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Aula Teórica

Data: 04 de Maio de 2011

EXECUÇÃO DO CONTRATO

- Quando o contrato é celebrado, ficam criadas situações subjectivas activas e passivas tanto
para uma parte como para outra (art 286º)

-Eficácia do contrato (287º) – para além de todos os requisitos de legalidade há também uma
exigência dos requisitos de eficácia, que têm que ver com publicidade e actos administrativos
de fiscalização e aprovação como:
- tutela integrativa a posteriori (ex: lei quadro dos institutos públicos)
- visto do tribunal de contas. Dois requisitos: se a entidade adjudicante tem o dinheiro
para pagar o contrato e se o contrato em causa é legal. Sem visto há ineficácia da despesa,
logo não pode haver contrato.

287º, nº2 – Eficácia retroactiva – permitida mas limitada pelas alíneas


287º, nº 3 e 4 – Eficácia perante terceiros:
a) Contrato cria situações subjectivas para terceiros que sejam
determináveis, directa ou indirectamente afectados pelo contrato – só
produz efeitos se os terceiros aceitarem. Há excepções: se o contrato
integrar normas regulamentares de utilização do serviço.

- Execução Pessoal – 288º – o co-contratante tem o dever de cumprir as prestações que lhe
cabem, só podendo isto ser excepcionado em duas situações:
- Subcontratação
- Cessão da posição contratual

- Liberação da Caução – 295º - permite ao co-contratante voltar a recuperar o dinheiro que


empenhou nessa garantia (88º e ss).
- nº3 e 4 – após o termo das obrigações, a entidade adjudicante deve garantir a
liberação da caução em 30 dias.
- 296º, nº1 – livre execução da caução pelo contraente público nos casos das alíneas,
nomeadamente incumprimento ou cumprimento defeituoso do contrato.

- Imutabilidade dos preços estabelecidos – 300º - princípio da proibição da revisão dos preços.
Três excepções:
- 292º - reequilibrar financeiramente o contrato – situações supervenientes que obrigam à
alteração do preço por motivos de equilíbrio financeiro do contrato
- 341º - partilha de benefícios inesperados (parcerias público-privadas) – os contratos têm uma
lógica financeira. No entanto, se um dos co-contratantes começar a receber um lucro
anormalmente alto sem que tal resulte da sua eficiência, esses lucros devem ser
equitativamente divididos entre ambos os co-contratantes.
- 382º - situação de empreitada – se houver menos trabalho por motivos supervenientes,
também haverá uma correcção do preço para equilibrar financeiramente o contrato.
Artigos 302º e seguintes – Estabelecem os chamados “poderes do contraente público”

302º - Enuncia os 5 poderes:


- Poder de direcção – 304º, nº2 – emissão de ordens, directivas e instruções sobre as
prestações. Tem 3 grandes limites (303º, nº2):
- deve ser exercido em vista à optimização do interesse público
subjacente ao contrato
- não pode afectar a autonomia técnica do co-contratante
- não pode diminuir a responsabilidade do co-contratante

- 304º - formalidades do poder de direcção


- Aspecto importante da execução do contrato, pois incide sobre o modo como
as prestações são prestadas e porque mostra cabalmente o lado administrativo deste contrato,
nomeadamente com a supremacia do contraente público em relação ao privado.

- Poder de fiscalização – faculta ao contraente público conhecer e obter informação


sobre a execução do contrato (art 305).
- 305º, nº2 – Limites.
- nº 4 e 5 – o código permite que essa fiscalização seja feita por entidades
terceiras (4), sendo que a delegação de competências. do CPA regula a relação entre a
entidade adjudicante e a entidade que fiscaliza (5). Para David Duarte gera dois problemas:
- Se o delegante não tem poder de dar ordens aos delegado, então a
entidade adjudicante não pode dar ordens à entidade fiscalizadora sobre o seu próprio
contrato;
- Se estivermos a falar de contratos de longa duração, no regime da
delegação caduca com a substituição dos órgãos delegante ou delegado. Então, a
subdelegação teria forçosamente de caducar. Várias vezes.

- Poder de modificação unilateral


- Poder de aplicação de sanções
- Poder de resolução unilateral do contrato

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