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INTRODUÇÃO

Os circuitos integrados são circuitos electrónicos funcionais, constituídos por um conjunto de


transístores, díodos, resistências e condensadores, fabricados num mesmo processo, sobre uma
substância comum semicondutora de silício que se designa vulgarmente por chip.

O uso vulgar dos Circuitos integrados é graças as grandes vantagens que ele nos proporciona,
nomeadamente: Redução de custos, peso e tamanho; Aumento da fiabilidade; Maior velocidade
de trabalho; Redução das capacidades parasitas; Menor consumo de energia; Melhor manutenção
Redução dos erros de montagem; Melhoria das características técnicas do circuito. Simplifica ao
máximo a produção industrial.

O desenvolvimento da tecnologia dos circuitos integrados, possibilitando a colocação num


Único invólucro de diversos componentes já interligados, veio permitir um desenvolvimento
muito rápido da Electrónica Digital e consequentemente do projecto de sistemas digitais.

Estas séries de circuitos integrados formaram então as Famílias Lógicas, a partir das quais os
projectistas tiveram facilidade em encontrar todos os blocos para montar seus sistemas digitais.

Logo, para trabalhar no projecto de circuitos digitais é pertinente conhecer as características


gerais desses circuitos e de algumas das famílias lógicas mais populares.

Neste trabalho, falar-se-á das tecnologias de circuitos Digitais, em que se tocara nas suas
características ao todo, como tabem ira se falar de como esta tecnologia esta subdivididas,
Familia de Circuitos Digitais com as suas características e expecificacoes para cada família,
nomeadamente: DTL, DCTL, RTL, RCTL, HTL, TTL, MOS, CMOS.

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1. TECNOLOGIAS DE CIRCUITOS DIGITAIS

1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS

Os circuitos digitais são conseguidos graças as funções lógicas que conduzem à construção de
circuitos eléctrico físico para realizar a funcionalidade representada na forma escrita.
No fundo, serão aplicados dispositivos que possuem dois estados distintos 1 e 0. Esses estados
lógicos correspondem à situação física de conduzir ou não conduzir a corrente eléctrica ou a de
apresentar ou não apresentar uma tensão entre dois pontos.

Os dispositivos que permitem obter os referidos estados físicos são denominados portas
lógicas. As portas lógicas não são mais do que interruptores de alta velocidade que permitem
colocar a sua saída a tensão de nível Low ou High consoante a combinação dos sinais colocados
à entrada.

As portas lógicas podem ser implementadas por interruptores mecânicos. No entanto, graças à
descoberta dos materiais semicondutores é possível realizar em larga escala de integração, os
interruptores electrónicos por meio de díodos e transístores.

O critério para definir quando é que um estado físico corresponde ao estado lógico 0 ou 1 é
arbitrário. Porém foi convencionado que se ao nível mais baixo da tensão se corresponder ao
nível lógico 0 e ao nível mais alto da tensão se corresponder ao nível lógico 1, estaremos perante
a chamada Lógica Positiva.

De contrário, se ao nível mais baixo da tensão se corresponder ao nível lógico 1 e ao nível


mais alto da tensão se corresponder ao nível lógico 0, estaremos perante a chamada Lógica
Negativa.

Define-se VL como sendo a tensão correspondente ao nível L(de Low) ou 0. Esta tensão não é
necessariamente 0V, mas sim um valor abaixo dum valor máximo denominado por V0max
próximo de 0V.

Define-se VH como sendo a tensão correspondente ao nível H(de High) ou 1. Esta tensão não
é necessariamente a tensão máxima do circuito, mas sim um valor acima dum valor mínimo
denominado por V1min e abaixo doutro valor máximo denominado por V1max próximo de Vcc.

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1.1.1. Características Gerais das Portas Lógicas

a) Fan-out. Define a quantidade máxima de portas básicas que podem ser ligadas à saída
duma porta. O fan-out é determinada pela corrente máxima que a porta x pode drenar para as
entradas das portas y ligadas à sua saída

A porta x pode suprir o máximo de 90mA. Entretanto as portas básicas da mesma família
consomem o máximo de 20mA em média. Assim o fan-out da porta x é 4.

b) Fan-in. Define a quantidade máxima de entradas que pode ter uma porta lógica.
Suponhamos uma porta NAND que pode operar 3 variáveis lógicas. Terá um fan-in de 3. Uma
outra que pode multiplicar 6 variáveis, terá fan-in de 6.

c) Tensão do Limiar de Actuação(Threshold Voltage). É o valor de tensão de entrada em


que a porta reconhece e começa a mudar de estado.
Existem duas tensões de limiar, uma corresponde ao estado de entrada 0 e a outra ao estado 1.
Quer isto dizer que existem valores de tensão em que a porta começa a reconhecer que à entrada
tem um sinal do nível 0 ou de nível 1.

Fig. 2 Curva de transferência típica dum conversor

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A figura acima representa a Curva de transferência típica dum inversor.
Onde:
Vs,0max = tensão máxima que pode aparecer na saída duma porta quando no estado lógico 0 e
está conectado ao número máximo possível de portas.
Vs,1min = tensão mínima que pode aparecer na saída duma porta quando no estado lógico 1 e
está conectado ao número máximo possível de portas.
Vu,0 = Tensão de Limiar correspondente aoestado lógico de entrada 0.
Vu,1 = Tensão de Limiar correspondente ao estado lógico de entrada 1.

d) Margem de Ruído. É a variação de tensão admissível na entrada duma porta lógica (de
duração ser superior ao tempo de propagação médio da porta lógica) sem que ela detecte e
afecte o seu estado de saída. A figura 3 seguinte mostra a curva de transferência duma porta
NOT que ilustra a margem de ruído.

Fig 3. Margem de Ruido

Uma porta deve ser ligada à outra da mesma família. A tensão máxima de entrada no estado 0 ,
Ve,0max, duma porta é equivalente à tensão máxima de saída no estado 0, Vs,0max , da porta
antecedente. Do mesmo modo, a tensão mínima de entrada no estado 1 , Ve,1min, duma porta é
equivalente à tensão mínima de saída no estado 1, Vs,1min , da porta antecedente:

e) Tempo Médio de Propagação. O tempo de propagação é o tempo que decorre desde que o
sinal de entrada atinge o limiar de actuação até ao instante em que a saída da porta reage a
este sinal , Existem dois tempos a considerar: O Tempo de propagação na descida,
tpd, que é o tempo de reacção na passagem do estado H para L e o tempo de propagação na
subida, tps, que é o tempo de reacção na passagem do estado L para H.
No entanto o tempo especificado nos catálogos pelos fabricante é o tempo médio de
propagação dado por:

tpd +tps
tmp=
2

f) Produto Potência Dissipada por Tempo de Propagação. Quanto menor for este produto
melhor será o dispositivo. Quer dizer que o dispositivo consome pouca potência entretanto é
rápido. Com este produto reconciliam-se os dois aspectos mencionado na alínea anterior. O
mérito das diversas família de CI advém deste parâmetro.

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g) Imunidade dinâmica ao ruído. Representa a relação entre a altura dos impulsos aplicados à
entrada duma porta e a sua duração mínima para fazer a porta reconhecê-los como válidos.
A curva típica de imunidade ao ruído permite conhecer o comportamento da
porta no regime dinâmico.

1.2. CIRCUITOS DIGITAIS COM DIODO

Utiliza-se os díodos como chaves e, devidamente conectados, como blocos lógicos.


Primeiramente, neste tema, vai se estuda o comportamento do díodo como sendo uma chave, em
seguida, estudar-se-á os vários blocos lógicos elementares, formados com esses componentes.
Sabe-se que o díodo directamente polarizado conduz a corrente eléctrica, comportando-se como
um elemento de baixa resistência e, inversamente polarizado, comporta-se como um elemento de
alta resistência. Esquematicamente teremos:

Fig.4 Díodo operando como chave

Este comportamento pode ser aproveitado para construir blocos lógicos com díodo.
Enquanto as duas entradas A e B estiverem em aberto ou ligadas a Vcc, os diodos estarão ou
simplesmente não polarizados ou polarizados inversamente. Em qualquer das duas situações
não conduzirão. Como resultado, o nível de tensão em S será High.

Assim que pelo menos uma das entradas for conectada ao nível lógico Low, isto é, terra (0V) o
respectivo díodo será polarizado directamente. nesta condição o nível da tensão em S será
Low, valendo cerca de 0.7V(sílicio) correspondente à barreira de potencial da junção pn.
Prestando atenção à descrição anterior notará que acabou-se de descrever uma porta AND.

Virando a os díodos de modo a terem os cátodos em comum e mudando a posição do resistor


em relação à bateria conseguimos construir uma porta OR. Com efeito, assim que qualquer
uma das entradas for ao nível lógico 1 (+Vcc), o respectivo díodo irá conduzir colocando em S
um nível de tensão correspondente a High. Só na condição em que os dois díodos estiverem
no nível lógico 0 (0V, correspondente à terra) é que tera em S o nível lógico 0. Este é o
comportamento da porta OR.

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Fig.5 Porta AND com diodo Fig.6 Porta OR com diodo

1.3. CIRCUITOS DIGITAIS COM TRANSITOR

Um transístor bipolar (ou unipolar) pode funcionar como chave electrónica, dependendo do nível
de polarização da sua entrada. Um nível de tensão abaixo da barreira de potencial da junção B-E
não conseguirá fazer o transístor conduzir entre o Colector e o Emissor. Diz-se que o transístor
está em corte. A ligação C-E comporta-se neste caso como uma chave aberta.

Fig.7. transistor em corte, actuando como chave aberta

Por outro lado, aplicando uma tensão na base superior a um determinado valor Vbmáx, a
corrente entre o C e o E cresce abruptamente, sendo limitada pela resistência do colector Rc.
O transístor está em saturação e a ligação C-E comporta-se como uma chave fechada.

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Fig.8 transistor em saturacao, actuando como chave fechada

1.4. FAMÍLIA DE CIRCUITOS DIGITAIS INTEGRADOS

1.4.1. FAMÍLIA DTL

A família DTL (Diode Transístor Logic), comporta circuitos lógicos formados a partir de diodos
e transistores. Esta família e uma extensão da lógica com diodos, permitindo-nos formar além
dos blocos AND e OR, os blocos NAND e NOR.

O principal bloco lógico referente a esta família, é o bloco NAND, sendo que a partir deste
podemos formar qualquer outro.
O circuito básico da família DTL é apresentado abaixo:

Fig. 9. Circuito básico da família DTL

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1.4.1.1. Características Principais da Familia DTL

Para avaliarmos uma família de circuitos lógicos qualquer, precisamos analisar as suas principais
características normalmente encontradas nos manuais. Essas características avaliam o circuito
quanto: ao bloco lógico principal, Fan-out, à potência dissipada, à imunidade a ruído e ao tempo
de atraso.

A família DTL tem as seguintes características:


 Seu bloco lógico principal, como vimos, é a porta NAND, pois a partir dessa poderemos
formar qualquer outro bloco lógico.

 Na família DTL pode-se conectar à saída de um bloco, um número aproximado de 7


blocos lógicos, ou seja, tera um Fan-out igual a 7.

 Os blocos lógicos da família D.T.L. dissipam uma potência de ordem de 10mW.

 A imunidade ao ruído noa circuitos D.T.L. ê da ordem de 0,8V. Isso é facilmente


compreendido, pois o início de condução do transístor T1 da porta básica (circ.7.11) se
faz quando temos um potencial superior a 0,8V nas entradas (o potencial em X será 0,7V
menor que o potencial das entradas). Portanto, se tivermos um nível de ruído superior a
0,8V, o circuito visto poderá deixar de funcionar como uma porta NAND.

 Esta família apresenta um tempo de atraso de ordem de 30ns, Esse tempo de atraso se
deve ao tempo de comutação dos díodos e dos transístores internos aos blocos.

1.4.2. FAMÍLIA DCTL

A família DCTL (Direct-Coupled Transistor Logic) possui esse nome devido à configuração
básica de seus circuitos que utilizam transístores acoplados directamente.

É uma família onde tem circuitos simples, de fácil compreensão e também de fácil construção
em circuitos integrados. Pela sua própria característica de construção possuem uma tensão de
alimentação baixa, em torno de 3V.

Nesta família, podem ser utilizados como blocos principais NAND e NOR.

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Fig. 10. Realização da porta NAND Fig. 11. Realização da porta NOR
na família DCTL na família DCTL

 Porta NAND

Quando ter-se pelo menos uma das entradas em nível 0, ou seja 0V, teremos pelo menos um dos
transistores T1 ou T2 cortados, fazendo com que a tensão de saída em S seja igual a +Vcc, ou
seja, nível 1. Quando ter-se ambas as entradas A e B em nível 1, ou seja +Vcc, tera tanto T1
como T2 saturados fazendo com que tenhamos na saída um valor baixo de tensao, ou seja, nível
zero. . Transpondo-se essa situação para uma tabela da verdade, teremos veremos que
corresponde à tabela duma porta NAND.

A B S
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0

Tabela 1. Tabela de verdade da Porta NAND da família DCTL

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 Porta NOR

Na família DCTL podemos notar que é uma NOR, quando tivermos pelo menos uma das
entradas em nível 1, ou seja +Vcc, teremos o respectivo transistor saturado e, por conseguinte, na
saída S teremos uma tensão de saturação igual a 0,3V, ou seja, nível 0. Quando tivermos ambas
as entradas no nível 0, teremos os dois transistores cortados e, consequentemente, na saída S,
teremos a tensão +Vcc, ou seja, nível 1. Transpondo-se essa situação para uma tabela da verdade,
teremos veremos que corresponde à tabela duma porta NOR.

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0

Tabela 2. Tabela de verdade da Porta NOR da família DCTL

1.4.2.1. Características Principais da Família DCTL.

 Possui como blocos lógicos principais as portas NAND e NOR.

 Na família DCTL tem-se um Fan-out igual a 2, ou seja, não podemos ligar mais de dois
blocos na saída de um bloco, pois rapidamente sobrecarrega a resistência Rc. Essa é uma
das grandes limitações desta família.

 A potência de dissipação dos blocos desta família é muito baixa, pois os transístores em
situações de corte ou saturação dissipam uma pequena potência. Esta família usa muito
poucos resistores que são os principais responsáveis pela dissipação de potência.

 A imunidade de ruído dos circuitos desta família e baixa, pois qualquer variação da
tensão de entrada poderá fazer facilmente com que um dos transístores saia da situação
de corte e entre tanto em situação de saturação como numa situação de nível lógico não
definido.

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1.4.3. FAMÍLIA RTL

A família RTL (Resistor-Transistor Logic) utiliza somente transístores e resístores em seus


circuitos. Trata-se de uma das primeiras famílias transpostas para os circuitos integrados. Esta
família é semelhante á família DCTL somente que seus circuitos não possuem acoplamento
directo dos transístores Analogamente á famlia DCTL, possui circuitos simples e de fácil
compreensão.

O principal bloco lógico referente a esta família, é o bloco NOR, sendo que a partir deste
podemos formar qualquer outro.

Fig. 12. Bloco básico da família RTL

1.4.3.1. Características Principais da Família RTL.

• Possui como principal bloco lógico a porta NOR.

• Na família RTL temos Um Fan-out normalmente igual a 5.

• Nesta família teremos uma potência dissipada por bloco da ordem de 10mW

• Devido à introdução dos resistores de base, vamos ter uma maior imunidade ao ruído
que na família D.C.T.L.

• Esta família apresenta um tempo de atraso típico da ordem de 12ns.

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1.4.4. FAMÍLIA RCTL

A família RCTL (Resistor-Capacitor-Transistor Logic) utiliza resistores, capacitores e


transistores em seus circuitos. É uma família oriunda da RTL, apenas com a introdução de
capacitores para diminuir o tempo de atraso, ou seja, aumentar a velocidade de comutação.

O circuito básico do bloco lógico principal desta família que também é uma porta NOR.

Fig. 13. Bloco básico da família RCTL

Esse circuito apresentará funcionamento análogo à porta NOR da família RTL. A única diferença
é que, neste caso, com os capacitores Cb teremos um menor tempo de atraso, pois quando do
aplicamos um pulso de tensão num capacitor, este se comporta no instante inicial como sendo
um curto-circuito e isso faz com que ao comutarmos as entradas os transístores responderão mais
rapidamente.

1.4.4.1. Característica da Família RCTL

Esta família possui características análogas à família RTL somente com a diferença de possuir
um tempo de atraso menor devido à introdução dos capacitores.

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1.4.5. FAMÍLIA HTL

A família HTL (High-Threshold Logic) foi criada para atender necessidades de circuitos com
uma alta imunidade ao ruído. High Threshold quer dizer que o limiar de excitação é elevado.

Os circuitos HTL, geralmente, são empregados em equipamentos industriais que trabalham em


locais de grande ruído (comutação de chaves, motores de indução, etc.). Possuem circuitos muito
semelhantes à família DTL.

O circuito básico de seu bloco lógico principal, é a porta NAND, apresentada abaixo:

Fig. 14. Circuito do bloco básico da família HTL

1.4.5.1. Característica Principais da Família HTL

• Como na família DTL, possui como bloco lógico principal a porta NAND.

• Possui um Fan-out típico igual a 10.

• A família HTL é de todas as famílias de circuitos lógicos a que dissipa a maior potência. A
potência dissipada por circuitos desta família é da ordem de 60mW.

• Devido à utilização de um díodo zener (D3), necessitar-se-á de um maior potencial nas entradas
para que haja condução, isso aumenta a imunidade ao ruído. Essa é a família de circuitos lógicos
que possui a maior imunidade ao ruído.

• Em contrapartida, de todas as famílias que utilizam os transístores como chaves, a


família HTL é a que possui o maior tempo de atraso

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1.4.6. FAMÍLIA TTL

A família TTL (Transístor-Transistor Logic) é oriunda da família DTL, somente que na TTL.
Utiliza-se os transístores multi-emissores que resultam numa série de vantagens, tais como:
Eliminação da rede de díodos e resistores de entrada, maior velocidade de comutação e ainda
maior facilidade de construção em escala integrada, resultando num menor custo por unidade.
Trata-se de uma família das mais difundidas e utilizadas hoje em dia, devido também ao seu
fácil manuseio.

o circuito básico do bloco lógico principal desta família, que é a porta NAND.

Fig. 14. Circuito do bloco básico da família TTL

Esse circuito apresenta funcionamento semelhante à porta NAND da familia DTL, somente que
o conjunto de diodos de entrada foi substituído pelo transístor multi-emissor.

Quando pelo menos uma das entradas em nível lógico 0, ou seja, 0V, teremos a respectiva
junção Base-Emissor do transístor multi-emissor T1 conduzindo, levando este à saturação. Isso
fará com que o ponto X apresente um baixo potencial, logo o transístor T2 estará cortado; nesses
casos temos na saída S uma tensão igual a + Vcc, ou seja, nível 1.

Quando ambas entradas estão em nível 1, ou seja, +Vcc, terá-se o transístor multi-emissor
cortado. Isso faz com que a junção Base-Colector deste(T1) fique directamente polarizada,
fluindo por esta uma corrente que irá à T2 e o leva à saturação; nesse caso teremos na saída S
uma tensão igual a 0,3V, ou seja, nível 0. Transpondo-se essas situações para a tabela da
verdade, teremos a tabela duma porta NAND.

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Tanto aplicando nível 1 (+Vcc) como deixar o terminal de entrada em aberto, terá-se a respectiva
junção Base-Emissor cortada. Se tivermos ambas as entradas em nível 1 (+Vcc) ou em aberto,
tem-se T1 cortado e a junção Base-Colector deste polarizada directamente. Portanto, nesta
família, vê-se que um terminal de entrada em aberto é equivalente a uma entrada com nível 1.

Para aumentar o número de entradas do bloco NAND basta aumentarmos o numero de


emissores do transístor multi-emissor T1.

Os outros blocos desta família, podem ser formados à partir deste. Esta família, como todas as
outras, possibilita a compatibilidade para a conexão de outros blocos tanto na entrada como na
saída, respeitando-se a característica de Fan-out.

1.4.6.1. Especificações da família T.T.L.

Os circuitos desta família seguem as seguintes especificações:

Os principais parâmetros encontrados nos manuais são:


 Vcc - Na família TTL, teremos para todos os blocos uma alimentação de 5V.
 VIH - Tensão que garante nível 1 na entrada. Nesta família o VIH mínimo é de 2V, ou
seja, para VIH menor do que 2V o bloco poderá não interpretar o valor de tensão de
entrada como nível 1.
 VIL - Tensão que garante nível 0 na entrada. Nesta família o VIL máximo é da ordem
de 0,8V.
 VOH - Nível 1 de tensão de saída. O valor VOH mínimo é de 2,4V, ou seja, quando um
bloco apresentar nível 1 de saída a tensão de saída mínima será de 2,4V. Podemos notar
que este valor é compatível com VIH mínimo (do bloco seguinte) que é de 2V.
 VOL - Nível 0 de tensão de saída. O valor VOL máximo é da ordem de 0,5V, ou seja,
quando um bloco apresenta nível 0 de saída a tensão de saída máxima será de 0,5V.
Podemos notar também que esse valor será compatível com VIL máximo (do bloco
seguinte) que é de 0,8V.
 IOH - Corrente de nível 1 de saída. Esse valor mostra a máxima corrente que podemos
drenar de um bloco quando este tem a saída em nível 1.

 Para fins comerciais (série 74).


Os valores lidos em manuais são valores dos diversos parâmetros para uma tensão de
alimentação de 5V a 25°C. A s especificações comerciais (série 74) devem garantir o
funcionamento com 5% de tolerância numa faixa de temperatura de temperatura de 0ºC a +75ºC.
. Para a série 74, tem-se Vcc mínimo = 4,75V e Vcc máximo = 5,25V que são valores dentro da
especificação comercial de 5% de tolerância.

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 Para fins militares (série 54).
As especificações militares (série 54) garantem o funcionamento com 10% de tolerância numa
faixa de temperatura de -55°C a +125ºC.
. Para a serie 54 teremos Vcc mínimo = 4,5V e Vcc máximo = 5,5V que são valores dentro da
especificação militar de 10% de tolerância

1.4.6.2. FAMÍLIA TTL Com Colector Aberto.

A família TTL possui blocos lógicos com construção em colector aberto (open colector). Os
circuitos desses blocos são semelhantes aos blocos convencionais com a única diferença de
não terem o resistor de colector ligado ao +Vcc. Este deve ser ligado externamente quando da
utilização do bloco. Esta configuração, de colector aberto, permitem-nos a ligação de vários
blocos por um mesmo fio, possuindo todos eles o mesmo resistor de colector (externo). O
revés desta vantagem é que se não ligarmos o resistor externo poderemos ter uma danificação
do bloco.

1.4.7. FAMÍLIA MOS

A família MOS Logic (Metal Oxide Semiconductor Logic) é composta por circuitos à base dos
MOSFETS que são transistores de efeito de campo construídos a partir da tecnologia MOS.

Apresentam como característica uma maior facilidade de construção em escala integrada, de


forma a conseguirmos um grande número de elementos de circuitos dentro de um mesmo
encapsulamento. Graças a essa característica, encontram sua grande aplicação em circuitos
de memórias de grande capacidade e micro processadores.

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O circuito básico do bloco lógico principal desta família que é a porta NAND

Fig. 15. Circuito do bloco básico da família MOS


O funcionamento deste circuito é análogo ao da porta NAND do DCTL. O que difere nos dois
é o sinal que controla a saída dos transístores. Enquanto o bipolar é controlado pela corrente de
base, o unipolar (FET) é controlado pela tensão da porta (gate).

Quando pelo menos uma das entradas estiver com 0V, ou seja, nível 0, teremos o respectivo
MOSFET cortado, impondo assim uma tensão de saída igual a -VDD.

Quando ambas entradas estiverem em - VDD (nível 1 em lógica negativa) teremos tanto T1
como T2 conduzindo, logo o potencial de saída será igual a zero.
A impedância de entrada desse circuito é elevada, pois a entrada é feita através dos gates dos
MOSFET. Isto contribui positivamente para o fan-out.

1.4.7.1. Características principais da família MOS-LOGIC.

• O bloco principal desta família é a porta NAND.

• Fan-out igual a 20. A impedância de entrada dos FET é muito elevada. Por isso a corrente
drenada das portas anteriores é muito pequena permitindo aumentar a quantidade de blocos que
possam ser ligados à uma saída.

• Os blocos desta família dissipam potências relativamente baixas, levando-se em consideração o


grande numero de componentes dentro de um mesmo encapsulamento.

• Esses circuitos apresentam uma alta imunidade ao ruído.

• A grande desvantagem desta família é o atraso de propagação, que é da ordem de 300ns, que,
como pode-se notar, é o maior tempo de atraso de todas as famílias.

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1.4.8. FAMÍLIA CMOS

A família CMOS (complementary MOS). Esta é a mais recente das famílias de circuitos lógicos.
Tem seus circuitos construídos basicamente de pares de MOS canal n e MOS canal p. Suas
configurações básicas permitem, como na família MOS logic, uma larga escala de integração
com os blocos formados a partir desta técnica.

Esta família é a que consome a mais baixa potência de todas as famílias, sendo esta uma de suas
importantes características. Outra importante característica é o seu grande Fan-out que por se
tratar de circuitos de alta impedância de entrada permitem um grande numero de blocos ligados
nas suas saídas.

Quanto à alimentação, esta família permite uma larga faixa que garante um bom
funcionamento desde 3V ate l5V.

Os blocos lógicos principais desta família que são as portas NOR e as portas NAND. E a partir
delas, pode-se esquematizar qualquer outro bloco.

Quando ambas as entradas estiverem em zero, os MOS canal p, T1 e T2, estarão conduzindo e os
MOS canal n, T3 e T4, estarão cortados. Isso fará com que a tensão de saída assuma valor igual a
+VDD.

Quando pelo menos uma das entradas estiver em +VDD (nível 1), teremos
o MOS canal n, T3 ou T4 , respectivo conduzindo, fazendo com que na saída tenhamos tensão
igual a zero. Transpondo-se essas situações para uma tabela de verdade, encontraremos o
funcionamento duma porta NOR.

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Quando pelo menos uma das entradas estiver no nível 0, o respectivo MOS canal n, T3 ou T4
estará cortado e o respectivo MOS canal p, T1 ou T2 estará conduzindo, logo teremos na saída
uma tensão igual a +VDD (nível 1). Quando ambas as entradas estiverem em +VDD, tanto T3
como T4 estarão conduzindo e também T1 e T2 estarão cortados, logo teremos na saída uma
tensão igual a zero. Transpondo-se essas situações para uma tabela da verdade, teremos o
funcionamento duma porta NAND.

1.4.8.1. Características Principais da família CMOS

• Blocos lógicos principais portas NOR e NAND.

• Fan-out maior que 50.

• Potência dissipada por bloco da ordem de 10 nW.

• Esta família possui uma alta imunidade ao ruído.

• A grande desvantagem desta família é o seu tempo de atraso que é da ordem de 60ns.

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CONCLUSÃO

 Os circuitos integrados são executados na sua maioria por famílias de circuitos digitais
integrados ;

 As famílias lógicas diferem basicamente pelo componente principal utilizado por cada
uma em seus circuitos;

 As famílias de circuitos digitais têm como características marcantes a sua velocidade de


operação e a potência consumida.

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BIBLIOGRAFIA

Padilla, A. J. G., Sistemas Digitais, McGraw-Hill de Portugal, 1993, chapter 1, pages 3 to 9.

Baptista, C. P., Fundamental dos Sistemas Digitais, FCA, Editora de Informática, 2002

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