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Introdução
Os microrganismos e a produção de H2
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Graduando em Ciências Biológicas pela Unifemm; revisão apresentada a disciplina de Fisiologia dos
vegetais.
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Para Paula as cianobactérias encontram-se entre os candidatos ideais já que se
utiliza de fontes nutricionais comuns ao ambiente terrestre como N2 e CO2 atmosféricos,
carbono, a água como fonte de eletros e a luz solar como fonte de energia e poder
redutor.
Atualmente, as cianobactérias têm uma ampla
distribuição geográfica ocupando habitats terrestres, aquáticos (água doce e
salgada), e ambientes extremos (nascentes termais e lagos gelados). Apesar de
denominadas azuis-verdes, as cianobactérias apresentam uma variedade de cores
que inclui o vermelho, o castanho, o amarelo, até mesmo o preto, devido às
diferentes combinações dos pigmentos fotossintéticos: clorofila a, carotenóides e fi
cobiliproteínas. (TAMAGNINI 2003)
As pesquisas de obtenção de H2 segundo Ana se destacam a dois gêneros de
organismos Nostoc e Chlamydomonas. As cianobactérias grupo a que pertence o gênero
Nostoc, utilizam para o efeito a enzima nitrogenase relacionada com a fixação de anoto ao passo
que as algas verdes unicelulares recorrem a uma enzima relacionada com a fotossíntese e se
mostram mais eficientes na produção do gás.
As enzimas envolvidas no processo de produção das cianobactérias são:
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anaerobiose no meio de cultura. Estes microorganismos passam então a realizar uma
fotossíntese alternativa que utiliza a luz e a hidrogenase para a produção de H 2. Após 22
horas em anaerobiose as taxas de produção de H2 chegam ao máximo. (ANDRADE
2005)
Segundo ANDRADE 2005, a produção de H 2 pela privação de enxofre envolve uma
coordenação de quatro fatores importantes:
(a) fotossíntese: atividade residual do fotossistema II produz uma pequena
quantidade de elétrons que vão contribuir para a produção de hidrogênio pela
hidrogenase;
(b) respiração mitocondrial: gasta o oxigênio resultante da atividade residual do
fotossistema II, mantendo a anaerobiose;
(c) catabolismo de substratos como amido, proteínas e lipídios: proporcionam
substratos adequados para a fosforilação oxidativa nas mitocôndrias e para o transporte
de elétrons dependente do NADPH nos cloroplastos;
(d) transporte de elétrons via hidrogenase: garante a libertação de hidrogênio
molecular e a produção de ATP que permite a sobrevivência das algas em condições de
stress.
Figura 2 – Vias de transporte de elétrons relacionadas com a hidrogenase em algas verdes. Os elétrons
podem ter origem na fotólise da água ou na plastoquinona pela oxidação de substratos celulares via
glicólise ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos (ciclo de krebs)(retirado de ANDRADE 2005)
Porém LONGO 2008 ressalta que sob condições naturais, em que o oxigênio é
subproduto da fotossíntese, a produção de hidrogênio não pode ser mantida por mais
que alguns minutos, pois o oxigênio é um poderoso inibidor da Fe-hidrogenase, enzima
a qual catalisa o processo de liberação de H 2. A inativação da enzima ocorre pela reação
do oxigênio com o ferro localizado no centro catalítico da enzima.
Para ANDRADE 2005 e LONGO 2008 pesquisas com uma espécie de algas
verdes microscópicas, a Chlamydomonas reinhardtii, dispõe de um "interruptor"
especial que lhe permite fabricar hidrogênio utilizando a luz do sol.
Estas pesquisas realizadas Universidade da Califórnia, em Berkeley vem
desenvolvendo tecnologias na manipulação destas algas.
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A equipe, segundo o seu próprio relato, cria primeiro
as algas duma forma natural, deixando-as utilizar a luz do Sol para o
processo de fotossíntese. "Depois fazemos com que elas passem fome". São
necessárias cerca de 20 horas para as microalgas ligarem o interruptor para a
produção de hidrogênio. Cinco dias depois, quando elas começam a comer
as próprias proteínas, os cientistas deixam-nas voltar ao processo de
fotossíntese. E assim por diante. Os ciclos sucedem-se sem limitações,
garantem os investigadores. O que significa que este método de produção de
hidrogênio é virtualmente eterno. (LONGO 2008).
No caso das bactérias fotossintetizantes também são apresentadas na literatura
como candidatas a um sistema microbiológico de produção de hidrogênio por
apresentarem vantagens como:
1. Alta conversão de hidrogênio,
As células a de combustível
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As células a combustível são dispositivos eletroquímicos que convertem em
reação química em energia elétrica, calor e água; sem uma combustão na reação. Nelas
são utilizados o hidrogênio, um elemento com a proporção de 90% da atmosfera
terrestre. SERPA 2004.
Discussão
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ideal. Mas já há projetos que utilizam materiais de carbono ultra-resistentes e mais leves
para estes propósitos.
O autor ressalta que o hidrogênio é muito mais seguro do que se imagina, é tão
seguro quanto a utilização de outros combustíveis líquidos ou gasosos. No caso de um
acidente, o hidrogênio tem diversas propriedades vantajosas quando comparado aos
combustíveis convencionais. Ele dispersa rapidamente na atmosfera, enquanto os
combustíveis líquidos se espalham pela superfície e queimam por muito mais tempo,
além disso, o hidrogênio não é tóxico.
VARGAS 2006 também ressalta a importância do H2 como combustível
automotivo. “O Hidrogênio deverá ser uma importante fonte de energia da indústria
automotiva dentro de mais ou menos dez anos. Uma das principais razões de não termos
em algum lugar no mundo automóveis sendo abastecidos por hidrogênio é exatamente
pela falta de infra estrutura”. TAMAGNINI 2003 exemplifica que no caso do
Hydrogen3 da Opel baseado no modelo Zafira, a velocidade máxima atingida ronda os
150 km/h e apresenta uma autonomia de 400 km, sem necessidade de re-abastecimento
do reservatório de H2.
Os microrganismos representam uma possibilidade relevante na produção de H 2;
mas é importante incentivar novas pesquisas na área e desenvolvimento de tecnologias
que possibilitem a utilização de microrganismos fotossintetizantes. Quando comparadas
com outros microrganismos como bactérias, leveduras e fungos, observa-se uma falta de
informação detalhada sobre o cultivo de cianobactérias, assim como de microalgas em
geral, principalmente em conseqüência de seu cultivo não convencional. PINOTTI
1991.
A biotecnologia dos organismos pode desenvolver cepas mutantes que
especializadas na produção do gás e a criação de materiais e recursos que possibilitem o
armazenamento e transporte podem transformar o H2 em um combustível extremamente
eficaz.
Referências:
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CORTÈS, Orlando Ernesto Jorquera; SALES, E. A.; GHIRARDI, M. ; Kiperstok,
Asher ; Embiruçu, M. . Modelagem matemática das rotas metabólicas de produção de
hidrogênio por microalgas. In: Brasil H2 Fuel Cell Expo/Seminar 2007, 2007, Recife.
Proceedings of Brasil H2 Fuel Cell Expo/Seminário 2007, 2007. p. 1-7.
VARGAS Reinaldo A., CHIBA Rubens, FRANCO Egberto G., SEO Emília S. M.
Hidrogênio: O Vetor Energético do Futuro? IPEN, São Paulo, SP, 2006.