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Dos Crimes

Contra a
Assistência
Familiar

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UNICEUB- Centro Universitário De Brasília.

Professor: Henri

Matéria: Direito penal

Alunos:

• Drielle G. De Castro

• Gustavo Felipe Reis Pereira

• Joyce Silvino Rocha Oliveira

• Kinhône Rodrigues Ferreira

• Nathália Batista Cardoso

• Ruth Miranda

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Índice Página

1. Abandono material (art. 244


CP)------------------------------------------------- 04

2. Entrega de filho menor a pessoa inidônea (art. 245


CP)------------------- 05

3. Abandono de Intelectual (art. 246


CP)------------------------------------------ 06

4. Abandono moral (art. 247 CP)


--------------------------------------------------- 08

5. Casos
Práticos------------------------------------------------------------------------ 09

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Abandono material (art. 244 CP)

Art. 244 – "Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge


ou de filho menor de 18(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de
ascendente inválido ou maior de 60(sessenta) anos, não lhes
proporcionando os recursos necessários ou faltando o pagamento de
pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada, deixar,
sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente gravemente
enfermo. Pena- detenção de 1 (um) a 4(quatro) anos e multa de 1(um) a
10(dez) vezes o maior salário mínimo vigente no pais.

SUJEITO ATIVO: Na primeira e na segunda figura, pode ser o cônjuge, o pai


ou a mãe, o descendente ou o devedor da pensão; na terceira, pode ser o
ascendente ou o descendente.

SUJEITO PASSIVO: Pode ser na ordem inversa, o cônjuge, o filho, o


ascendente ou o credor de alimentos. Secundariamente o Estado, interessado
na proteção á família.

OBJETO JURÍDICO:

É a proteção dispensada pelo Estado á família.

OBJETO MATERIAL: É a renda, pensão ou outro auxílio.

ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:

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Deixar de prover subsistência de cônjuge, filho ou ascendente, não lhes
proporcionando recursos necessários. A conduta é mista, pois a simples falta
de provisão não significa o desamparo, uma vez que podem as pessoas ter
recursos para manter o sustento.

Deixar de prover á subsistência de pessoa credora de alimentos, faltando ao


pagamento de pensão alimentícia, desde que judicialmente acordada. Há uma
presunção de que, se foi fixada pensão alimentícia, é porque a pessoa dela
necessita, de modo que, não havendo o pagamento, há falta de provisão á
subsistência;

Deixar de socorrer parente enfermo. Assim as duas primeiras são alternativas,


implicando num só delito. A terceira é autônoma; se praticada juntamente com
uma das duas anteriores, provoca dupla punição. Para a configuração do
crime, torna-se imprescindível que a vítima, fique realmente, ao desamparo,
uma vez que a assistência for prestada por outro familiar ou amigo, não há
preenchimento do tipo penal. E a pena é de detenção, de um a quatro anos, e
multa, de uma a dez vezes maior salário mínimo vigente no país. Nas mesmas
penas incorre quem, sendo solvente, frustra (engana) ou elide (suprime ou
elimina) que é o verbo ideal para a conduta típica, de qualquer forma, inclusive
por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.

ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO ESPECÍFICO:

Não há.

ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME:

È o dolo.

CLASSIFICAÇÃO:

Crime próprio; formal; de forma livre; omissivo, permanente, unissubjetivo;


unissubsistente.

TENTATIVA:

Não é admissível.

MOMENTO CONSUMATIVO:

Quando ocorrer a omissão no amparo devido.

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Entrega de filho menor a pessoa inidônea (art. 245 CP)

****Aqui falta receber a parte da Drielle que até agora não


recebi****

Abandono de Intelectual (art.246 CP)

Art. 246 – "Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de


filho em idade escolar: Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês,
ou multa."

O direito à educação é garantido em diversos artigos da Constituição Federal


como determina o caput do art. 227 da CF/88:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e


ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, a profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.

O crime de abandono material, portanto, se configura quando os pais, sem


justa causa, deixam de prover à instrução fundamental (primeiro grau) aos
filhos em idade escolar.

Para o crime em questão, têm-se os seguintes desenvolvimentos:

BEM JURÍDICO PROTEGIDO: o direito dos filhos de terem acesso a uma


formação intelectual mínima (ensino fundamental, ou seja, primeiro grau).

SUJEITO ATIVO: somente os pais. O menor, até os dezoito anos, está sob o
pátrio poder, que é exercido pelos pais, em condições de igualdade (CF/88). Se

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o menor não tem pais, ou caso estes tenham perdido o pátrio poder, que
deverá zelar pela sua educação é o tutor. O tutor, então, teria o dever de
mandar o menor à escola. No entanto, o legislador penal não considerou o tutor
como sujeito ativo deste crime (só há previsão legal quanto aos pais). Não há
como encaixar o tutor como sujeito ativo deste crime, devido ao princípio da
legalidade (art. 1º do CP), segundo o qual não é possível a interpretação
extensiva ou analógica em se tratando de norma penal incriminadora. O
ascendente deve prover a instrução fundamental, ainda que o filho não esteja
em sua companhia; se os pais são separados, e o filho mora com a mãe, e
esta não o manda à escola, ela estará praticando o crime de abandono
material, mas se o pai, que sabe da situação e nada faz, também estará
praticando este crime, porque ele continua no exercício do pátrio poder. O pai,
neste caso, pode atravessar uma petição ao juiz da vara de família dizendo que
seu filho está em idade escolar e não está indo à escola e pedindo que a mãe
dele, que tem a guarda, o mande à escola ou dê a sua guarda para ele. Se o
pai se omite, ele responderá também pelo crime.

SUJEITO PASSIVO: filhos em idade escolar. A idade escolar é dos 7 aos 14


anos. Para se chegar à conclusão de que o ensino fundamental compreende a
educação de primeiro grau, e que a idade escolar vai dos 7 aos 14 anos, deve-
se recorrer à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96). O seu art. 6º
determina que os pais devam prover a matrícula obrigatória dos filhos menores
a partir dos 7(sete) anos, no ensino fundamental obrigatório, que tem a duração
mínima de oito anos. Portanto, a criança, iniciando os estudos aos 7 anos, e
estudando durante oito anos, terminará o ensino fundamental aos 14 anos.

ANÁLISE DA CONDUTA DO CRIME DE ABANDONO INTELECTUAL

O tipo penal fala em "deixar de prover". Este crime é praticado por omissão, e
só pode ser praticado pelos pais: é um crime omissivo próprio. O sujeito ativo
se omite, deixando de praticar a conduta que ele tem que praticar. Este crime
se realiza por um comportamento negativo: o sujeito ativo deixa de fazer aquilo
que ele tem obrigação de fazer.

Este crime se consuma no instante em que começa o ano letivo, e o filho não
foi matriculado.

O tipo penal fala em "sem justa causa". Trata-se de elemento normativo do tipo
(exige um juízo de valor). Sendo a causa justa, o crime não existirá pois faltará
uma das suas elementares ("sem justa causa"). Se o pai não matricula o filho
porque não existe escola no local, a causa é justa. Se o pai não matricula
porque não há vaga, a causa é justa. Nestes casos, quem falhou foi o Estado,
e não o pai.

Uma vez que se trata de crime omissivo próprio não admite tentativa

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Abandono moral (art. 247 CP)

Art.247- “Permitir alguém que menor de 18(dezoito) anos, sujeito a seu


poder ou confiado à sua guarda ou vigilância”:

I- freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou


de má-vida;

II- freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou


participe de representação de igual natureza;

III- resida ou trabalhe em casa de prostituição:

IV- mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração publica;

Pena- detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

SUJEITO ATIVO: O pai, a mãe ou qualquer outra pessoa que tenha poder
sobre o menor, como o tutor ou o guardião.

SUJEITO PASSIVO: É menor de 18 anos.

OBJETO JURIDICO: É educação moral do menor

OBJETO MATERIAL: O menor.

ELEMENTOS OBJETIVOS DO CRIME: Permitir (dar liberdade ou licença), de


forma expressa ou implícita, que o menor de 18 anos, sujeito ao seu poder ou
confiado à sua guarda ou vigilância: a) freqüente (visite reiteradamente) casa
de jogo ou mal afamada; b) conviva (viva em contato íntimo) com pessoa

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viciosa ou de má vida; c) freqüente espetáculo ofensivo à moral; participe (tome
parte) de representação dessa natureza; e) resida (more ou viva) ou trabalhe
(ocupe-se de alguma atividade ) em casa de prostituição; mendigue (peça
esmola ou amparo) ou sirva a mendigo (trabalhe para pedinte).

ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME: É o dolo.

CLASSIFICAÇÃO: Próprio; formal; comissivo unissubsistente ou


plurissubsistente, conforme o caso.

TENTATIVA: Não é admissível na forma unissubsistente.

MOMENTO CONSUMATIVO: Quando, após a permissão, ocorrer a freqüência


(conduta habitual), a residência, o trabalho ou a mendicância.

Dos crimes contra a assistência família.

CASOS PRÁTICOS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DF E TERRITÓRIOS

1) APELAÇÃO CÍVEL N. 372/99 - RELATOR DES. ROMEU GONZAGA NEIVA


- JULGADO EM 21/06/1999

CIVIL – ADOÇÃO – CONSEQUENTE PERDA DO “PÁTRIO PODER” – BEM-


ESTAR DO MENOR.

“É de ser deferido o pedido de adoção, com o decreto de perda do “Pátrio


Poder”, se a mãe biológica incorreu em maus tratos, seguidos de abandono
material da criança” (APE 23.496, Rel. Des.ª Ana Maria Duarte Amarante).

Apelação a que se nega provimento. Unânime.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

2) RECURSO CRIME N. 71002554426 – RELATOR DES. LAÍS ETHEL


CORRÊA PIAS – JULGADO EM 10/05/2010

ABANDONO INTELECTUAL. ARTIGO 246, DO CÓDIGO PENAL. SENTENÇA


ABSOLUTÓRIA MANTIDA. Ausente elemento subjetivo do tipo penal, qual
seja, o dolo em deixar, sem justa causa, de prover a instrução do filho, sem o
que não se concretiza a conduta incriminada. NEGARAM PROVIMENTO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

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3) APELAÇÃO CRIMINAL N° 990.09.158410-0 – RELATOR PAULO ROSSI –
JULGADO EM 13/01/2010.

APELAÇÃO CRIMINAL – ABANDONO MATERIAL - ABSOLVIÇÃO -


EXIGIGÊNCIA DO DOLO – ÔNUS DE PROVÁ-LO. O delito de abandono
material só se caracteriza se o agente, possuindo recursos para prover a
subsistência da família, deixa de fazê-lo por livre e espontânea vontade. Pune-
se o comportamento egoístico daquele que, tendo condições, abandona os
seus familiares. Exige-se o dolo. E, tendo em vista o disposto no art. H6 do
Código de Processo Penal, caberia à Acusação demonstrar (pie a recusa era
injustificada, (pie existiria o dolo na negativa dos alimentos.

Dado provimento ao recurso.

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