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Droga

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Cocaína.

Droga (do francês drogue, provavelmente do neerlandês droog, "seco, coisa seca"),
narcótico, entorpecente ou estupefaciente são termos que denominam substâncias
químicas que produzem alterações dos sentidos.

Droga, em seu sentido original, é um termo que abrange uma grande quantidade de
substâncias, que pode ir desde o carvão à aspirina. Contudo, há um uso corrente mais
restritivo do termo (surgido após quase um século de repressão ao uso de certas
substâncias), remetendo a qualquer produto alucinógeno (ácido lisérgico, mescalina
etc.) que leve à dependência química e, por extensão, a qualquer substância ou produto
tóxico (tal como o fumo, álcool etc.) de uso excessivo, sendo um sinônimo assim para
entorpecentes.

Índice
[esconder]

 1 Conceito
 2 Tipos de drogas
 3 Uso de drogas
 4 Ver também
o 4.1 Drogas
 5 Ligações externas
 6 Bibliografia

Conceito
Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que introduzida no organismo
modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas,
de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafeína (do café), a nicotina (presente no
tabaco), o ópio (na papoula) e o THC ou tetrahidrocanabinol (da cannabis). As drogas
sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. O termo
droga, presta-se a várias interpretações, mas ao senso comum é uma substância
proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações,
o humor e o comportamento. Do ponto de vista jurídico, segundo prescreve o parágrafo
único do art. 1.º da Lei n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006 (Lei de Drogas): "Para fins
desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou produtos capazes de causar
dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da União". Isto significa dizer que as normas
penais que tratam do usuário, do dependente e do traficante são consideradas normas
penais em branco. Atualmente, no Brasil, são consideradas drogas todos os produtos e
substâncias listados na Portaria n.º SVS/MS 344/98.

As drogas estão classificadas em três categorias: as estimulantes, os depressores e os


perturbadores das atividades mentais. O termo droga envolve os analgésicos,
estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias
voláteis. As psicotrópicas são as drogas que tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso
Central, modificando as atividades psíquicas e o comportamento. Essas drogas podem
ser absorvidas de várias formas: por injecção, por inalação, via oral ou injeção
intravenosa.

Tipos de drogas
 Depressora - diminuem a atividade cerebral e podem dificultar o processamento das
mensagens que são enviadas ao cérebro. Exemplos: álcool, barbitúricos, maconha,
diluentes, quetamina, cloreto de etila ou lança perfume, clorofórmio, ópio, morfina,
heroína, e inalantes em geral (cola de sapateiro, etc).
 Psicodistropticas ou alucinógenas (drogas pertubadoras) – têm por característica
principal a despersonalização em maior ou menor grau. Exemplos cogumelos, LSD,
MDMA ou ecstasy e a Droga DMT.
 Psicotrópticas ou estimulantes - produzem aumento da atividade pulmonar, diminuem
a fadiga, aumentam a percepção ficando os demais sentidos ativados. Exemplos:
cocaína, crack, cafeína, teobromina (presentes em chocolates), GHB, metanfetamina,
anfetaminas (bolinha, arrebite) etc.

Quanto à forma de produção do indivíduo no comportamento cerebral podendo


atrapalhar o processamento ou não, classificam-se como:

 Naturais
 Semi-sintéticas
 Sintéticas

Uso de drogas
É comum distinguir o abuso do uso de drogas de seu consumo normal. Esta
classificação refere-se à quantidade e periodicidade em que ela é usada. Outra
classificação, se refere ao uso das drogas em desvio de seu uso habitual, como por
exemplo o uso de cola, gasolina, benzina, éter, dentre outras substâncias químicas. Os
usuários podem ser classificados em: experimentador, usuário ocasional, habitual e
dependente.
Introdução

A inclusão da família no tratamento de dependentes químicos tem sido consideravelmente estudada, no


entanto, não existe um consenso sobre o tipo de abordagem a ser utilizado, dentre as várias propostas. A
literatura tem concluído que a terapia familiar e de casal produzem melhor desfecho quando comparada
com famílias que não são incluídas no tratamento1,2. Dentro deste contexto, três modelos teóricos têm
dominado a conceitualização das intervenções familiares em dependência química: o modelo da doença
familiar; o sistêmico e o comportamental.

O modelo de doença familiar considera o alcoolismo ou o uso nocivo de


drogas como uma doença que afeta não apenas o dependente, mas
também a família. Esta idéia teve origem nos Alcoólicos Anônimos, em
meados de 1940, através dos livros de Black3 e Wegsheider4 que
descrevem a criança que cresce em uma família que possui histórico familiar
de alcoolismo e como as suas expectativas influenciarão seu comportamento
adulto. Mais recentemente, estudos têm focado que a doença do alcoolismo
manifesta sintomas específicos nas esposas e companheiros de dependentes
químicos, dando origem ao conceito de co-dependência5,6, embora este
tenha recebido críticas7,8,9. Este modelo envolve o tratamento dos
familiares sem a presença do dependente (Grupos de Al-Anon), que consiste
em grupos de auto-ajuda com o objetivo de entender os efeitos do consumo
de álcool e drogas por parte dos dependentes nos familiares e como reparar
o que a convivência com um dependente faz na família, seguindo os
princípios do AA.

Até o presente, momento a produção científica é limitada neste tipo de abordagem10. No entanto, as
intervenções familiares baseadas neste modelo são muito comuns em programas de tratamento em
dependência química e produzem forte impacto na opinião pública.

O modelo sistêmico considera a família como um sistema, em que se mantém um equilíbrio dinâmico
entre o uso de substâncias e o funcionamento familiar. Em meados de 1970 a 1980, este modelo passou a
exercer grande influência entre profissionais de saúde no tratamento da dependência química. Na
perspectiva sistêmica, um dependente químico exerce uma importante função na família, que se organiza
de modo a atingir uma homeostase dentro do sistema, mesmo que para isso a dependência química faça
parte do seu funcionamento e muitas vezes, a sobriedade pode afetar tal homeostase. O terapeuta utiliza
varias técnicas para clarificar o funcionamento familiar e promover mudanças de padrões e interações
familiares.

Pesquisas sobre esta abordagem têm mostrado efeitos benéficos na interação familiar e
conseqüentemente no comportamento aditivo4,11,12,13,14,15.

O modelo comportamental baseia-se na teoria da aprendizagem e assume que as interações familiares


podem reforçar o comportamento de consumo de álcool e drogas. O princípio é que os comportamentos
são apreendidos e mantidos dentro de um esquema de reforçamento positivo e negativo nas interações
familiares. Inclui a teoria da aprendizagem social, modelo do comportamento operante e condicionamento
clássico, incluindo os processos cognitivos16. Este modelo tem propiciado a observação de alguns padrões
típicos observados nas famílias, tais como: reforçamento do beber como uma maneira de obter atenção e
cuidados; amparo e proteção do dependente de álcool quando relata conseqüências e experiências
negativas decorrentes do hábito de beber; punição do comportamento de beber17,18. O tratamento tem
como objetivo a modificação do comportamento da esposa ou das interações familiares que podem servir
como um estímulo para o consumo nocivo de álcool ou desencadeadores de recaídas, melhorando a
comunicação familiar, a habilidade de resolver problemas e fortalecendo estratégias de enfrentamento que
estimulam a sobriedade. Vários estudos referentes a este modelo descreveram desfechos melhores e
redução na utilização da substância de abuso14,19,20,21,22,23,24.

Já a abordagem cognitiva-comportamental mescla técnicas da escola comportamental e da linha cognitiva.


Esta abordagem reza que o afeto e o comportamento são determinados pela cognição que a família tem a
cerca da dependência química, sendo esta cognição disfuncional ou não. O foco é reestruturar as
cognições disfuncionais através da resolução de problemas, objetivando dotar a família de estratégias para
perceber e responder as situações de forma funcional.

Características Presentes em Famílias de Dependentes Químicos


O impacto que a família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é correspondente as reações
que vão ocorrendo com o sujeito que a utiliza25. Este impacto pode ser descrito através de quatro
estágios pelos quais a família progressivamente passa sob a influência das drogas e álcool:

1. Na primeira etapa, é preponderantemente o mecanismo de negação. Ocorre tensão e desentendimento


e as pessoas deixam de falar sobre o que realmente pensam e sentem.
2. Em um segundo momento, a família demonstra muita preocupação com essa questão, tentando
controlar o uso da droga, bem como as suas conseqüências físicas, emocionais, no campo do trabalho e
no convívio social. Mentiras e cumplicidades relativas ao uso abusivo de álcool e drogas instauram um
clima de segredo familiar. A regra é não falar do assunto, mantendo a ilusão de que as drogas e álcool
não estão causando problemas na família.
3. Na terceira fase, a desorganização da família é enorme. Seus membros assumem papéis rígidos e
previsíveis, servindo de facilitadores. As famílias assumem responsabilidades de atos que não são seus, e
assim o dependente químico perde a oportunidade de perceber as conseqüências do abuso de álcool e
drogas. É comum ocorrer uma inversão de papéis e funções, como por exemplo, a esposa que passa a
assumir todas as responsabilidades de casa em decorrência o alcoolismo do marido, ou a filha mais velha
que passa a cuidar dos irmãos em conseqüência do uso de drogas da mãe.
4. O quarto estágio é caracterizado pela exaustão emocional, podendo surgir graves distúrbios de
comportamento e de saúde em todos os membros. A situação fica insustentável, levando ao afastamento
entre os membros gerando desestruturação familiar.

Embora tais estágios definam um padrão da evolução do impacto das substâncias, não se pode afirmar
que em todas as famílias o processo será o mesmo, mas indubitavelmente existe uma tendência dos
familiares de se sentirem culpados e envergonhados por estar nesta situação. Muitas vezes, devido a estes
sentimentos, a família demora muito tempo para admitir o problema e procurar ajuda externa e
profissional, o que corrobora para agravar o desfecho do caso.

E os filhos?
Crescer em uma família que possui um dependente químico é sempre um
desafio, principalmente quando falamos do contato direto de crianças e
adolescentes com esta realidade. Filhos de dependentes químicos
apresentam risco aumentado para transtornos psiquiátricos,
desenvolvimento de problemas físico-emocionais e dificuldades escolares.
Dentre os transtornos psiquiátricos, apresentam um risco aumentado para o
consumo de substâncias psicoativas quando comparado com filhos de não
dependentes químicos, sendo que filhos de dependentes de álcool têm um
risco aumentado em 4 vezes para o desenvolvimento do
alcoolismo26,27,28. No entanto, também é um grupo com maior chance
para o desenvolvimento de depressão, ansiedade, transtorno de conduta e
fobia social29,30,31,32.

Em relação ao desenvolvimento de problemas físico-emocionais, é


predominante a baixa auto-estima, dificuldade de relacionamento,
ferimentos acidentais, abuso físico e sexual. Na maioria das vezes os filhos
sofrem com uma interação familiar negativa e um empobrecimento na
solução de problemas, uma vez que estas famílias são caracterizadas como desorganizadas e
disfuncionais33. Aproximadamente um a cada três dependentes de álcool tem um histórico familiar de
alcoolismo e a probabilidade de separação e divórcio entre casais é aumentada em 3 vezes quando esta
união se dá com um dependente de álcool34. Fatores como falta de disciplina, falta de intimidade no
relacionamento dos pais e filhos e baixa expectativa dos pais em relação à educação e aspirações dos
filhos também contribuem para o desenvolvimento de problemas emocionais, bem como o consumo de
substâncias psicoativas35.

Estudos sobre violência familiar retratam altas taxas de consumo de álcool e drogas, sendo que filhos
geralmente são as testemunhas da violência entre o casal e família, e por vezes alvo de abusos físicos e
sexuais36,37. Esta população também está mais freqüentemente envolvida com a polícia e com problemas
legais quando comparados com filhos com ausência de pais dependentes químicos38.

No que tange as dificuldades escolares, filhos de dependentes de álcool apresentam menores escores em
testes que medem a cognição e habilidades verbais uma vez que a sua capacidade de expressão
geralmente é prejudicada, o que pode dificultar a performance escolar, em testes de inteligência,
empobrecimento nos relacionamentos e desenvolvimento de problemas comportamentais39,40,32,41.
Este empobrecimento cognitivo em geral se dá pela falta de estimulação no lar, gerando dificuldades em
conceitos abstratos, exigindo que estas crianças tenham explicações concretas e instruções específicas
para acompanhar o andamento da sala de aula.

Estudo realizado no CUIDA (Centro Utilitário de Intervenção e Apoio aos Filhos de Dependentes Químicos)
42, situado na periferia de São Paulo, detectou que na maioria das famílias o pai é o dependente químico
(67%), tendo como substância de escolha o álcool (75%). 59% dos cônjuges que não eram dependentes
químicos apresentaram risco aumentado para a ocorrência de transtornos em saúde mental. Nas crianças
foi observado timidez e sentimento de inferioridade; depressão; conflito familiar; carência afetiva e bom
nível de energia que é indicativo de equilíbrio emocional e mental. Nos adolescentes, foi observado maior
índice de problemas em Desordens Psiquiátricas, Sociabilidade, Sistema Familiar e Lazer/ Recreação.
Apesar de seu estado de risco, é importante salientar que grande parte dos filhos de dependentes de
álcool é acentuadamente bem ajustada39, e por tal uma abordagem preventiva de caráter terapêutico e
reabilitador pode ser de vital importância no desenvolvimento saudável de filhos de dependentes
químicos.

Tratamento
Inicialmente a disponibilidade dos membros será um fator relevante para um bom encaminhamento, no
entanto nem sempre isso é possível. Por isso algumas intervenções que antecedem este processo são
favoráveis, como atendimentos individuais às esposas ou pais e/ou intervenções de orientação e suporte.
É através do atendimento familiar que os membros passam a receber atenção não só para suas angústias,
como também começam a receber informações fundamentais para a melhor compreensão do quadro de
dependência química, e conseqüentemente melhora no relacionamento familiar. Uma avaliação familiar
pode ser um grande auxiliar no planejamento do tratamento; fornece dados que corroboram com o
diagnóstico do dependente químico, bem como funciona como forte indicador do tipo de intervenção mais
adequado tanto à família quanto ao dependente.
A American Society of Addiction Medicine propõe três fases para o tratamento de famílias de dependentes
químicos, sendo que o nível de intervenção varia de acordo com a meta de tratamento estabelecida, bem
como as necessidades da família. A tabela abaixo sumariza os níveis de intervenção familiar de acordo
com as fases:

Fase Metas Principal alvo de


intervenção

Fase 1. Trabalhar a negação; Individual


I 2. Interromper o consumo de
substâncias

Fase 1. Prevenir recaídas; Família de


II 2. Estabilizar a família, origem
melhorando seu Família de
funcionamento. procriação

Fase 1. Aumentar a intimidade do Casal


III casal, no plano emocional e
sexual.
A fase I tem como objetivo o dependente a atingir a abstinência. Para tal é importante auxiliar as pessoas
a assumir a responsabilidade sobre seus comportamentos e sentimentos. Por vezes, alguns membros
podem ser atendidos conjuntamente, enfatizando a diminuição da reatividade do impacto de um familiar
nos outros. Ao pensar no modelo de doença, nesta fase é trabalhado o conceito de co-dependência. No
referencial sistêmico, o foco centra-se na esposa definir uma posição de modo a quebrar o circulo
repetitivo do funcionamento familiar e desta forma, auxiliar o dependente em sua recuperação. O
referencial comportamental trabalha com a perspectiva de visualizar comportamentos do cônjuge que
reforcem o comportamento aditivo, almejando a substituição por comportamentos que reforcem a
sobriedade.

Na fase II, o foco é identificar padrões disfuncionais na família como um todo, tanto na família de origem,
quanto da família de procriação. Nesta fase é importante retomar rituais familiares e conforme o grau de
dificuldade, o encaminhamento para uma psicoterapia familiar especializada pode ser realizado.

A fase III é definida como uma nova fronteira no tratamento da dependência química, sendo uma das
áreas menos exploradas e talvez uma das mais controversas. Muito tempo após a cessação do consumo
de substâncias, alguns relacionamentos continuam desgastados. Nesta fase o tratamento tem como meta
aumentar a intimidade do casal e a participação de ambos no processo é fundamental.

Em termos de modalidades, podemos trabalhar com:

o Grupos de Pares: Nesta modalidade os membros da família são distribuídos em diferentes grupos
de pares: dependentes químicos, pais, mães, irmãos, cônjuges, etc. A interação entre pares é facilitadora
de mudanças uma vez que escutar de um par não é o mesmo que escutar de um profissional, porque o
par passa por situação semelhante e não é alvo de fantasias e idealizações como o terapeuta.
o Grupos de Multifamiliares: através de um encontro de famílias que compartilham da mesma
problemática, cria-se um novo espaço terapêutico que permite um rico intercâmbio a partir da
solidariedade e ajuda mútua, onde as famílias se convocam para ajudar a solucionar o problema de uma e
de todas, gerando um efeito em rede. Todas as famílias são participantes e destinatárias de ajuda.
o Psicoterapia de Casal: Casais podem ser atendidos individualmente ou também em grupos, uma
vez que o profissional tenha habilidades para conduzir as sessões sem expor particularidades que não
sejam adequadas ao tema focado.
o Psicoterapia Familiar: abordagem mais especializada segundo um referencial teórico de escolha
do profissional para a compreensão do padrão familiar e intervenção. Nesta modalidade se reúne a família
e o dependente químico.

Vale ressaltar que a diversidade do atendimento familiar também se refere ao processo, havendo
diferenças entre as famílias que recebem psicoterapia familiar, daquelas que esporadicamente são
atendidas dentro do tratamento do dependente químico. Conforme a modalidade adotada, é possível
conciliar sessões abertas com sessões dirigidas, tanto em grupo quanto individual, com ou sem a presença
do dependente, desde que acordado previamente entre as partes.

Considerações Finais
Muitos fatores de diversas etiologias contribuem
para o desenvolvimento da dependência
química, no entanto, a organização familiar
mantém uma posição de saliência no
desenvolvimento e prognóstico do quadro de
dependência química. Neste sentido, a
abordagem familiar deve ser considerada como
parte integrante do tratamento e um programa
bem sucedido é essencial para um desfecho
favorável. Daí a necessidade de se especificar o
tipo de intervenção de acordo com a meta do
tratamento e as necessidades e capacidades da
família, evitando adiantar-se a prontidão e
motivação da mesma para a mudança.
O adolescente e o uso de
drogas
 

Ana Cecília Petta Roselli Marquesa e Marcelo S Cruzb

a
Unidade de Dependência de Drogas do Departamento de
Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo
(UDED/Unifesp). bNúcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao
Uso de Drogas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(NEPAD/UERJ)

Introdução
O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo na história da
humanidade e constitui um grave problema de saúde pública, com
sérias conseqüências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de
toda a sociedade.

A adolescência é um momento especial na vida do indivíduo. Nessa


etapa, o jovem não aceita orientações, pois está testando a
possibilidade de ser adulto, de ter poder e controle sobre si mesmo.
É um momento de diferenciação em que "naturalmente" afasta-se
da família e adere ao seu grupo de iguais. Se esse grupo estiver
experimentalmente usando drogas, o pressiona a usar também. Ao
entrar em contato com drogas nesse período de maior
vulnerabilidade, expõe-se também a muitos riscos. O encontro do
adolescente com a droga é um fenômeno muito mais freqüente do
que se pensa e, por sua complexidade, difícil de ser abordado.1

Epidemiologia
Os levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de álcool e
outras drogas entre os jovens no mundo e no Brasil mostram que é
na passagem da infância para a adolescência que se inicia esse uso.
Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de três milhões de
crianças e adolescentes fumem tabaco. O álcool é usado pelo
menos uma vez por mês por mais de 50% dos estudantes das
últimas séries do que corresponde ao nosso ensino médio, sendo
que 31% chega a se embriagar mensalmente.2 Dryfoos3 encontrou
na população jovem americana (13 a 18 anos) as seguintes taxas
de uso de tabaco, álcool e drogas: 12% de fumantes pesados (um
maço ou mais ao dia); 15% de bebedores pesados (cinco ou mais
doses por dia em três ou mais dias dos últimos 15); 5% fazem uso
regular de maconha (20 ou mais dias no último mês); e 30% fazem
uso freqüente de cocaína (três ou mais vezes no último mês). 4 O
uso de drogas varia de acordo com o sexo e, em meninos, esse uso
aparece associado com mais freqüência à delinqüência.5-7

No Brasil, o panorama mudou completamente nas últimas décadas.


Até o início da década de 80, os estudos epidemiológicos não
encontravam taxas de consumo alarmantes entre estudantes. 8 No
entanto, levantamentos realizados a partir de 1987 pelo Centro
Brasileiro de Informações sobre as Drogas Psicotrópicas da
Universidade Federal de São Paulo (CEBRID) têm documentado
uma tendência ao crescimento do consumo. Esses levantamentos
foram realizados entre estudantes de primeiro e segundo graus em
dez capitais brasileiras e também em amostras de adolescentes
internados e entre meninos de rua. Em 1997, o CEBRID mostrou
que existe uma tendência ao aumento do consumo dos inalantes,
da maconha, da cocaína e de crack em determinadas capitais. 9-13
No entanto, o álcool e o tabaco continuam de longe a ocupar o
primeiro lugar como as drogas mais utilizadas ao longo da vida e no
momento atual (último mês) e com mais problemas associados,
como por exemplo, os acidentes no trânsito e a violência.14

Estudo realizado em 1997 pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em


Atenção ao Uso de Drogas da Universidade Estadual do Rio de
Janeiro, avaliou 3.139 estudantes da quinta série do primeiro grau
à terceira série do segundo grau de escolas públicas, possibilitando
comparar as taxas de uso experimental ao longo da vida com as de
uso habitual (últimos 30 dias). O estudo encontrou um consumo ao
longo da vida e nos últimos 30 dias, respectivamente, de 77,7% e
19,5% para álcool; 34,9% e 4,6% para tabaco; 9,2% e 2,8% para
inalantes; 7,1% e 1,6% para tranqüilizantes; 6,3% e 2,0% para
maconha; e 1,9% e 0,6% para cocaína.15

Entre os fatores que desencadeiam o uso de drogas pelos


adolescentes, os mais importantes são as emoções e os
sentimentos associados a intenso sofrimento psíquico, como
depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa auto-estima.16

Psicofarmacologia
Questões freqüentes relacionadas ao uso de álcool e drogas incluem
os mecanismos de ação dessas substâncias, se o uso traz piores
conseqüências na população jovem e se existem drogas mais fortes
ou piores que outras.

As pesquisas neurofisiológicas sugerem que as drogas psicotrópicas


usadas de forma abusiva estimulam a ação dopaminérgica em vias
mesolímbicas localizadas na área tegumentar ventral e no núcleo
accumbens, o que teria papel determinante no estabelecimento de
dependência.17 Além de agir sobre vias dopaminérgicas, cada
substância age também em outros neurotransmissores, o que faz
com que os vários tipos de drogas tenham efeitos diferentes.
Assim, o álcool e outros depressores do sistema nervoso central,
como os benzodiazepínicos, agem estimulando a neurotransmissão
gabaérgica, provocando um efeito inicialmente desinibidor e
posteriormente depressor. O álcool age também em receptores de
glicina, glutamato (NMDA, AMPA e kainatos), acetilcolina
(nicotínicos), proteína G, AMP cíclico e canais de cálcio. Os efeitos
crônicos incluem uma ação na adenil ciclase e interferem na
expressão genética e de fatores neurotrópicos. Não se sabe se
esses efeitos teriam relação com o desenvolvimento de quadros
como a síndrome alcoólica fetal e a neurotoxicidade no cérebro do
adulto.18

Os prejuízos provocados pelas drogas podem ser agudos (durante a


intoxicação ou "overdose") ou crônicos, produzindo alterações mais
duradouras e até irreversíveis. O uso de drogas por adolescentes
traz riscos adicionais aos que ocorrem com adultos em função de
sua vulnerabilidade. Todas as substâncias psicoativas usadas de
forma abusiva produzem aumento do risco de acidentes e da
violência, por tornar mais frágeis os cuidados de autopreservação,
já enfraquecidos entre adolescentes. Esses riscos ocorrem
especialmente com o uso do álcool, a droga mais utilizada nessa
faixa etária. O álcool pode causar intoxicações graves, além de
hepatite e crises convulsivas.

O uso abusivo de benzodiazepínicos pode potencializar os efeitos do


álcool e, em altas doses, provocar depressão respiratória. O uso
crônico de benzodiazepínicos produz dependência e sua retirada
abrupta pode provocar síndrome de abstinência. O risco do
desenvolvimento desses quadros não deve ser negligenciado pelos
médicos.

Os inalantes, como a cola de sapateiro, solventes de tinta, esmalte,


benzina e lança-perfume incluem ampla gama de substâncias
absorvidas pelos pulmões. As mortes durante intoxicações são
raras, podendo acontecer por asfixia ou arritmias cardíacas. Várias
síndromes neurológicas persistentes podem ocorrer com o uso
crônico, principalmente neuropatia periférica, ototoxicicidade e
encefalopatia. Também podem ocorrer lesões renais, pulmonares,
hepáticas, cardíacas e no sistema hematopoiético.

A cocaína e as anfetaminas estimulam as ações dopaminérgica e


noradrenérgica, podendo produzir, durante a intoxicação, crises
convulsivas, isquemia cardíaca e cerebral, além de quadros
maniformes e paranóides. O uso crônico induz a síndromes
psiquiátricas semelhantes a depressão, ansiedade, pânico, mania,
esquizofrenia e transtornos de personalidade. Também provoca
piora do desempenho em tarefas que exigem a integridade de
funções cognitivas, exaustão crônica e alterações funcionais de
lobos frontais. O uso endovenoso está relacionado à transmissão de
doenças como a síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), e
as hepatites B e C. Além das lesões já descritas que podem ser
provocadas por outras formas de utilização da cocaína, o uso do
crack pode provocar vários problemas pulmonares, como tosse,
expectoração, pneumonia, hemoptise, bronquioespasmo e edema
pulmonar.19 A cocaína e, principalmente, o "crack" são drogas que
podem desenvolver dependência de forma rápida. Atividades ilícitas
podem constituir o modo pelo qual crianças e adolescentes que não
têm meios próprios adquirem as drogas.20

Segundo Hird et al, a maconha produziria a síndrome


amotivacional, caracterizada por passividade, apatia, falta de
objetivos, de ambição e de interesse na comunicação, podendo
levar à queda do desempenho escolar, o que, por sua vez, pode
aumentar a ansiedade, provocando aumento do uso.3

Entre os alucinógenos, o LSD age em vários neurotransmissores,


mas sua ação sobre a serotonina parece ser a mais importante.
Durante a intoxicação, quadros delirantes e alucinatórios aumentam
o risco de acidentes, entre outros.

Diagnóstico
Outro aspecto muito importante desse tema é como realizar a
identificação do jovem que usa drogas e tem problemas
relacionados, o "adolescente de risco". O uso de drogas é um
fenômeno multidimensional, que pode acontecer durante a
adolescência, quando também podem surgir outros transtornos
psicológicos, comportamentais e sociais. Entre as psicopatologias
que mais incidem na puberdade (depressão maior, transtorno de
déficit de atenção/hiperatividade e do comportamento disruptivo)
detectam-se sinais e sintomas semelhantes àqueles também
observados com o uso dessas substâncias, dificultando o
diagnóstico diferencial.21,22 Assim, uma avaliação inicial cuidadosa
do jovem que procura tratamento pode auxiliar o diagnóstico e
melhorar o prognóstico, pois essa população não busca ajuda por
conta própria, principalmente quando estão em dificuldades
relacionadas ao uso de drogas.23-25 Eles pouco relacionam possíveis
alterações de seu comportamento, pensamento e mesmo de seu
funcionamento orgânico com o uso dessas substâncias, pois essas
mudanças muitas vezes decorrem também da adolescência normal.
Quando o fazem, minimizam ou negam as evidências e, dentro de
uma postura ainda ambivalente, dizem que "isso não é nada" e que
poderão resolver tudo sozinhos. Portanto, esse momento é muito
especial e, dependendo da forma de abordar o problema pelos
familiares, amigos ou mesmo pelo profissional, a resistência pode
aumentar e a chance de intervir diminuir. Portanto, o primeiro
passo da intervenção com um jovem é adequar esse contato, por
meio de uma entrevista afetiva, ativa, objetiva e clara, buscando a
cooperação do paciente e reforçando o sigilo das informações.
Deve-se propiciar uma anamnese livre, na qual o jovem responda a
duas questões básicas: por que ele veio para a consulta e o que ele
pensa que está errado com ele. O profissional deve conduzir esse
contato tentando vencer a resistência do jovem e obtendo as
informações necessárias para um diagnóstico mais preciso. A
confidencialidade e a importância da percepção por parte do
adolescente de que tem um papel a assumir no processo de
mudança que ali se inicia são amplamente debatidos e garantidos.
Esses cuidados são imprescindíveis para desenvolver um bom
rapport, o objetivo principal dessa primeira entrevista.
São objetivos dessa avaliação: estabelecer o vínculo; investigar
sobre a saúde física e mental; sobre o comportamento e o
relacionamento social e familiar; o ajustamento escolar ou
profissional; sobre seu lazer; e, finalmente, sobre o uso de drogas e
os problemas a ele associados, estabelecendo uma história sobre o
uso de drogas na vida. Após essa avaliação global do adolescente,
por meio da investigação das diversas áreas de sua vida, realiza-se
o exame físico e solicitam-se exames laboratoriais, se necessário. O
jovem deve receber todos os resultados dessa investigação. A
seguir, define-se a gravidade do uso de drogas e suas
conseqüências, desenvolvendo um plano de intervenção
subseqüente, com metas e critérios de sucesso esperados com o
tratamento. Se não for possível aplicar tal estratégia, é melhor
encaminhar o jovem para um serviço especializado.

Sabe-se da importância do sistema familiar nas intervenções para


prevenção e tratamento da dependência de álcool e outras drogas.
Para a maioria dos jovens, o suporte socioeconômico vem dos pais
e, para eles, os serviços de tratamento devem um esclarecimento
legal sobre alguns problemas. Garantindo ao jovem o sigilo das
informações pessoais, os pais devem saber compulsoriamente
sobre risco de suicídio, síndrome de abstinência grave, intoxicação
grave e abuso sexual. Muitas famílias também devem ser inseridas
no tratamento.

Em função da complexidade da questão, é muito importante que se


utilize questionários, inventários e escalas desenvolvidos para o
jovem, com o objetivo de fundamentar o diagnóstico e o
encaminhamento do caso.26,27 Para o diagnóstico, recomenda-se a
Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da
Organização Mundial da Saúde (CID-10, WHO, 1992). No capítulo
sobre transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso
de substâncias psicoativas (F10 a 19), encontram-se os critérios
diagnósticos para vários estados, sendo os mais importantes:
intoxicação aguda, uso nocivo, síndrome de dependência, estado de
abstinência, entre outros. Um diagnóstico de síndrome de
dependência usualmente só deve ser feito se três ou mais dos
seguintes requisitos estiveram presentes durante o último ano: a)
um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a
substância; b) dificuldades em controlar o comportamento de
consumir a substância em termos de seu início, término ou níveis
de consumo; c) um estado de abstinência fisiológico quando o uso
da substância cessou ou foi reduzido, como evidenciado por: a
síndrome de abstinência característica para a substância ou o uso a
mesma substância (ou de uma substância intimamente relacionada)
com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência; d)
evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da
substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos
originalmente produzidos por doses mais baixas (exemplos claros
disso são encontrados em indivíduos dependentes de álcool e de
opiáceos, que podem tomar doses diárias suficientes para matar ou
incapacitar usuários não tolerantes); e) abandono progressivo de
prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da substância
psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessária para obter
ou tomar a substância ou para se recuperar de seus efeitos; e f)
persistência do uso da substância, a despeito da evidência clara de
conseqüências manifestamente nocivas. Deve-se fazer esforços
para determinar se o usuário estava realmente (ou se poderia
esperar que estivesse) consciente da natureza e extensão do dano.
 

Tratamento
Como tratar o adolescente com problemas relacionados ao uso de
álcool ou outras drogas? Os estudos de metanálise sobre a
efetividade dos diversos tratamentos psicoterápicos para
adolescentes conseguiram reunir em torno de 400 tipos diferentes
de terapias utilizadas para adolescentes.28 Além dessa diversidade
de intervenções, a escolha do tratamento dependeu de fatores
extrínsecos, isto é, da disponibilidade do tratamento mais adequado
para o jovem (próximo ao local de sua residência e compatível com
sua condição socioeconômica e com seu sistema familiar), como
também de fatores intrínsecos, como a motivação do jovem e a
gravidade de seu diagnóstico como um todo. O tratamento do
adolescente deve levar em consideração também, o tipo da droga
utilizada e a freqüência do consumo.29

Até 1974, os adolescentes dependentes de álcool ou outras drogas


recebiam tratamentos desenvolvidos originalmente para adultos.
Wheeler e Malmquist30 propuseram o primeiro tratamento para
jovens dependentes de álcool em regime de internação (28 dias),
utilizando o modelo Minnesota, uma intervenção em grupo com o
programa dos 12 passos dos Alcoólicos Anônimos.30 Estes autores
levaram em consideração algumas diferenças entre o adolescente e
o adulto, aplicando uma técnica essencialmente comportamental e
diretiva.

Cerca de 80% dos jovens com problemas associados ao uso de


drogas são tratados em ambulatórios por meio de abordagens
individual, grupal, familiar ou uma combinação dessas, aplicando-se
modelos teóricos variados.31 O tratamento pode ser feito em regime
de internação parcial (hospital-dia) e em regime de internação
integral, utilizando-se a psicanálise, a terapia comportamental, a
cognitivo-comportamental, a interacional e a sistêmica, entre
outras.32,33

Nas abordagens psicodinâmicas são privilegiadas formas de


tratamento que promovam o desenvolvimento de modos mais
satisfatórios de relação consigo mesmo e com os outros. Dessa
forma, o recurso ao uso da substância deixa de ter a função
anteriormente utilizada, ou seja, a resolução temporária de
motivações inconscientes. Outras formas de tratamento se
associam à psicoterapia, que pode tornar possível o encontro do
indivíduo com aspectos seus anteriormente inacessíveis ao seu
consciente. Tal encontro possibilita que o indivíduo ultrapasse
impasses existenciais, vá além das repetições inconscientes de
comportamentos que impedem o desenvolvimento de sua
maturidade e autonomia e permite que ele expanda o seu
repertório de recursos para enfrentar as vicissitudes do dia-a-dia.34

Já o modelo mais utilizado e recomendado entre os norte-


americanos e os ingleses é o da terapia cognitivo-
comportamental.35,36 A Teoria do Aprendizado Social de Bandura37 é
a base teórica dessa intervenção, sendo o uso de drogas
considerado um comportamento aprendido, desencadeado e
mantido por eventos e emoções específicos e, portanto, possível de
ser modificado. A família é considerada parte dessa disfunção e
deve ser abordada.

Qualquer que seja o modelo teórico, o tratamento deve estar


estruturado em três níveis: o desenvolvimento global do
adolescente; a modificação do comportamento de uso de álcool ou
drogas e a resolução dos problemas associados, além do reajuste
familiar, social e ambiental.

O tratamento do dependente de substâncias psicoativas é bastante


complexo e os estudos sobre a efetividade dos tratamentos para
essa população adolescente devem ser replicados, pois os
resultados ainda são pouco animadores.38 Para a população adulta,
a literatura mostra que tratar é melhor que não tratar, mas não
existe nenhum tratamento mais efetivo até o momento.39 A recaída,
o desejo pela droga (a "fissura"), o pouco envolvimento nas tarefas
escolares ou no trabalho, o lazer insatisfatório, a polidependência, o
início de uso do álcool muito cedo na vida, as alterações de
comportamento e o envolvimento criminal são fatores que
contribuem para tornar o tratamento menos efetivo.40,41 A
abstinência e o redimensionamento do funcionamento escolar,
familiar e social são recomendados para aumentar a efetividade das
intervenções.42

Conclusão
A identificação do adolescente de risco em função do uso de álcool
ou drogas e a definição do melhor tratamento ainda são assuntos
bastante complexos e alvo de muitas discussões. Algumas
características do adolescente de risco podem auxiliar os trabalhos
preventivos e de triagem para minimizar esse problema. Segundo
Newcomb (1995), os fatores de risco para o uso de drogas incluem
aspectos culturais, interpessoais, psicológicos e biológicos. São
eles: a disponibilidade das substâncias, as leis, as normas sociais,
as privações econômicas extremas; o uso de drogas ou atitudes
positivas frente às drogas pela família, conflitos familiares graves;
comportamento problemático (agressivo, alienado, rebelde), baixo
aproveitamento escolar, alienação, atitude favorável em relação ao
uso, início precoce do uso; susceptibilidade herdada ao uso e
vulnerabilidade ao efeito de drogas.

Pesquisas etnográficas e epidemiológicas utilizando uma


metodologia rigorosa podem fundamentar projetos e prevenção em
todos os níveis, fornecendo dados e elucidando muitas questões,
pois o custo pessoal e social com a dependência nos países
desenvolvidos tem sido muito maior que o gasto com a prevenção.
No Brasil, mesmo sem tradição nessa área, é preciso priorizar
políticas preventivas, gerando projetos mais ajustados à realidade
brasileira, pois prevenir ainda é melhor que remediar!
CONSEQÜÊNCIA DAS DROGAS
ÁLCOOL

1- O Álcool é depressivo no sistema nervoso e não estimulante como se pensa;

2- Sob a forma de cerveja, vinho, conhaque, Uisque, cachaça, etc., é a droga


de maior consumo e abuso contra a saúde, no mundo moderno;

3- Pode provocar vícios desde cedo, começando por crianças e adolescentes,


transformando-as em alcoolatas em potencial;

4- A maior parte dos alcoolatas começam a beber na adolescência;

5- Em demasia, o álcool, torna a pessoa repressiva pelo mal hábito, olhos


injetados, dificuldade na fala, perda de controle de suas ações e abandono dos
hábitos de higiene;

6- Os efeitos aumentam quanto maior for a quantidade ingerida;

- Conseqüências devidas ao excesso:


A) Afeta o juízo e a memória;

B) Doenças mentais;

C) Danos ao fígado, pâncreas, estômago, nervos e outros órgãos;

D) Causa dependência e leva ao alcoolismo;

- Outras conseqüências sociais:

A) Diminui a produtividade do trabalho;

B) Causa mal desempenho escolar;

C) Cria marginalizarão social;


D) Acidente de trânsito (motorista bêbado)

- Durante tratamento médico, o álcool altera ou anula o efeito dos remédios


(ex.: o antibiótico);

- Provoca a morte por intoxicação ao deprimir o centro do cérebro que controla


a respiração e os movimentos cardíacos;

- No caso da mulher grávida afeta o desenvolvimento do feto;

- O álcool é responsável por problemas de esterilidade e impotência.

MACONHA "Maconha em seu corpo"


Ela é fumada como cigarro, inicialmente indo para o sistema respiratório, daí a
distribuição para outros órgãos através da corrente sangüínea.

- Sistema Respiratório:
Prejudica os pulmões diminuindo sua capacidade imunológica, tendo o viciado facilidade em
adquirir doenças pulmonares.

Substâncias existentes na fumaça da maconha são irritantes para a mucosa pulmonar;


geralmente o dependente tem problemas de sinusite, laringite, inflamações nos brônquios e
traquéia, causando dor de garganta e tosse crônica.

Pressão Cardíaca:
Aumenta o trabalho do coração. As mudanças ocorridas nesse órgão e o aumento da pressão
arterial durante o efeito da droga assemelha-se ao quadro cardiovascular de uma pessoa com
STRESS. O coração necessita de oxigênio, mas os pulmões cheios de fumaça de maconha
aumenta o teor de monóxido de carbono no sangue, reduzindo a quantidade de oxigênio que
chega ao coração, através da corrente sangüínea.

- Sistema Nervoso:
O uso contínuo da maconha causam transformações na química do cérebro. Essa droga inibe
os neuro transmissores de acetilcolina, mensageiros químicos que transmitem informações de
uma célula nervosa para outra.

Enfraquece sua coordenação motora, perturba o senso de espaço e tempo, e retardamento do


arco-reflexo.

Além disso provoca ansiedade, confusões mentais e pode levar a psicoses incuráveis.

A maconha sendo uma droga desmotivante, diminui acentuadamente a vontade de estudar,


trabalhar, relacionamento familiar, capacidade de memorização, bem como desinteresse por
tudo que o rodeia

- Problemas Visuais:
Causa embrulhamento, percepção visual irregular.

Devido aos efeitos adversos do THC (tetrahidrocanabinol) nas várias funções do cérebro,
geralmente os olhos ficam avermelhados e sensíveis à luz solar.

- Aparelho Reprodutor:
O uso da maconha afeta a produção de espermatozóides e óvulos (células reprodutivas).
Análises feitas com espermas de homens dependentes revelam menor número de
espermatozóides e maior número de defeitos genéticos.

Na mulher perturba o ciclo menstrual e altera o metabolismo da ovulação, resultando períodos


imprevisíveis de infertilidade.

Filhos de dependentes podem nascer com defeitos congênitos, pois alteram a forma de seus
cromossomos.

COCAÍNA E CRACK
1) A cocaína é um pó branco, químico, derivado das folhas secas da
planta conhecida por coca;

2) Consumida sob a forma de pó, pode ser aspirada, injetada na veia ou


fumada como "crack".

3) O primeiro efeito é a sensação de falsa euforia.

4) A seguir, surgem os seguintes sintomas:

a) Depressão

b) Ansiedade

c) Agressividade

d) Desconfiança

e) Alucinações

f) Perda de controle

5) Outras conseqüências na vida do usuário ou dependente:

a) Quebra do desempenho profissional;

b) Desintegração das relações pessoais, familiares e sociais;

c) "Roubo financeiro" nas economias familiares, devido ao alto custo na aquisição da droga;

d) A cocaína, aspirada, destrói a mucosa interna do nariz, causando dores de cabeça, nariz
escorrendo e hemorragias nasais;

e) Quando injetada, na companhia de usuários com AIDS, corre-se o risco da contaminação;


f) Cria-se dependência e tolerância rapidamente, e o organismo exige doses cada vez maiores
tentando obter os resultados iniciais;

g) Para manter o vício, a qualquer preço, começa um processo de desintegração social,


familiar, de trabalho, usando a mentira, o furto ou o roubo, podendo chegar ao extremo do
homicídio (mata para conseguir dinheiro para sustentar, o alto custo do vício).

TÓXICOS por
EURÍPEDES KUHL

A DROGA NÃO LIBERTA,


ESCRAVIZA

I - INTRODUÇÃO

O uso de entorpecentes constitui um grande problema atual que preocupa pais,


professores, médicos e autoridades, pelos terríveis maléficios que causam ao
indivíduo, à família e à sociedade.

Como a droga leva, geralmente, ao vício e à dependência, o seu consumo é


compulsório, independentemente da situação de cada um. Quem tem recursos
adquire-a e quem não tem rouba para adquirí-la. A droga é adquirida e consumida
a qualquer custo.

O problema se agrava com a necessidade premente que o dependente sente,


porque possibilita um comércio rendoso e clandestino, que se impõe à força, de
forma abusiva e prepotente. Quadrilhas organizadas e armadas, sem qualquer
escrúpulo e sem o menor respeito à vida, aos poderes constituídos, às leis vigentes,
cultivam plantas entorpecentes, preparam e refinam drogas e distribuem para os
postos de venda instalados em vários países consumidores.

Tudo isto que está ocorrendo no mundo inteiro é fruto do materialismo grosseiro,
impiedoso, escravizante e destruidor, insistentemente combatido por Allan Kardec
em suas obras, por ser o verdadeiro ópio do povo. O materialismo enfraquece a
vontade, oblitera a mente e conspurca os sentimentos da criatura humana,
alienando-a da realidade da existência.

Os gozadores movimentam e sofisticam os seus instintos para melhor


aproveitamento de tudo aquilo que o mundo oferece. E muitos não contentes com o
que têm e não conseguindo alcançar o paraíso terrestres, em virtude dos inúmeros
problemas naturais decorrentes da própria existência, buscam o reino fantástico
através da imaginação distorcida.

Aqui, apresentamos também o enfoque espírita, mostrando em todos eles, as


desvantagens do uso de drogas pelo desconforto que causam ao organismo e à
mente, com consequências indesejáveis. No enfoque espírita damos um novo
conceito de vida, mostrando suas grandes perspectivas, com a sua valorização no
presente. A vida é o maior bem e temos que preservá-lo.
Natalino D'Olivo

1 - USO

O uso das drogas vem de um passado remoto. Nas civilizações antigas, como as da
Índia, China, Pérsia e Egito, encontramos referências sobre o uso do ópio. Basta
dizer que a maconha era conhecida pelos gregos há 5 mil anos e usada na China há
4 mil anos. A droga era usada para acalmar a dor, para provocar euforia nas orgias
ou êxtase ou alucinações nos rituais religiosos. Até hoje, nas comunidades
primitivas é usada com essa finalidade.

2 - DIVULGAÇÃO

A cocaína foi introduzida na Europa a partir do século XIX, cujo uso foi difundido
por todo o mundo de forma abusiva. A maconha, conhecida na Índia há 2 mil anos
a.C. foi transportada para o Oriente Médio, sendo posteriormente, introduzida no
Norte da África através das invasões árabes nos séculos IX e XII.

3 - CULTIVO

As drogas atualmente são cultivadas em vários países do mundo: ópio (Irã, Índia,
Turquia, Laos, China e Ásia Menor); cocaína (Bolívia, Peru, Equador, Colômbia,
Chile, Argentina, Brasil); maconha (México, Colômbia, Marrocos, Líbano, Índia,
Brasil); tabaco (Cuba, Brasil, Java, Sumatra, Estados Unidos, Turquia e Ásia
Menor).

4 - O QUE É TÓXICO?

"Tóxico" é qualquer substância de origem animal, vegetal ou mineral, que


introduzida em quantidade suficiente num organismo vivo, produz efeitos
maléficos, podendo ocasionar a morte, em casos extremos.

5 - TÓXICO E PSICOTRÓPICO

Qual a diferença entre tóxico e psicotrópico? Todo o psicotrópico tem uma atuação
na mente e no organismo, o que não ocorre com alguns tóxicos. Muitos venenos
são tremendos tóxicos, cuja dose mínima chega a provocar a morte, mas não
alteram a normalidade da mente, como, por exemplo: a formicida tatu, a
estricnina, o arsênico, etc...

6 - TIPOS

Temos vários tipos de drogas: estimulantes, entorpecentes e alucinógenos. Os


estimulantes aceleram o funcionamento do sistema nervoso central, como a
cafeína, a anfetamina e a cocaína. Os entorpecentes são os tranquilizantes, os
anestésicos e os soníferos. São também chamados de depressores ou psicoléticos.
Também atuam no sistema nervoso central e diminuem a sua atividade mental e
deprimem as tensões emocionais. Os entorpecentes mais conhecidos são: ópio,
cocaína, morfina, heroína, codeína, álcool, barbitúricos, sedativos. E também os
inalantes: éter, lança-perfume, clorofórmio, solventes de tintas, gasolina, cola de
sapateiro, etc.. Os alucinógenos, denominados de perturbadores e psicodiléticos
porque causam alucinações e despersonalização. Não aceleram nem diminuem a
atividade do cérebro, mudando tudo aquilo que os nossos sentimentos captam. São
os seguintes: maconha, peiote, LSD-25, STP, mescalina e psilocibina.

7 - EFEITOS GERAIS
Os efeitos das drogas são desagradáveis, embora inicialmente possam dar uma
sensação de bem-estar. Os efeitos desagradáveis decorrem da dependência física e
psíquica que elas provocam. A dependência física altera a química do organismo,
tornando-se indispensável ao indivíduo e a psíquica, quando o indivíduo não usa a
droga, deixa em lastimável estado de depressão, abatimento, desânimo e fossa,
perdendo o interesse pelo trabalho, pelo estudo e pela vida.

8 - TOLERÂNCIA

A fase chamada de tolerância é aquela em que o organismo se adapta, passando a


reagir com exigência da substância tornando-se dependente. E com a tolerância do
organismo, o viciado aumenta a dose provocando sua morte. A tolerância leva à
dependência e daí a busca desesperada da droga. Busca-a no desespero da fome
ou da sede.

9 - O ABUSO DE TÓXICOS DEIXA EFEITOS NO FETO?

"Crianças nascidas de mães dependentes de heroína mostram sintomas de


dependência da droga. A respeito de outras drogas há ainda controvérsia no campo
da genética. A grande maioria de médicos, hoje porém, inclina a afirmar que tomar
entorpecentes durante a gestação é perigoso; é capaz de criar certa dependência à
droga já no feto. Com o uso de LSD, um número respeitável de cientistas reporta
fragmentação cromossomal tanto em animais como no homem. Muitos afirmam
que o LSD em si é capaz de causar anormalidades congênitas no feto. A maconha
vem sendo estudada: há indícios de que causa danos cromossomais no feto porque
em animais de laboratório (em ratos, camundongos e coelhos) já se registraram
tais danos. A mescalina (cujo uso toma vulto no Brasil) produziu anormalidades
fatais em cobaias. Estudos feitos indicam que a maconha, se for dada a um animal
em estado de gestação, atravessa a placenta; assim, a maconha fumada durante a
gravidez poderá ter efeitos adversos sobre o feto. É óbvio que ainda se precisa de
muitos dados para que se possa fazer um julgamento definitivo. Conclusão: é
importante salientar que as drogas podem causar danos cromossomais ou dano ao
feto sem anormalidade cromossomal.

10 - DROGADO É UM DOENTE

"A Organização Mundial da Saúde considera o viciado em narcótico um doente, que


deve ser tratado. O vício em narcótico não é uma doença incurável. A prática de
encerrar um toxicômano numa cela e deixá-lo sem assistência, sofrendo os efeitos
da síndrome de abstinência, é tão cruel quanto ineficaz. Existem, hoje,
medicamentos que aliviam os sintomas decorrentes da ausência da droga e dão
oportunidade a que se faça concomitantemente, um tratamento psicológico que
leva o indivíduo a reintegrar-se na sociedade".

11 - QUANDO O PROBLEMA É DA POLÍCIA

"Frequentemente, o viciado comete atos criminosos, na ânsia de obter recursos


para adquirir a droga. É por causa deste aspecto que o problema cai no âmbito
policial. O vício é propagado principalmente pelos próprios traficantes, que
procuram ganhar a confiança de pessoas imaturas ou desajustadas para induzi-las
ao uso de drogas. O passo seguinte é usar o novo viciado para, por sua vez,
conquistar novos adeptos, sob a pena de não receber sua quota de droga. Com a
arma de chantagem, estende-se assim a rede de distribuidores. O problema,
portanto, tem de ser abordado de dois ângulos: tratamento dos que são viciados e
esforços para impedir a propagação do vício".

12 - É O VICIADO UM INDIVÍDUO PERIGOSO?


"Em decorrência da dependência física, qualquer viciado pode tornar-se violento
para conseguir uma dose da droga e livrar-se dos sofrimentos da síndrome de
abstinência. Assim, na maioria dos casos, o sujeito pode tornar-se violento, por
influência indireta da droga. Este porém, não é o caso da cocaína, que induz
diretamente o indivíduo à violência. A ela se deve a imagem do viciado como um
sujeito agressivo, pronto a cometer um crime a qualquer provocação. Embora não
produza dependência física, a cocaína condiciona rapidamente intensa dependência
psíquica, pois a euforia que provoca é imediatamente seguida por profunda
depressão, que só é aliviada por nova dose. A cocaína provoca dilatação das
pupilas, aceleração do pulso, redução do cansaço, euforia, insônia, alucinações.
Tomada por boca produz anestesia local da mucosa do estômago, de modo que não
atenua a fome e a sede. Geralmente o viciado inala cocaína como o rapé, para que
ela seja absorvida pela mucosa que reveste as fossas nasais. Sob sua influência, o
sujeito fica agitado e excitado, com uma sensação eufórica de grande poder físico e
mental. Os viciados em cocaína são medrosos e, frequentemente, acreditam que
estão sendo perseguidos. Para se defender, andam muitas vezes armados e sob a
influência de suas alucinações, frequentemente se tornam assassinos. Essas
alucinações assemelham-se muito aos delírios que formam o quadro de uma
doença mental grave, a esquizofrenia paranóide, na qual o indivíduo acredita que
está sendo continuamente perseguido; para defender-se pode tornar-se perigoso.

13 - CLASSIFICAÇÃO DOS TÓXICOS

A - Morfina e seus derivados: heroína, dilaudid, dicodid, dromeran, colantina,


polamidon, heptalgin, etc..

B - Opiáceos e seus equivalentes sintéticos.

C - Hipnóticos e analgésicos: barbitúricos, optalidon, doriden, neludar, saridon,


fenacetina, spaltina, etc...

D - Aminas psicoanaléticas ou anfetaminas: psico-estimulantes, dexedrina, pervitin,


simpatina, propisamin, etc..

E - Alucinógenos ou psicomiméticos ou psicodélicos: ácido lisérgico ou LSD,


mescalina, maconha e suas variedades, haxixe, ou marijuana.

F - Outras drogas: cola de sapateiro, cocaína, álcool, etc...

II - AS DROGAS QUE CAUSAM DEPENDÊNCIA

1 - O TÓXICO: O assunto é extremamente atual; todos os dias os jornais, rádios


ou canais de televisão, veiculam notícias sobre drogas; a dimensão do problema
envolve verbas de 150 bilhões de dólares por ano e atinge milhões de pessoas em
todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, droga é toda substância
natural ou sintética, que introduzida no organismo vivo, pode modificar uma ou
mais funções. Desta forma, uma simples aspirina ou um "cafézinho", veiculam
substâncias que modificam nossas funções orgânicas, causando alterações
circulatórias e hemodinâmicas. Existem drogas que podem ser usadas para alterar
as sensações e percepções orgânicas e que levam o indivíduo ao hábito de
consumí-las, se tornando um dependente ou mesmo como vulgarmente
denominado um "viciado". Tóxico vem da palavra grega "toxicon" (veneno) e
significa todo e qualquer veneno celular, que interrompa as funções normais das
células; como o crescimento, o metabolismo e a reprodução, a vida média e a
atividade específica. Portanto, nem toda a droga é tóxico, e nem todo o tóxico é
droga.
2 - DEPENDÊNCIA PSÍQUICA E FÍSICA: As drogas que causam dependência são
classificadas em dois tipos: A-as que causam psíquica (exemplo: cocaína, maconha,
anfetaminas, benzodiazepínicos, tabaco); B- e as que causam dependência física
(exemplo: álcool, ópio, morfina). Dependência psíquica é um sentimento de
satisfação e impulso que requer a administração periódica ou continuada da droga,
para produzir prazer ou evitar desconforto. Dependência física é um estado de
adaptação do organismo ao uso de drogas e que quando suspensas causam uma
série de perturbações que chamamos "síndrome de abstinência", ou seja um
conjunto de sinais e sintomas que aparecem quando o dependente deixa de usar a
droga. São característicos para cada droga e incluem sintomas como vômitos,
diarréia, convulsões, alterações na pele, além de ansiedade e agitação psíquica
intensa. Um caso clássico vemos no alcoolismo, onde o alcoólatra que pára de
beber, nas primeiras semanas apresenta intensos sintomas orgânicos pela ausência
do álcool. Cabe ressaltar que toda dependência física é precedida ou antecipada
pela dependência psicológica. Outro aspecto extremamente importante é o fato de
que certas drogas desenvolvem o fenômeno da tolerância, ou seja, a necessidade
de se aumentar a dose da droga para se obter o mesmo efeito, levando o usuário
habitual a consumir doses letais para obter os mesmos efeitos psíquicos e/ou
orgânicos, exemplo: opiáceos, alucinógenos. Disto decore o grande risco da
overdose, ou seja, uma dose excessivamente alta e que resulta na morte do
dependente em geral de parada cardio-respiratória.

3 - OS EFEITOS DO ALCOOLISMO: O alcoolismo pode ainda causar lesões no feto


que se desenvolve, se a gestante for uma alcoólatra, resultando na síndrome de
alcoolismo fetal, que causa deficiência mental ou atraso de desenvolvimento em
89% dos casos, microencefalia em 93% dos casos e defeitos cardíacos em 49% dos
casos. Além dos aspectos clínicos que se desenvolvem nos dependentes, devemos
analisar as graves consequências sociais do uso das drogas que são: a
criminalidade, a violência, o aumento do número de acidentes nas estradas e no
trabalho, levando em muitos casos a lesões deformantes e encapacitantes para o
resto da vida. Vemos também consequências familiares, como o abandono do lar e
o mau exemplo para os filhos. Este é o motivo deste assunto estar sendo discutido,
para que sirva de alerta para toda juventude, que existe sempre a1ª. dose, pois ela
é o passaporte para o inferno das drogas.

III - DROGA: UM PROBLEMA SOCIAL

1 - MOTIVOS: Diversos são os motivos que levam uma pessoa a consumir drogas
e se tornar toxicômano: curiosidade, ociosidade, aventuras, contestação, fuga,
moda, inibição, desunião da família, mau exemplo dos pais, estado de abandono,
solidão, depressão, ansiedade, fraqueza moral, personalidade psicopática,
influência do grupo, hedonismo (busca do prazer), comércio ilegal, e máfia
organizada e criminosa que se impõe pelo poder do dinheiro e das armas poderosas
e sofisticadas, num verdadeiro desafio à lei e às autoridades constituídas.

2 - FAMÍLIA: O dependente de drogas, além de estar física e mentalmente


prejudicado, traz inúmeros problemas para a família e para a sociedade. A família
dificilmente conta ele, se for adulto, para o equilíbrio do orçamento, pois ele
constantemente está desempregado. E se estiver numa fase crônica, nem trabalhar
pode, que exige da família constantes cuidados. Se o dependente é estudante, falta
às aulas, não se interessando pela escola; cria atritos, encrencas e provoca brigas;
busca outras formas de vício, busca desesperadamente o dinheiro para comprar a
droga e quando não consegue, parte para o roubo gerando, sem dúvida, um
problema social para a família e para a comunidade, porque envolve outras pessoas
forçando a interferência da polícia. O dependente precisa de um médico, de apoio e
de um acompanhamento permanente para evitar que o mesmo se complique e não
cometa suicídio ou homicídio. Além de não poder contar com ele para nada, ainda
tem os imprevistos desagradáveis de sua dependência. A família fica angustiada,
preocupada, temerosa e inquieta. O problema da sobrevivência é agravado com os
desequilíbrios naturais e inevitáveis decorrentes da preocupação com o
dependente.

3 - TRAFICANTES: A responsabilidade maior é dos traficantes que procuram,


através de intermediários menores, conscientizar a população jovem, distribuindo
até de graça para que se torne dependente sem qualquer despesas. Eles sabem
que o faturamento mesmo vem com a dependência, o consumo é obrigatório. E por
esta razão a mercadoria se torna cara. A ambição pelo dinheiro e pela riqueza fácil,
à custa da miséria moral de milhares de criaturas. Criaturas cristalizadas no vício
da luxúria chegam ao ponto de perder o bom-senso, a vergonha e o caráter.
Perdem a consciência de seus valores como gente, como criatura humana, não
sabendo mais distinguir o que é certo e o que é errado. Basta ver a violência
desencadeada no mundo da máfia, que nunca foi tão intensa como nos tempos
atuais. Não obstante a apreensão de drogas, principalmente a cocaina e de
maconha, a destruição de plantas, de laboratórios e a prisão de muitos chefões da
máfia, o comércio clandestino continua, lamentavelmente.

4 - POPULAÇÃO DROGADA: A população drogada está crescendo e o consumo


aumentando. Em consequência os problemas triplicam, exigindo dos poderes
públicos leis mais severas e uma atuação conjunta mais intensa. As estatísticas
sobre a difusão e o uso de drogas são alarmantes. Milhares de jovens morreram em
consequência do seu uso. Diante de um problema tão grave, resta-nos apelar para
as autoridades para que adotem mecanismos mais rígidos de controle e
fiscalização, através de órgãos já criados, tornando inafiançável o crime de
produção, fabricação, transporte e comércio. A nosso ver, a multa, ou a fiança, não
podem substituir a pena de reclusão e o confisco dos bens.

5 - DROGAS: UMA OPÇÃO PARA A MORTE: A droga vicia, destrói o organismo e


mata em pouco tempo, conforme a regularidade do consumo e a dose, razão pela
qual o problema "droga" se tornou social, preocupando pais, professores e
autoridades. É lamentável que a grande parte de nossa juventude, diante de tantas
perspectivas de vida e de realização tenha optado pelas drogas, ou entorpecentes,
ou melhor dizendo, pela morte. A opção pela morte é sintoma de desintegração da
própria personalidade. Quando não se tem consciência de si, de seus valores, a
vida não representa muita coisa. Viver ou morrer é simplesmente uma opção
casual.
Drogas e prevenção
1. Introdução – Drogas e Prevenção
2. O que é uma droga?
3. Informar não é educar
4. A Educação – Tarefa Educativa
5. A família e a Prevenção
6. O mundo das drogas
7. Conceito básico de Prevenção
8. Metodologia da Prevenção
9. Orientações Técnicas em Educação e Prevenção.
10. Educação para a Saúde
11. Estratégias Específicas.
12. Prevenção Educativa
13. Rede Preventiva
14. Metodologia da Intervenção Comunitária.
15. Prevenção de Recaída.
16. Avaliação da Prevenção de Recaída.
17. Conclusão.
18. Bibliografía
INTRODUÇÃO
O uso ilícito de drogas nos últimos anos tem aumentado num ritmo alarmante e tem
ultrapassado todas as fronteiras sociais, econômicas, políticas e nacionais. Esse
aumento pode ser atribuído a vários fatores, entre os que figuram a falta de informação
fidedigna sobre os perigos a longo e curto prazo do consumo de drogas; ao caráter
limitado das atividades preventivas (quase que inexistentes em nosso país), e a falta de
consciência sobre a magnitude do problema dos estupefacientes. Os problemas do uso
indevido de drogas têm sido descritos como um excesso de consciência nos jovens e
uma falta de consciência entre os adultos.
A prevenção do uso indevido de drogas – mediante a sensibilização, a educação e a ação
– é fundamental para lograr deter o uso indevido de drogas e a criminalidade associada
à mesma. Para aquelas pessoas que se iniciaram no uso indevido de drogas, a educação
brinda um caminho para uma intervenção e um tratamento com êxito, para sensibilizá-
las sobre os riscos e perigos do uso indevido e continuado de drogas, e lhes ajuda a
deixar seu uso.
Nos Estados Unidos da América, George Gallup, fez uma pesquisa e pediu aos
adolescentes que mencionasse qual era a principal ameaça para sua geração. A resposta
foi a seguinte:
1) O abuso de drogas - 35% ;
2) O desemprego -16%;
3) O abuso do álcool;
4) A pressão dos amigos.
Agora perguntamos: Por que um perigo de tamanha magnitude comumente é
ignorado? As respostas não são fáceis.
Primeiro, a maioria dos milhares de famílias que terão problemas por primeira vez este
ano, experimentarão a tragédia em silencio, crendo que é o resultado de suas falhas
pessoais e uma experiência vergonhosa e exclusiva.
Segundo muitas das principais opiniões médicas e políticas de nosso país,
especialmente a comunidade intelectual, têm escrito sobre o problema das drogas como
um assunto social curioso que deve ser relegado ao setor direitista de nossa sociedade.
Terceiro, o uso de drogas é tão comum que é difícil assimilar a devastação que está
causando, visto que temos a tendência de perder o medo a qualquer coisa que vemos
diariamente. Nos acostumamos.
Quarto, os problemas causados pela droga, tais como acidentes automobilísticos ou
mortes por sobredose, em muitos casos, ocorrem depois de muito tempo de usar
drogas. Além disso, desde a perspectiva do usuário, estes problemas são incertos e
imprevisíveis.
Se todos os usuários de cocaína tivessem uma sobredose fatal com pouco tempo de uso
da droga, a cocaína desapareceria. Se qualquer bebedor (alcoólatra) sofresse uma
cirrose do fígado em poucas semanas de haver começado a beber, se terminaria com o
uso das bebidas alcoólicas. Porém, para o usuário de cocaína ou outra droga, uma
morte por sobredose é imprevisível, retardada e não tão comum. A mesma coisa com
respeito à cirrose. É um problema que pode acontecer com o outro, não conosco.
Quinto: Por último, existem muitos dependentes de drogas que parecem "seguir em
frente". Usam drogas, desde heroína ao álcool, aparentemente sem efeitos negativos.
Quer seja que estes indivíduos representem a maioria ou uma pequena minoria de
todos os usuários, este grupo, aparentemente invulnerável, exerce uma poderosa
atração para os potenciais usuários; sustentam a esperança de uma "viagem segura".

O QUE É UMA DROGA?


As drogas que nos interessam, nesse tema que nos reúne, "são quaisquer substancias
químicas, sólidas, líquidas ou gasosas que, ao ser usado pelo indivíduo, alteram seu
estado de consciência". O resultado direto da droga se apresenta no cérebro do usuário,
produz uma intoxicação, um estado mental alterado e, supostamente, "agradável".
O QUE É UM ADITO OU DEPENDENTE?
Hoje há diferentes classificações para designar a um "adito". O que é um adito? O que
significa adição? Se uma pessoa orienta sua vida ao redor de determinada droga, se
sente que não pode viver sem ela, e se sofre sintomas físicos quando a droga lhe é
retirada, poderia ser classificado como um adito. (...)
Podemos dizer que, a adição é uma compulsão irresistível de usar uma droga cada vez
com mais freqüência e em quantidades maiores, mesmo conhecendo os sérios efeitos
físicos ou psicológicos e o dano extremo que resulta nas relações pessoais e no sistema
de valores da pessoa. O que diferencia a vítima, é o tipo de droga e o ambiente onde se
usa.
Diferentes organismos internacionais afirmam que se queremos diminuir
progressivamente o número de afetados, tem-se que pensar em articular estratégias de
intervenção mista: 1) as destinadas à limitação da disponibilidade das drogas e 2) as
destinadas a reduzir a demanda das mesmas.
INFORMANDO
Uma das melhores maneiras de prevenir o uso de drogas é assegurando-se de que a
população esteja bem informada sobre o assunto. Até agora tem sido muitos os
modelos de prevenção que têm colocado muito ênfase na informação e a mudança de
atitudes, partindo de uma relação simplista e ingênua. Tal relação supõe que o
incremento da informação sobre as substancias e seus efeitos negativos, conduzirá ao
fortalecimento das atitudes e, portando, das condutas positivas. Mas como se sabe, a
informação por si só não conduz à mudança de conduta. Às vezes não é suficiente.
Pensar que a conduta responde à racionalidade e que a pessoa simplesmente ao
conhecer os riscos e seus custos mudará de atitude, é como omitir outros aspectos
chaves que influenciam sobre o comportamento, tais como: nível emocional, história de
aprendizagem, expectativa pessoais e sociais, etc.
INFORMAR NÃO É EDUCAR
Lamentavelmente, as campanhas costumam ser ações isoladas e fora do contexto,
dirigidas a uma população heterogênea e realizadas à margem dos grupos organizados
da comunidade, com um planejamento e direção centralizada, com uma grande
mobilização de meios publicitários, propagandisticos e orçamentários.
Este tipo de ações costuma ter uma eficácia limitada já que seu impacto é de escassa
duração. Os cidadãos não estabelecem relações causa-efeito e as mensagens correm o
risco – por estar fora do contexto – de não ser efetivas. Se, além disso, as campanhas se
limitam a dar informação simplistas do tipo negativo como: "Não à droga " ou " A droga
mata ", fica uma lacuna entre o informado e o que o público necessita saber sobre o
tema.
A EDUCAÇÃO (TAREFA EDUCATIVA)
Os programas tradicionais de prevenção estavam centralizados, exclusivamente, na
Educação.Sanitária, cujo objetivo era e é transmitir informação a fim de produzir
mudanças nas atitudes e comportamentos das pessoas. Nestes programas a educação se
centralizou na informação sobre os riscos que as drogas apresentam, com o qual não
cumpriam adequadamente sua função preventiva.
Atualmente, nossa maior preocupação é de como conseguir que as pessoas – os grupos
e as comunidades – adotem comportamentos saudáveis, principalmente no que se
refere ao hábito de consumir drogas, em virtude dos problemas sociais que está
causando. A tarefa não é fácil, já que implica na coordenação dos recursos teóricos e
empíricos de diferentes disciplinas e profissionais e, sobre tudo, a adoção de mudanças
políticas e sociais.
Se aceitarmos que a opção de consumir drogas não é uma opção exclusivamente
individual, mas que o ambiente onde vivemos fomenta tais opções, a Educação para a
Saúde não deveria ser apenas a de "fazer palestras", como geralmente vem sendo feito
em nosso país. Estas são importantes e servirão como antecedentes a fim de sensibilizá-
los para uma mudança de atitude.
Também deveria aplicar-se determinadas técnicas pedagógicas ou psicológicas
orientadas ao individuo ou ao grupo. A Educação para a Saúde teria que ser uma tarefa
de reestruturação ambiental e pessoal, o que permitiria que fosse mais fácil fazer
opções saudáveis.
A chave para controlar o tráfico e o abuso de drogas, é reduzir a demanda, portanto a
prevenção e a educação devem ser os pilares principais neste trabalho.
A FAMILIA E A PREVENÇÃO
A "placenta familiar" é o meio vincular onde o filho se humaniza e cresce satisfazendo
suas necessidades possuindo um continente físico efetivo que se converte no
metabolisador emocional de suas angustias e emoções.
Desta primeira "rede humana" aprende o amor, o ódio, a agressão, a ternura, como se
defender, com quem identificar-se e como se sobrepor às frustrações, etc.
Definimos a família como a pessoa ou pessoas que normalmente vive com as crianças e
está relacionada com sua educação; as pessoas que se preocupam pelo seu crescimento
até a adolescência e que vivem sob o mesmo teto. O padrão que até hoje domina em
nossa cultura é a Família Nuclear de dois pais, um ou mais filhos, com ou sem tias, tios,
primos e avós.
A realidade da vida familiar, sempre foi muito mais complexa do que sugere o modelo
apresentado. Algumas mudanças que complicam este retrato são a mobilidade
geográfica, que reduziu o contato com a família, o maior numero de mulheres que
necessitam trabalhar fora do lar, o aumento do índice de divórcios e novo casamento, e
o numero reduzido de crianças. Mas, quase todas as crianças vivem com adultos que se
preocupam por eles.
Apesar de que cada situação familiar é única, hoje em nosso país há um padrão comum
dos problemas que enfrentam pais e adolescente: o abuso de drogas e suas
conseqüências. Os adolescentes, rara vez se apresentam a seus pais ou a outro
adulto, incluindo psicólogos ou psiquiatras, dizendo: "Tenho um problema com as
drogas e necessito ajuda". (...)
A FAMILIA EM RELAÇÃO ÀS DROGAS
O estudo das famílias é de fundamental importância para compreender por que uma
pessoa toma drogas e com que propósito. Em suma, sua razão de ser um adito. Todos
os sintomas tanto primitivos como recentes, num consumidor de drogas, geralmente se
desenvolvem a partir de transtorno oriundos das relações familiares do individuo.
Nosso ponto de vista central é que a personalidade aditiva emerge dentro de um
contexto familiar e social, caracterizado pelos modelos de interação orientados por uma
ideologia que o Dr. E. Kalina denomina: " a existência tóxica".
Uma existência tóxica é uma vida contaminada, uma forma de viver que para sustentar-
se necessita nutrir-se daquilo que a destrói. Dizemos que todo dependente de droga é
um ser que de uma forma lenta ou rápida se autodestrói.
Portanto, podemos falar de uma configuração familiar pré-aditiva, sem que isso nos
leve a desconhecer os elementos particulares de cada situação clínica, e de cada
contexto socioeconômico, nem sua etiologia sócio-político.
Descobrir a adição do filho, certamente desata uma síndrome de alarme na família. A
descoberta desencadeia certas mudanças no sistema com características próprias em
cada grupo familiar. Há famílias que fecham filas em volta do adito; nas mais
patológicas, geralmente o expulsam da casa. Animo-me a dizer que essa ultima é a
modalidade que muitos preferem, tanto por famílias como por escolas, e a sociedade
em geral.
FORTALECENDO A FAMILIA
O ponto de vista da família como instituição, nos mostra, à luz das estatísticas, que
quando ela está unida, organizada e comunicada com papeis bem definidos, é uma
fonte de proteção dos filhos para evitar condutas distorcidas.
Por isso – desde a prevenção – é que se tenta trabalhar no fortalecimento
da família (...).
Também é certo que, ainda que nos propomos a fortalecer os vínculos que devem
existir entre os membros de uma família, temos que destacar o fato de que na
atualidade, em nosso país, encontramos a uma grande maioria de jovens com famílias
desestruturadas ou diretamente abandonadas.
Ao descobrir a adição do seu filho adolescente, é comum que os pais, depois de alguma
tentativa frustrada para que o mesmo deixe as drogas, se aproximam para consultar a
um médico ou a um centro de atenção de adições para que " cure o seu filho ", e o
"tire das drogas".
Dizem, que querem que seu filho se cure, porém isso é uma verdade parcial; porque
simplesmente o que desejam é que seu filho deixe de usar drogas, porém não pensam
em revisar toda a cultura enferma que há por trás da conduta aditiva e que envolve a
toda família.
A teoria psicosocial e as psicoterapias modernas sustentam que para curar um
problema, primeiro deve ser tratada a causa, muito mais que os sintomas. Ainda que no
caso do uso de drogas os dois sejam tratados simultaneamente, a causa, continua sendo
o ponto principal do tratamento.
O tratamento de adolescentes e jovens com problemas de dependência de drogas, não
terá soluções reais se no processo não for incluído os pais e irmãos, e em outros casos a
parentes e amigos que participam da vida grupal.
RESUMO.
Podemos dizer que um dos aspectos positivos da prevenção é o fato de que você
certamente já tenha começado esse processo. Como Pai, você passa mais tempo para
escutar, mostrar interesse e estar perto de seus filhos. Quando você faz isso, você está
ajudando a prevenir o problema das drogas antes que aconteça. Se você é jovem,
quando você ajuda a seus amigos a superar-se nos momentos difíceis através de bons
conselhos e compreensão, o estar ajudando a evadir as drogas. Se você trabalha com
adolescentes, quando lhes provê atividades esportivas, enriquecedoras, sadias, você
está prevenindo o abuso das drogas.
A Prevenção está ao alcance de todos. Juntemos nossas forças e:
"VAMOS PREVENIR.
Adaylton de Almeida Conceição
O MUNDO DAS DROGAS
No mundo do uso e abuso das drogas, as palavras chaves são "mudanças dramáticas",
quando alguém olha o padrão dos últimos anos. Antes, os padrões eram relativamente
constantes e previsíveis. As drogas "ilegais" se limitavam a determinadas minorias
raciais, étnicas e filosóficas. Com freqüência, estas estavam submersas dentro dos
guetos urbanos. A maioria da classe media se confinava a drogas tradicionais
alteradoras da disposição ou psicotrópicas, tais como cigarros, álcool e certos fármacos
receitados. Entretanto, os padrões contemporâneos do abuso de drogas mudaram tão
dramaticamente e se estenderam tanto que, na atualidade, o único que podemos
prognosticar com segurança referente à cena dos fármacos é que continuará mudando
para pior.
A perspectiva da sociedade concernente ao abuso das drogas também deve mudar. Já
não é aceitável catalogar as substancias suavemente psicoativas tais como o álcool e a
nicotina como "não drogas"., e insistir que o abuso de drogas acontece unicamente na
cultura juvenil. O usuário individual das drogas passou a ser visto por muita gente
através de uma mistura de educação deficiente e confiança puritana sempre presente
na justiça, a ordem e o castigo para regular a moral, como um criminoso e não como
um paciente. Esta atitude afasta cada vez mais os jovens que ingressam na cultura das
drogas.
No mundo das drogas, apesar da grande variedade, poucos usuários utilizam todas e
inclusive aqueles que as provam, com o tempo a tendência é a de especializar-se em
uma ou duas classes de drogas. Por que? A resposta mais simples é: "ninguém sabe". A
mais complexa é que a disponibilidade, o apoio social (ou a falta dele) e os complicados
processos biológicos e psicológicos influenciam na " seleção da droga".
Existe três termos que freqüentemente são utilizados e que devemos definir. A
"dependência", que se refere às complexas adaptações biológicas ao uso prolongado
das drogas, que se manifestam como a ansiedade do usuário por continuar usando-a.
Também descreve a conduta de consumir continuamente a droga. Finalmente, a
dependência implica na dor da abstinência que o usuário experimenta quando tenta
deixar de usá-la.
O termo dependência tem substituído ao de adição que, geralmente, se aplicava
unicamente à dependência de drogas opiáceas como a heroína. Assim sendo, um
usuário regular de maconha que tem dificuldade para deixar o seu uso, é dependente da
droga. Quando tenta fazê-lo, sente uma necessidade maior de usá-la. Se não o faz, se
sente mal, agressivo, com insônia (sintomas de abstinência).
Os sintomas precisos de abstinência diferem com o tipo de drogas; enquanto que os
sintomas são influenciados pela dose de droga utilizada, a freqüência e duração de tal
uso, e pelas características individuais do usuário, o padrão geral de tais sintomas é
comum a todas as drogas de nossa classificação.
"Tolerância" a uma droga significa que quanto mais quantidade se tome, menos
efeitos se logram a cada dose. Isso porque com o tempo o corpo se adapta à presença da
droga, o usuário de grandes doses deve tomar mais e mais para lograr o efeito desejado.
Isto se vê claramente com o álcool, onde o usuário habitual sente um efeito muito leve
ou quase nenhum com uma cerveja, porém o usuário primário obterá um efeito
relativamente forte ao beber a mesma quantidade.
Estas três palavras, dependência, abstinência e tolerância, são importantes para
entender a experiência das drogas.
A razão pela qual os usuários de drogas se tornam dependentes de uma droga em
particular é uma pergunta interessante e que ainda não tem resposta. Em nossa
experiência, responder a esta pergunta não ajudará ao usuário, nem aos preocupados
membros de sua família ou a seus terapeutas.
ADOLESCENTES, JOVENS E DROGAS
As pesquisas feitas em nosso país para conhecer os hábitos da população juvenis com
relação às drogas, indicam que um numero considerável de adolescentes e jovens tem
tido contato com drogas. Os usuários nesta faixa se relacionam com consumos
ocasionais, associados a contextos lúdicos, concentrados no fim de semana, realizados
em grupos e em lugares públicos, notamos que cada vez mais, com maior intensidade,
aparecem vários problemas pessoais, familiares e sociais vinculados a este tipo de
pratica.
A associação entre drogas e diversão, que progressivamente tem si afirmado entre
vários seguimentos juvenis, tem levado a que o uso de certas drogas (principalmente o
álcool) se tenha convertido numa referencia obrigatória da cultura juvenil, num
componente essencial de seu ócio ou tempo livre. O consumo de álcool e outras drogas
têm se configurado como uma atividade fundamental no ócio de nossos jovens,
particularmente nos fins de semana. Assim que, o consumo de drogas "recreativas"
passou a converter-se num elemento chave da diversão junto com a música, a festa e a
companhia de outros jovens. Assim que, o consumo de drogas com fins recreativos está
se convertendo num ato cotidiano, aceito socialmente, e considerado como mais uma
atividade de ócio (processo de normalização social do uso de drogas com fins
recreativos).
PREVENÇÃO E O TEMPO LIVRE (O ÓCIO)
Uma das conseqüências mais importantes que a chamada "sociedade de bem estar"
trouxe consigo é que, geralmente, as pessoas dispomos de mais temp para o ócio, e
junto com ele ( ou em outras palavras, por isso), o ócio tem se convertido num mercado
muito fértil para muitas empresas e organizações, que encontraram nele um autentico
filão onde pode conseguir grandes benefícios econômicos.
Por outro lado, vivemos numa sociedade que estabelece uma diferenciação drástica
entre o tempo de ócio e o tempo de "negócio", ou seja, entre as obrigações do trabalho
ou os estudos, e o "tempo livre". Muitos adolescentes passam a semana na escola
esperando ansiosamente a chegada do fim de semana para poder "ficar livres" e "soltar-
se ", da mesma maneira que muitos adultos saem compulsivamente nos fins de semana,
em alguns casos produzindo tremendos engarrafamentos em nossas estradas
metropolitanas, abrindo caminho às buzinadas para aproveitar até o último minuto de
seus dias livres. O ócio tem se convertido num espaço tremendamente consumista e
passivo.
Muitos educadores sabem que este tempo brinda grandes possibilidades para a
educação e a formação.
Entre os valores e recursos a serem desenvolvidos na tarefa de educar no tempo livre,
se incluem muitos aspectos relacionados com a prevenção. São muitos os objetivos da
prevenção que podem trabalhar-se desde o jogo ou o esporte.
O conhecimento dos critérios que hoje se manejam no âmbito da prevenção pode nos
ajudar a programar atividades com sentido, orientadas ao desenvolvimento dos jovens
e adolescentes.
CONCEITO BASICO DA PREVENÇÃO
A prevenção em Patologia social é um processo ativo de implementação de ações e
programas tendentes a modificar e melhorar a formação integral e a qualidade de vida
das pessoas numa Ação Antecipatória para evitar riscos e/ou reduzir a freqüência das
"enfermidades sociais" (alcoolismo-violencia-uso de drogas- AIDS -etc).
O fenômeno destas situações é de etiologia multifatorial onde as variantes pessoais
(biologia e psicologia) dos sujeitos interagem com as características da sociedade que
habitam (social-culturais).
As estratégias, os métodos e os meios de um Programa de Prevenção devem adaptar-se
a cada região, a cada escola, a cada grau, a cada curso, a cada bairro.
Para a orientação, planificação e organização de projetos o trabalho deve começar a
partir de uma primeira rede de apoio político-diretivo fomentando a capacitação de
agentes preventivos, encarregados de orientar e dar dinamismo às intervenções e
ações programadas para desenvolver um processo permanente de PREVENÇÃO
EDUCATIVA COMUNITARIA.
Níveis de Prevenção
a. Primaria: Tende a reduzir a incidência, ou seja, novos casos numa
determinada etapa. Pode ser não específica (Promoção da Saúde) ou específica
(Proteção a determinadas patologias).
b. Secundário: Destinada ao diagnóstico e tratamento precoce do grupo
populacional em situação de risco.
c. Terciária: Refere-se às ações do tipo reabilitadoras (tratamento)
d. Quaternárias: Relacionada com as ações de Integração (socialização).
1. PREVENÇÃO PRIMARIA: Encontra-se na promoção de ambientes
estilos de vida saudáveis, evitando o desenvolvimento de problemas com
álcool e drogas antes que aconteça. A meta da prevenção primaria é
"imunizar" aos indivíduos e ao público em geral e criar ambientes sociais e
físicos que sejam positivos para erradicar o problema antes que aconteça.
Desta maneira, os programas e estratégias de prevenção do abuso de álcool e
drogas estão orientados a influenciar o comportamento das pessoas e os
fatores sociais relacionados com o consumo de drogas antes que seu inicio.

Por um lado, é encaminhada para diminuir ao


máximo a possibilidade de que os jovens
consumam drogas, e por outro lado, a lograr a
máxima integração ecológica em seus ambientes.
Assim que, se propõe uma estratégia de
intervenção dupla:
o Tentar mudar os fatores determinantes que perturbam o pleno
desenvolvimento psicosocial (fatores econômicos, culturais,
educativos, sanitários...).
o Tentar mudanças nos indivíduos e nos seus contextos (família,
escola, bairro...).
1. PREVENÇÃO SECUNDARIA: Trata de identificar os novos
consumidores de álcool e drogas que correm o risco de ter problemas de
abuso e ajudá-los a minimizar ou eliminar os riscos. Esses novos
consumidores são os consumidores ocasionais de fins de semana, das
festinhas, dos encontros casuais nas escolas. A meta da prevenção
secundaria é interromper o uso de drogas antes que comece a ser um
problema crônico. Às vezes a prevenção secundaria é interpretada como
"intervenção mais cedo". Pode envolver-se na identificação antecipada do
abuso de drogas ou, em muitos casos, pode derivar-se de crises pessoais que
levam ao individuo a buscar ajuda por primeira vez.

Há dois pontos a destacar:


o A identificação precoce destas pessoas e a colocação em marcha
da intervenção adequada.
o Reduzir a incidência do consumo antes que este se converta em
adição.

Nestes dois níveis a tarefa de prevenção é de


promoção e proteção da saúde, onde a ação
informativa e educativa é prioritária.
1. PREVENÇÃO TERCIARIA: Orienta-se, principalmente, na
reabilitação e reintegração dos indivíduos que já apresentas disfunções
sociais ou individuais pela dependência da droga, aplicando modalidades de
tratamento para cada caso.

Há dois tipos de enfoques:


1. Um, é o tratamento atual de pessoas que
abusam de álcool e drogas.
2. O outro pode ser qualificado de reabilitação
preventiva. Esta provê serviços de apoio a
alcoólatras e dependentes de drogas em
recuperação para prevenir que voltem a seu
estilo de vida disfuncional.
Os programas de prevenção serão de âmbito local e seu
funcionamento deverá ir acompanhado no conjunto de
obrigações e princípios dos Serviços Sociais. É um
trabalho interdisciplinar.
Assim que, vemos que a Prevenção é um processo
sistemático e continuo (e não ações pontuais) que se
utiliza para administrar problemas em níveis diferentes
com o objetivo de influenciar positivamente nos
comportamentos da população e que levará a cabo por
meio de programas de prevenção primaria e de âmbito
local.
METODOLOGIA DA PREVENÇÃO
Não se trata de uma transmissão vertical de conhecimentos, atitudes e valores, mas de
uma produção que em elaborações sucessivas se assume como projeto próprio do
grupo. Os objetivos da Prevenção desde esta ótica se centraliza, em gerar protagonismo
permanente por parte de todos os participantes sociais, buscando favorecer atitudes
comprometidas para a resolução do complexo fenômeno.
Privilegia-se o formativo sobre o informativo. Promove-se a ação reflexiva.
Estas reflexões sobre as varias tendências nas modalidades preventivas nos permitem
introduzir os conceitos de Prevenção especifica e não específica; entendemos a primeira
como aquelas intervenções centralizadas diretamente no tema "adições" (Prevenção
Educativa), enquanto que a segunda aponta ao desenvolvimento de atitudes e melhoria
global das condições da vida (Educação para a Saúde).
Nos últimos anos se tem concedido um espaço privilegiado à educação em toda ação
preventiva sem esquecermos que se complementa com medidas imprescindíveis de
prevenção não educacionais: policiais, legais, penais, sanitárias e medidas de caráter
econômico – político relacionadas com os fatores sociais que favorecem as condutas
destorcidas.
Referir-se ao educativo como campo prioritário da prevenção implica ressaltar um
amplo espaço de atuação, visto que, a Educação é um processo continuo que
acompanha o homem em todos seus tempos (nas diferentes fases evolutivas), se dá
através de diferentes meios (linguagens verbais-paraverbais-visuais) e em diferentes
âmbitos (recrativos-religiosos-educativos-etc).
O PAPEL DO PROFISSIONAL NA PREVENÇÃO
Vemos que o profissional da prevenção vai desenvolver seu trabalho de uma forma mui
peculiar. Sua função normalmente não consistirá em apresentar um programa
previamente elaborado à comunidade, por mais que durante sua preparação tenha
considerado as particularidades da comunidade a que se dirige. O ideal será que espere
que a demanda surja por parte da comunidade ou de algum grupo que a integre.
Escutar atentamente e trabalhar tal demanda é o papel que se espera do profissional,
muito mais que responder automaticamente com uma programação.
Muito mais que um trabalho na primeira linha, a prevenção pode ser visto como uma
tarefa de apoio a outros profissionais, grupos, associações, dos âmbitos mais variados,
para ajudar-lhes a reformular suas condições de trabalho no sentido preventivo, e
facilitar-lhes quando seja necessário, a elaboração do material ou dos instrumentos
necessários, para seguir diante em sua linha de trabalho. É necessário que existam
especialistas em prevenção, porém seu papel não dever ser entendido como o de
profissionais que impõem seu saber a outros profissionais ou à sociedade. Trata-se de
um papel complexo, pelo que escutam as demandas que formulam em matéria
preventiva, sem que isso signifique que as aceitem sem ponderar ou analisá-las.
De certa forma, nosso trabalho consiste em "nos compenetremos num trabalho de
restituição de conhecimentos aos integrantes do campo social, restituição que nos deve
levar a uma posição não de especialistas, mas a de companheiros de outros agentes na
busca de novas ações preventivas que estão ancoradas na realidade local (Caupert y
Sarton). Isto não anula nosso saber, (nem que não tenhamos um saber) permite que os
demais membros da comunidade se convertam em membros ativos.
O profissional deve existir para garantir que o processo seja possível, uma reflexão, uns
encontros, e, em grau menor, para proporcionar conhecimentos técnicos e experiências
em tarefas preventivas. Este processo levará à comunidade a gerar seus meios, a
conhecer suas limitações e a encarar um processo que deverá exercer influência sobre
os fatores de risco.
A responsabilidade da prevenção não é apenas dos profissionais, mas da própria
comunidade, que decide seguir – ou não seguir – adiante de uma ou outra forma. A
prevenção é, necessariamente, um trabalho de médio e longo prazo. Obviamente
existem aspectos parciais que poderão ser alcançados com mais facilidade, porém a
idéia a transmitir é que nos encontramos diante de um trabalho de longo prazo.
ORIENTAÇÕES TECNICAS EM EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO
Por PREVENÇÃO EM EDUCAÇÃO entendo que é um processo cujo objetivo é facilitar
modificações de conduta para uma melhor qualidade de vida englobando as atividades
de PENSAR, SENTIR e ATUAR PARA FORMAR CIDADÃOS CAPAZES de modelar
UMA sociedade melhor. Este fim em longo prazo começa na família, apoiando-se numa
paternidade responsável que se levanta no primeiro modelo de aprendizagem social dos
filhos.
A Prevenção Educativa pode realizar-se dentro do sistema formal escolar (currículo,
aula, etc,) e também nos contextos não formais: família, bairro e através dos meios de
comunicação. Durante todo seu desenvolvimento um individuo pode "educar-se" em
prevenção.
Ao processo educativo formal e suas instituições (escolas) se soma a intervenção
preventiva em outros contextos. Quando se realiza no inicio, consegue-se optimizar as
"defesas psicológicas" das pessoas, fomentando e consolidando a aquisição de hábitos,
actitudes, valores e habilidades orientadas para uma melhor qualidade de vida e
desenvolvendo aptidões e conhecimentos para um crescimento autônomo capaz de
resistir as pressões grupais, as situações estressantes e conduzir-se da forma mais
"sadia" possível concernente aos fatores de risco que expõem ao abuso de substancias
tóxicas em crianças, jovens e posteriormente nos adultos.
A PREVENÇÃO DA DEMANDA é uma alternativa prioritária que pode melhorar o
problema das dependências de drogas.
A PREVENÇÃO EDUCATIVA é a estratégia fundamental para os programas de ação.
A PREVENÇÃO DA OFERTA e suas conseqüências. Suas variações devem acompanhar,
potencializar e recriar estratégias próprias e eficazes para complementar a ação
educativa.
EDUCAÇÃO PARA A SAUDE
Definição:
"Qualquer combinação de atividades de informação e educação que leva a
uma situação que as pessoas desejem estar sã, saibam como lograr a
saúde e procurem ajuda quando a necessitem".
(36º Assembléia Mundial da Saúde – 1983).
Tem como objetivo favorecer e potencializar desde os âmbitos escolares, comunitários e
familiares o desenvolvimento da uma qualidade de vida que garanta um equilíbrio
físico-psiquico-sociocultural das pessoas através de sua intervenção autônoma,
responsável e solidária, tanto consigo mesmo como com os demais.
Seu objetivo é promover condutas, atitudes e valores que provoquem mudanças ou
contribuam à construção de estilos de vida positivos a partir do conhecimento,
capacitação e reflexão.
A Educação Para a Saúde tem que ver com muitos dos fatores associados ao uso de
drogas que são comuns a outros problemas de saúde e também considera
características especificas dos problemas, transformando-se em Estratégia fundamental
de Prevenção.
Características:
o É um processo de aprendizagem continuo
o Proporciona informações básicas para uma analises critico dos
problemas de saúde e como recurso para tomar decisões.
o Promove comportamentos saudáveis.
o Questiona valores e normas que propõe nosso sistema social
consumista.
o Os programas têm de ser respeitosos com os valores individuais e
comunitários.
o Com rigor cientifico se utilizam os modelos e metodologias que ofertam
as ciências da Saúde (Pedagogia, Psicologia, Psicologia social, etc.).
o . Participação comunitária imprescindível.

É importante despertar nas pessoas o desejo de participação. Um


alto nível de compromisso ativo pode provocar nos membros da
comunidade uma motivação ativa, uma percepção de controle
ambiental, e a conseqüente satisfação pessoal, alem de realizar
uma experiência de aprendizagem e de diversão.
Haverá alguns objetivos de intervenção que envolve de forma
ativa a toda a comunidade e outros (Saúde Publica) que apesar
de ser motorizado por uma parte da comunidade, são efetivos em
mudar normas de condutas de uma proporção significativa da
população.
A participação da comunidade pode dar-se de varias maneiras:
1. Um líder ou instituição demanda por problemas específicos. É
necessário que os demandantes sejam competentes e representativos.
2. Pesquisa da realidade de temas preocupantes por:
3. a) entrevista;
4. b) outro meio.
5. Frente de entrada: provisão de serviços à comunidade por parte dos
pesquisadores, consultórios, escola para Pais, programas de alfabetização,
Escola de confecção, e através destes se descobre líderes que podem ser
capacitados e resultar em promotores além de permitir a presença constante
dos técnicos na comunidade. Há um grande perigo quando a iniciativa fica
apenas no oferecimento do SERVIÇO e que a intervenção comunitária não
se realiza.
6. Contato com líderes para obter informação, conscientização, convidando
a formar parte de conselhos, assessores de intervenção. Permite chegar aos
recursos da própria comunidade.

ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS
- COGNITIVAS: Propõe programas centralizados na informação concernente aos
efeitos e riscos do abuso de álcool e drogas.
Este sistema tem mostrado suas limitações visto que tem sido mais usado nas
campanhas e planos preventivos e nas avaliações, onde há uma relativa modificação ou
possibilidade de mudança de conduta e atitudes apesar de um conhecimento maior
sobre as drogas. Em outras oportunidades, a sobre-informação pode ter efeitos
antipreventivos.
Apesar disso, pensamos que todo Projeto tem que apresentar uma Área de Informação
básica sobre a problemática que permita um impacto (sensibilização) e a possibilidade
de reflexão e mudança (efeito positivo da prevenção).
Os conhecimentos sobre drogas e álcool (exposição objetiva) são só uma parte do
processo de tomada de decisões e se for utilizado em forma isolada não parece incidir
favoravelmente na diminuição do consumo.
A avaliação de programas centralizados na "entrega de conhecimentos" demonstra eu
tem uma influência muito limitada na modificação de condutas. No que concerne às
patologias psicosociais (droga – álcool – AIDS – violência).
- AFETIVAS: Estão destinadas ao desenvolvimento e crescimento pessoal e estão
dirigidos a desenvolver a autoestima dos participantes, a explorar e expressar
sentimentos e a definir valores.
Fundamentam-se nos princípios de que a carência afetiva, a baixo autoestima e o
escasso desenvolvimento pessoal estão operando como fatores de risco associados ao
consumo de drogas e álcool.
- APRENDIZAGEM SOCIAL: Baseiam-se em eu as pessoas tem a tendência de limitar o
comportamento de outros pares (desenvolvimento social ou influência social). Trabalha
sobre o desenvolvimento de habilidades sociais e interpessoais, enriquecem o processo
de analises de problemas, afrontamento de riscos e tomada de decisões, reforçando a
capacidade para resistir às pressões, resolver problemas e pedir ajuda. Considera o
grupo como AGENTE SOCIALIZADOR e se orienta a apoiar um desenvolvimento social
integrado e positivo.
Capacitam-se lideres naturais como multiplicadores tendo sido demonstrado grande
eficácia quando se logra "inserir" nas redes comunitárias o tema da Prevenção.
- CONSTRUTIVAS: Desenvolve-se em programas cujos objetivos são o apoio do
desenvolvimento juvenil ou populacional através de Promoção da Saúde e Estilos de
Vida Saudáveis. Apontam ao estabelecimento de medidas protetoras em saúde.
Em grupos de alto risco (marginalização, desocupados) se enfatizam desenvolvimento
de competências básicas.
PREVENÇÃO EDUCATIVA
Utiliza a educação como técnica de prevenção no sentido de desenvolver ou fortalecer a
capacidade de autodefesas psicológicas dos indivíduos e grupos diante do risco das
enfermidades psicosociais.
É a série de métodos, meios e técnicas dirigidas a obter a amplia e ativa participação
dos membros da comunidade para atuar em beneficio de sua própria saúde, da sua
família e a comunidade, envolvendo-se desde a detenção de seus problemas
(diagnóstico) e seleção de suas prioridades, até a execução e avaliação das atividades e
programas que conduzem a um grau mais alto de saúde e de prevenção.
PARCIPAÇÃO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO PREVENTIVA
A instituição escolar inicialmente é o cenário privilegiado para o desenvolvimento dos
Programas de Prevenção das Enfermidades Psicosociais visto que permite um tempo
prolongado de ação (população "cativa") e oferece uma estrutura funcional que facilita
o desenvolvimento continuo de programas, inclui os diversos níveis (crianças-pais-
docentes-auxiliares-vizinhos) e dispõe do ecossistema adequada sendo a principal fonte
de socialização da criança.
Os programas não devem enfatizar apenas a redução dos fatores de risco destas
problemáticas atuais, mas enfatizar comportamentos que incrementem o potencial de
saúde (melhor qualidade de vida) das pessoas fomentando o bom desenvolvimento, as
competências e as habilidades pessoais.
PARTICIPAÇÃO COMUNITARIA
É a BASE DO ÊXITO DA PREVENÇÃO. Quando a comunidade se responsabiliza e se
compromete na participação e socialização do conhecimento científico, pode chegar a
mudar os comportamentos e os hábitos para melhorar as condições de saúde e
estabelecer redes de apoio sociais efetivas.
É imprescindível para que a intervenção comunitária seja eficaz. Uma
política global de prevenção que integre todas as iniciativas, tanto públicas
como privadas através da educação contínua e a consciência da população
sobre a necessidade de compartilhar a responsabilidade social diante das
causas que prejudicam o bem estar individual e coletivo.

A EDUCAÇÃO PREVENTIVA
A educação tem que ver com o crescer. A solidez de uma estrutura de personalidade se
articula com certos nutriente: afetos, ética, informação, socialização e orientação. Este
marco afetivo-ético-informativo e socializador o denomina como sujeito, mais além do
nome próprio que cada um de nós temos. Ao nomeá-lo o inclui numa rede de relações
simbólicas que o diferenciam como pessoa.
Este processo é uma orientação, uma senda, um caminho .A vida é um caminho
peregrinante. Quando tudo isto falha, o peregrinar desde uma senda se transforma
num perambular sem rumo fixo. O homem e a criança vagabundeiam.
A criança da rua mostra, precisamente, esta realidade; não é que seu problema esteja
exatamente na rua . O rumo da criança tem na educação inicial uma meta. Educação
materna e paterna. A família é escola. Uma escola que o inclui numa historia e uma
senda onde andar, balbuciar, orientar seus movimentos básicos. Nunca como nos dias
de hoje diante do fenômeno da marginalização social e ética e o abandono afetivo de
grandes núcleos de população infantil, se faz imprescindível lembrar a importância do
espaço e o tempo familiar.
Este espaço-tempo familiar hoje nos chega alterado, distorcido por diferentes
estruturas de dispersão.
o Pai e/ou mãe ausentes.
o Dissolução do grupo familiar.
o Inexistência do grupo familiar.
o Perversões dos pais: sadismos, violências, formas veladas ou manifestas
de pederastia.
o Pobreza extrema e riqueza extrema com perversões associadas e
freqüentes abandono.
o Fenômenos de transcultural onde o sujeito em crescimento perdeu
referencia de identidade.

REDE PREVENTIVA
A REDE é um conceito chave em qualquer programa moderno de prevenção e
tratamento, pois permite a instrumentação orgânica dos recursos educativos,
institucionais, de bairro, sanitários públicos e privados com a finalidade de proteger as
populações não afetadas pelo consumo de drogas lícitas e ilícitas e ao mesmo tempo
reduzir o consumo nas populações afetadas e brindar-lhes uma ajuda terapêutica
estruturado. A rede parte de um principio essencial: a complementação e organização
dos recursos.
Em nosso país, a rede preventiva deve atuar em quatro níveis de inserção:
o Educação formal nos seus diferentes aspectos
o Vida Municipal ou das comunidades.
o Vida laboral, com vista nos aspectos empresariais, bem como na gestão
sindical.
o O esporte nas suas varias manifestações.

A educação preventiva no âmbito escolar privilegia ao docente


como agente preventivo multiplicador e à escola como um fator onde se deve ter a
qualidade de sua vida institucional, bem como a de sua patologia que se manifestará em
diferentes sintomas: falta de motivação docente, transtornos disciplinares, violência
crescente, pouca participação docente-aluno, etc.
A educação preventiva deve partir de uma concepção onde a informação sobre o uso
indevido de drogas se torna insuficiente e inclusive indutiva em certos alunos, caso não
seja incluído em um programa global de desenvolvimento afetivo e familiar do
educando dentro de um contexto sócio-cultural onde a procura da substancia ilícita
encontre um sentido e uma compreensão para lograr uma mudança interior e de
comportamento benéfico.
A educação preventiva deve distinguir entre grupos sociais de maior risco e grupos de
menor risco. A finalidade do trabalho será diferenciar estas duas realidades para
permitir uma abordagem melhor tendo em vista diferentes variantes e problemática.
A educação preventiva deve partir de certos fatos que são patentes e salta à luz:
 A crise da instituição escolar em nosso país e na sociedade tecnológica em geral,
como instrumento de transmissão cultural.
 O pronunciado declive da função do docente e do prestigio de sua palavra assim
como a queda de ideais identificadores tão necessários para um sujeito em
crescimento como resultado do deterioro da figura do professor como pai substituto
social.
 A incorporação da comunicação televisiva como meio educativo informativo
muito mais penetrante que o discurso escolar ao mesmo tempo, o prestigio que para
a criança e o adolescente tem sua mensagem.
 A explosão da matricula educativa em algumas áreas geográficas eu não foi
acompanhada por um desenvolvimento de infra-estrutura e dos recursos humanos
adequados.
 O nível de abandono escolar em algumas regiões do país que fará que o
programa preventivo organize formas de capacitação desta população crítica cativa,
sem escola.
 O problema de abandono escolar no ensino Fundamental é muito grande, e
converte a este grupo desertor como de risco psicosocial.
 O problema se complica mais ainda na escola de ensino Médio onde o nível de
abandono é bem maior.

Quando falham os recursos educativos familiares e institucionais, surge um adolescente


pobremente estruturado em suas capacidades afetivas e como representante da
realidade.
A droga se incorpora a esse mundo irreal, de desencontros e vazio.
Drogas estimulantes de um flash ou drogas narcóticas isolantes. Dá no mesmo. O
paradigma é a fuga da realidade. Uma realidade para a qual o sujeito não esta
preparado para assumir não tem nem o recursos nem suporte suficiente para sustentar-
se nela.
A educação preventiva deve passar por diferentes setores:
o O agente preventivo docente
o O jovem ou criança em crescimento
o A família da criança
o A estrutura curricular do ensino
o A estrutura institucional escolar

O agente preventivo necessita capacitação no campo que produz a


informação e a sua própria identidade afetiva para conter e orientar um
processo educativo.
A informação deve centrar-se em módulos de ação específica com o nível de maior
profundeza em cada um deles.
O primeiro módulo capacita ao docente em quatro tópicos fundamentais:
o Pessoa: Deve-se tomar o desenvolvimento evolutivo normal e patológico.
o Droga: Os diferentes tipos e efeitos assim como a diferença entre uso,
abuso e adição.
o Contexto:

a. Familiar: Deve-se analisar a dinâmica dos círculos de


parentes e fraternais em seus aspectos.
b. Social: neste caso o impacto tecnológico e suas
incidências nos seus usos e costumes.
c. Institucional: O homem se realiza num contexto social e
legal institucional.

o Prevenção escolar: a realização de uma escola participativa com


utilização criativa do tempo livre e que supere a simples informação intelectual.

O segundo módulo deve incorporar aspectos formativos mais específicos


sobre o primeiro módulo e capacita ao docente para a criação dos Centros Preventivos
Escolares e sua participação efetiva no mesmo.
O jovem ou criança em crescimento deve ser sustentado por um projeto adulto (pais,
escola, sociedade em geral) onde a utopia se conjugue com a ética do viver. Esta utopia
ética deve partir de um reconhecimento (um duplo conhecimento) da criança que
cresce. Duplo conhecimento de suas demandas, sua necessidade de ser contido,
orientado e limitado, em resumo, reconhecimento da criança como pessoa, ou seja,
como sujeito, não anônimo nem inexistente.
Portanto, um projeto preventivo supera o marco da pura informação sobre os efeitos do
uso indevido de drogas.
A família da criança, a estrutura curricular do ensino e a estrutura institucional escolar
jogam um papel onde a capacidade de holding da escola e dos pais se converte no
principal elemento preventivo.
O projeto preventivo implica, numa transformação da família e da escola como
instituição (melhoria da qualidade de vida institucional).
Sobre este aspecto, a escola e a política escolar devem promover ações de cuidado e
apoio a aqueles educandos com problemas de atraso na aprendizagem, transtorno de
conduta, carências na vida familiar, déficit ambientais sociais e econômicos. Esta
população é, por si mesmo, uma população de risco para o consumo de drogas.
Na REDE REVENTIVA a vida municipal ocupa um lugar
preponderante. É a célula política de contenção primaria onde os vários
representantes da comunidade (docente, pais, políticos, religiosos,
jovens) se unem dentro do município com o fim de organizar ações
preventivas.
Isto levará a ações que por um lado promovem o desenvolvimento e a promoção
comunitária tanto nos aspectos educativos, familiares, institucionais, atendendo
especialmente às populações de risco e por ouro lado ações assistenciais primarias onde
o consumidor de drogas encontre uma equipe médico-psicológico mínima de escuta,
orientação e tratamento individual e familiar.
O plano preventivo deve incorporar à vida laboral como um elemento fundamental. A
cultura do trabalho tem especificamente no álcool e a droga seu maior inimigo; isto dá
lugar aos jovens aposentados por incapacidade, faltas no trabalho (a media de falta de
um trabalhador não adito é de 10 dias por ano, enquanto que a de um adito é de quaro
vezes mais), numero maior de acidentes de trabalho, transtornos familiares
(principalmente com os filhos), violência, etc.
A capacitação de agentes, a criação de Centros Preventivos laborais, e a adequação de
uma política laboral e assistencial são as metas deste plano preventivo específico.
Um bom sistema preventivo laboral fomenta a detenção precoce do alcoolismo e as
adições em geral, gerando desta maneira um freio a processos de internação que podem
ser prejudiciais para o paciente, sua família e para a própria vida social.
O plano preventivo deve-se acompanhar de uma política nos meios de comunicação
social que tende a:
o Limitar o uso de imagens que incitem ao uso de drogas e ao alcoolismo.
o Fomentar um estilo de vida sadia e baseada em valores de educação para
a saúde.
o Formar jornalistas especializados sobre o tema.
o Romper com a imagem social que se transforma num estereotipo de
adito=delinqüente já que isto predispõe a criar a noção de incurabilidade ou
impossibilidade de tratamento e de pânico social.
o Alimentar na população a possibilidade de uma compreensão diferente
do fenômeno das adições e de sua cura ou tratamento.

A rede assistencial deve partir do Centro Preventivo Assistencial que é o


primeiro módulo de ação terapêutica. Para isso utilizará uma serie de
ferramentas operativas como as psicoterapias individuais, familiares e
grupais, bem como grupos, educativos, de reflexão, de confrontação de
condutas, etc.
O Centro Preventivo Assistencial incorpora às noções clássicas ligadas às
ciências médicas e psicológicas um conceito psicosocial e pedagógico
visto que geralmente o consumidor de drogas necessita de um enfoque
integral; geralmente sua escolaridade e todas as suas aprendizagens
sociais e familiares sofreram sérios impactos, quer seja pela ausência,
falta ou carência desses vínculos.
A partir daí a rede tem no Centro de Desintoxicação a unidade seguinte
de complexidade assistencial. O problema clínico que o adito tem a fim
de eu seja detectado e tratado clinicamente: hepatite, transtornos
cardíacos, neurológicos, etc, tornam necessário um cuidado
especializado.
Atualmente se soma a complicação pelos problemas da incidência do
vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que requer
um acompanhamento mui particular bem como as mudanças na dieta
alimentar e na vida cotidiana.
A Unidade de Desintoxicação também cumpre uma tarefa educativa e de
orientação ao paciente para que possa continuar outra fase do
tratamento que lhe permita vislumbrar as diferentes crises familiares,
sociais e pessoais que o levou ao uso e abuso de drogas.
Este centro assistencial está voltado para a síndrome de abstinência e o
prepara para um sistema de atenção comunitária mais complexo a fim
de seu tratamento e posterior reintegração social.
Outro nível de complexidade passa estruturação de COMUNIDADES
TERAPEUTICAS, que devem ter três tipos de modalidades.
1. Comunidades terapêuticas profissionais = Ênfases em certos
aspectos terapêuticos (psicoterapias, grupos terapêuticos, terapia familiar,
etc.)
2. Comunidades Terapêuticas sócio-pedagógicas = Enfatizam o
aspecto educativo e de socialização primaria
3. Comunidades de Vida = Esta cobre essencialmente as necessidades
daqueles pacientes sem possibilidade de reintegração social porque seu
estado psicológico esta mui deteriorado ou por escassa contenção familiar.

O último elo da rede assistencial é o Centro de Reintegração social, cuja função será
possibilitar o acesso à vida comunitária através de uma aprendizagem social, educativa
e laboral, logo depois do processo de reabilitarão.
Apesar de que tudo isso nos fala de Tratamento, é importante que no processo de
Prevenção a conscientização do mesmo esteja sempre presente.
SER OU NÃO SER ESPECÍFICO.
A sociedade, através dos meios de comunicação ou outros meios, tem a tendência de
ver o problema das drogas de uma maneira alarmista, criando uma situação e fazendo
uma análise totalmente centralizada no produto. Pode-se chegar a pensar que o
tratamento e o tipo de atenção política que as drogas recebem nos meios de
comunicação, como acontece com o crack e a cocaína, contribuem mais a criar o
problema que a aclará-lo.
Nesta mesma linha de pensamento vemos como a sociedade abertamente reclama
programas antidroga, como fórmula contro-fóbica de lutar contra os medos
despertados entre nós pela presença das drogas. Muitas vezes, os profissionais aceitam
estas demandas sem trabalhá-las, sem decifrá-las, sem compará-las o suficiente a luz de
nossos conhecimentos. No campo da prevenção somos propensos a dar soluções ou
explicações do estado da situação de forma parcial, isso em virtude da imensidade da
tarefa e pelas amplas lacunas existentes no conhecimento do tema.
O especialista em ciências sociais tende a angustiar-se por não compreender tudo o que
ocorre em sua volta e se crer no dever de dar uma resposta.
A falta de especificidade da abordagem da prevenção das dependências de drogas se
refere especialmente ao enfoque global, que exige que o tema da droga seja abordado
juntamente com outras temáticas, porem dentro deste marco geral cabem atuações
especificas. O caso das drogas legais (álcool, tabaco e medicamentos) é o que apresenta
menos problemas, pois suas conotações as diferenciam das ilegais.
A atitude das pessoas concernente a elas, ainda que cheia de ambivalências, é menos
conflitante, e isso permite que os diversos programas preventivos que atualmente se
realizam com estas drogas, tenha uma eficácia provada, principalmente no caso do
tabaco. A mesma situação já é menos clara no que concerne ao álcool em nosso país,
onde goza de um amplo prestigio entre jovens e adultos.
De certa forma, podemos dizer que existe um pensamento próprio da prevenção, porém
que muitas vezes utiliza instrumentos emprestados. Isto pode ser visto claramente no
caso da prevenção comunitária. Entendemos que não se trata de criar uma rede
paralela de atuações na comunidade, mas de utilizar os que já existem (política juvenil,
promoção da saúde, associações culturais, política do tempo livre,...), dotando-as de
capacidade preventiva. Se tratarmos com monitores de tempo livre, sua capacidade
preventiva não consistirá em acrescentar à sua lista de atividades com os jovens, outras
atuações extras e específicas sobre o tema.
Pelo contrario, nosso trabalho com eles consistirá em revisar suas atitudes com os
jovens, estudar como entendem o desenvolvimento do seu meio e sua forma de
relacionar-se com o grupo, falar de suas concepções sobre as drogas e outros temas
conflitantes da adolescência, fazer-lhes conscientes de como exercem a autoridade ou a
liderança,...Algo similar nos ocorrerá nas outras áreas. O que a prevenção faz é dotar às
atuações ordinárias das diversas áreas de uma reestruturação ou enriquecimento das
tarefas a realizar, porém sem deixar de trabalhar com os instrumentos específicos da
área.
METODOLOGIA DA INTERVENÇÃO COMUNITARIA
A realização de programas de intervenção comunitária adota uma grande variedade
devido às diversidades de enfoques e áreas que conformam uma comunidade. É por
isso que a aproximação metodológica poderá variar segundo a infra-estrutura,
ideologia, nível de preparação, de compromisso e de dedicação existente em cada
comunidade.
Porém, é exatamente nesta variedade onde radica a riqueza e a criatividade das
atuações comunitárias. Por isso, longe de pretender dar uma normativa universal, o
profissional ou grupo que leve adiante qualquer programa fará bem em atender o que
lhe oferecem as peculiaridades locais. Ao mesmo tempo, levaremos em consideração
como o regionalismo e a necessidade de um contato direto com os protagonistas e com
toda a dinâmica comunitária, pode fazer perder a perspectiva necessária para tratar de
conseguir uns objetivos e buscar uma metodologia adequada.
Em linhas gerais, nossa proposta metodológica pode resumir-se nas seguintes frases:
a. Detenção e análise da demanda:

Supõe valorizar quem é o demandante e quais as parcelas de implicação e


continuidade que podem ser asseguradas.
Pretendemos, venha de onde venha a demanda (Assistente Social, Associações,
Igreja, etc), que se chegue a um compromisso com a Associação ou responsável
administrativos do setor de onde surgiu a demanda, para poder assegurar a
gestão, desenvolvimento e continuidade do programa. Por outro lado, se torna
muito mais fácil conseguir o envolvimento de muitos mais setores da comunidade
se for possível contar com um apoio político e administrativo.
Também se supõe analisar a demanda nos seus dois níveis, explicito e latente.
Desta forma será possível formular as respostas adequadas, e caso seja necessário,
reformular a demanda.
É fundamental analisar e averiguar o que é o que esperam não só do programa,
mas também da equipe de profissionais ou técnicos. É Comum acontecer que
depois de feita a demanda, há uma tendência de delegar nos profissionais o
trabalho de programas as intervenções, propor soluções, em definitiva a colocação
em marcha e desenvolvimento do programa. O profissional deve intervir para
utilizar esta posição de saber em que se encontra para, sem cair na armadilha, de
passar a explicar aos outros o que tem que fazer, mas deve promover encontros,
onde um grupo amplo reflexione sobre o que se pode fazer. O saber técnico do
profissional, às vezes tem que passar, pelo menos aparentemente, a um plano
secundário, para não interferir no posicionamento ativo das outras pessoas que
intervém, e que não são profissionais.
b. Criação do Grupo de Intervenção comunitária ou uma Comissão
Municipal:
Para a materialização, gestão e desenvolvimento do programa, será conveniente e
prático criar um grupo estável que assuma uma série de responsabilidades
concretas que permitam a colocação em marcha e assegurem a continuidade do
programa. De todos modos, não é prioritário sua constituição oficial e é bom
esperar até que sua formação se dê de forma natural. Enquanto isso, podemos ir
funcionando mantendo reuniões informais.
O ideal seria que esse grupo estivesse formado por representantes das forças vivas
da comunidade (Chefes de Setor, Assistente Social, Igreja, Associações de Pais de
alunos, Professores e Organizações que existam na área, médicos, Clubes
esportivos, etc.). Entretanto é importante considerar que um grupo muito grande
pode ser uma dificuldade para trabalhar, principalmente no inicio. Em todo
momento, o numero de integrantes desta comissão respeitará os critérios da
operação do projeto.
A equipe de profissionais se encarregará de dirigir ou dar supervisão na formação
técnica necessária deste grupo, através de cursos, em forma de seminários
permanentes, e através do labor continuo de assessoria. Porém, como já dissemos,
esta formação sempre estará vinculada à evolução do grupo, sempre com o
cuidado de não interferir com o papel ativo que esperamos dos demais
componentes do grupo.
c. Investigação e conhecimento do meio:

Uma vez formado o grupo de intervenção comunitária, os profissionais


manterão reuniões periódicas com o grupo com a finalidade de pesquisar e
estudar a comunidade sobre a qual se vai intervir.
a. Identificando as necessidades e problemas existentes, através de dados
objetivos (indicadores sanitários, dados sócio-demográficos, pesquisas
epidemiológicas, etc) e de dados subjetivos (opiniões dos profissionais da área,
demandas, inquietudes e preocupações de setores determinados, etc.).
b. Identificando os recursos existentes (quais, quantos, funcionamento,
coordenação, etc.)

a. Programação:

Depois de analisar os dados reunidos na fase anterior, o grupo formado, com


assessoria dos profissionais, definirá os objetivos almejados, planejará as fases e
metodologia para lográ-lo, reorganizará os recursos humanos e materiais
existentes, se distribuirão tarefas e responsabilidades concretas para cada um dos
membros do grupo, etc. Em definitiva, elaborarão um programa de intervenção
comunitária especifico para o bairro ou município em questão.
O objetivo em médio prazo é conseguir que este grupo progressivamente se
encarregue de coordenar, promover e administrar o programa. É importante que
o grupo sinta que é parte integrante do programa e, portanto se sintam
responsáveis do funcionamento do mesmo.
Também é importante que valorizemos a capacidade de ação do grupo, evitando
que se sobrecarregue com um excesso de tarefas, que logo vai ser impossível de
realizar e que venha a produzir desanimo.
b. Execução do programa:
É o momento de tomar contato com a realidade programada. Surgem novos
problemas, fracassam recursos que estavam previstos e aparecem outras
possibilidades que não haviam sido levados em conta. O grupo, com
assessoramento dos profissionais, deverá ir solucionando estas questões e
também deverá buscar alternativas quando seja necessário.
Mais uma vez, a equipe de profissionais se encarregará da supervisão da formação
específica do pessoal necessário para a execução do programa (professores, pais,
voluntários, monitores, etc.) Todo este pessoal que se formou será o encarregado
de intervir nos programas preventivos de diversas índole que se coloque em
marcha.
c. Avaliação do programa.

Para que um programa de prevenção ou de promoção da saúde seja avaliável de


uma forma experimental, deve ter sido previsto desde o primeiro passo. Porém,
também podemos estabelecer critérios menos ambiciosos, em virtude do alto
custo econômico e pessoal das avaliações que reúnem as características
experimentais.
É necessário que todos os programas disponham de algum sistema de avaliação
ou seguimento que permita saber se a maioria dos objetivos foram alcançados,
se houve algum efeito contrapreventivos, conhecimento das dificuldades
encontradas, etc, pois isto é o que nos permite refletir, e assim avançar, sobre o
trabalho realizado.
O grupo de intervenção comunitária, como o apoio técnico dos profissionais,
determinará os objetivos que devem ser avaliados, e desenharão as estratégias de
avaliação oportunas.
Lista de recursos comunitários que podem ajudar no trabalho de prevenção
comunitária das dependências de drogas e outras em atuações em Promoção de Saúde.
Já esclarecemos que os agentes preventivos não são apenas os profissionais da
prevenção de drogas. Estes profissionais devem tentar converter em protagonistas a
maior quantidade possível de indivíduos da comunidade.Passemos a ver alguns
exemplos:
o Escolas, Universidade.
o Famílias.
o Centros recreativos
o Centro de saúde
o Sindicatos,
o Partidos Políticos
o Empresas, Industrias.
o Associações culturais, fundações.
o Serviços sociais
o Organizações ou grupos musicais
o Grupos Ecológicos
o Administração da Justiça
o Centros esportivos
o Organizações religiosas
o Meios de comunicação
o Governo
o Câmara Municipal
o Organizações de voluntários
o Cursos
o Etc

PREVENÇÃO DE RECAIDA (REINCIDENTE)


Depois que um dependente de drogas conseguiu manter-se abstêmio entre um e três
meses, constata que o intento de superação da adição é um processo longo e complexo,
onde logo surgirão as primeiras crises. O desenvolvimento de seus próprios recursos
pessoais (intervenção individual), a pressão social da família (intervenção familiar) e o
grupo de dependentes de drogas (intervenção grupal) lhe permitem, em grande parte,
poder confrontar e resolver as primeiras crises, porem, desafortunadamente, muitos
pacientes adictos não superarão estas primeiras crises e voltarão, oura vez, a
"pendurar-se" nas drogas.
Recaída ou reincidência se define como qualquer retorno ao comportamento aditivo ou
ao estilo de vida anterior, depois de um período inicial de abstinência e de mudanças de
estilo de vida (no mínimo entre um e três meses). Litman e outros especialistas no
tema, sugere que a recaída pode ser considerada de cinco maneiras diferentes:
1. Como um evento discreto que se inicia com a volta ao consumo de
drogas.
2. Como um processo que de forma insidiosa conduz novamente ao
consumo;
3. Como o retorno ao consumo de drogas com a mesma intensidade;
4. Como o uso diário durante um número especifico de dias;
5. Como uma conseqüência do uso de substancias.

Talvez a definição mais operativa do que é uma recaída é a que nos


propõe Chiauzi: " Recaída é o restabelecimento de uma conduta aditiva, pensamentos
e sentimentos depois de um período de abstinência". Este período de abstinência pode
variar consideravelmente... a recaída implica na interação de fatores biológicos,
psicológicos e sociais. A contribuição especifica de cada um destes fatores num
individuo certamente dependerá de sua historia de aprendizagem, seu funcionamento
físico, sua predisposição psicológica e seu ambiente.
A recaída não deve considerar-se, necessariamente, como uma indicação da motivação
que se tem, mas como uma falta que pode ser corrigida mediante um exame e mudando
os fatores de risco individuais. Um retorno breve à conduta aditiva não deve
considerar-se como uma recaída, a não ser que ocorra freqüentemente ou desencadeie
num retorno prolongado à pauta de conduta aditiva.
Estes deslizes podem aportar sinais sobre os fatores biológicos, psicológicos e sociais
que requerem uma avaliação mais detalhada. Por fim, substituir uma conduta aditiva
por outra poderia considerar-se como um sinal potencial de deslize ou recaída.
Assim que, a recaída nas adições pode manifestar-se de diferentes formas: algumas
vezes como o retorno ao estilo de vida antiga, outras na forma de consumo de drogas
substitutas e/ou atividades de jogos de azar e risco ou sexualidade compulsiva, mesmo
que, geralmente, a característica mais importante consiste em voltar a consumir de
forma regular a droga característica de abuso. Estas manifestações de recaída podem
dar-se de forma independente e/ou conjunta.
Em alguns casos de observa que muda, primeiro, o estilo de vida, e depois se dar inicio
ao consumo de drogas; outras vezes, é o consumo esporádico, porem com um estilo de
vida diferente ao de adito ou usuário.
De uma forma empírica se tem demonstrado que os estudos de acompanhamento
realizados com dependentes de drogas põe de manifesto a elevada taxa de recaídas
depois de finalizado o tratamento. Num estudo clássico, especialistas como Hunt,
Bernett e Branch descobriram que aproximadamente sessenta por cento (60%) das
recaídas em adição a heroína, álcool e tabaco aconteciam dentro dos três primeiros
meses de acompanhamento, com uma aceleração negativa nas taxas de recaída até os 6
meses, alcançando uma estabilidade dentro de um ano.
Para estes profissionais, estes dados representam o processo de extinção que tem lugar
à medida que a nova aprendizagem começa a decair ao longo do tempo. Ou seja, o
tratamento implica na extinção das condutas aditivas aprendidas que voltam a
ressurgir durante o acompanhamento.
MARCO TEÓRICO DA PREVENÇÃO DE RECAÍDAS
Marlatt define a prevenção de recaídas como Um programa de autocontrole
desenhado com a finalidade de ajudar aos indivíduos a antecipar e a enfrentar os
problemas de recaída na mudança das condutas aditivas. O modelo de prevenção de
recaídas, desenvolvido de forma extensa por Marlatt y Gordon nos anos 80 no manual
intitulado Relapse Prevention, considera as adições como um hábito adquirido que
pode eliminar-se e/ou modificar-se aplicando os princípios de aprendizagem
(aprendizagem clássica, operante e, fundamentalmente, aprendizagem social). A
recuperação se considera como uma tarefa de aprendizagem onde o adito assume um
papel ativo e responsável para alcançar o autocontrole.
Segundo este modelo, o processo de mudança ocorre em três fases:
1. Assumir o compromisso de que o individuo quer mudar;
2. Levar a cabo a mudança; e
3. Manter a mudança alcançada.

Esta última fase se caracteriza pela aplicação dos procedimentos de


intervenção cognitivo de conduta característicos do modelo de prevenção de recaídas, e
não é só o mais longo e mais difícil, mas que também é a que se caracteriza por um
numero maior de crises. Nossa concepção de prevenção de recaída consiste em manter
e melhorar o processo terapêutico alcançado nas duas primeiras fases.
No caso de um dependente de drogas, se na hora de enfrentar uma situação de alto
risco for capaz de manejá-la com eficiência, se produz um aumento da auto-eficácia
pessoal e diminui a possibilidade de recaída.
No caso de que um individuo em tratamento tenha uma recaída, é possível que o
processo que o levou a voltar a consumir se caracterize pela ausência de respostas de
afrontamento, ou que as respostas necessárias estejam inibidas devido a níveis elevados
de medo ou ansiedade. Também é possível que a situação não seja percebida como de
alto risco, ou que o processo de mudança tenha ido se deteriorando de forma gradual.
Estes aspectos vão diminuindo bastante o nível de auto- suficiência do adito em
diferentes situações de alto risco, bem como as expectativas de resultado de manejar
com êxito uma próxima situação que implique dificuldade. A recaída é mais provável se
o dependente antecipa alguns efeitos positivos para o consumo da substancia, que se
baseiam em sua história previa do uso das drogas, ao mesmo tempo em que descarta os
efeitos negativos a longo prazo. As expectativas desempenham um papel central no
modelo de prevenção de recaídas.
Assim que, uma recaída pode começar na forma de pensamentos, sentimentos ou
condutas que, materializando-se inicialmente num simples deslize, dão lugar a uma
recaída completa. Podemos dizer que uma recaída pode ter inicio com a tomada de
uma decisão aparentemente irrelevante (TDAI); Assim que, quando um paciente adota
uma decisão desta classe, sem ser consciente do que está fazendo, está incrementando
sua vulnerabilidade à recaída.
Por exemplo, um individuo que já leva 5 meses em tratamento e em abstinência, um
dia, ao voltar do trabalho muda seu caminho habitual e decide passar por um dos
lugares onde comprava droga e consumia quando era um dependente de droga. Neste
caso, a escolha de um novo caminho é uma TDAI. Esta decisão, sem ser consciente, o
colocou diante de uma situação de alto risco (que são situações de natureza
intrapessoal e interpessoal que torna mais provável que um individuo em tratamento
volta a consumir).
Ao passar por esse novo lugar pensa no "aviãozinho" que lhe vendia e onde costumava
consumir; experimenta pensamentos débeis sobre os efeitos prazerosos do consumo ao
mesmo tempo em que nota como a palma de suas mãos começa a suar e o coração bate
mais rápido. Neste momento reconhece o risco e a iminência da recaída.
Ao passar de uma decisão aparentemente irrelevante a ver-se numa situação de alto
risco, se produziu uma mudança ambiental considerável no processo de recaída.
Entretanto, ainda está em tempo de corrigi-la se é consciente do que lhe está sucedendo
e adota uma resposta de afrontamento, neste caso, voltando a tomar o caminho
habitual. Se for assim, vai notar um sentido geral de auto-suficiência que faz com que o
tratamento que está realizando seja mais eficaz ainda. Além disso, também vai
aprender que a iminência da recaída pode ser modificada, desde que analise a situação
de forma racional e dê uma resposta adequada de afrontamento.
Porém, se o individuo permanece na situação de alto risco por um período de tempo
mais longo, vai começar a raciocinar o dilema de voltar a consumir depois de 5 meses
com os seguintes pensamentos: "por tentar uma única vez não vai acontecer nada",
"me sentirei melhor comigo mesmo se não cedo à tentação". Também começa a
antecipar os efeitos positivos da substancia e pensa que se volta a cheirar de novo vai se
sentir muito bem, com muita energia e vitalidade. Pensa que já não tem controle sobre
sua conduta, o desejo de consumir é cada vez mais intenso, e como se seus
pensamentos e sentimentos o estivessem colocando uma espécie de armadilha nessa
situação.
Aqui também acaba de produzir uma grande mudança, como seja, o de esperar obter
uns efeitos positivos com o consumo e, ao mesmo tempo, sentir que tem cada vez um
controle menor sobre sua conduta. Estas mudanças o colocam no próximo passo no seu
processo de recaída.
Se a partir dai não se produz uma intervenção, quer seja por iniciativa do próprio
paciente ou pedindo ajuda a seu terapeuta, o individuo vai consumir cocaína. Uma vez
que tenha consumido a primeira dose, no caso de não se fazer nada, o mais provável é
que oculte e negue o acontecido, no caso de ser descoberto, e comece a consumir de
forma contínua. E mais, o impulso de continuar consumindo o supera.
Neste caso esta se produzindo o que Marlatt definiu como o "Efeito de Violação da
Abstinência". Este efeito tem alguns elementos cognitivos como a geração de uma
dissonância cognitiva e de uma auto-imagem negativa, bem como a atribuição de uma
incapacidade pessoal para superar a dependência da adição. Também tem outros
aspectos, como o desejo reforçado por voltar a consumir.
o O primeiro componente é a dissonância cognitiva que gera o voltar

a consumir. O sujeito experimenta a dissonância resultante em forma de conflito ou


culpabilidade pelo que acaba de fazer. Este conflito interno tem um caráter motivador e
faz que se empreendam condutas (ou cognições) que eliminem ou reduzam a reação de
dissonância. Uma vez que a recaída tenha acontecido, caso continue consumindo, o
sujeito, numa intenção por reduzir os sentimentos de culpabilidade, pode estar sendo
levado por um reforço negativo (consumir para evitar estados emocionais negativos).
Também é possível que o individuo tente reduzir a dissonância associada com o
primeiro deslize alterando de forma cognitiva a nova auto-imagem (abstinente) para
colocá-la em consonância com a nova conduta (consumir de novo).
o O segundo componente é o efeito de auto-atribuição mediante o

qual o sujeito atribui a causa da recaída ao fracasso pessoal ou a suas fraquezas


pessoais. É possível que em vez de considerar a recaída como uma simples resposta
circunstancial, atribua a causa da mesma à falta de força de vontade ou â fraqueza
pessoal. Freqüentemente as pessoas fazem conclusões sobre seus próprios traços de
personalidade, atitudes e motivos quando observa sua própria conduta. Neste sentido,
atribuirá seu fracasso a causas internas ou pessoais.
Quer dizer que, se o deslize for considerado como uma falha pessoal, a expectativa do
individuo de que vai continuar fracassando seguirá aumentando.
o O terceiro componente é o desejo reforçado pela volta ao consumo.

Estes três componentes se combinam para completar uma recaída completa. Nesta
seqüência existem muitos pontos de intervenção.
DESENVOLVIMENTO DA PREVENÇÃO DE RECAÍDAS NO
CONTEXTO DA TERAPIA INDIVIDUAL, GRUPAL E FAMILIAR
Na terapia individual os procedimentos de avaliação e de intervenção se ajustam às
necessidades de cada paciente, desenvolvendo um plano específico de atuação. Na
terapia de grupo se analisam as situações e as condutas de cada um de seus membros
de maneira que o deslize ou recaída de cada um deles pode servir para antecipar-se à
dos demais.
O papel fundamental da família também consiste em antecipar o aparecimento de
deslizes e recaídas, descobrindo mudanças que acontecem na forma de comportar-se
como, por ex.; o tom da voz, a olhada, falta de objetos na casa, etc.
A. Prevenção de recaída em terapia individual.
Geralmente, a técnica mais importante para abordar um deslize ou uma recaída é a
confrontação. A reação inicial do paciente costuma ser a negação ou o encobrimento,
evitando assumir responsabilidades pelo fato acontecido e, mesmo depois de
reconhecer o deslize ou a recaída, costuma atribuí-lo à causas externas. Na
confrontação a presença da família é importante, para que possa aportar informação
objetiva sobre os fatos que puderam ter dado lugar à recaída.
B. Prevenção de recaída em terapia de grupo.
A terapia de grupo está orientada à solução de problemas e à realização de tarefas para
lograr a abstinência e a mudança do estilo de vida do dependente. Segundo este ponto
de vista, alguns pacientes no grupo de dependentes de drogas assimilaram
interiormente mais que outros o processo pessoal de deixar a droga, e isto faz com que
possa confrontar com mais facilidade a negação e argumentação daqueles que caíram.
Ao mesmo tempo, serve para reafirmar o processo terapêutico daqueles que servem de
modelo para os demais.
C. Prevenção de recaída em terapia familiar
Geralmente, os pais com filhos dependentes de droga, não tem tanta facilidade em
distinguir os sinais que levam um individuo a cometer deslizes ocasionais e a recair.
O objetivo consiste em ensinar aos pais, em grupo, a distinguir sinais que antecedem
uma recaída e quais as condutas que são características da preparação e incubação da
mesma.
AVALIAÇÃO DA PREVENÇÃO DE RECAIDA
1. Avaliação das situações de alto risco.

Para o modelo de prevenção de recaídas é fundamental a identificação das


situações de alto risco. A avaliação destas situações pode ser feita preenchendo
um registro sobre o dia e hora em que ocorre cada episódio de consumo de droga,
circunstancia em eu aconteceu, tipo de droga consumida e a quantidade,
especificando se havia outras pessoas presentes e se estas escavam consumindo.
Para obter estas informações, se pede ao paciente que responda as seguintes
perguntas:
o Qual o principal motivo que o levou a voltar a usar droga
o Mencionar quais os pensamentos e os sentimentos que tinha nesse
momento e que desencadearam a necessidade ou o desejo de voltar a
consumir.
o Descrever qualquer circunstância ou conjunto de situações que te
sucederam e que desencadearam a necessidade e/ou o desejo de consumir.

O resumo, a avaliação das circunstancias de alto risco implica realizar uma


mostra suficientemente ampla de situações susceptíveis de desencadear
um deslize ou uma recaída al longo do processo de recuperação
terapêutica. A identificação de situação de alto risco pode realizar-se a
partir do momento em que o paciente tenha um mês de abstinência.
Uma das formas de procedimento é a seguinte: a) se pede a cada individuo
que faça um registro cada vez que tenha um forte desejo de consumir; b)
se o paciente tiver dificuldade para fazer o registro (por ex.; no caso de um
nível educativo muito baixo), o terapeuta durante as sessões de terapia
individual realiza uma pesquisa sobre possíveis situações de alto risco que
tenha acontecido ao longo da semana e vai anotando numa lista sobre
"situações de alto risco"; c) cada vez que aconteça um consumo da
principal droga de abuso e/ou outras relacionadas, mesmo que este seja
mínimo, analisa-se a situação que o motivou, e d) análise da história
previa de recaída.
Uma análise pelo profissional permite determinar a natureza das situações
de alto risco e sua evolução ao longo do tratamento, podendo, conforme as
situações, adaptar o treinamento em estratégias de afrontamento, segundo
as características deste tipo de circunstancias.
Em muitos casos, a recaída acontece por uma serie de acontecimentos
vitais que tem lugar na vida do paciente (por ex.: separação, perda do
emprego, etc.). Se recomendam levar em consideração estes
determinantes como possíveis fatores desencadeantes de uma recaída
durante o tratamento ou no acompanhamento.
Em Prevenção de recaídas é muito importante observar algumas situações
de alto risco característico dos indivíduos em tratamento. Vejamos alguns:
o Movimento de dinheiro. Nas situações onde o paciente movimente
suficiente dinheiro como para adquirir droga para consumo, é muito
provável que com o passar do tempo volte a cair. Geralmente um adito
necessita que passe muitos meses antes de que possa movimentá-lo sem
necessidade de pensar na droga. Se uma pessoa passa por um lugar de venda
de droga e tem dinheiro suficiente como para adquiri-la, certamente seu
nível de desejo aumenta de forma considerável, e o mais provável é que
inicialmente se produza um deslize e, caso não haja uma intervenção, uma
recaída.
o Consumo de outras drogas. O consumo habitual de álcool e tabaco,
assim como de outros fármaco psicoativos, determina outros fatores de risco
mais importantes. Enquanto o paciente procure a sensação de "estar
situado", é muito provável que as características da adição se mantenham
inalteradas, substituindo a droga de abuso por outras até alcançar efeitos
similares. Esta conduta de buscar alternativa dos efeitos da droga deve
confrontar-se nas diferentes modalidades de tratamento que se propõe
(terapia individual, grupal, prevenção de recaída e terapia familiar).
o Atividades de ócio com consumidores de drogas conhecidos.
O adito pode manter a abstinência durante um mês ou mais, porém se suas
relações interpessoais se dá com habituais consumidores de drogas , a
recaída e o abandono do tratamento será uma questão de tempo. Neste caso,
mudar as relações interpessoais é um objetivo terapêutico prioritário.

2. Fatores de risco e sinais de aviso.


Os fatores de risco e sinais de aviso aparecem sempre antes que o paciente
recaia.Quanto mais cedo forem detectados e colocados de manifesto, mais fácil
será adotar as medidas terapêuticas apropriadas e interromper a cadeia de
eventos que certamente dão lugar a uma recaída.
Pautas de pensamento e atitudes de recaída.:
a) Atitudes negativas. Uma vez que um dependente de droga
que tem uma historia crônica de abuso de drogas deixa de
consumir, geralmente durante os dois primeiros meses de
abstinência, experimenta uma serie de conseqüências positivas
antes de que os problemas e o estresse da vida diária o afetem em
cheio. Nesta espécie de "lua de mel", o individuo nega a existência
de qualquer problema, sentimento negativo ou, inclusive, a
possibilidade de recair. Uma vez que todos os problemas
relacionados com a obtenção da droga (roubar, mentir e enganar
para obter o dinheiro) desapareceram, neste período encontra
difícil admitir que as dificuldades vão surgir novamente.
Existe também uma serie de pensamentos e atitudes negativas que
dão lugar à recaída. Por exemplo: Comportar-se como um
individuo que não consome drogas e pensar como um dependente
de droga. Neste caso, o pensamento aditivo representa uma
continuação do estilo de vida de dependência de droga; ou seja, o
paciente pensa, sente e atua de forma aditiva, mesmo que não
consuma drogas. Vejamos uma série de atitudes e pensamentos
relativos com este aspecto.
o Ter dúvidas sobre o processo de recuperação. Esta atitude se
caracteriza por uma série de expectativas relacionadas com a recuperação
terapêutica no dia a dia. Quando esse tema é tratado na terapia, o paciente
costuma responder: "Este não é meu caso", "Manter a abstinência durante
estes 3 meses não tem sido tão fácil como eu pensava", "A partir de agora eu
já posso controlar-me", "Creio que já superei o problema que eu tinha com a
cocaína".
o Compaixão de si mesmo. "Por que eu tenho que ter este problema?",
"Tudo me sai errado", Se um paciente se caracteriza por esta atitude, é
possível que ainda continue submergido no mundo da dependência de
droga. A possibilidade de que tente mudar é muito pequena e está sempre na
iminência da recaída.
o Impaciência. "Vejo que minha recuperação é muito lenta", "Não seria
melhor que eu me esquecesse do problema das drogas e fizesse minha vida
de forma normal"?. "Este tipo de pacientes que se sentem, de certa forma,
frustrados pela lentidão do programa de recuperação recai com facilidade".

e. Manter uma atitude negativa e de insatisfação


crônica. Os pacientes que consideram que a vida não tem sentido
para eles costumam recusar qualquer tipo de apoio e/ou conselho,
e o único que lhes produz satisfação é criticar as falhas e defeitos
dos outros, ignorando os seus. Esta atitude gera um ambiente
favorável para a recaída.
3. Sentimentos e estado de animo negativos. Sentimentos
crônicos não resolvidos de tédio, depressão, solidão, infelicidade,
tristeza, ira, ansiedade e culpa, são precursores da recaída, bem
como lembranças traumáticas. Deixar de consumir produz um
vazio no individuo que dá lugar a sentimentos contraditórios e a
uma alteração do estado de animo. Como controlar tudo isso, deve
ser motivo de abordagem no programa de intervenção individual
ou grupal.
1. Idealizar o efeito da droga "estar situado". A situação de recaída
aumenta se o paciente continua idealizando os efeitos que a droga lhe
produzia e, de forma seletiva, só se lembra dos agradáveis (este efeito
também se conhece como "lembrança eufórica").
2. Estado de animo positivos. Não só os sentimentos e estados de
animo negativos desencadeiam a recaída, mas também o sentir-se muito
bem, ou num estado de ânimo positivo um pouco exagerado, gera um falso
sentimento de segurança sobre o processo de recuperação. Quando um adito
está neste estado pode crer que, para ele, é fácil controlar um consumo
esporádico sem necessariamente de perder o controle.
3. Problemas sexuais e de relações. Os problemas sexuais não
resolvidos podem ser um fator que contribua para as recaídas. Está
comprovado que no caso de consumidores de cocaína que não tinham
relações sexuais sem usar drogas durante um período muito longo,
costumam ter reações de medo e de ansiedade, que podem dar lugar a uma
impotência transitória, ejaculação precoce ou um fracasso em chagar ao
orgasmo. Neste caso, para prevenir a recaída é importante que estes
indivíduos aprendam a desfrutar os sentimentos relacionados com a
sexualidade e a intimidade sem necessidade de consumir drogas.

Outros fatores de alto risco


Existem umas séries de fatores que afetam os pacientes que estão
num programa de tratamento e é necessário analisar para prevenir
possíveis recaídas.
1. Presença de outros transtornos mentais. No caso de um
individuo adito à heroína ou à cocaína pode coexistir mais de um transtorno
mental. Assim que, não é difícil que se encontre transtorno de ansiedade e
de animo que não são apenas conseqüências do problema aditivo, mas que
existem com anterioridade ao mesmo. Caso estes problemas não sejam
tratados, é possível que alterem a forma de pensar, o estado de animo do
paciente e sua forma de comportar-se; as conseqüências da influência destes
fatores costuma ser uma recaída.
2. Eventos vitais. Diz respeito a mudanças importantes, de naturezas
negativas e inesperadas, que desencadeiam uma reação de estresses
exagerada e costuma dar lugar a uma recaída. Por exemplo, perder uma
relação íntima significativa, perda do trabalho, morte de um ser querido,
problemas econômicos. Também pode ser de natureza positiva como, por
exemplo, uma promoção no trabalho que implique mais responsabilidades,
nascimento de um filho, o inicio de uma nova relação.
3. Permissividade familiar. Em muitos casos, o círculo familiar ou de
amigos facilita a recaída do paciente ao relaxar as normas de convivência e
ignorar os possíveis sinais de recaída que tem lugar na conduta do adito. Se
o individuo sabe, por experiências passadas, que sempre que ocorre uma
recaída os demais o apoiarão sem aplicar nenhum tipo de sanção, o mais
provável é que volte a cair.

Em resumo, ao longo do programa de intervenção na conduta, o terapeuta


tem que realizar uma avaliação contínua dos seguintes aspectos:
 Estado anímico negativo (depressão, ira, frustração,
solidão, tédio, culpabilidade, cansaço);
 Atitudes, pensamentos e sentimentos que
desencadeiam uma recaída (desejo de consumir, impaciência,
confiança excessiva, insatisfação, desejo de colocar-se à prova,
sonhos, etc.);
 Condutas de recaída (tomar decisões precipitadas,
mudança no estilo de vida, etc.)
 Outros fatores de alto risco (acontecimentos vitais
importantes, transtornos mentais, etc.). O terapeuta deve
registrar todas estas possíveis variáveis à medida que vão
aparecendo e desenhar estratégias de atuação adequadas para
prevenir possíveis deslizes ou uma recaída completa.

CONCLUSÃO.
A estratégia geral da prevenção de recaídas consiste em
ajudar aos
dependentes de drogas em situação de crise a ir mais além de um simples
raciocínio intelectual de recaída, a conseguir uma aceitação interior do
problema que lhes afeta e de suas implicações em diferentes níveis (pessoal,
familiar, interpessoal, etc.). Esta é uma tarefa difícil, cujo êxito na sua
execução pode ser determinante para que as estratégias de avaliação e de
intervenção cheguem a incidir no processo de recuperação de cada paciente,
produzindo mudanças duradouras e estáveis em seu processo de abstinência
e de mudança de estilo de vida.
A aceitação dos deslizes ou recaídas, pelo paciente, facilita a abertura e a
possibilidade de utilizar as estratégias da prevenção de recaída com a
finalidade de alcançar um maior compromisso por manter a abstinência e
logros terapêuticos.
Não se deve nunca perder de vista a possibilidade de recaída que tem estes
indivíduos, não importa quanto tempo tenham estado em abstinência, quão
motivados estejam e quão estáveis parece ser seu processo de recuperação.
Ao longo dos anos de recuperação, a vulnerabilidade à recaída diminui de
forma gradual, porém nunca desaparece por completo.
No fundo, independente dos procedimentos de avaliação e intervenção em
prevenção de recaídas se mantém o objetivo de alcançar uma mudança
significativa no estilo de vida, nas atitudes, nos valores, na forma de pensar
em si mesmo e no mundo, e como afrontar e solucionar os problemas no seu
dia a dia. Como indica alguns autores, a recuperação terapêutica de um
dependente de drogas quase nunca segue um processo linear, e sim é
fragmentado, circular ou em espiral.

Referencias bibliográficas
http://adroga.casadia.org/codependencia/co-
dependencia_tratamento_familia_dependencia.htm, acedida em 23 de Maio de 2011 as
17h50;

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009, acedida
em 23 de Maio de 2011 as 18h00;

http://orbita.starmedia.com/~uhp/consequencia.htm, acedido em 23 de Maio de 2011 as


18h04;

http://br.monografias.com/trabalhos/drogas-prevencao/drogas-prevencao.shtml, acedido em
23 de Maio de 2011

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