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Hepatite A
O vírus da hepatite A (VHA) causa uma infecção aguda que se cura
espontaneamente com o passar do tempo. Geralmente é de evolução
benigna e por isso dificilmente leva o indivíduo a estados graves, já
que a doença não cronifica.
Hepatite B
A infecção causada pelo vírus da hepatite B (VHB) pode estar
associada com a doença aguda clássica, onde o indivíduo apresenta
sintomas característicos da hepatite (síndrome gripal, fadiga, dores de
cabeça, náuseas e icterícia).
Hepatite D
A infecção causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em
pacientes infectados pelo vírus da hepatite B.
Hepatite E
É causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via
digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em
certas regiões.
Hepatite F
Relatos recentes demonstram que não se confirmou a identificação do
vírus da hepatite F (VHF), portanto este tipo de hepatite pode ser
desconsiderado.
Hepatite G
O vírus da hepatite G (VHG), também conhecido como GBV-C é
transmitido através do sangue, sendo comum entre usuários de drogas
endovenosas e receptores de transfusões.
HEPATITES
Sinônimos/nomes populares
O que é?
É qualquer inflamação do fígado. Pode ser causada por infecções (vírus, bactérias),
álcool, medicamentos, drogas, doenças hereditárias (depósitos anormais de ferro, cobre)
e doenças autoimunes.
Como se adquire?
Hepatite Viral A:
via fecal-oral, ou seja, fezes de pacientes contaminam a água de consumo e os
alimentos quando há condições sanitárias insatisfatórias
Hepatite Viral B:
as relações sexuais e a injeção de drogas ilícitas são as principais preocupações
atuais. A aquisição pela transfusão sanguínea e derivados deixou de ser o principal
motivo, desde a implantação dos rigorosos cuidados vigentes nos bancos de sangue e
a extinção de pagamento a doadores. O bebê pode adquirir hepatite na hora do parto
quando a mãe tiver o vírus
Hepatite Viral C:
a transfusão de sangue e derivados, a injeção de drogas ilícitas, o contato
desprotegido com sangue ou secreções contaminadas são as principais vias.
Ocorrem casos de transmissão mãe-bebê na hora do parto.
Suspeita-se da via sexual e da aspiração nasal de drogas para explicar uma parte dos
20 a 30% de casos nos quais não se conhece a forma de contaminação.
Hepatite Viral D:
é um vírus que só causa doença na presença do vírus da hepatite B. Sua forma de
transmissão é a mesma do vírus B
Hepatite Viral E:
fecal-oral, igual à hepatite A. É mais descrita em locais subdesenvolvidos após
temporadas de enchentes
Álcool:
uso abusivo de qualquer tipo de bebida alcoólica. A quantidade que causa doença
hepática é variável de pessoa para pessoa, sendo necessário, em média, menor dose
para causar doença em mulheres do que em homens.
A dose de alto risco é de 80g de álcool por dia, o que equivale a 5-8 doses de uísque
(240 ml), pouco menos de 1 garrafa e meia de vinho (800 ml) ou 2 litros de cerveja.
Quanto maior o tempo de ingestão (anos), maior é o risco de hepatite alcoólica e
cirrose. Certas pessoas podem adoecer mesmo com doses e tempo bem menores do
que a média acima mencionada
Medicamentosa:
vários remédios de uso clínico podem causar hepatite em indivíduos suscetíveis. Não
se pode prever quem terá hepatite por determinada droga, porém, indivíduos que já
têm outras formas de doença do fígado correm maior risco.
Alguns medicamentos relacionados com hepatite são: paracetamol (Tylenol®,
Dôrico®); antibióticos e antifúngicos como a eritromicina, tetraciclina, sulfas,
cetoconazol e nitrofurantoína; anabolizantes (hormônios usados para melhorar o
desempenho físico - dopping); drogas antipsicóticas e calmantes, como por exemplo,
a clorpromazina (Amplictil®), amiodarona (antiarrítmico), metildopa (Aldomet® -
anti-hipertensivo) e antituberculosos. Anticoncepcionais orais (pílula) também são
ocasionalmente mencionados
Autoimune:
algumas doenças fazem com que as substâncias de defesa do próprio indivíduo
(anticorpos) causem inflamação e dano ao fígado. Não se sabe porque isso acontece
Hepatites por causas hereditárias:
doenças como a hemocromatose e a doença de Wilson levam ao acúmulo de ferro e
cobre, respectivamente, no fígado, causando hepatite
Esteatohepatite não alcoólica (esteatose hepática, fígado gorduroso):
é o acúmulo de gordura no fígado. Ocorre em diversas situações independentes do
consumo de álcool, como obesidade, desnutrição, nutrição endovenosa prolongada,
diabete melito, alterações das gorduras sanguíneas (colesterol ou triglicerídeos altos)
e alguns remédios.
De forma geral, a hepatite A costuma ter evolução benigna, não deixando seqüelas.
Dos indivíduos com hepatite B crônica, 25 a 40% evoluem para cirrose e/ou câncer de
fígado, enquanto que na hepatite crônica C, isso ocorre em cerca de 20%.
A hemocromatose pode evoluir, com o passar dos anos, para a cirrose e o câncer de
fígado. A doença de Wilson quando não tratada, pode evoluir para cirrose, degeneração
cerebral e óbito.
O médico, além da história e do exame clínico, pode testar sua hipótese diagnóstica de
hepatite, principalmente, através de exames de sangue. Entre esses, há os chamados
marcadores de hepatites virais e autoimunes.
Outros testes mostram a fase e gravidade da doença. Em alguns casos, poderá ser
necessária uma biópsia hepática (retirada de um pequeno fragmento do fígado com uma
agulha) para que, ao microscópio, se possa descobrir a causa.
Como se trata?
Para as hepatites agudas causadas por vírus não há tratamento específico, à exceção dos
poucos casos de hepatite C descobertos na fase aguda, na qual o tratamento específico
pode prevenir a evolução para a doença crônica.
O repouso total prolongado e a restrição de certos tipos de alimentos, nas hepatites, não
ajudam na recuperação do doente e também não diminuem a gravidade da doença.
Bebidas alcoólicas são proibidas até algum tempo após a normalização dos exames de
sangue.
Remédios só devem ser usados com específica liberação do médico para evitar o uso
daqueles que possam piorar a hepatite.
As hepatites por álcool e por drogas são tratadas basicamente com o afastamento das
substâncias lesivas. Além disso, com medidas de suporte, como hidratação, nutrição e
combate aos sintomas da abstinência ao álcool ou drogas.
Quando a doença é por acúmulo de ferro ou cobre, faz-se uma dieta pobre nesses
minerais. Sangrias programadas na hemocromatose e a penicilamina, na doença de
Wilson, são os tratamentos principais.
Como se previne?
A hepatite C é prevenida da mesma forma, porém o risco de contágio sexual não está
bem estabelecido.
Tampouco sabe-se prever os indivíduos que terão hepatite com uso de certos remédios
que não fazem mal para a maioria das pessoas.