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Funcionária de drogaria tem direito a adicional de

insalubridade

Data: 25/06/2010 / Fonte: TRT 3ª Região Minas Gerais

No entendimento da juíza Gisele de Cássia Vieira Dias


Macedo, titular da 2ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, faz
jus ao adicional de insalubridade, em grau médio, a
vendedora de drogaria, que tinha como atribuição aplicar
injeções nos clientes.

Isso porque ficou comprovado, através do laudo pericial, que


a atividade desenvolvida pela trabalhadora implicava risco
permanente de contaminação, ainda mais considerando-se o
fato de que ela estava grávida, circunstância em que o
sistema imunológico fica mais fragilizado.

As provas revelaram também que a vendedora era


pressionada e humilhada por seu superior hierárquico, o
qual costumava chamá-la de "loira burra". Considerando
inadmissível a conduta do preposto, a magistrada condenou
a reclamada ao pagamento de uma indenização pelos danos
morais sofridos pela trabalhadora.

Em sua defesa, a drogaria alegou que a vendedora não teria


direito ao adicional, uma vez que a aplicação de injeções é
tarefa esporádica, eventual, não descrita como atividade
insalubre.

Além disso, conforme enfatizou a reclamada, a empregada


recebeu treinamento técnico para a realização do
procedimento, utilizando material descartável, seguro e
eficiente, além de luvas. Mas a juíza levou em conta o laudo
pericial, que constatou a insalubridade em grau médio, por
agentes biológicos.

Segundo o perito, além de atender a todos os tipos de


clientes sem qualquer triagem, a reclamante tinha de aplicar
injeções de antibióticos, anticoagulante, hormônio, entre
outras, sujeitando-se, portanto, aos riscos provocados pelos
microorganismos patológicos presentes na sua área de
atuação.
Quanto à neutralização do agente insalubre, o perito afirmou
que a caracterização da insalubridade por agentes
biológicos é inerente à atividade, não sendo eliminada com
medidas de caráter ambiental ou o uso de EPI`s, como luvas,
já que um dos principais meios de entrada de
microorganismos no corpo são as vias respiratórias. "Um
simples contato é suficiente para promover a contaminação"
- ponderou o técnico.

Com base nesse laudo, a juíza deferiu o pedido de


pagamento do adicional de insalubridade, no percentual de
20% (grau médio) sobre o salário mínimo, durante todo o
período trabalhado, com reflexos nas parcelas de direito.

Assédio Moral

Ficou demonstrado ainda, pelo depoimento das


testemunhas, o assédio moral contra a reclamante, praticado
pelo gerente da drogaria, que dispensava a ela tratamento
desrespeitoso e ofensivo à sua honra. Diariamente, ele a
chamava de `loira burra.

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