da ausência dos Chefes do executivo, não for possível contar com o Legislativo,

personalizado nas pessoas dos Presidentes de cada uma de suas Casas, começando-se

pela do povo, busca-se socorro no último Poder remanescente, o Judiciário,

convocando-se o Presidente da Casa Máxima, o Supremo Tribunal Federal. Portanto,

fiquem atentos para essa ordem sucessiva, ok? Primeiro o Presidente da Câmara, depois

o do Senado e por fim o do STF. Vale a leitura do art.80, CRFB/88;

4) Vamos à QUARTA DICA. Questão conhecida é a que mistura o conteúdo

normativo dos arts. 84 e 85 da Constituição. O primeiro deles (art.84), fala sobre as


ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE da República, elencando matérias de sua

competência privativa, estampadas num imenso rol de 27 incisos!!! Já o art.85 cuida dos

CRIMES DE RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE, listados em apenas 7 incisos,

os quais elencam condutas atentatórias a certos bens jurídicos que não podem ser

agredidos. Em provas objetivas é comum se indagar o quê é “atribuição” e o quê é

“crime de responsabilidade”.

Sempre dou a seguinte dica aos alunos: prestem atenção no TEXTO, na forma como

a Constituição foi ESCRITA! Os setes crimes de Responsabilidade são descritos na

Constituição, nos incisos do art.85, como condutas com as quais o Presidente atenta

contra certos bens e valores; a palavra chave é A-T-E-N-T-A-R! E se vocês lerem com

atenção os 7 incisos do art.85, verão que após citar a palavra “atentar” no caput, em

nenhum momento o texto dos incisos é escrito com uso de verbo no imperativo, o que,

ao contrário, ocorre na descrição das atribuições do Presidente em todos os incisos do

art.84. Exemplifico: quando o art.84 lista em seus 27 incisos as atribuições do

Presidente, o legislador para citar essas matérias escreveu “nomear e exonerar...”,

“exercer...”, ou então “iniciar”, “sancionar”, “dispor”, “manter”, “decretar”, e alguns

outros verbos. Ou seja, na referência às atribuições do Presidente, são sempre condutas

elencadas com uso de um verbo. Já nos crimes de responsabilidade, o Constituinte não

adota a mesma técnica redacional. Confiram o texto do art.85:

“Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que

ATENTEM contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da

União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério

Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos

direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade

na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões

judiciais”.

Logo, qual é o macete? Se cair na prova, os sete crimes de responsabilidade são citados
como ato que ATENTE contra um dos 7 bens acima listados. Já se cair a realização de

uma conduta descrita com verbo no imperativo (que não seja ATENTAR!), será uma

atribuição do Presidente e não um crime de responsabilidade (Ex:nomear e exonerar os

Ministros de Estado; decretar a Intervenção Federal; conceder indultos e comutar penas;

etc);5) A QUINTA DICA vem atrelada a três atribuições do Presidente da República que

podem ser delegadas aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da República e ao

Advogado Geral da União. Das 27 atribuições do Presidente, listadas nos incisos do

art.84, três delas podem ser objeto de delegação, que são aquelas contidas nos incisos

VI, XII e primeira parte do XXV. A previsão consta no parágrafo único do art.84.

Sempre uso uma sigla para ajudar na memorização dessas 3 atribuições que podem ser

objeto de delegação aos Ministros, ao PGR e ao AGU, e a sigla é DISCONCEPRO.

Repito: DIS- CONCE-PRO. A sigla DISCONCEPRO surgiu da junção dos verbos

DISPOR, CONCEDER e PROVER. O inciso VI do art. 84 fala em dispor; o inciso XII

fala em conceder; e o inciso XXV, na primeira parte, fala em prover. E em nenhum dos

outros incisos se repetem esses verbos. Leiamos então essa parte que nos interessa do

art.84:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32,

de 2001)

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento

de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

(...)

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos

instituídos em lei;

(...)
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

(...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas

nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao ProcuradorGeral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados

nas respectivas delegações.

Logo, fiquem atentos! Se cair na prova a questão envolvendo as atribuições do

Presidente da República que podem ser delegadas aos Ministros de Estado, ao PGR e ao

AGU, não vacilem, a sigla é DISCONCEPRO! Repito a vc: DIS – CONCE – PRO!

6) A SEXTA DICA está ligada às infrações penais comuns e aos crimes de

responsabilidade praticados pelo Presidente da República. Quem pode autorizar que se

processe o Presidente? Autorizado o processo, quem é que de fato processa e julga?

Vamos pensar com bom senso. O Presidente é o Chefe Maior do Estado, Chefe do

Governo, eleito pelo povo, homem de confiança do povo. Entretanto, se há indícios de

traição ao povo, ninguém melhor do que o próprio povo para AUTORIZAR que se

processe o Presidente. E, aliás, ninguém que não o povo poderia autorizar um processo

contra seu Chefe Maior.E tem que ser o povo em maioria qualificadíssima, especial,

bem substancial. Portanto, CABE À CÂMARA DOS DEPUTADOS, COM NO

MÍNIMO DOIS TERÇOS DE SEUS MEMBROS (342 VOTOS), conceder a A-U-T-OR-I-Z-A-Ç-Ã-O


para que se possa processar o Presidente. Dada a autorização pela Casa

Popular, nada mais coerente do que “passar a bola” para a outra Casa Legiferante, o

SENADO, para que ele de fato processe e julgue os crimes de responsabilidade do

Presidente da República. Portanto, fique atento com essa dica: cabe à Câmara, com 2/3

pelo menos, AUTORIZAR que se processe o Presidente; mas, CABE AO SENADO PROCESSAR E
JULGAR O PRESIDENTE NOS CRIMES DE

RESPONSABILIDADE! Peço sua atenção especial aqui!

A-T-E-N-Ç-Ã-O: O Senado processará e julgará o Presidente nos crimes de

responsabilidade, após autorizado o processo na Câmara. Entretanto, caberá ao STF

processar e julgar o Presidente nas INFRAÇÕES PENAIS COMUNS. Ou seja, para se


processar o Presidente, sempre será necessária a autorização da Câmara. Mas, na hora

de processar e julgar, pode ser o SENADO ou o STF a Casa com atribuição para tal

executoriedade. Se estivermos falando de um dos 7 Crimes de Responsabilidade do

art.85, caberá ao SENADO. Já nas infrações penais comuns, caberá ao STF. Leiam os

arts.51,I, 52,I e 86 da CRFB/88.

OBS: aproveito para enfatizar que o SENADO cumpre a missão de atuar na função que,

a priori seria mais afeiçoada ao Poder Judiciário, de processar e julgar nos crimes de

responsabilidade, não apenas o Presidente, mas também outras autoridades destacadas.

Logo, se cair na sua prova, todas essas autoridades que citarei a seguir, caso pratiquem

crimes de responsabilidade, serão processadas e julgadas peLo SENADO; são elas:

Presidente; Vice-Presidente; Ministros de Estado; Comandantes da Marinha, Exército e

Aeronáutica; Ministros do STF; Membros do CNJ e CONAMP; o PGR e o AGU.

Portanto, fique atento! Caiu na prova a legitimação para processar e julgar essas pessoas

por crime de responsabilidade, o gabarito vai dar SENADO! Vale a leitura do art. 51, I,

art. 52, I e II e art. 86, todos da CRFB/88.

7) A SÉTIMA DICA está ligada ao curso do processo contra o Presidente e alguns

efeitos especiais que decorrem dele. Fiquem atentos, pois durante o Processo o

Presidente ficará SUSPENSO DE SUAS FUNÇÕES. O afastamento ocorre após

recebida a denúncia ou queixa crime pelo STF (nas Infrações Penais Comuns) e após

instaurado o processo no SENADO (nos Crimes de Responsabilidade). Entretanto,

fiquem muito atentos, pois o AFASTAMENTO SÓ DURARÁ 180 DIAS. Passados 180

dias e não concluso o julgamento, cessa o afastamento do Presidente, sem prejuízo da

continuidade do processo. Vale a pena a leitura do art.86 da Carta.

8) A OITAVA DICA, super importante, é relativa ao processo contra o Presidente

por infrações penais comuns. Nesses processos, o Presidente não pode ser preso

enquanto não sobrevier sentença condenatória. Logo, fiquem atentos pois não basta

estar autorizado o processo, nem mesmo iniciado. É fundamental a sentença


condenatória pronunciada para que se possa decretar a prisão do Presidente!

9) A NONA DICA, também merecedora de enorme atenção, é a que reporta ao último

parágrafo do art.84, o parágrafo quarto. Informação coerente dada pelo constituinte e

fundamental nos limites da aplicação da norma. O Presidente só pode ser

responsabilizado durante o seu mandado por ato conexos ao exercício das suas funções.

Ou seja, não se pode pretender imputar responsabilidade ao Presidente em decorrência

de condutas que não tenham ligação intrínseca com o exercício de suas funções.

10) A DÉCIMA e última DICA, remete aos arts.87 a 91, que cuidam dos Ministros

de Estado, do Conselho da República e do Conselho da Defesa Nacional. Para ser

Ministro de Estado é necessário ter pelo menos 21 anos bem como está no exercício dos
direitos políticos. Quanto aos dois Conselhos, o de Defesa Nacional e o da República,

fiquem atentos nos seguintes detalhes:

a) ambos os Conselhos são Órgãos de Consulta do Presidente da República; ambos

são Órgãos do Executivo que atual com papel consultivo. Entretanto, o constituinte

afirma (art.89) que o Conselho da República é o Órgão SUPERIOR de consulta do

Presidente! Portanto, ambos são órgãos de consulta do Presidente, mas apenas o

Conselho da República é afirmado como o Órgão Superior.

b) Quanto ao Conselho de Defesa Nacional – CDN, atenção na própria palavra D-E-FE-S-A,


pois ela já serve para indicar os assuntos sobre os quais o Presidente busca a

Consultoria desse Órgão. Afirma o caput do art.91 que o Presidente consultará o CDN

nos assuntos relacionados com a SOBERANIA NACIONAL e com a DEFESA DO

ESTADO DEMOCRÁTICO; atenção a essas duas matérias relacionadas ao CDN!

c) Quanto à composição dos dois Conselhos, o CR e o CDN, há quatro membros que

integram os dois Órgãos, a saber: Ministro da Justiça, Presidente da Câmara, Presidente

do Senado e Vice-Presidente da República. Essas quatro autoridades fazem parte dos

dois Conselhos, e apenas esses quatro integram os dois Órgãos. A pegadinha em prova

pode ser a respeito de quem são os outros membros de cada um dos dois Conselhos. No

CDN, participam os Comandantes das Forças Armadas (Marinha, Exército e


Aeronáutica), além de mais três Ministros, quais sejam, o Ministro da DEFESA, o

Ministro do PLANEJAMENTO, e por fim o Ministro das Relações Exteriores. Por

outro lado, participam exclusivamente do CR os Líderes da Maioria e da Minoria do

SENADO e da CÂMARA DOS DEPUTADOS. O que sempre me ajudou a memorizar

essa composição foi o seguinte raciocínio: ora, no Conselho de DEFESA Nacional é

que tem que estar os Comandantes das Forças Armadas, bem como, o Ministro da

DEFESA; e se aqui estará o Ministro da Defesa, aqui entrarão todos os demais

Ministros. Logo, aprendi a raciocinar que no CND entrariam os Comandantes e os

demais Ministros; já para o Conselho da República sobrariam os líderes das maiorias e

minorias nas duas Casas do Congresso, a Câmara e o Senado, o que, inclusive, faria

sentido para fortalecer a noção de REPÚBLICA, ou “Res Pública”, quer dizer, coisa do

povo!

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