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Mayara Raysa Ferreira de Messias

RESUMO DE DIREITO EMPRESARIAL


Mayara Ferreira

#TIPOS DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA#

*SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

Tipo societário regulado pelos artigos 1.039 a 1.044 do CC/2002.

Sociedade constituída por contrato escrito, público ou


particular; cujas cláusulas essenciais estão discriminadas no
art.997 do CC/2002. Sua principal característica é a
responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios (todos
pessoas físicas) pelos débitos contraídos pela sociedade (claro que
após exaurido o patrimônio social, posto ser subsidiária).

*Com tamanho risco assumido pelo empreendedor esse


tipo social poderia cair no atual desuso, tanto que a
quantidade dessas empresas registradas nas Juntas
Comerciais é ínfima.

*SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES

Tipo societário regulado pelos artigos 1.045 a 1.051 do CC/2002.

As normas para a sua constituição são similares às da sociedade


de nome coletivo.

Caracteriza-se pela existência de duas categorias de sócios; uns


chamados de comanditados, obrigam-se como sócios ilimitada
e solidariamente responsáveis perante terceiros, depois de
esgotado o patrimônio social (subsidiária). Esses sócios assumem a
administração e a direção da empresa.

Os outros, comanditários, são simples prestadores de capitais,


respondendo tão somente pelo valor de sua quota. Não possuem
qualquer ingerência na administração da sociedade (sob a pena de
assumirem responsabilidade de sócio comanditado), salvo a
faculdade de tomar parte nas deliberações, ou de fiscalizar as
operações da empresa.

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*Da mesma maneira que as sociedades em nome


coletivo, essas também estão em desuso, uma vez que
poucas pessoas se aventurariam em ser sócios
comanditados.

Quanto à natureza, valem os mesmos comentário concernentes à


sociedade em nome coletivo, lembrando que a administração deve
ficar a cargo de comanditado que goze de plena capacidade covil,
sem restrições decorrentes de impedimentos.

*SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES

Tipo societário cuja existência legal está prevista nos artigos


1.090 a 1.092 do CC/2002. Não obstante, é regida pela mesma lei
das sociedades anônimas, mas com algumas diferenças.

A comandita por ações é constituída a partir de um estatuto,


não por contrato, daí seu caráter institucional.

A responsabilidade dos sócios é similar à dos acionistas das


sociedades anônimas, ou seja, pelas ações por ele subscritas.
Entretanto, aquele sócio que desempenhar função de
gerência ou administração da sociedade ficará solidária e
ilimitadamente responsável, de forma subsidiária, pelas
dívidas sociais. Nas anônimas, isso só pode acontecer em
situações muito especiais.

Ademais, aplicam-se as regras das sociedades anônimas, podendo


ser abertas ou fechadas, conforme lancem títulos no mercado de
valores imobiliários. São organizadas com Assembléias Gerais,
Conselho de Administração, Diretoria e Conselho Fiscal.

*SOCIEDADE LIMITADA

É tipo societário regulado pelos artigos 1.052 a 1087 do CC/2002.

Constitui-se por contrato, público ou particular, cujas


cláusulas essenciais são, o que forem compatíveis, as mesmas do art.
997.

Com relação à natureza, a limitada pode ser considerada de


pessoas (importa em conceder importância maior às qualidade
individuais dos sócios) ou de capital (não deve haver qualquer

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interferência na qualificação pessoal do candidato a sócio, pois o que


importa é a sua contribuição social) vai depender do que estipular o
contrato.

Na limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao


valor da suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela
integralização do capital social.
Na limitada há menor complexidade e a responsabilidade é limitada.

As sociedades limitadas são contratuais, pois nascem a partir de


um contrato celebrado entre seus sócios.

Esse acordo, por muitos autores denominado de contrato


plurilateral, por reunir pessoas em coincidência de objetivos, já
que se propõe a organização, deve obedecer a certos requisitos de
validade, que poderão ser reunidos em dois grupos.

QUADRO RESUMO

REQUISITOS 1-Capacidade das O não-cumprimento


DO partes provoca a nulidade
PRIMEIRO 2-Objeto lícito e do contrato.
GRUPO possível
3-Forma prescrita
em lei
REQUISITOS 1-Contribuição de O não cumprimento
DO todos os sócios para provoca a ineficácia
SEGUNDO o capital social. da cláusula
GRUPO 2-Participação de contratual.
todos no resultado
social.
1-Affectio societatis A ausência gera a
PRESSUPOSTOS 2-Pluralidade de dissolução da
sócios sociedade

*Deveres dos sócios

Quando duas ou mais pessoas resolvem contratar a formação de


uma sociedade limitada, deverão ter em mente a quantia inicial
necessária ao início das operações da empresa. Esse valor, fixado no

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contrato social, será alienado aos sócios, e terá o nome de capital


social subscrito.

O sócio que não cumpre esse dever é considerado remisso e se


torna passível de uma ação de integralização de suas quotas,
promovida pela sociedade, que é credora daquela parcela não
realizada do capital social. Esse pode ser considerado como o
principal compromisso que os subscritores do capital social
assumem frente à sociedade.

*Responsabilidade dos sócios

As sociedades limitadas gozam da preferência absoluta dos


empreendedores brasileiros. Não é à toa que mais de 90% das
empresas registradas pelas Juntas Comerciais espalhadas pelo país
são desse tipo. Isso se deve principalmente à maneira pela qual os
sócios se responsabilizam pelas obrigações sociais.

De fato, reza o artigo 1.052 do CC/2002 que a responsabilidade


de cada sócio é ilimitada ao valor das quotas por ele subscritas,
mas todos respondem solidariamente pela integralização do
capital social.

*Direitos dos sócios

-Participação no resultado social;


-Faculdade de decidir os destinos da empresa deliberando (seja
na Assembléia-obrigatória para as limitadas
com número de sócios superior a dez - ou na Reunião de Sócios
-facultativa para as limitadas com até dez sócios), as questões de
interesse social;
-Fiscalização dos negócios;
-Direito de recesso.

*Órgãos da limitada

-Assembleia de Sócios
-Conselho de Administração
-Diretoria
-Conselho Fiscal

*SOCIEDADES ANÔNIMAS

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Tipo societário regulado pela Lei nº 6.404/76, alterada pela lei


nº 10.303/2001.

Caracteriza-se por apresentar seu capital dividido em partes de,


em regra, igual valor nominal, denominadas ações.

Constituem-se a partir de um estatuto, sendo por isso


consideradas institucionais.

A impessoalidade dos sócios própria desse tipo social, pois o mas


importante é o capital , não as qualidades pessoais dos acionistas.
Daí ser desnecessário alterar-se o estatuto social a cada ingresso ou
exclusão e sócio. São, por isso, sociedades de capital, não sendo
possível impor barreiras ao ingresso de novos sócios.

O objeto está definido em seu estatuto, podendo ser qualquer um,


desde que acompanhada de uma das expressões companhia ou
sociedade anônima, por extenso ou abreviadas.

A S/A sempre terá início a partir de um documento escrito, que


pode ser uma escritura pública lavrada em cartório, ou mesmo a ata
da assembleia da constituição.

Entretanto, quando falamos da aquisição ou subscrição do capital


social, esse pode se dar de duas maneiras:

*POR SUBSCRIÇÃO PARTICULAR- quando a totalidade do


capital social inicial é comprada apenas pelos fundadores;
*POR SUBSCRIÇÃO PÚBLICA- quando acontece a oferta das
ações ao público.

Em decorrência da modalidade de subscrição do capital social,


sendo alienado apenas aos fundadores, ou com a participação de
outros investidores, a sociedade nasce:

*DE CAPITAL FECHADO- com o capital social inteiramente


nas mãos dos fundadores; as ações não são emitidas para venda ao
público, sua integralização será feita em círculo fechado, em geral
familiares.
OBS.: HOJE, NÃO EXISTE MAIS DEVIDO À
GLOBALIZAÇÃO.

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*DE CAPITAL ABERTO- com a oferta pública das ações. A


ação é vendida pela bolsa de valores-é a origem da venda das ações,
daí vai circular de mão em mão.

*DE ECONOMIA MISTA- pessoas jurídicas de direito privado,


cujo capital é formado parte oriundo do Estado, constituindo sua
maioria, e parte por subscrição popular. Ex.: Banco do Brasil, Caixa
Econômica Federal, Petrobrás, etc..

Ao classificar as companhias entre abertas ou fechadas, o


artigo 4º da Lei das S/A estabelece que as primeiras são as que têm
seus valores mobiliários, como ações, debêntures (são títulos
igualmente emitidos pelas sociedades anônimas, cajá propriedade
confere direito de crédito contra a companhia) e bônus de
subscrição, admitidos no mercado de valores mobiliários,
enquanto fechadas, ainda que emitam esses títulos, não usufruem da
mesma oportunidade, ficando adstritas a contatos pessoais com os
compradores (a qualquer tempo a S/A pode passar de uma a outra
categoria).

Pela Lei n° 6385/1976 foi criada a Comissão de Valores


Mobiliários (CVM) cuja função é, entre outras, a de fiscalizar a
emissão e valores mobiliários no mercado como ações, debêntures e
bônus de subscrição e que, obrigatoriamente a S/A aberta deve ser
registrada.

A CVM é constituída por quatro diretores e um presidente,


nomeados pelo Presidente da República depois de aprovados pelo
Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida
competência da matéria.

A Lei 6.404/76 previu ainda a necessidade de a S/A obedecer aos


seguintes requisitos para correta constituição:
*Pluralidade de pessoas
*Realização de 10%, o mínimo, do capital social
*Depósito bancário
*Arquivamento do ato constitutivo

*Responsabilidade dos acionistas

A responsabilidade dos acionistas é limitada ao preço de


emissão das ações subscritas. Uma vez pago, junto à companhia, o
preço de emissão das ações adquiridas, ficam isentos de responder
perante terceiros pelas obrigações assumidas em nome da pessoa

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jurídica, mesmo se o seu ativo for insuficiente para saldar todas as


dívidas.

*Direito dos acionistas

Os acionistas gozam de direitos atribuídos pela lei ou, mesmo,


pelo estatuto. São prerrogativas do tipo: fiscalizar a gestão dos
negócios, votar nas deliberações as assembleia, colher dividendos
proporcionais ao capital investido etc.

*Órgãos da companhia

-Assembleia geral
-Conselho de administração
-Diretora
-Conselho fiscal

*MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Considera-se:

I- micro empresa a pessoa jurídica e a firma mercantil


individual que tiver receita bruta anual igual ou inferior a
R$-240.000,00.
II- empresa de pequeno porte a pessoa jurídica e a firma
mercantil individual que, não enquadrada como
microempresa, tiver receita bruta anual superior a R$-
240.000,00 e igual ou inferior a R$-2.400.000,00.

Os valores determinados para que a empresa seja considerada


de pequeno porte ou microempresa serão atualizados com base
na variação acumulada pelo IGP-DI (FGV-inflação) - Índice
Geral de Preços-Disponibilidade Interna- ou por índice oficial que
vier substituí-lo.

*REVERSÃO

A microempresa ou pequena empresa de pequeno porte


perderão essa condição quando ocorrer excesso de receita bruta

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durante dois anos consecutivos ou em três anos alternados em


período de cinco anos.

Deste modo, a microempresa poderá passar à condição de


empresa de pequeno porte, enquanto a empresa de pequeno porte
poderá ser excluída desse regime ou então adquira a condição de
microempresa.

A causa determinante é a variação da receita bruta anual.

*EMPRESAS HOLDING

São empresas criadas sob forma de uma sociedade por cotas de


responsabilidade limitada ou sociedade anônima que se associam a
outras empresas, seja como acionista (S/A) ou cotista (LTDA), com a
finalidade de controlá-las.

A empresa holding constitui-se então em uma controladora que


respeita as características de cada grupo, administrando-as.

Podem ser:

Puras: quando são exclusivamente cotistas ou acionistas.

Mistas: quando contribuem, participam de outras empresas do


grupo e estendem sua exploração a outras atividades do comércio,
indústrias e serviços.

Exemplo:

HOLDING
NEOENERGIA

Celpe Cosern
Coelba Coelce

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QUESTÕES OAB-CESPE

01.(01/2009) Com base na disciplina jurídica sãs


sociedades anônimas, julgue os seguintes itens.

I-As sociedades por ações podem ser classificadas em abetas ou


fechadas, considerando-se a participação do Estado em seu capital
social.
II- A Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em
regime especial vinculada ao Ministério da Fazenda, é responsável
pela emissão de ações em mercado primário.
III-Ações preferenciais são aquelas que conferem ao seu titular uma
vantagem na distribuição dos lucros sociais entre os acionistas e
podem, exatamente por isso, ter limitado ou suprimido o direito de
voto.
IV-As ações, as debêntures, os bônus de subscrição e as partes
beneficiárias, entre ouras, são espécies de valores mobiliários
emitidos pelas companhias para a captação de recursos.
V- O valor nominal da ação é alcançado com a sua venda no meio
ambiente de bolsa de valores.

Estão certos apenas os itens

(A) IeV
(B) II e III
(C) III e IV
(D) I, II, IV e V

O2. (03/2008) Com relação às regras que disciplinam a


situação do sócio-quotista da sociedade limitada, assinale
a opção correta.

(A)As quotas representam a necessária divisão do capital social em


partes iguais, sendo as deliberações consideradas de acordo com o
número da quota de cada sócio.
(B) As quotas podem ser integralizadas pelos sócios por valores
representados em dinheiro, bens ou prestação de serviços,
respondendo solidariamente todos os sócios pela exata estimação
dessas contribuições.

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(C) As quotas são bens de livre disposição do sócio, que poderá


vendê-las a outro sócio ou a terceiro, independentemente da
anuência dos demais sócios.
(D) A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas quotas,
mas todos respondem pela integralização do capital social.

03. (03/2007) As sociedades anônimas

(A) podem ser simples ou empresárias, conforme o objeto social.


(B) estão proibidas por lei de receberem nome de pessoas físicas em
sua denominação.
(C) são sociedades de capitais, sendo irrelevantes as características
pessoais de seus acionistas.
(D) devem ser constituídas por, no mínimo, sete acionistas.

04. (03/2006) Se todas as cotas de uma sociedade limitada


forem adquiridas por um único sócio, essa sociedade

(A) dissolve-se imediatamente.


(B) extingue-se de pleno direito, pois a legislação brasileira não
admite a figura da sociedade unipessoal.
(C) pode subsistir sem a pluralidade de sócio por ate 180 dias.
(D) automaticamente transforma-se em firma individual.

05. (OAB/SP 111º) São órgãos das companhias:

(A) a Presidência, a Diretoria, a Gerência e o Conselho de


Representação.
(B) a Presidência, a Gerência, o Conselho Fiscal e o Conselho
Diretor.
(C) a Assembleia Geral, a Presidência, o Conselho Diretor e a
Gerência Administrativa.
(D) a Assembleia Geral, o Conselho de Administração, o Conselho
Fiscal e a Diretoria.

06. (OAB/SP 113º) Nas sociedades em nome coletivo:

(A) podem participar da firma social nome de pessoas que não sejam
sócios comerciantes.

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(B) não podem participar da firma social nomes de pessoas que não
sejam sócios comerciantes.
(C) não podem participar da firma social nomes de pessoas que
sejam sócios comerciantes.
(D) podem participar da firma social nome de pessoas que não sejam
sócios comerciantes.

07. (OAB/SP 113º) Na sociedade por cotas de sociedade


limitada, o sócio pode vir a responder pessoalmente pelas
dívidas comerciais se o capital:

(A) estiver totalmente integralizado, ainda que a sociedade não


tenha sua falência decretada.
(B) não estiver totalmente integralizado, ainda que a sociedade não
tenha sua falência decretada.
(C) estiver totalmente integralizado e a sociedade tenha a sua
falência decretada.
(D) não estiver totalmente integralizado e a sociedade tenha sua
falência decretada.

08. (OAB/SP 114º) A administração da companhia


competirá, conforme dispuser o estatuto:

(A) ao Conselho de Administração, ou somente à Diretoria.


(B) somente ao Conselho de Administração.
(C) aos Gerentes e à Diretoria.
(D) aos Gerentes, aos Procuradores e ao Conselho de Administração.

Bibliografia:

PIMENTEL, Carlos Barbosa. Direito Comercial. Rio de Janeiro:


Impetus, 2003.

ROCHA, Marcelo Hugo. Exame de Ordem Nacional: questões


comentadas. 2. ed. São Paulo:Método,2009.

VÁRIOS AUTORES. Exames de OAB: 1ª fase. 2. ed. São Paulo:


DPJ, 2007.

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