A Somália surgiu em 1960, quando dois protetorados uniram-se. Em 1974
assinou um tratado com a URSS, que previa aos soviéticos uma base militar no país africano. Mas o acordo foi rompido após três anos, entre intrigas que envolviam a vizinha Etiópia.
Com o país sofrendo pelos conflitos internos, o governo central desapareceu
após a queda da ditadura pró-soviética de Siad Barre, em 1991. Os “senhores da guerra” tomaram conta do país esfacelado. Desde então, a Somália vive em guerra civil intermitente, a qual matou dezenas de milhares de somalis. Não existe mais unidade nacional, e o país fragmentou-se em regiões.
Em 1992 iniciou-se, primeiramente no sul, uma ação humanitária da ONU,
encabeçadas por tropas dos Estados Unidos da América. Embora conseguisse diminuir a fome no país, a operação foi um fiasco, com a morte de 18 soldados norte-americanos. Sozinha, a ONU acabou por retirar-se oficialmente a 3 de Março de 1995. Em 1998 registaram-se mais duas cisões no país, e uma quarta em 1999, todas elas de contornos pouco claros. Em outubro de 2004 elegeu-se Abdullahi Yusuf Ahmed como presidente do Governo Nacional de Transição. A eleição aconteceu em Nairóbi, capital do Quênia, já que Mogadíscio era controlada por chefes tribais
Com a inexistência na prática de um governo central, a Somália persiste
imersa em uma guerra civil. Em 5 de junho de 2006, milícias islâmicas – que formam a União das Cortes Islâmicas (UCI) – tomaram grande parte da capital somali. A UCI controla outros territórios no país e pretende impor a lei islâmica (Sharia) nestas zonas. Em junho, o governo somali de transição e a UCI assinaram um acordo de reconhecimento mútuo.
Em julho de 2006, a UCI passou a controlar todo o sudeste do país e a capital
Mogadíscio e avançava para tomar controle do resto do país. O governo interino pediu ajuda internacional, e o Conselho de Segurança da ONU aprovou planos de enviar uma força de paz africana para apoiar Yusuf. Segundo a ONU, as Cortes estavam sendo providas de armas pela Eritréia e o governo interino somali estava sendo armado pela Etiópia. O governo etíope foi que mais apoiou o governo interino da Somália e, em dezembro, ordenou uma incursão militar direta neste país contra alvos da milícia islâmica. Forças etíopes e do governo interino tomaram várias cidades que estavam sob controle da União das Cortes Islâmicas (UCI), inclusive Mogadíscio. O novo conflito levou milhares de refugiados somalis para a fronteira com a Etiópia e o Quênia.
Os Estados Unidos e o Reino Unido apoiaram a intervenção estrangeira na
Somália, pois temem que a UCI tenha ligações com a rede terrorista Al- Qaeda. fonte: FONTES: