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Resumo:
O modo de produção capitalista tem no espaço urbano uma das suas condições de
reprodução. O modelo atual de desenvolvimento capitalista se constitui a partir da
globalização, da acumulação flexível e da ideologia neoliberal. Sobre tais bases as
cidades assumem novos papéis, satisfatórios à acumulação de riquezas, concomitante ao
acirramento das desigualdades socioespaciais. Logo, busca-se neste artigo contribuir
para a reflexão sobre esses processos. Para isso, analisaremos a repercussão do modelo
de acumulação flexível e dos processos globais sobre o espaço urbano, para em seguida
analisarmos suas implicações na Capital federal, Brasília, e sobre o mercado de trabalho
e mão-de-obra local. Para viabilizar a análise, adota-se as seguintes etapas: revisão
teórico-conceitual, desenvolvida a partir de autores que discutem a questão urbana no
âmbito da globalização e da reestruturação do capitalismo e; análise bibliográfica e de
dados secundários sobre a cidade estudada.
Introdução
1
Adota-se a definição de Brasília, enquanto “o somatório do centro da cidade, o Plano Piloto, com os
demais núcleos, originariamente denominados de ‘cidades-satélites’, considerando-se a capital federal
como uma ‘cidade polinucleada’” (PAVIANI, 2003, p. 31).
2
Brasília assume um papel metropolitano, englobando o “Entorno”, que constitui-se de municípios de
Goiás e Minas Gerais limítrofes à capital e com forte dependência de suas atividades econômicas e infra-
estrutura urbana.
Como no Distrito Federal, o Estado não só detém a terra urbana como também a
decisão de ofertar novas áreas para ocupação, observa-se então a importância que o
poder público vem assumindo para “reorientar o processo de produção do espaço,
articulado com as necessidades de promoção econômica da cidade” (PENNA, 2006, p.
10).
Nessa linha de atuação, observa-se que o mercado imobiliário tem sido a grande
sensação na economia local, atraindo investimentos de empresas de grande porte, vinda
de outros estados, orientados para a ampliação de núcleos habitacionais para as classes
média e alta, e para a expansão do setor hoteleiro.3
No entanto, as contradições socioespaciais tendem a se acentuar na capital,
tendo em vista que os novos empreendimentos tendem a se concentrar no centro, que
oferece condições socioespaciais favoráveis à acumulação. Apesar da estrutura urbana
do Distrito Federal ser caracterizada como polinucleada, o Plano Piloto sempre
concentrou a economia.
O surgimento de uma área de confluência formada pelas RA’s de Taguatinga,
Ceilândia e Samambaia é uma alternativa de crescimento para a cidade e tende a reduzir
a dependência das atividades econômicas e de geração de empregos do Plano Piloto. No
entanto, por falta de políticas econômicas e sociais por parte do poder público, esse
subcentro tem permanecido periférico sem conseguir expandir as oportunidades de
desenvolvimento das atividades econômicas e sociais.
Logo, as desigualdades socioespaciais existentes em Brasília tendem a se
manter, considerando-se que os novos empreendimentos estão se concentrando em seu
centro, como já mencionado. Outro aspecto negativo é que os ganhos econômicos
desses empreendimentos não apresentam uma contrapartida amplamente satisfatória
para a sociedade, mas sim contribuem para a manutenção das mazelas sociais existentes
na cidade.
3
Matéria noticiada em jornal de grande circulação em Brasília: “O mercado imobiliário do Distrito
Federal está em ebulição. Até então dominado por um grupo restrito de empresas, o segmento não só
entrou na rota das gigantes do país como vive um processo de fusões e incorporações sem precedentes na
história da capital federal. Tanta movimentação tem justificativa: a perspectiva de o faturamento anual do
setor dobrar de tamanho nos próximos quatro anos, dos atuais R$ 1,5 bilhão para R$ 3 bilhões. Fonte:
Correio Braziliense de 17/02/08. Título da matéria: Alvo de gigantes.
Tabela 1
Perfil Ocupacional da População segundo os Setores de Atividades - Distrito
Federal - Dezembro - 2004
Setores de Atividades Ocupados (em mil)
Industria de Tranformação 35,6
Construção Civil 36,4
Comércio 171,1
Serviços 564,8
Administração Pública 195,3
Outros 8,8
Total 1012,0
Fonte: “Distrito Federal Síntese de Informações Sócio-econômicas” – SEPLAN/CODEPLAN/GDF –
2006.
Tabela 2
Taxas de desemprego Distrito Federal (DES/PEA) (%)
Oculto Por grupo de regiões
Período administrativas
Total Aberto
Total Precário Desalento Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Considerações Finais
Referências Bibliográficas