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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

ALEXIS LEONTIEV

ANDREZA MENEZES NUNES

CARINA DE SOUZA CORDEIRO

CINARA MONTEIRO CALDERARO

2º ANO BIOLOGIA - LICENCIATURA

PROFª LUCIETE VALOTA FERNANDES

TAUBATÉ – SP

MAIO 2011
1. Qual a importância que o trabalho teve no desenvolvimento do homem?
Quais transformações que o trabalho provocou na natureza humana?

O aparecimento e o desenvolvimento do trabalho, condição primeira e fundamental da


existência do homes, acarretaram a transformações e huminização do cérebro, dos
órgãos de atividade externa e dos órgãos dos sentidos. O desenvolvimento do cérebro
e dos órgãos dos sentidos agiu em contrapartida sobre o trabalho e sobre a linguagem
para lhes dar, um ao outro, impulsões sempre novas pára continuar a aperfeiçoar-se.

As modificações anatômicas e fisiológicas devido ao trabalho acarretaram


necessariamente uma transformação global do organismo, dada a interdependência
natural dos órgãos. Assim, o aparecimento e o desenvolvimento do trabalho
modificaram a aparência física do homem bem como a sua organização anatômica e
fisiológica.

O trabalho só poderia nascer entre os animais que vivessem em grupo e


apresentassem forma suficientemente desenvolvida de vida em comum, mesmo se
estivessem ainda bastantes afastadas das formas mais primitivas da vida social
humana. Outra condição necessária ao aparecimento do trabalho é a existência de
formas muito desenvolvidas de reflexo psíquico da realidade nos representantes
superiores do mundo animal. Todos estes elementos conjuntamente constituíram as
condições principais que permitiram o aparecimento, do decurso da evolução, do
trabalho e da sociedade humana.

O trabalho é um processo de liga o homem à natureza, o processo de ação do homem


sobre a natureza. Ele é caracterizado por dois elementos interdependentes: o uso e o
fabrico de instrumentos, e o que o trabalho se efetua em condições de atividade
comum coletiva, de modo que o homem, no seio deste processo, não entra apenas
numa relação determinada com a natureza, mas com outros homens, membros de
uma dada sociedade.

O trabalho é, portanto, desde a origem um processo mediado simultaneamente pelo


instrumento (em sentido lato) e pela sociedade. O homem é, então, um sujeito
coletivo. Nesse ponto, a consciência humana fará no futuro a distinção entre a
atividade e os objetos. O homem começa a tomar consciência deste pela sua relação.
Somente nestas condições é que o conteúdo daquilo para que se orienta uma ação
humana se desloca da fusão com as relações que existe entre ele e o sujeito.

O trabalho não modifica apenas a estrutura geral da atividade humana, não causa
unicamente ações orientadas, o conteúdo da atividade a que chamamos de
operações, sofre também uma transformação qualitativa no processo de trabalho.

Como a consciência humana, a linguagem só aparece no processo de trabalho, ao


mesmo tempo em que ele. Tal como a consciência, a linguagem é produto da
coletividade.

Portanto, a produção de linguagem, como da consciência e do pensamento, está


diretamente misturada na origem à atividade produtiva dos homens.
2. De acordo com Leontiev (1978, p 267) “... as aptidões e caracteres
especificamente humanos ao se transmitem por hereditariedade
biológica, mas adquirem-se do decurso da vida por um processo de
apropriação da cultura criada pelas gerações precedentes”. Como se
desenvolve esse processo de apropriação (ou internalização) dos
“produtos culturais” construídos ao longo da história?

Podemos dizer que cada indivíduo aprende a ser um homem. O que a natureza lhe dá
quando nasce não lhe basta para viver em sociedade. É preciso adquirir o que foi
alcançado no decurso do desenvolvimento histórico a sociedade humana.

O indivíduo é colocado diante de uma imensidão de riquezas acumuladas ao longo


dos séculos por inumeráveis gerações de homens. E tudo que criaram passa às
gerações seguintes que multiplicam e aperfeiçoam pelo trabalho e pela luta, passando
assim, o “testemunho” do desenvolvimento da humanidade.

O processo de apropriação realiza a necessidade principal e ao princípio fundamental


do desenvolvimento ontogênico humano – a reprodução nas aptidões e propriedades
do indivíduo, das competências e propriedades historicamente formadas da espécie
humana, inclusive a capacidade de compreender e utilizar a linguagem.

O meio social, neste conceito possui um sentido diferente do que tem em Biologia, o
de condições as quais se adapta o organismo. Para o homem, o meio social imediato
é o grupo social a que pertence e que constitui o domínio da sua comunicação direta.
Ele tem uma evidente influencia sobre ele.

A interiorização das ações, isto é, transformação gradual das ações exteriores em


ações interiores, intelectuais, realiza-se necessariamente na ontogênese humana. A
sua necessidade decorre de que o conteúdo central do desenvolvimento da criança
consiste na apropriação de aquisições do desenvolvimento histórico da humanidade,
em particular das do pensamento e do conhecimento humanos. Estas conquistas
traduzem-se sob a forma fenômenos exteriores – objetos, conceitos verbais, saberes.

As aquisições do desenvolvimento histórico das aptidões humanas não são


simplesmente dadas aos homens nos fenômenos objetivos da cultura material e
espiritual que os encarnam. Para se apropriar destes resultados, para fazer deles as
sua aptidões, o ser humano, deve entrar em relação com os fenômenos do mundo
através de outros homens, isto é, num processo de comunicação com eles. É um
artifício de educação (de formas variadas).

Quanto mais progride a humanidade, mais rica é a prática sócio-histórica acumulada


por ela, mais cresce o papel específico da educação, e mais complexa é a sua tarefa.

Referências Bibliográficas

LEONTIEV, Aléxis. O homem e a cultura. In: O desenvolvimento do psiquismo. Trad.


Manuel D. Duarte, 1978.

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